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4.7.11

Congressos distritais do BB e da Caixa aprovam propostas e elegem delegados aos congressos nacionais


Após dois dias de intensos debates, os congressos distritais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, realizados pelo Sindicato nesta sexta e sábado no Templo da Legião da Boa Vontade (LBV), aprovaram as sugestões de reivindicações dos bancários e elegeram os delegados aos congressos nacionais dos dois bancos públicos federais, marcados para os dias 9 e 10 de julho, em São Paulo.

"A expressiva participação nos congressos, tanto na abertura quanto nos debates do segundo dia, mostra a disposição da categoria para a realização de um campanha vitoriosa", avalia o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Enilson da Silva, acrescentando que a mobilização já vem sendo reforçada junto à base desde o primeiro semestre, com as diversas reuniões realizadas pelo Sindicato nos locais de trabalho e com a consulta em que os bancários apontaram quais devem ser as prioridades para o próximo período.

Os bancários discutiram e deliberaram sobre temas relacionados a saúde e condições de trabalho, previdência, segurança bancária e remuneração.

ABERTURA NA SEXTA-FEIRA À NOITE


Mesa de abertura - foto Agnaldo.

Bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal abriram na noite desta sexta-feira (1º), numa cerimônia conjunta, os congressos distritais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, no auditório do Parlamundi da Legião da Boa Vontade (LBV). A mesa de abertura foi composta pelo diretor do Sindicato Enilson da Silva; pelo secretário de Organização da CUT nacional, Jacy Afonso; pela secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Mirian Fochi; pelo secretário de Formação da Contraf-CUT, William Mendes; e por Marlene Dias, diretora da Fetec Centro Norte.

O diretor do Sindicato e empregado da Caixa Enilson Silva deu início ao evento destacando a relevância dos congressos e reforçou a importância da participação dos bancários na construção da pauta de reivindicações. Segundo ele, o chavão repetido de que a cada ano a greve será mais difícil já se aplica a 2011. “No ano passado tivemos o maior reajuste real que a categoria já teve na história. A tarefa desse ano é trabalhar para que tenhamos, no mínimo, o mesmo reajuste que foi conquistado em 2010. A garra que precisamos ter é a mesma”, afirmou.



Jacy Afonso, secretário de Organização da CUT, disse, ao se referir aos congressos, que este é importante momento de reflexão para que os bancários definam a estratégia de lutas. Afirmou que é de fundamental importância, mais uma vez, a unificação da categoria, estratégia que tem se mostrado acertada e resultado em avanços significativos para o conjunto da categoria, e criticou o discurso da mídia, do governo e do Banco Central estabelecendo relação direta entre reajuste salarial e pressão inflacionária. “Não vamos aceitar que o governo e o BC joguem seus problemas nas costas dos trabalhadores”, disse.

O secretário de Organização da CUT aproveitou ainda para reforçar a convocação para o Dia Nacional de Mobilização que será promovido pela Central no próximo dia 6 de julho tendo como principal foco a defesa da alimentação, da educação e de questões trabalhistas e sindicais.

A diretora da Fetec Centro-Norte e presidente da Associação dos Economiários Aposentados do DF (AEA – DF) e aposentada da Caixa, Marlene Dias, lembrou que o trabalho realizado deve ser feito, também, em prol de quem dedicou anos da vida ao desenvolvimento dos bancos e já estão aposentados. “Meu desejo é que a pauta de reivindicações dos aposentados não fique só no papel”, ressaltou.

William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT, lembrou a história da categoria bancária, que nos últimos 30 anos acumula conquistas como o acordo coletivo nacional e destacou os principais temas que serão debatidos este ano – entre eles, segurança bancária, terceirização e reajuste real de salário. “Estão querendo acabar com os direitos dos bancários com a terceirização porque o custo é até 75% menor do que o do nosso trabalho. Os desafios são grandes. A greve de 2010 foi a maior dos últimos 20 anos e a de 2011 com certeza vai superar essa marca. Faremos o embate e sairemos com resultados positivos”, adiantou.

Para a secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Mirian Fochi, essa é mais uma etapa da organização da Campanha 2011, “um processo democrático que começou com uma consulta aos bancários e suas visões sobre as reivindicações”. A atuação da mídia e do Banco Central para relacionar o aumento real de salário ao crescimento da inflação também foi questionada por Mirian. “Entendemos que ganho real traz qualidade de vida e promove melhor distribuição de renda. Nada mais justo do que o trabalhador usufruir um pouco do lucro que ajuda a produzir todos os anos”, disse.

A saúde do trabalhador também é uma das preocupações na Campanha 2011. Dados do INSS apresentados por Mirian apontam que entre janeiro e junho de 2009, 6.800 bancários foram afastados por razões de saúde. Desses, 2.030 por LER/Dort e 1.626 com sintomas de depressão e síndrome do pânico, relacionados ao assédio moral.


A mesa de abertura foi seguida de painel sobre conjuntura e bancos públicos, feita pelo Dieese, que trouxe os últimos números da economia brasileira e do sistema financeiro nacional, com ênfase nos bancos, apontando as perspectivas para a Campanha Nacional dos Bancários 2011 dentro do cenário macroeconômico que está desenhado.

DEBATES DE SÁBADO - BANCO DO BRASIL

Congresso Distrital dos Bancários do BB define propostas para a Campanha 2011

Depois de oito horas de intensas discussões, os bancários do Banco do Brasil aprovaram em assembleia as propostas do Congresso Distrital, realizado na sexta e sábado, 1º e 2 de julho, no Parlamundi da Legião da Boa Vontade (LBV), e que serão levadas agora ao 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, marcado para os dias 9 e 10 de julho, em São Paulo. Com exatos 51 itens, a pauta dos trabalhadores de Brasília inclui assuntos relacionados aos bancos públicos, Plano de Cargos e Salários (PCS), Plano de Carreiras e Remuneração (PCR), saúde, condições de trabalho, Cassi e Previ.

“Mais uma vez, os bancários do Banco do Brasil deram um grande exemplo de mobilização e unidade. A maioria dos inscritos ao Congresso Distrital compareceu e debateu democraticamente assuntos extremamente relevantes para a categoria. E é com muito orgulho, e com o apoio dos bancários do BB, que o Sindicato inicia o calendário de mobilização para a Campanha Nacional Unificada 2011”, afirma o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.

O evento contou com grande participação de bancários incorporados, cujas propostas que serão encaminhadas ao encontro nacional terão como prioridade a resolução de problemas das áreas de saúde e previdência.

Secretária de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e conselheira deliberativa eleita da Previ, Mirian Fochi fez uma análise detalhada da situação da Previ. Segundo ela, em 2010, o fundo, que pagou R$ 6,2 bilhões em benefícios, cifra que representa aproximadamente um quarto dos recursos de todo o sistema previdenciário do país (ou quase 27% de todo o sistema de previdência complementar), conta com 186 mil participantes. Nos dois planos (1 e Futuro), a Previ tem R$ 152 bilhões em ativos totais.

Previ

Em uma exposição de mais de 30 minutos, Mirian explicou a política de desinvestimento da Previ em renda variável. “Essa redução vai ser feita de forma responsável, uma vez que grande parte do superávit do fundo foi alcançada graças aos investimentos em renda variável”, frisou.

Mirian salientou que o resultado dos investimentos do Plano 1 no exercício foi positivo, em função das rendas e variações líquidas oriundas das aplicações de recursos do plano terem atingido o volume de R$ 16 bilhões, equivalente a uma rentabilidade de 12,37%, superior ao atuarial de 12,23% (impactado pela inflação acumulada no ano - INPC de 6,47%) e com taxa média Selic - TMS de 9,78%.


A conselheira eleita também lembrou importantes conquistas para os associados da Previ, como a redução da taxa de carregamento dos planos de 5% para 4%. Antes denominada taxa de administração, a taxa de carregamento é um percentual que incide sobre o valor de cada contribuição feita, destinada a cobrir despesas administrativas. A redução beneficiará principalmente os participantes do Previ Futuro, em que as contas são individualizadas. “Eles terão ao final do período contributivo um saldo de conta maior, já que a taxa incide sobre as contribuições mensais. Com uma dedução menor, um valor maior da contribuição mensal será agregado à reserva pessoal de cada participante”, explicou.

Já em relação ao Previ Futuro, Mirian observou que o plano teve desempenho superior ao mercado, tanto no segmento de renda variável quanto no segmento de renda fixa, e ultrapassou os R$ 2 bilhões em ativos. Criado para atender aos funcionários do Banco do Brasil admitidos a partir de 1998, o Plano de Benefícios de contribuição variável (CV) da Previ vem apresentando forte crescimento ano após ano. De R$ 1,7 bilhão de ativos em 2009, o Previ Futuro terminou o exercício de 2010 com R$ 2,19 bilhões e conta atualmente com cerca de 66 mil participantes. Seus ativos isoladamente o colocariam hoje entre os 35 maiores fundos de pensão do Brasil.

Mirian também prestou esclarecimentos sobre a Capec. A Capec é um plano de benefícios para os funcionários do BB e para os funcionários e participantes da Previ, cujo objetivo é oferecer pecúlios por morte, cônjuge e invalidez. Os pecúlios são cobrados de acordo com a faixa etária e oferecem condições mais atrativas que o mercado. Não tem fins lucrativos, sendo mantida pelas contribuições específicas dos associados. Seus recursos não se confundem com os recursos dos demais planos de benefícios mantidos pela Previ. Tudo o que é arrecadado é utilizado para o pagamento das indenizações e para as despesas administrativas.

Mirian reforçou a pauta de reivindicação dos sindicatos, Contraf-CUT, federações, associações de aposentados e conselheiros eleitos da Previ: fim do voto de minerva, restabelecimento dos direitos do Corpo Social em aprovar alterações no estatuto e regulamento da Previ, eleição do diretor de Participações; aumento no valor das pensões; revisão do benefício mínimo; nova redução da Parcela Previ, aumento do teto de benefícios para 100%; abono anual para aposentados; antecipação da aposentadoria para as mulheres aos 45 anos e antecipação do reajuste dos aposentados para janeiro.

Fonte: Seeb DF

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