RETROSPECTIVA
2010 foi um
ano de muitos acontecimentos importantes na história do país e da categoria
bancária na qual eu participava como dirigente nacional da classe trabalhadora.
A leitura das
286 postagens do blog permite a(o) leitor(a) viajar no tempo e os registros do
dirigente sindical blogueiro apontam acontecimentos decisivos nas lutas por
direitos sociais, civis e políticos do povo brasileiro.
Era ano
eleitoral e a direita faria de tudo para tirar o PT do poder. Lula era o
principal cabo eleitoral da candidata Dilma Rousseff. A simulação de agressão
por parte de José Serra durante a campanha presidencial gerou até um samba
divertidíssimo: “Bolinha de Papel”, do grupo Partido Alto.
Mesmo o blog
representando um ponto de vista atomizado, de um trabalhador da categoria
bancária em luta, vemos a movimentação dos capitalistas em geral e dos
banqueiros em particular, da direita e da centenária casa-grande e sua mídia
canalha e manipuladora, para avançar na retirada de direitos e desregular os
direitos sociais do trabalho.
No ramo
financeiro, a precarização se dava pelo avanço dos correspondentes bancários e
pelas formas aviltantes de terceirização das atividades-fim da categoria
bancária. Os patrões quiseram se aproveitar da crise financeira global para não
atenderem às reivindicações da categoria em sua data-base. Então, fizemos uma
bela greve nacional e arrancamos nossos direitos na luta. Pelo 3º ano seguido,
foram 15 dias de greve!
SUMÁRIO DOS MESES DO ANO
No mês de
fevereiro, participei das eleições bancárias no Rio Grande do Norte, levando as
bandeiras da CUT aos colegas de lá. Na área de formação, começamos o segundo
curso da grade formativa da Contraf-CUT, para os sindicatos da Fetec SP. O
curso foi organizado em parceria com o Dieese.
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Março foi
movimentado e os eventos organizativos e formativos foram destaque. Tivemos o
planejamento da diretoria da Contraf-CUT. Defendi as bandeiras cutistas nas
eleições dos bancários de Brasília. Participei do Coletivo Nacional de
Formação da CUT (CONAFOR) na Escola Sindical 7 de Outubro, em Belo Horizonte.
Realizamos o 2º módulo do curso PCDA para a Fetec SP.
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CASSI - A Caixa de Assistência dos
Funcionários do Banco do Brasil, realizou seu processo eleitoral entre os meses
de março e abril. Duas chapas concorreram no pleito: “UNIDOS PELA CASSI”
e “Uma nova Cassi”. A chapa liderada por Graça Machado venceu a chapa de
Humberto Almeida. Graça foi eleita para a Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento
em uma composição com a Articulação Sindical da CUT.
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FORMAÇÃO - Ainda em
abril finalizamos o curso de formação “Sindicato, Sociedade e Sistema
Financeiro” aplicado para dirigentes e assessores das entidades da Fetec SP.
O Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores (PCDA) teve a parceria com
o Dieese. Estive na posse de delegados sindicais dos bancários de Pernambuco e
realizamos dias de lutas no Banco do Brasil.
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No mês de
maio, demos início à 3ª turma do curso de formação organizado pela Contraf-CUT
e Dieese para dirigentes e assessores das entidades afiliadas, desta vez o
curso foi no Nordeste. Os dois primeiros módulos foram em maio e terminamos o
curso em junho. Ainda na região, participei de encontro de bancários na
Paraíba.
Realizamos o XXI
CONGRESSO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL (CNFBB) em SP, no
final de maio, no Novotel.
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PREVI - A democracia foi plena nas eleições
de nossa Caixa de Previdência, a Previ. A chapa vencedora foi a UNIDADE NA PREVI, liderada por Paulo Assunção e Vítor Paulo, eleitos diretores de
Administração e Planejamento, respectivamente.
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No início de
junho realizamos a ASSEMBLEIA DA CLASSE TRABALHADORA NO ESTÁDIO DO PACAEMBU,
no dia 1º de junho. Ainda no mês, viajei para Belém do Pará e para Brasília
para cumprir compromissos da secretaria de formação da Contraf-CUT. Também organizei
materiais formativos para dirigentes e trabalhadores do Banco do Brasil.
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Os meses de
julho e agosto foram meses preparatórios das mesas de negociação com a Fenaban
e Governo. Cumpri agendas de formação no Sindicato do ABC e em Roraima. Realizamos
a 12ª Conferência Nacional dos Bancários no Rio de Janeiro.
Nesse período
também estávamos organizando as campanhas eleitorais de nossos bancários
Berzoini e Marcolino a deputado federal e estadual, respectivamente. Berzoini
foi eleito com 140 mil votos. Marcolino foi eleito com 96,5 mil votos.
Nesse período
de início de negociações para a renovação da data-base da categoria bancária, a
direção do BB inventou de retirar as portas giratórias das agências, o que nos
levou ao enfrentamento e atividades específicas contra essa medida.
Postei no
blog a reprodução de diversas matérias sobre insegurança bancária e sobre ações
na justiça contra bancos e banqueiros.
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OBSERVAÇÃO: na hora de organizar o caderno, tive
trabalho para recordar como fiz as postagens naquele ano de 2010 durante a
campanha. Como a agenda sindical era muito corrida, eu abria diversas postagens
no blog para serem preenchidas com as informações posteriormente, às vezes ao
final dos longos dias. Então, várias postagens têm a mesma data no blog e eu
fui agregando textos quando necessário.
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GREVE - As negociações com banqueiros e
governo se estenderam pelo mês de setembro e a categoria não teve outra opção a
não ser entrar em greve nacional por tempo indeterminado às vésperas do 1º
turno das eleições presidenciais. Os caras propuseram apenas a reposição da
inflação de 4,29% e mais nada.
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DIREÇÃO DO BB DISPUTOU NARRATIVA DA CAMPANHA - Durante a greve da categoria neste ano, a direção do Banco do Brasil, através
de sua diretoria de recursos humanos, decidiu fazer a disputa ideológica com o
movimento sindical. Como dirigente nacional, entendi que os comunicados internos
do banco ao quadro de funcionários deveriam ser comentados na página do meu
blog. Assim o fiz. A cada comunicado interno do diretor do banco sobre a
campanha e as negociações, eu reproduzia o comunicado com meus comentários,
esclarecendo os bancários que eu representava sobre coisas que entendia estarem
meio esquisitas nas mensagens da direção do banco. Deve ser desde essa época
que a direção do banco não “simpatizava” muito comigo... dane-se!
A greve da
categoria durou novamente 15 dias, por culpa dos banqueiros, e fomos vitoriosos
mais uma vez. Conseguimos bons resultados econômicos e sociais. O reajuste de
7,5% equivaleu no Banco do Brasil a uma valorização no piso de 13%, ou seja,
8,71% de aumento real.
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CONQUISTAMOS O PLANO DE CARREIRAS E REMUNERAÇÃO - Conseguimos uma nova tabela de antiguidade para somar ao PCS, a Tabela de
Mérito (PCR). Tenho orgulho de ter em casa, até hoje, o caderno com a
construção dessa proposta. Rascunhei uma tabela nova de antiguidade para criar
uma estratégia diferente da improdutiva luta por “perdas” com índices inatingíveis
de reajustes. Como liderança da corrente majoritária da CUT, nós sempre propusemos
coisas que pudéssemos entregar ao final das campanhas salariais como, por
exemplo, a política de aumento real.
Também avançamos
na proteção do comissionamento dos colegas exercendo funções técnicas,
administrativas e gerenciais, não permitindo que o BB retire a função de um(a)
trabalhador(a) antes de 3 ciclos avaliatórios insatisfatórios.
A campanha trouxe
resultados muito positivos para a categoria bancária em geral. No BB, ainda
tivemos avanços para os caixas executivos e os colegas das CABB.
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TRABALHO DE BASE - Após a
campanha salarial vitoriosa, estive nas bases fazendo o que aprendi desde que
virei dirigentes sindical: estive nos locais de trabalho esclarecendo os
trabalhadores sobre as conquistas e também sobre o nosso papel histórico de
cidadania para o 2º turno das eleições presidenciais que ocorreriam em poucos
dias.
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PLANO ODONTOLÓGICO – A direção do Banco do Brasil
apresenta ao funcionalismo o BB Dental, com acesso a partir do dia 11 de
novembro de 2010. O que a comunidade de funcionários da ativa e aposentados do
BB esperava era o que estava combinado desde a reforma estatutária de 2007, um
direito a atendimento odontológico dentro da Caixa de Assistência (Cassi). Ao
fazer parceria com a OdontoPrev e disponibilizar o direito somente para
os bancários da ativa, a direção do BB deu o que a gente conhece na gíria como
um “Passa moleque” no conjunto dos associados da Cassi.
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ACORDO SOBRE USO DO SUPERÁVIT DO PLANO 1 DA PREVI – Em dezembro, após meses de negociações entre a direção da Previ, do BB e do
governo, e das representações dos associados, foi aprovado o acordo de uso do
superávit do Plano 1. A consulta ao corpo social teve uma aprovação expressiva
e os trâmites foram encaminhados nas mais diversas instâncias necessárias.
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O ano de 2010
foi um grande ano de lutas. O presidente Lula terminou seus dois mandatos com
alto índice de aprovação e transmitiu a faixa para a PRIMEIRA MULHER PRESIDENTA DO BRASIL, DILMA ROUSSEFF, nossa companheira de coração valente!
É isso!
William Mendes
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