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16.12.10

Coletivo Nacional de Formação da CUT - CONAFOR 2010 (SP)

15/12/2010

Dirigentes reafirmam importância da ampliação do investimento no processo de formação, capacitando e qualificando dirigentes sindicais e lideranças de base para uma intervenção consistente

Escrito por: William Pedreira

Artur fala sobre a agenda da CUT para 2011
Foto: Dino Santos
A reunião do Coletivo Nacional de Formação da CUT (Conafor) que se realiza até quinta-feira (16), em São Paulo, congrega dirigentes, coordenadores e formadores das Escolas Sindicais da CUT, CUTs Estaduais e Ramos (estou participando pela Contraf-CUT) articulando e definindo ações estratégicas para o próximo período, apontando diretrizes para o Plano Nacional de Formação de 2011.


O primeiro dia de debate, ocorrido nesta terça-feira (14), contou com uma análise feita pelo presidente da CUT, Artur Henrique, sobre a conjuntura atual e o cenário que se coloca para a Central e para a militância cutista no próximo período.


Segundo o presidente da CUT, passado o processo eleitoral, com a vitória de Dilma Rousseff e esperança de aprofundamento das mudanças, o momento é de olhar a realidade e os desafios e, a partir disso, como central sindical combativa, lutar pelos interesses históricos e imediatos da classe trabalhadora.


“Nós já iniciamos a agenda de ações e mobilizações que estão colocadas para o próximo período. Ontem (segunda-feira), por exemplo, a CUT realizou no Rio de Janeiro um ato para homenagear pessoas, organizações e entidades que lutaram pela democracia e liberdade e contra a ditadura, nos anos 1960 e 70. Além da importância de rememorar aquele período a partir do olhar dos militantes sociais, destaque para a participação dos jovens que não vivenciaram aquele momento, isso porque durante o processo eleitoral, tivemos uma tentativa voraz da direita de criminalizar e desconstruir a imagem e história daqueles que combateram a ditadura, discurso esse alimentado pela mídia hegemônica, ocultando a verdade das novas gerações”, critica o presidente da CUT.



Em 2010, a CUT e a sua militância transformaram a Plataforma da Central num instrumento de referência e de mobilização, afirmando diante da sociedade o projeto de desenvolvimento com distribuição de renda, igualdade e justiça social como fundamental para a formulação das políticas públicas que proporcionem, cada vez mais, qualidade de vida para a população.


Segundo Artur, o momento agora é o de transformar as diretrizes da Plataforma em bandeiras de luta, ações concretas e políticas públicas. “A Plataforma passa a ser um instrumento importante de subsídio dos dirigentes, militantes e entidades na disputa que se dá a partir do processo eleitoral. Nós temos um acúmulo de propostas em vários campos, áreas e temas que deverão ser transformados em ações que tragam resultados concretos para 2011,” destaca Artur.


Falando sobre as perspectivas para o próximo ano, Artur informou que a CUT está preparando para o mês de março, uma ocupação pacífica dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), com o objetivo de pressioná-los, como já realizado em outras ocasiões, “pegando as convenções da OIT que já foram ratificadas ou aquelas que estão para ser implementadas e que estão no Congresso Nacional, o projeto de terceirização do deputado Vicentinho, projetos de lei de interesse da classe trabalhadora como a redução da jornada e dizer para eles que estaremos atentos e cobrando comprometimento com as causas da classe trabalhadora, conjuntamente com a reivindicação de equilíbrio entre os poderes, fundamental para a cidadania e a democracia.”

Tino reafirma importância do investimento na formação.
Foto Dino Santos

O projeto de Formação CUTista e suas perspectivas


Frente aos grandes desafios postos a CUT, num processo constante de disputa no campo sindical e na sociedade, aparece como fundamental para o próximo período um amplo investimento no desenvolvimento do processo de formação, sendo capaz de qualificar ainda mais os dirigentes sindicais e lideranças de base para uma intervenção consistente sobre as demandas estratégicas, fortalecendo o papel de protagonismo da CUT nos processos de disputas.


Esta é a análise feita pelo secretário de Formação da CUT, José Celestino Lourenço (Tino). “O cenário atual traz uma série de indicadores que significam a intensificação da complexa agenda que o movimento sindical e, em particular a CUT, terá que administrar no sentido de interpretá-la, compreendê-la, preparar-se para o enfrentamento. Isto implica a urgência de dirigentes e lideranças sindicais altamente qualificados, capazes de compreender as raízes históricas dos problemas estruturais e das demandas sociais que conformam a conjuntura atual, como também com uma profunda compreensão histórica dos fundamentos que deram origem a CUT, à sua proposta de estrutura sindical e implicações à prática no que tange a cotidianidade da gestão sindical.”



Neste sentido, Tino ressalta a necessidade de maior envolvimento e incorporação de todos os setores da CUT, para que os conteúdos desenvolvidos pelos programas de formação tenham relação com todas as políticas, gerando melhores resultados e alcance da política de formação.


Ele destaca que para o próximo período, a CUT deverá ter um olhar especial para a questão da educação, ampliando este debate no interior de suas instâncias, transformando-o numa responsabilidade coletiva, não apenas das entidades representativas do setor.


"O Plano Nacional de Educação, por exemplo, é uma política fundamental para o desenvolvimento social do país já que garante entre as suas metas, a universalização da educação em todos os níveis de modalidade de ensino e o investimento até 2020 de 7% do PIB na área. Portanto, será importante o engajamento de toda a sociedade para que estas proposições sejam realmente implementadas", afirma Tino.


"Inclusive foi aprovado na última reunião da direção nacional o desenvolvimento de uma campanha em defesa de uma educação pública de qualidade e pelo acompanhamento da implementação do Plano Nacional, ou seja, é mais uma responsabilidade coletiva que nós teremos", finaliza o dirigente CUTista.

Fonte: CUT

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