Boletim Pessoal 34 - Esclarecimento (Carlos Neri, Diretor do BB em 8/10/10)
"Colega
Temos conversado, nos últimos dias, sobre a dinâmica da negociação na Mesa da Fenaban. Percebemos que as informações divulgadas têm gerado muitas dúvidas, motivadas, principalmente, pelo acordo fechado de forma antecipada pelo Banco de Brasília – BRB. Por este motivo, entendemos ser necessário prestar esclarecimentos para evidenciar a seriedade da comunicação do BB e o respeito com que temos tratado esta negociação.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o BRB não faz parte da Mesa da Fenaban. Não fazendo parte da Mesa, o BRB não tem a necessidade de seguir os ritos acordados naquela instância. Este posicionamento, ao mesmo tempo em que traz uma certa flexibilidade para aquela empresa, no que diz respeito a percentuais e prazos para o acordo, também a desobriga de cumprir algumas condições estipuladas na Mesa."
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COMENTÁRIO DO BLOG: já falei no comunicado anterior que não é verdade que o BB não pode fazer a qualquer momento proposta que dialogue com a pauta de negociação específica, pois temos mesa de negociação permanente o ano todo e se o banco não está usando de má-fé, a mesa acontece para negociar as questões específicas a qualquer momento, é pra isso que ela existe.
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"Outra diferença a ser destacada é que o BRB não está subordinado ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - Dest. Responsável pelo acompanhamento das informações econômico-financeiras das empresas em que a União detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social, o Dest tem o papel de se manifestar sobre os pleitos dessas instituições, no que se refere, dentre outras coisas, à política salarial. Isso significa que o Banco do Brasil tem o dever de submeter suas propostas específicas para análise do Dest – e isso aconteceria mesmo que não fizesse parte da Mesa da Fenaban. O BRB não tem esta obrigação por se tratar de um banco do Governo do Distrito Federal, sem participação da União.
Feitos esses esclarecimentos, imagino que muitos devem estar se perguntando neste momento: por que, então, o Banco do Brasil permanece na Mesa da Fenaban? Primeiro porque a presença na Mesa da Fenaban é uma reivindicação das próprias entidades sindicais, para evitar que o funcionalismo do BB tenha perdas salariais em relação ao que é praticado nos demais bancos, como já aconteceu no passado.
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COMENTÁRIO DO BLOG: a mesa da Fenaban é uma reivindicação dos bancários, que votam todos os anos em assembleias, congressos e Conferência Nacional dos Bancários. Aliás, deliberação correta, pois a campanha unificada tem incomodado bastante banqueiros privados e públicos, não é à toa que estes não gostam da ideia de bancários fazendo greves conjuntas, pois a categoria vem fazendo boas batalhas e impondo aos banqueiros conquistas que eles não aceitariam sem greves.
"Em segundo lugar porque o fato de estar na Fenaban não impede o Banco do Brasil de fechar acordos específicos mais vantajosos para seus funcionários. E temos feito isso sistematicamente. De 2003 para cá, já corrigimos o salário inicial em 57,55%, enquanto o restante da categoria, no mesmo período, obteve reajuste acumulado de 52,91%. No ano passado, corrigimos o piso salarial em 3% a mais do que o acordado na Fenaban. A única ressalva é que, como já informamos, o acordo específico só pode ser firmado quando encerrada a negociação naquela Mesa.
É importante ressaltar, ainda, o fato de estarmos subordinados ao Dest. Existem impedimentos legais daquele departamento para a concessão, em ano de eleição, de aumento real aos funcionários de empresas controladas pela União. A única exceção permitida é se este aumento tiver origem em Convenção Coletiva. Ou seja, a participação do BB na Mesa da Fenaban dá ao funcionalismo a possibilidade de obter aumento real neste ano (caso este seja o acordo firmado naquela instância); fora da Mesa, o Banco não poderia concedê-lo."
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COMENTÁRIO DO BLOG: de novo, é um argumento retórico essa história que o BB não pode conceder algo a mais para os bancários por controle do Dest ou qualquer outro órgão do governo. Nós, os bancários do BB e da Caixa Federal, só temos PLR assinada com a CUT porque uma forte greve de mais de 80% dos bancários desses bancos arrancou do governo federal em 2003 o acordo semelhante ao que a categoria assinou desde 1995 com a CNB/CUT. A greve fez o governo distribuir aos bancários o dobro do que o Dest permite. É a força da greve que traz propostas justas e, às vezes, ditas "inviáveis ou proibidas" pela empresa.
"Continuamos à disposição para negociar, trabalhando na elaboração de nossa proposta específica para este Acordo Coletivo. Ela contemplará, dentre outros itens, aspectos relacionados ao plano de cargos e remuneração, como piso e progressão por mérito; e questões afetas aos funcionários egressos do BNC, como a gratificação variável que recebiam anualmente e o VCPI.
Para finalizar, quero destacar que estamos também atuando na Mesa da Fenaban no sentido de agilizar a formalização do acordo. Isso é demonstrado, inclusive, na matéria “Greve dos bancários cria racha na Fenaban”, divulgada hoje, 8, no jornal “O Estado de São Paulo”: ela afirma que “os bancos públicos têm pressa em fechar o acordo, mas as instituições privadas resistem” e que “os representantes dos bancos públicos aproveitaram reunião desta semana para pedir uma solução rápida para o problema”.
Carlos Eduardo Leal Neri
Diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas
Negociador do BB
Fonte: portal do BB de negociação coletiva
"Outra diferença a ser destacada é que o BRB não está subordinado ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - Dest. Responsável pelo acompanhamento das informações econômico-financeiras das empresas em que a União detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social, o Dest tem o papel de se manifestar sobre os pleitos dessas instituições, no que se refere, dentre outras coisas, à política salarial. Isso significa que o Banco do Brasil tem o dever de submeter suas propostas específicas para análise do Dest – e isso aconteceria mesmo que não fizesse parte da Mesa da Fenaban. O BRB não tem esta obrigação por se tratar de um banco do Governo do Distrito Federal, sem participação da União.
Feitos esses esclarecimentos, imagino que muitos devem estar se perguntando neste momento: por que, então, o Banco do Brasil permanece na Mesa da Fenaban? Primeiro porque a presença na Mesa da Fenaban é uma reivindicação das próprias entidades sindicais, para evitar que o funcionalismo do BB tenha perdas salariais em relação ao que é praticado nos demais bancos, como já aconteceu no passado.
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COMENTÁRIO DO BLOG: a mesa da Fenaban é uma reivindicação dos bancários, que votam todos os anos em assembleias, congressos e Conferência Nacional dos Bancários. Aliás, deliberação correta, pois a campanha unificada tem incomodado bastante banqueiros privados e públicos, não é à toa que estes não gostam da ideia de bancários fazendo greves conjuntas, pois a categoria vem fazendo boas batalhas e impondo aos banqueiros conquistas que eles não aceitariam sem greves.
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"Em segundo lugar porque o fato de estar na Fenaban não impede o Banco do Brasil de fechar acordos específicos mais vantajosos para seus funcionários. E temos feito isso sistematicamente. De 2003 para cá, já corrigimos o salário inicial em 57,55%, enquanto o restante da categoria, no mesmo período, obteve reajuste acumulado de 52,91%. No ano passado, corrigimos o piso salarial em 3% a mais do que o acordado na Fenaban. A única ressalva é que, como já informamos, o acordo específico só pode ser firmado quando encerrada a negociação naquela Mesa.
É importante ressaltar, ainda, o fato de estarmos subordinados ao Dest. Existem impedimentos legais daquele departamento para a concessão, em ano de eleição, de aumento real aos funcionários de empresas controladas pela União. A única exceção permitida é se este aumento tiver origem em Convenção Coletiva. Ou seja, a participação do BB na Mesa da Fenaban dá ao funcionalismo a possibilidade de obter aumento real neste ano (caso este seja o acordo firmado naquela instância); fora da Mesa, o Banco não poderia concedê-lo."
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COMENTÁRIO DO BLOG: de novo, é um argumento retórico essa história que o BB não pode conceder algo a mais para os bancários por controle do Dest ou qualquer outro órgão do governo. Nós, os bancários do BB e da Caixa Federal, só temos PLR assinada com a CUT porque uma forte greve de mais de 80% dos bancários desses bancos arrancou do governo federal em 2003 o acordo semelhante ao que a categoria assinou desde 1995 com a CNB/CUT. A greve fez o governo distribuir aos bancários o dobro do que o Dest permite. É a força da greve que traz propostas justas e, às vezes, ditas "inviáveis ou proibidas" pela empresa.
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"Continuamos à disposição para negociar, trabalhando na elaboração de nossa proposta específica para este Acordo Coletivo. Ela contemplará, dentre outros itens, aspectos relacionados ao plano de cargos e remuneração, como piso e progressão por mérito; e questões afetas aos funcionários egressos do BNC, como a gratificação variável que recebiam anualmente e o VCPI.
Para finalizar, quero destacar que estamos também atuando na Mesa da Fenaban no sentido de agilizar a formalização do acordo. Isso é demonstrado, inclusive, na matéria “Greve dos bancários cria racha na Fenaban”, divulgada hoje, 8, no jornal “O Estado de São Paulo”: ela afirma que “os bancos públicos têm pressa em fechar o acordo, mas as instituições privadas resistem” e que “os representantes dos bancos públicos aproveitaram reunião desta semana para pedir uma solução rápida para o problema”.
Carlos Eduardo Leal Neri
Diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas
Negociador do BB
Fonte: portal do BB de negociação coletiva
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