William Mendes em manifestação no bb, complexo São João. Foto de Lazarri. |
Recebi alguns comentários e contribuições de companheiros de luta sobre a mesa de negociação que tivemos com o bb na última semana. A mesa nos trouxe grande insatisfação com relação à negativa do banco em negociar a jornada de 6 horas para todos os comissionados. (os bancários darão a resposta ao banco na mobilização da Campanha 2012)
Vale dizer aqui, que o encontro entre o Banco do Brasil e a Contraf-CUT ainda não foi a mesa que iniciou as discussões acerca da minuta específica do banco, aprovada no 23º Congresso Nacional dos Funcionários do bb deste ano.
Nossos companheiros e lutadores diziam para refletirmos sobre o governo atual e a dureza nas negociações e sobre a burocracia no movimento dos trabalhadores.
Cheguei há pouco do 11º CONCUT - Congresso Nacional da CUT -, onde decidimos as diretrizes e planos de luta para os próximos anos da nossa Central Única dos Trabalhadores e elegemos a diretoria, que será liderada pelo companheiro bancário Vagner Freitas, com quem tive o privilégio de trabalhar durante um mandato na Contraf-CUT.
CUT – FOCO NOS OBJETIVOS HISTÓRICOS E IMEDIATOS DA CLASSE TRABALHADORA
Comento aqui que cheguei do congresso da CUT porque como cutistas, nós temos muito claro o que somos e como atuamos.
A CUT lidera a classe trabalhadora para alcançar seus objetivos históricos de construir uma sociedade socialista. Mas para isso, é necessário construir diariamente as condições para se alcançar tal sociedade.
A CUT é sindical e não movimento. Os sindicatos cutistas também não descuidam dos objetivos imediatos de cada categoria representada. Os sindicatos devem organizar todos os trabalhadores, construir a pauta de reivindicações, mobilizar criando correlação de forças e contratar direitos.
A CUT tem como objetivo buscar estratégias e táticas para negociar e contratar conquistas para os seus representados.
A CONTRAF-CUT E SUAS ENTIDADES FILIADAS
Segue minha rápida reflexão, porém, pensada como sindicalista eleito pelos bancários de SP e como coordenador de negociações indicado pela Confederação sobre a dureza da mesa de negociação com o bb e sobre uma suposta burocracia do movimento sindical:
PRINCÍPIO: qualquer mesa de negociação entre Patrão x Trabalhadores só alcança resultados (grandes, pequenos ou nulos) mediante correlação de forças (mobilização e organização da parte dos trabalhadores).
1-mobilizemos os bancários para alcançarmos as reivindicações que estamos construindo. É através dos sindicatos que buscamos a UNIDADE NA AÇÃO, através do COMANDO NACIONAL DOS BANCÁRIOS (com todo respeito por aqueles que acham que os grandes sindicatos podem ficar fora da estratégia de luta e das grandes decisões, se os grandes centros não estiverem unidos na luta, a vitória será do patrão).
2-não partilho do abuso existente na mitologia popular em criticar tudo como "burocracia". As estruturas sociais precisam de "estruturas de poder". Na minha opinião, ou temos estrutura social com regras de convivência e procedimentos ou não temos e existimos em anarquia.
Toda estrutura tem “burocracia”. Isso não quer dizer que as estruturas têm que ter vícios de rotina piores que as boas práticas de rotina: os bancários avançaram em construir uma Convenção Coletiva Nacional para várias empresas e regiões do país, porque deixaram de negociar sindicato a sindicato com os bancos (são mais de 150 sindicatos e alguns têm menos de mil bancários).
OU SEJA, existe uma estrutura política “em tese burocrática” (Comando Nacional e Contraf-CUT) construída nestes 30 anos PELOS BANCÁRIOS que trouxe a UNIDADE DA CATEGORIA E OS DIREITOS NACIONAIS.
3-em relação ao governo Dilma ou outro qualquer em sistemas capitalistas, eu tenho a seguinte reflexão: em sociedades burguesas, os governos existem para administrar a estrutura dos burgueses. Ponto.
Pode haver governos melhores ou piores em relação ao trato com a classe trabalhadora e os povos humildes. Os últimos 3 governos de composição do PT (e aliados da esquerda à direita) foram melhores para a classe trabalhadora e os povos humildes. Quem quiser negar isso terá que mentir, pois os números do país mostram os avanços na estrutura social. Mas governo é governo, partido é partido e sindicato é sindicato. Ponto.
4-Coordenação de negociações entre patrão e trabalhadores: de minha parte, em qualquer mesa de negociação em que eu estiver destacado para negociar, terei firmeza na postura e objetivos (eu tenho lado) e urbanidade com o outro lado (sabemos que os trabalhadores estão com a razão em suas reivindicações, pois elas são justas. Isto já nos dá firmeza nos propósitos).
O resultado das negociações ficará para apreciação dos bancários em suas bases através de seus fóruns democráticos.
É isso, companheirada!
Mãos à obra em organizar os bancários e convencer (com mobilização) os banqueiros (organizados na Fenaban) e o nosso patrão específico - bb - a nos apresentar propostas razoáveis de serem apreciadas pelas bancárias e bancários.
SOMOS FORTES, SOMOS CUT!
William Mendes
Diretor do Seeb SP
Secretário de formação da Contraf-CUT
Atualmente, coordenador da CEBB
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