HISTÓRIA
Investir ou não em hospitais e estruturas próprias de assistência à saúde?
"Outro debate, em 2004, objetivava criar uma rede de hospitais própria. Não era consenso, mas o grupo liderado por Davi possuía a hegemonia da proposta. Os que eram favoráveis a ela argumentavam que outros planos de saúde tinham hospitais que possibilitavam baratear os custos de trabalho com saúde; quem era contra alegava que o investimento que as obras demandariam poderia comprometer financeiramente a entidade. Mas a paralisação dos ortopedistas e traumatologistas de Dourados teve um peso importante para que a direção da Cassems aprovasse, nesse mesmo ano, a proposta de compra do hospital Mater Dei, o único que atendia os conveniados à Cassems em Dourados, e estava próximo de fechar suas portas." (p. 76)
Ao estudar a história da Cassems em 2017, sendo gestor eleito da Cassi à época, me chamou atenção essa questão da definição do modelo de estrutura assistencial, se seria própria ou toda terceirizada, ou seja, comprando no mercado capitalista os procedimentos e materiais de saúde.
O livro nos conta, no capítulo 7, a falta de consenso sobre o tema da verticalização na Cassems em seus primeiros anos de existência.
No capítulo seguinte, vimos que a divergência de modelo de gestão de saúde foi um dos motivos por haver duas chapas nas eleições da direção em 2007. Venceu o grupo que defendia investimentos em estruturas próprias de saúde para atender seus beneficiários.
"Entre 2008 e 2010, a nova diretoria atuou fortemente na consolidação da rede de hospitais e incrementou sua relação com os beneficiários..." (p. 89)
Eu tenho simpatia pela questão da verticalização nos sistemas de saúde da classe trabalhadora - como as autogestões -, e no sistema público, o nosso SUS.
Óbvio que a questão merece estudos, mas conhecendo o papel do mercado capitalista na área de saúde, sei que a saúde das pessoas não é o objetivo dos médicos capitalistas. A doença dá lucro, leito ocupado e procedimentos dão lucro.
Prevenção e gente sadia não gera lucro para a "indústria" da saúde, e consequentemente para os donos do "negócio", médicos capitalistas.
Enfim, a Cassems, me parece, segue sendo uma Caixa de Assistência de sucesso em seus quase 25 anos de existência. Entendo que a direção e os servidores têm feito boas escolhas.
William Mendes
13/12/25
Bibliografia:
SILVA, Eronildo Barbosa da. CASSEMS 15 anos: autogestão em saúde: um sonho possível. Campo Grande: CASSEMS, 2017.

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