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7.11.21

Memórias (II)


Em meio a intensa agenda de lutas,
instantes com a família.

Memórias das lutas dos bancários em 2006 (II)

Criei o blog de trabalho em 2006 quando era secretário de imprensa de nossa confederação cutista dos bancários (Contraf-CUT). Um dos objetivos do blog era prestar contas do mandato eletivo, tanto para os trabalhadores da base (mandato de 1º grau), quanto para o Sindicato, a Fetec CUT SP e a corrente política aos quais pertencia e que haviam indicado a mim para a direção de uma entidade de 3º grau, uma confederação. 

Apesar de ter como prioridade o mandato na secretaria de imprensa da confederação (decisão coletiva), nunca deixei de fazer trabalho de base no Sindicato. Havia aprendido isso nos debates do coletivo de banco ao qual pertencia, o Coletivo BB. 

Ao olhar minhas 25 postagens no mês de novembro de 2006 (clicar aqui), fica claro o quanto minha agenda semanal incluía conversar com os trabalhadores na base, mesclando a OLT (Organização no Local de Trabalho) com o dia a dia de reuniões sindicais e políticas nas duas entidades - Sindicato e Confederação - e o planejamento dos trabalhos da secretaria de imprensa. Também produzia textos políticos e fazia parte das negociações com o Banco do Brasil.

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BB E A TERCEIRIZAÇÃO DO SESMT (NR4)

Em 2006 a direção do banco atuou para precarizar o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), terceirizando o setor. O movimento sindical foi pra cima do banco e com organização e luta revertemos a terceirização. Ler a matéria aqui.

Anos depois, tive a oportunidade de conversar com diversos profissionais da área como diretor de saúde eleito na Cassi. Contei a eles e elas essa história de luta sindical que obrigou o Banco do Brasil a implantar estruturas de SESMT nas diversas regiões do país. Foi uma luta bonita! 

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CASSI: ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

No mês de novembro de 2006 a Contraf-CUT e o BB estavam discutindo as questões da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Ver postagem aqui. Essas negociações avançariam para uma reforma estatutária em 2007, com consulta ao corpo social e entrada de novos recursos na Cassi.

Eu era secretário de imprensa e o responsável pela revista O Espelho Nacional em 2006. Também era representante da Fetec CUT SP na Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB ou COE-BB).

Uma década depois, já como diretor eleito da Cassi, repliquei no blog como "post scriptum" uma entrevista de outubro/2006 com Aluísio Gomes sobre ESF, ele já havia atuado na Cassi e estava trabalhando na ANS como secretário geral da agência.

Tenho a consciência de dever cumprido por saber que durante nosso mandato na diretoria de saúde (2014/18) a ESF foi ampliada e fortalecida e chegou ao maior número histórico de cadastrados e acompanhados pelo modelo assistencial: 182 mil vidas. 

Após sairmos da gestão, a direção atual vem destruindo a Estratégia de Saúde da Família, modelo construído na Cassi por mais de 20 anos. Na entrevista, o senhor Aluísio Gomes explica por que é estratégico ter estruturas próprias de ESF como a Cassi vinha construindo desde 1996.

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BB ASSINA ADITIVO À CONVENÇÃO COLETIVA

Nossa geração tem o orgulho de ter encaminhado uma luta histórica da classe trabalhadora, a unidade. Nós organizamos e implementamos a campanha nacional unificada da categoria bancária, foi um processo intenso e de muito debate entre as diversas forças do movimento.

Em 2006 o Banco do Brasil assinou a Convenção Coletiva de Trabalho da Contraf-CUT com a federação dos banqueiros, a Fenaban. As questões específicas a nós, de lutas antigas ou direitos maiores e relativos aos funcionários do BB ficaram num aditivo à Convenção. Ver postagem aqui.

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TEMPOS DE LUTAS E APRENDIZADOS

Reler as 25 postagens do blog do mês de novembro de 2006 foi um momento de rever boas memórias de lutas e de conquistas. Eu vinha aprendendo dia a dia a ser um representante da classe trabalhadora. Acredito que fiz uma representação política honesta, dedicada e transparente. 

A postagem sobre o 7º Congresso da Fetec CUT SP (ler aqui) me lembrou do saudoso companheiro Tião, com quem aprendi muito. Nunca me esqueço de uma das assembleias decisivas do BB na qual Tião estava lá ao nosso lado na mesa para nos dar força e experiência. Eu tive o privilégio de compor mesas e fazer debates com assembleias lotadas de bancárias e bancários do BB desde 2003 até que fui para outra missão política, a direção da Cassi em 2014.

Ao ler o artigo que fiz para os debates sobre estratégia de organização de lutas e campanha salarial dos bancários, me lembrei que sempre fiz um esforço extra para estudar e escrever para o movimento de luta de classes. Ler aqui.

É isso. Boas memórias. Nós fizemos nossa contribuição nessa longa história humana, a luta de classes entre nós os trabalhadores e os donos do poder, os capitalistas.

William


Clique aqui para ler o texto de Memórias (III).

Para ler o 1º texto, clique aqui.


14.8.20

História da Cassi - Notícias da Contraf (agosto/2006)



Comentário do blog sobre a reprodução das matérias abaixo, de agosto de 2016:


Estamos em agosto de 2020. O Brasil sofreu um golpe de Estado em 2016 e após o fim da democracia representativa como a conhecíamos, muita coisa mudou para a classe trabalhadora. Mudou para pior, infelizmente. Os bancários estão no período de renovação de direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e na atual conjuntura de crise política, econômica e de saúde (pandemia mundial de Covid-19), e sob um regime de exceção (bolsonarismo, Congresso e Judiciário resultantes do golpe de Estado) as coisas serão difíceis para os trabalhadores. 

Além das perdas reais de direitos sociais, políticos e civis, os trabalhadores estão perdendo a sua história e sem história um povo não é nada, não é um povo, é um bando, um aglomerado de gente sem vínculo algum, algo pior que boa parte dos animais, que nos dão exemplos de convívio em grupos. Os trabalhadores estão absolutamente divididos e isso só favorece a outra classe, a dos capitalistas e seus capatazes.

Enfim, quis guardar no blog algumas matérias sobre as negociações sobre direitos em saúde por parte dos funcionários do Banco do Brasil, já que a Caixa de Assistência e o Plano de Associados nunca foram um reles "plano de saúde". Este blog contém centenas de postagens sobre a história da Cassi, sobretudo durante os anos de 2014 e 2018 porque resgatamos a história durante o período em que estivemos na gestão como diretor de saúde eleito pelos associados.

Guardemos a história das lutas dos trabalhadores. Ela está sendo apagada e perdida e a que surge vem sob um regime de exceção no país, e sem democracia plena a história dos trabalhadores não é a versão deles próprios e sim a daqueles que estão no poder, por força ou por meios diversos.

Nestas matérias abaixo, é possível ver a questão da "ultratividade". Enquanto o sujeito na presidência vetou a manutenção dos direitos da CCT enquanto durar a pandemia, os governos do Partido dos Trabalhadores prorrogavam os efeitos da CCT enquanto as campanhas salariais não renovavam os direitos coletivos. 

Também é importante lembrar o que apontamos durante as crises financeiras da Cassi: o patrocinador deu calote na receita do Plano de Associados por anos. Não cumpria o Estatuto e não pagava 4,5% e isso arrebentou as finanças da entidade. A coparticipação sobre exames, quando implantada, foi de 10% e não o abuso que é hoje, mesmo após uma reforma estatutária pra lá de favorável ao patrão e extremamente onerosa para os associados, com o fim da solidariedade no Plano de Associados. Enfim, a história é para ser conhecida pelos trabalhadores.

William Mendes

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(reprodução de matérias da Contraf-CUT)

Negociações com o BB terminam sem avanços

31 de agosto de 2006 - 20:13 - Banco do Brasil


(São Paulo) Terminaram em impasse as duas rodadas de negociações realizadas com o Banco do Brasil nesta quinta-feira para debater a Cassi e as reivindicações complementares do funcionalismo. Pela manhã, as discussões sobre a Caixa de Assistência continuaram sem avanços, já que o BB insiste em esconder os números que o levaram a apresentar sua proposta.

“A proposta do Banco do Brasil para a Cassi é muito diferente da nossa. Pelos dados que temos e que nos foram repassados pelos diretores eleitos da Caixa, precisamos de no mínimo R$ 850 milhões de receita para sustentar o Plano de Associados. Os números dos eleitos mostram também que a taxa de administração do Plano teria de ser fixada em 12% para um índice inflacionário de 13,75%. Com esses dados, a proposta do BB é insustentável”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.

Segundo o dirigente, o Banco do Brasil tem se recusado a apresentar seus números. “Deixamos claro na reunião que a diretoria do BB precisa abrir os dados sobre a Cassi para que possamos negociar e chegar a um denominador comum. Pelos números dos eleitos, a proposta do Banco não viabiliza financeiramente a Cassi. O BB, por exemplo, considera fundamental a coparticipação dos associados, que nós somos contra. Ao contrário dos diretores eleitos da Cassi que defendem este princípio. Mas não podemos negociar isso, sem os dados do banco”, destaca Marcel.

A Comissão de Empresa também cobrou a implantação do Plano Odontológico. O Banco diz que aceita negociar, mas novamente não apresentou nenhuma proposta durantes as negociações.

Reivindicações específicas

As negociações sobre a minuta complementar dos funcionários do BB, entregue no último dia 17, também não avançaram. Um dos principais anseios dos bancários, a implantação de um novo Plano de Cargos e Salários (PCS), não pôde ser negociado porque, segundo o banco, a Lei Eleitoral proíbe mudanças que possam levar a reajustes salariais às vésperas das eleições. As discussões sobre o PCS ficaram para depois de outubro.

Na questão da isonomia, a direção do BB jogou um balde de água fria no funcionalismo. Segundo os negociadores, o banco já avançou onde pôde e novas mudanças foram praticamente descartadas pela direção. “A licença-prêmio, por exemplo, foi totalmente negada pelo BB. Não conseguimos respostas para nenhuma das cláusulas apresentadas. Precisamos intensificar a pressão para arrancar novas conquistas do banco”, ressaltou Marcel.

Outras pendências, como a regularização do vale-transporte e o pagamento da verba de R$ 31,80, também continuam. O BB levou um técnico para provar que o vale-transporte está sendo pago corretamente. “Já entramos com uma representação no Ministério Público e vamos aguardar a manifestação dos promotores sobre o caso”, lembra Marcel.

A Comissão de Empresa provou para a diretoria do banco que a verba 109, de R$ 31,80, não está sendo paga a todos os funcionários que têm esse direito. O banco ficou de analisar.

Acordo prorrogado

Com o início das negociações complementares, o Banco do Brasil aceitou prorrogar as cláusulas do atual acordo até o dia 30 de setembro. A direção do BB se comprometeu a manter as conquistas trabalhistas dos funcionários na Campanha Nacional do ano passado. Com relação à PLR, o banco diz que pretende seguir o que for acordado com a Fenaban, mas manterá a proporcionalidade em relação ao que foi pago no ano passado.

Fonte: Contraf-CUT

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Negociações sobre a Cassi não avançam

24 de agosto de 2006 - 19:30 - Banco do Brasil

(São Paulo) A negociação desta quinta-feira entre a Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil terminou sem avanços. As discussões centradas exclusivamente nas questões da Cassi continuam em impasse e nova rodada de negociações foi agendada para semana que vem, no dia 1º de setembro.

“As negociações estão muito devagar, o banco nos trouxe algumas propostas, mas elas são muito tímidas. Não são suficientes para resolver os problemas estruturais da Cassi, que precisam de soluções urgentes”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa.

O Banco do Brasil concordou com as alterações estatutárias propostas pelos bancários, mas quer que as eleições da Cassi sejam realizadas de quatro em quatro anos e não a cada dois anos como é hoje.

O BB também aumentou a proposta de investimento de R$ 120 milhões para R$ 200 milhões que seriam utilizados em serviços próprios. “Este aumento foi positivo, mas o valor ainda está muito aquém do que o banco deve para a Cassi. Precisamos aumentar o investimento”, destacou Milton Rezende, vice-presidente da Contraf-CUT.

A diretoria do banco também propôs a redução da coparticipação de 20% para 15%, mas os bancários não concordam. “Nem queremos discutir esta questão porque não concordamos com o princípio da coparticipação proposto pelo banco. O BB também aceita assumir os dependentes indiretos, mas só daqui para frente. E o passado? E o déficit que temos hoje? O BB não quis discutir isto e a questão dos dependentes indiretos também não avançou”, explicou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT.

Plano Odontológico

O Banco do Brasil concorda em discutir a implantação do plano odontológico, mas a direção quer negociar na mesa específica. “Este é um assunto relativo à Cassi e queremos discutir sim na mesa da Cassi”, disse Olivan Faustino, do Sindicato da Bahia.

Antes da nova rodada de negociações sobre a Caixa de Assistência, os bancários e o BB agendaram um encontro no dia 31 para discutir as reivindicações específicas. A data ainda precisa ser confirmada, mas a ideia é negociar um dia antes da mesa da Cassi.

Fonte: Contraf-CUT

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Negociação unificada, reafirmada em reunião com o BB

17 de agosto de 2006 - 18:26 - Banco do Brasil

Entre as reivindicações estão isonomia e PCS. Discussão abrangeu ainda contraproposta para a Cassi e denúncia de casos de assédio moral

(Brasília) Na reunião do Comando Nacional e da Comissão de Empresa dos Funcionários com os representantes da direção do Banco do Brasil, foi reafirmada a participação do BB na negociação unificada que ocorrerá com todas as empresas financeiras na Fenaban, ao mesmo tempo da discussão de temas específicos.

Entre esses temas, a minuta entregue ressalta a devolução das horas compensadas em virtude das greves de 2004-2005, a isonomia de direitos entre todos os funcionários e Plano de Cargos e Salários a partir de 01/09/2006, independentemente da data de fechamento da Campanha Nacional do Ramo Financeiro.

Outro ponto discutido foi a contraproposta feita pelos trabalhadores para a Cassi, que inclui aporte de R$ 400 milhões por parte do banco (entre investimento em serviços próprios e recomposição de reservas do Plano de Associados), ressarcimento de déficits anuais e cumprimento do estatuto, com contribuição patronal equivalente a 1,5 vez a do funcionário. A direção do BB comprometeu-se a estudar e dar resposta a esse e outros pontos na próxima negociação.

O Comando voltou a cobrar também o pagamento de todos os meses da verba 109, de R$ 31,80, que o BB vem descumprindo para bancários com salário abaixo de R$ 1.500, como os das centrais CABB de São Paulo e Paraná. O banco disse que está avaliando juridicamente e que, se devido, fará o pagamento.

Denúncia de assédio moral

Na reunião, foram relatados casos de assédio moral por conta do programa Sinergia de Norte a Sul do País. Foi cobrada iniciativa concreta para combater essa prática. “Chegaram, num primeiro momento, a atribuir essa prática a uma ‘cultura autoritária’ da sociedade brasileira, dizendo que é coibida na empresa. Mas o que precisamos é de medidas efetivas de combate ao assédio moral e incentivar a educação dos gestores que utilizam essa prática, denunciados com documentos, para servir de exemplo”, conclui Marcel Juviniano, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.

Fonte: Contraf-CUT

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Comissão de Empresa recebe estudo e proposta dos eleitos pra Cassi

11 de agosto de 2006 - 18:23 - Banco do Brasil

(São Paulo) A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil recebeu na tarde desta sexta-feira um projeto e estudos de proposta para a Cassi, entregue pelos diretores e conselheiros eleitos da Caixa de Assistência. Após a entrega, a coordenação da Comissão, a Contraf-CUT e os eleitos da Cassi debateram vários pontos importantes para os associados da Cassi.

“O estudo vai ao encontro das resoluções definidas pelos representantes dos funcionários no congresso do BB, realizado durante a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, no final de julho. Ele quantifica a dívida do Banco do Brasil com a Cassi e exige o cumprimento do estatuto com a contribuição patronal de 4,5% para os funcionários que ingressaram no BB após 98. Também contempla a implantação do Plano Odontológico e traz estudos técnicos e atuariais que dão mais subsídios para a Comissão na hora de negociar com o banco”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa.

Segundo ele, a contraproposta que os eleitos da Cassi entregaram será analisada na reunião agendada para o próximo dia 16. No dia seguinte está marcada a negociação com o banco para debater os problemas da Caixa de Assistência.

“Vamos apresentar a nossa contraproposta para o banco, com vários pontos que garantem uma Cassi forte e obriga o BB a ter mais responsabilidade com a saúde dos seus funcionários. Na última negociação, o banco apresentou o seu projeto, mas ele foi rejeitado porque, depois de três anos de negociações, o BB quer passar a dívida para os associados. Vamos brigar muito, porque a Cassi é nossa prioridade”, afirma Marcel.

Os dirigentes eleitos da Cassi se colocaram também à disposição da Comissão de Empresa para participar dos debates, colaborarem nos estudos e nas negociações com o banco.

Fonte: Contraf-CUT

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Comissão de Empresa recebe sugestão de contraproposta para a Cassi

10 de agosto de 2006 - 18:58 - Banco do Brasil

(São Paulo) Os dirigentes eleitos da Cassi entregam nesta sexta-feira para a coordenação da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil um projeto de contraproposta para a Caixa de Saúde.

Segundo Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa, a contraproposta que os eleitos da Cassi vão entregar será analisada na reunião agendada para o próximo dia 16. “Um dia depois vamos negociar com o banco e a Cassi será um dos temas centrais da pauta”, explicou.

Durante a 8ª Conferência Nacional, os representantes dos funcionários do BB realizaram um Encontro específico e reafirmaram a rejeição da proposta de custeio da Cassi apresentada pela direção do banco.

“Os dirigentes sindicais autorizaram a Comissão de Empresa a negociar uma contraproposta que tenha como premissa a quitação do passivo do banco com a Caixa de Assistência, incluindo o pagamento dos 4,5% referentes à contribuição dos funcionários pós-98 e dos dependentes indiretos. Os delegados aprovaram ainda a implantação do Plano Odontológico”, detalhou Marcel Barros.

Fonte: Contraf-CUT

8.8.20

História da Cassi - Notícia da Contraf-CUT (22/maio/06)


Cassi: BB quer passar a conta para os associados

22 de maio de 2006 - 19:26 - Banco do Brasil


(São Paulo) Depois de três anos de negociações, o Banco do Brasil finalmente apresentou sua proposta para a Cassi. E causou profunda irritação nos representantes dos funcionários, com um projeto irresponsável e que cobra dos associados sua dívida de anos e anos de descumprimento do Estatuto.

“A proposta é um tapa na cara dos associados. O banco, além de não assumir sua responsabilidade, ainda quer passar a conta para aqueles a quem prejudicou. Depois de três anos e de ter falado que 2005 era o ano da Cassi, o banco vem com esta proposta lamentável”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Pela proposta, o banco continua descumprindo o Estatuto que define a contribuição patronal em 4,5% dos salários. Desde os tempos de FHC, o BB só paga 3% para os novos funcionários contratados após 1998. “Em vez de corrigir essa irregularidade, o BB ainda quer onerar o associado”, explicou Eduardo Araújo, representante de Brasília na Comissão de Empresa. O banco quer aumentar a participação dos associados pós-98 de 3% para 3,75% dos salários e também quer estabelecer sua participação em 3,75%. Ou seja, em vez de pagar 1,5 por 1, como prevê o Estatuto, quer equiparar suas contribuições às do funcionário.

O Banco do Brasil também prejudica o associado da Cassi em sua proposta de criar a participação compulsória do associado em exames e eventos. “A Comissão de Empresa não concorda com uma proposta que tem como fundamento aumentar a taxação dos trabalhadores. Foi o banco que levou a Cassi a sua situação atual e agora deveria assumir as consequências”, afirmou William Mendes, da Comissão de Empresa.

A proposta apresentada pelo banco também ignora o Plano Odontológico, reivindicação antiga do funcionalismo.

Os únicos pontos positivos da proposta ficaram por conta da assunção, por parte do banco, do custeio dos dependentes indiretos e de um aporte financeiro de R$ 120 milhões que se compromete a repassar em quatro anos, a título de investimento em serviços próprios da Cassi.

Fonte: Contraf-CUT


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COMENTÁRIO DO BLOG (08/08/20):

A história das lutas dos movimentos populares e dos trabalhadores está sendo apagada. Primeiro porque vivemos um período trágico de revisionismo por parte dos grupos conservadores que chegaram ao poder por golpe. Segundo porque a história das lutas sindicais está em boa parte em meio virtual, que deixa de existir assim que os sites originais fazem mudanças em seus servidores.

Um povo que não conhece sua história, não valoriza as conquistas que foram obtidas com muita luta de classe. Eu percebi isso quando fui eleito diretor de saúde da nossa Caixa de Assistência, com mandato entre junho/2014 e maio/2018. 

Basta olhar a matéria reproduzida acima, de maio de 2006, para entender por que durante o período que representei os associados não permitimos que o banco "passasse a conta para o associado" sem assumir a responsabilidade dele nos déficits do sistema de saúde Cassi. Também fomos firmes em não permitir a quebra da solidariedade no Plano de Associados.

É isso! Imprimam e guardem a nossa história, pois já vivemos os tempos sombrios em que as fake news e a pós-verdade têm ludibriado a classe trabalhadora.

13.6.16

Cassi - Estratégia Saúde da Família (ESF) é destaque... em 2006


Quando eu estava na Contraf-CUT em 2006, já defendia a
Estratégia Saúde da Família (ESF). Hoje, mais que nunca,
é a melhor alternativa para sistemas de saúde.
 

Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,

Eu tenho dito a vocês que faz dois anos que estudo profundamente tanto a nossa Caixa de Assistência, como gestor eleito, como também a história de nossas lutas, conquistas e direitos.

Apresento a vocês, matéria da revista Espelho Nacional de outubro de 2006 sobre a Cassi e a ESF.

Eu era dirigente do Sindicato e secretário de imprensa da Contraf-CUT. Neste dia, nós publicamos no site do Sindicato uma entrevista que fizemos com o sr. Aluísio Gomes para a revista Espelho Nacional outubro/2006, que nós produzíamos na Confederação cutista. 

Aluísio Gomes estava na ANS e havia trabalhado na Cassi anteriormente. Ele nos fala da Estratégia Saúde da Família (ESF) e que atuar preventivamente é a melhor forma de lidar com a saúde. 

Vejam a entrevista que completa (dez) anos! Passado todo esse tempo, tanto os planos de autogestão, que não visam lucro, como os planos de saúde do mercado estão mal das pernas por causa da crise no setor e até eles pensam hoje em adotar médico de família e atenção primária.

A Cassi, no entanto, não fez o dever de casa, e praticamente parou de avançar no modelo desde essa época da entrevista. Não completou a extensão da cobertura da ESF para o conjunto da população assistida pela Caixa de Assistência e não implantou também os outros fatores fundamentais como Rede Referenciada e contra-referência. Nós ainda não temos sequer os 415 mil participantes do Plano de Associados cadastrados, mapeados e acompanhados pela ESF em todo o país. 

Mas estamos trabalhando para isso desde que chegamos eleitos à Diretoria de Saúde da Cassi em junho de 2014, porque mais que nunca, a promoção de saúde e prevenção de doenças, monitorando quem já tem problemas de saúde, é a melhor forma de manter populações cuidadas e com controle melhor no uso dos recursos dos associados.

William Mendes

Diretor de Saúde e Rede de Atendimento(eleito)


(reprodução de matéria de 2006)


BB: Contraf-CUT espera avanços para a Cassi nas negociações

Veja abaixo entrevista com o secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)



São Paulo - Nesta quinta-feira, dia 9, a Contraf-CUT e o Banco do Brasil retomam o processo de negociações permanentes para debater, entre outros assuntos, os problemas da Cassi. Depois de três anos de negociações, os trabalhadores e o banco ainda não chegaram a um acordo.

“A Cassi é muito importante para os funcionários do BB e seus familiares. Por isso precisamos construir uma proposta que atenda às necessidades da Caixa de Assistência para que ela saia desta situação problemática em que se encontra. A Contraf-CUT já apresentou uma proposta para o BB, que, por sua vez, também nos apresentou uma, mas que não atende nossas reivindicações. Precisamos urgentemente chegar a um consenso e sair deste impasse”, afirmou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.


Estratégia Saúde da Família 

Para subsidiar os debates, O Espelho Nacional de outubro trouxe uma entrevista com Aluísio Gomes, secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e que já trabalhou na Cassi. Ele falou da estratégia de saúde da família e de outros desafios da Caixa de Assistência. Confira abaixo a íntegra da entrevista.


Saúde é atuar preventivamente 

Aluísio Gomes da Silva Júnior, secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, trabalhou na implantação do serviço de saúde da família no município de Niterói (RJ) e na Cassi. Nesta entrevista, ele fala das diferenças de concepção entre os planos de saúde tradicionais e a Cassi e da importância da implantação do serviço próprio.


O Espelho – Queria que o senhor conceituasse a saúde da família, explicando a diferença dela para a medicina tradicional. 

Aluísio Gomes da Silva Jr. – É uma estratégia de organização dos serviços de saúde em que os focos são as famílias em seus contextos e suas coletividades, o que é diferente do que se faz geralmente, em que o foco são os indivíduos isolados dos seus contextos. Ela é melhor sob alguns aspectos: primeiro do ponto de vista de entender o fenômeno de adoecimento e sofrimentos dos seres humanos como uma interação com o meio ambiente, em que existe uma questão social, uma questão conjuntural. O enfoque tradicional aborda só os aspectos biológicos, isolando os seres humanos. A saúde da família possibilita ver o ser humano mais amplo, como pessoa e dentro da sua família, da sua comunidade, da sua sociedade, com todos os reflexos que isso tem. A segunda questão é a possibilidade de você atuar preventivamente, acompanhando a saúde das pessoas, investindo em saúde em vez de intervir só em caso de doença. Ou seja, pressupõe que a equipe tenha um vínculo com as famílias que permita acompanhar a evolução de saúde dessas pessoas, a atuar em prevenção, intervindo na promoção de saúde, agindo precocemente em caso de aparecimento de doenças.


O Espelho – Um dos grandes problemas dos planos de saúde hoje é que existem muitas rotinas complexas ou exames pedidos até desnecessariamente, por isso muitos planos cobram muito ou têm problemas de déficit... 

Silva Jr – Na realidade os planos de saúde hoje são muito focados em cima de doenças e procedimentos, não em cima de pessoas que podem não adoecer. Então, na maioria das vezes, você pega situações que vão se agravando e que exigem muitos investimentos de cura, isso é, de diagnóstico, de intervenção, o que torna o custo insuportável. No momento em que você adota uma estratégia de acompanhamento, investimento em prevenção e promoção consegue desviar um pouco esse foco, além de possibilitar o investimento na saúde das pessoas e um possível controle melhor dos custos, uma certa previsibilidade. Por exemplo, um diabético não acompanhado pode ser surpreendido por um coma, uma situação grave que fique hospitalizado, perca um pé, fique cego. Ou seja, uma complicação não só econômica, mas principalmente social. Com a atuação você pode diagnosticar precocemente e acompanhar esse paciente, investir na saúde dele para que a diabete possa ser uma doença de convívio, não de flagelo.


O Espelho – Pois é uma doença de fácil controle... 

Silva Jr – Exato e que pode se tornar muito séria quando isso não é feito. Há também a discussão das questões emocionais. Hoje quase 70% do que se procura nos serviços médicos são queixas indefinidas, que têm muito a ver com o estresse urbano, com as preocupações das pessoas, certa angústia urbana. Os praticantes profissionais que atuam na abordagem da saúde da família têm a possibilidade de discutir esse contexto, entender esse contexto, traçar projetos de intervenção que levem em conta o estresse do trabalho, da vida da família, de todas as coisas, não só curar determinadas doenças estabelecidas.


O Espelho – Gostaria que o senhor contasse um pouco da experiência de quando trabalhou na Cassi e também na Prefeitura de Niterói. 

Silva Jr – Em Niterói, a construção do SUS vem de muito tempo, da década de 70 e com uma série de iniciativas inovadoras no campo da política pública.

Foi um dos primeiros municípios do Brasil a unificar serviços, a municipalizar determinados procedimentos e implantar uma lógica de vigilância em saúde, não de sair correndo atrás de doença. Distritalizou para conhecer melhor a cidade e, num contínuo, a estratégia de saúde da família, que foi de alguma forma dialogado com Cuba, incorporando novos procedimentos, um modo de agir da equipe diferenciado, que aumentou a cobertura das equipes e a interface com a comunidade, aumentando a possibilidade de intervenção na saúde das pessoas. Um resultado muito interessante, e isso foi implantado em 1992 e, hoje, quase 40% da população de Niterói é coberta por médicos de família com bastante sucesso, uma satisfação muito grande. A Cassi estava antenada com os movimentos que estavam acontecendo não só em Niterói, mas no mundo inteiro, com a implantação da estratégia da saúde da família.

Desde a década de 1970 trabalha-se com essa lógica na Inglaterra, no Canadá, em Cuba, ou seja, em alguns países que tiveram um salto de qualidade. Consolidada no mundo, quando a Cassi traz para dentro da sua política de saúde ela está com duas preocupações: a primeira de tentar promover saúde, de não ficar correndo atrás da doença. A segunda, a possibilidade de conhecer melhor sua clientela e oferecer serviços mais adequados, intervir mais preventivamente e, em última análise, controlar custos, tornar o sistema mais efetivo e mais eficiente.


O Espelho – Esses objetivos em relação à política de saúde da família foram atingidos? 

Silva Jr – Eu acho que vêm sendo. Estou afastado da Cassi nos últimos dois anos e meio, depois que entrei na Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, mas, pelo que tenho acompanhado, a Cassi tem sido usada como exemplo para as outras operadoras. Algumas que estão se formando agora praticamente se inspiraram na Cassi, com todas as suas políticas, lembrando que a estratégia da saúde da família não é isolada, é articulada com uma série de outras estratégias para garantir um sistema de saúde que atenda a integralidade dos problemas.


O Espelho – Uma discussão que vem dos tempos que o senhor estava lá é a necessidade ou não de rede própria para poder implantar o modelo. Há necessidade de instalá-la? 

Silva Jr – É estratégico, porque a rede própria no modelo da Cassi tem um papel muito interessante. Quando instala uma unidade dela, a Cassi passa a ter também controle sobre os prestadores, o que é um divisor de águas em situação de conflito e negociação. Por outro lado, existem poucos serviços no Brasil voltados para esse tipo de procedimento, ou seja, o sistema de saúde privado brasileiro é muito voltado para a venda de procedimentos, não é tão fácil assim encontrar equipes no setor privado disponíveis para desenvolver a estratégia da saúde da família. Isso é uma característica muito mais do sistema público que do privado. Ao tomar a atitude de montar serviços próprios, a Cassi não só garante um diferencial em relação aos concorrentes nos lugares que atua, mas também garante a assistência diferenciada para sua clientela, como criou um exemplo para o próprio mercado, que começa a correr atrás.


Fonte: Seeb SP com Contraf-CUT - 08/11/2006

9.4.15

Estudos: Cassi 2006


(reprodução do texto original)

Relatório Anual - Apresentação

Compromisso com sua saúde

Diretoria



2006 foi um ano em que conseguimos avançar no desafio coletivo de preparar e manter as bases para o salto desejado pela Cassi. Não obstante a existência de um contexto desfavorável, caminhamos no sentido de consolidar condições para assegurar atendimento cada vez melhor para a promoção da saúde das mais de 760 mil vidas assistidas por nossa instituição em associação com desempenho mais adequado no resultado econômico-financeiro dos Planos de Saúde.

Procuramos mostrar essa realidade nesta prestação de contas. De forma transparente, apresentamos, para seu conhecimento e avaliação, as ações, os projetos e os investimentos que realizamos em 2006.

As análises e os números dão conta do real quadro da Caixa de Assistência. Você, associado, pode verificar que se repete o desequilíbrio no custeio do Plano de Associados, ao contrário do que ocorre com o Cassi Família. Assim, de um lado, temos um plano destinado ao atendimento dos nossos parentes até o terceiro grau, que completou 10 anos em 2006, com superávit operacional e equilíbrio atuarial. Do outro, o Plano de Associados apresenta um desequilíbrio financeiro - recorrente desde 1999 - fruto do descasamento das evoluções de receitas e despesas.

É expressivo o aumento dos custos com saúde quando comparado com a inflação geral do País; aliás esta é uma realidade de todos os países. O segmento de saúde e, em especial, o de saúde suplementar apresenta desafios categóricos para a concretização de um equilíbrio sustentável, que envolve gama considerável de variáveis. Alguns dos principais vetores são:

- intensificação de uso;

- surgimento de dispendiosas tecnologias;

- exigências de melhores atendimentos;

- novos procedimentos e medicamentos;

- eficiência e eficácia da gestão;

- estratégias de promoção e prevenção de saúde;

- o aumento da longevidade dos participantes (felizmente neste caso).

O senso de urgência e a necessidade de estado de alerta serão eternos na área de saúde. Assim, é imperativo que todos nós saibamos de nossas responsabilidades para  que a perenidade do Plano seja alcançada. Não é possível obter sustentabilidade no Plano de Associados sem a participação efetiva de todos, associados, Banco do Brasil e gestores da Cassi.

Alternativas para o custeio do Plano de Associados continuaram sendo debatidas ao longo de 2006 entre o patrocinador Banco do Brasil, conselheiros e diretores eleitos e representantes dos associados, que chegaram a um acordo consensual, levando o Corpo Social a ter que apreciar (em 2007) uma reforma de Estatuto para reestruturação da Cassi.

Nem por causa desse quadro a Cassi deixou de prestar e buscar os melhores serviços para os participantes. As equipes de Saúde da Família prestaram quase 478 mil atendimentos nos Serviços Próprios. Só em 2006, cerca de 30 mil participantes se cadastraram na Estratégia Saúde da Família, totalizando mais de 100 mil pessoas que passaram a ter acesso a diversas ações de prevenção de doenças e promoção de saúde. Para atendê-los melhor, o uso do prontuário eletrônico foi incrementado significativamente; os profissionais de saúde mantiveram-se dedicados; e os canais de relacionamento com os participantes, como a Central Cassi, foram aperfeiçoados. O esforço é reconhecido considerando a ampla maioria de participantes com visão positiva da Cassi.

Nos bastidores de toda atuação, foram implantados diversos projetos desenvolvidos pelas áreas técnicas, que colaboraram para um desempenho favorável na rede. Entre eles, destacam-se a nova metodologia de planejamento que estabeleceu novos objetivos e diretrizes para a instituição; o Projeto Íris, responsável pela automação da autorização e do faturamento e relacionamento com prestadores e participantes; a criação e revisão de estrutura de algumas gerências; e a padronização e automação de processos, que tendem a reduzir os incrementos das despesas de forma compatível com as receitas futuras.

Enfim, chegamos ao final de 2006 com uma gestão melhor definida para o alcance das metas, com o compromisso de prestar um atendimento cada vez mais adequado aos nossos participantes a partir da concretização da solução de custeio, do aumento da eficiência na gestão e no controle e da conscientização para uma utilização parcimoniosa por parte dos associados da Cassi.

Boa leitura e reflexão.

Conselho Deliberativo

- Maria das Graças C. Machado Costa (presidente)
- Denise Lopes Vianna (vice-presidente)
- Carlos Eduardo Leal Neri (efetivo)
- Roosevelt Rui dos Santos (efetivo)
- Solon Coutinho de Lucena Filho (efetivo)
- Carlos Frederico Tadeu Gomes (suplente)
- Cláudio Alberto Barbirato Tavares (suplente)
- Geraldo Pedroso Magnanelli (suplente)
- Marcelo Gonçalves Farinha (suplente)
- Maria do Carmo Trivizan (suplente)

Conselho Fiscal

- Ana Lúcia Landin (presidente)
- Íris Carvalho Silva (titular)
- Urbano de Moraes Brunoro (titular)
- Décio Bottechia Júnior (suplente)
- Francisco Alves e Silva (suplente)
- Maria do Céu Brito de Medeiros (suplente)

Diretoria Executiva

- Sérgio Dutra Vianna de Oliveira (Diretor Superintendente)
- Roberto Francisco Casagrande Herdeiro (Diretor Administrativo-financeiro)
- José Antonio Diniz de Oliveira (Diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes)
- Douglas José Scortegagna (Diretor de Saúde)

Fonte: Relatório Anual Cassi 2006, site da Cassi.

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COMENTÁRIO DO BLOG (atualizado em 20/04/15):

- Os sublinhados são marcações do Blog;

- Déficit da Cassi: é interessante notar que a nova gestão, eleita durante o ano, mudou sensivelmente o texto de apresentação. Não vimos o valor do déficit dito a nós no texto. Precisei ir aos números para sabê-lo:

Déficit operacional Plano de Associados = R$ 122 milhões (81 milhões em 2005)

Resultado consolidado Cassi = déficit de R$ 22 milhões (foi 13 milhões positivos em 2005);

- Plano Odontológico: aqui começa a história do Plano Odontológico. A Cassi lançou projeto piloto de atendimento odontológico (relatório, página 16), com a implantação desse serviço no Convênio de Reciprocidade com o STF. O acompanhamento e a avaliação dos resultados do projeto tinha como objetivo estender o direito em odontologia para o conjunto dos associados, como sempre dissemos nos debates com o Corpo Social. Seria um direito em Atenção Primária para todos os associados. (e não só aquele plano da Odontoprev ofertado somente para o pessoal da ativa em 2010);

- Conferências de Saúde (tratamento desigual aos eleitos por parte do BB conforme a época): agora em 2015 o BB e seus representantes na Cassi vetaram recursos para a realização das Conferências de Saúde e eleição dos Conselhos de Usuários. Alegaram que é por restrições orçamentárias.

Em 2006, a Cassi passava pela mesma situação de restrições orçamentárias e, no entanto, conforme vemos na página 19 do relatório, os eleitos não tiveram problemas e puderam realizar as 6 conferências e as oficinas de capacitação.

Como já expliquei neste ano de 2015, nós estamos buscando recursos e vamos realizar as Conferências porque entendemos ser fundamental a participação social na Cassi, ainda mais neste período de definição e busca de soluções para a nossa Caixa de Assistência;

- ESF: 104.582 cadastrados para uma população total de 400.879 vidas no Plano de Associados. isso equivale a 26,09% do total.

- Crescimento do cadastro de participantes na ESF de 2005 para 2006: 39,4% (75 mil em 2005 e 104.582 em 2006)

- Convênio de Reciprocidade: 73,9 mil assistidos

31.10.07

Quinta, 25 de outubro (Informações sobre Relatório Anual Cassi 2006)


Estive no Sindicato e na Contraf-CUT.

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Post Scriptum:

Reproduzo abaixo matéria de 23/10/07 do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, a respeito da votação do Relatório Anual Cassi 2006, que não foi votado antes por causa das votações da Reforma Estatutária de 2007.

(reprodução de matéria)


Votação de Relatório da Cassi vai até 26 de outubro

Teve início nesta segunda-feira (22 de outubro) com término previsto para a próxima sexta-feira(26) a votação do Relatório Anual de 2006 da Cassi. Os ativos e aposentados do Plano de Associados deverão opinar sobre as demonstrações contábeis do ano passado, após receberem em casa uma cópia do relatório com as informações, pareceres dos conselhos Deliberativo e Fiscal e dos auditores independentes, sendo demonstrado ainda os principais programas e ações da Cassi no ano passado.

O relatório já teve todos os pareceres favoráveis nos locais pelos quais tramitou. A votação não foi obrigatória, e conforme o Conselho Deliberativo da Cassi, deveria ter sido apreciado em abril, porém, diante da reforma estatutária e o acordo financeiro negociado com o Banco do Brasil, colocou-se o procedimento em segundo plano, priorizando a reestruturação do plano.

Os participantes da ativa votarão pelo SisBB, e os aposentados pelo telefone 0800-729-0808 da Previ. Funcionários da ativa em férias ou de licença precisam se dirigir à sua agência de origem para obter a nova senha para votação. Quem aderiu ao Plano de Aposentadoria antecipada, mesmo que ainda na ativa, deverá votar pelo 0800 da Previ.

Fonte: Secretaria de Imprensa e Comunicação, com Contraf/CUT e Cassi

22.11.06

Cassi: avanços só com pressão


COMENTÁRIO DO BLOG:

Esta postagem foi atualizada em 07/09/15, ao pesquisar a Cassi no site da Contraf-CUT. Eu também utilizo meu blog para guardar textos importantes ou históricos. Neste momento de novos debates sobre a Caixa de Assistência, toda informação é relevante.


Após a matéria da Contraf sobre a Cassi, está a postagem original com a agenda e observações da época.

William Mendes
Diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)



(Matéria Contraf-CUT de 22/11/2006)




Cassi: avanços só com pressão


(São Paulo) A Campanha Nacional deste ano terminou, mas os bancários do BB precisam continuar mobilizados para que o Banco resolva os problemas da Cassi e da Previ, entre outros pontos. As negociações permanentes seguem em curso, mas sem pressão a diretoria do Bando do Brasil vai continuar empurrando a solução para as reivindicações dos trabalhadores.

“Faz mais de um ano que o BB se comprometeu a apresentar um projeto de reestruturação da Cassi. O Banco atrasou por meses e só nos apresentou sua proposta no final do semestre passado. Ela tem muitos problemas e até agora não conseguimos desatar os nós para avançarmos e fecharmos um projeto em consenso”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

De acordo com o secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa, William Mendes, houve um momento, após a terceira rodada de negociações, em que a discussão sobre a Cassi travou. “Aceitamos debater vários pontos do projeto do Banco, numa demonstração de boa-fé da Contraf-CUT e interesse em resolver os problemas da Cassi. Mas, numa postura incompreensível, o BB quer impor vários itens e volta a emperrar o processo negocial. Não nos resta alternativa que não seja mobilizar todo o funcionalismo e protestar para pressionar o Banco”, disse William.

“A Cassi é um patrimônio muito importante para os funcionários do Banco e sua situação financeira preocupa a todos nós. Precisamos de soluções urgentes e por isso os sindicatos devem organizar atividades e ampliar as mobilizações”, afirmou Milton Rezende, vice-presidente da Contraf-CUT.


Previ

Outro ponto importante na pauta de reivindicações dos funcionários do BB é a melhora de benefícios para os associados da Previ. Os bancários querem que o Banco utilize a reserva especial de revisão de plano, composta por parte do superávit, para aumentar os benefícios dos participantes.

“A Comissão de Empresa já reivindicou ao BB a abertura das negociações sobre esta melhoria de benefícios. Os bancários precisam ficar atentos e acompanhar de perto o desenrolar dos debates. Afinal, é o nosso futuro que está em jogo”, finalizou José Paulo Staub, representante do Paraná na Comissão de Empresa.


Fonte: Contraf-CUT


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AGENDA SINDICAL (em 22/11/06)

Dia começa com movimentação.

Contatos com companheiros dos sindicatos de São Paulo e Paraná, para exigir do Banco do Brasil o cumprimento de promessa de negociação.

Primeiro, Banco diz que cumpre a cláusula de gratificação de função da Fenaban de 55%. Agora diz que só vai aplicá-la para quem trabalha em jornada de 8 horas, deixando de fora os comissionados de 6 horas, como os colegas da CABB de São Paulo e Paraná.

A resposta da Contraf-CUT, dos sindicatos e dos bancários deve ser imediata. É o que faremos.

William Mendes
Membro da Comissão de Empresa pela Fetec CUT SP

16.11.06

Quinta, 16 de novembro (Conselho de Usuários e assembleia)


Agenda de trabalho:

Pela manhã, reunião na Contraf-CUT;

À tarde, participação na reunião do Conselho de Usuários da Cassi de SP.

À noite, assembleia dos bancários da base de São Paulo, Osasco e região - na quadra da Tabatinguera - para eleição de delegados ao 7º Congresso da Fetec CUT SP.

9.11.06

Cassi - Negociação entre Contraf-CUT e BB


Terminou há pouco as negociações com o Banco sobre a Cassi, e outras questões específicas. A Comissão de Empresa se reunirá para avaliação e confecção do informe.

Veja a matéria:


BB diz que Cassi preocupa, mas não melhora proposta


(São Paulo) Terminou em impasse a primeira rodada de negociações com o Banco do Brasil após a Campanha Nacional. Em reunião realizada nesta quinta-feira, dia 9, não houve qualquer avanço nas discussões sobre a Cassi. 

A Contraf-CUT também cobrou respostas sobre as reivindicações da Previ, mas o BB também não trouxe nenhuma novidade. “Saímos das negociações da mesma forma que entramos, sem nada de novo. O Banco do Brasil disse que o equilíbrio financeiro da Cassi é importante e preocupa a direção. Mas na prática não faz nada para avançarmos nessa questão. Só o fato de o BB não aceitar o cumprimento do Estatuto mostra o seu descompromisso com a Caixa de Assistência e com a saúde do trabalhador”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários. 

A Contraf-CUT apresentou ao BB um documento no qual concorda em debater o Fator Moderador, mas exige do Banco o cumprimento do Estatuto da Cassi, o aporte de recursos para recompor as reservas e a implantação do plano odontológico, entre outros pontos.

Os debates destas questões estão condicionados entre si. “Apesar da nossa disposição em negociar, o BB não quis avançar e se manteve intransigente. Não assumiu nem o compromisso de cumprir o estatuto e manteve a sua proposta anterior, que previa o investimento de R$ 200 milhões em serviços próprios, muito menos do que o Banco deve à Cassi”, detalhou Olivan Faustino, representante da Feeb Bahia e Sergipe na Comissão de Empresa. 

O Banco também propôs incluir o Plano Odontológico no Estatuto, sem implementá-lo, e não concordou em assumir as despesas referentes às doenças do trabalho, causadas pela própria empresa. 

Em relação ao fator moderador, o BB insiste que haja uma coparticipação de 15% em exames e 10% nos casos de doenças crônicas. "Primeiro, o Banco diz que a coparticipação é fator moderador, e não receita, e que só voltaria à mesa de Cassi se debatêssemos o tema. Aceitamos discutir e, é lógico, apresentamos as exceções que devem ser feitas para não prejudicar sobremaneira aos associados. Hoje a postura do Banco mudou. Já não aceita as exceções e nem diz que cumpre o estatuto. É muita incoerência para quem quer resolver os problemas da Cassi. Diante do impasse, encerramos as negociações sem avanços. Nova data deve ser marcada em breve”, afirmou William Mendes, secretário de imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa. 

Previ 

A Comissão de Empresa também cobrou respostas para as propostas apresentadas pelos dirigentes eleitos da Previ no final de 2005, como aumento do teto de benefício para 90% do salário, aumento das pensões de 60% para 80%, revisão do critério de proporcionalidade dos benefícios, revisão do teto de benefício para quem contribuiu por mais de 30 anos, melhora do benefício mínimo e aposentadoria antecipada para mulheres aos 45 anos. 

“Passado quase um ano do início dos debates, o BB até agora não nos deu respostas. Não queremos repetir a negociação da Parcela Previ, que se arrastou por mais de dois anos. Temos pressa e queremos discutir o superávit construído na Previ para que ele seja revertido em benefícios para os funcionários”, finalizou José Paulo Staub, do Sindicato dos Bancários de Curitiba. 

Fonte: Contraf-CUT

8.11.06

Quarta, 8 de novembro 2006 (Destaque: entrevista sobre saúde da família)


Estou em Brasília - DF.

Trabalhando na Contraf-CUT.


Providenciando um Espelho Fax (informativo eletrônico para os funcionários do BB) para os sindicatos e bancários de todo o país receberem informações sobre as negociações entre nós e o Banco no dia de amanhã, quinta 9 de novembro.


Queremos debater Cassi e Previ.


Também estamos revisando o aditivo do BB que assinaremos com o Banco na sexta-feira, 10 de novembro.



Post Scriptum:


Eu era dirigente do Sindicato e secretário de imprensa da Contraf-CUT. Neste dia, nós publicamos no site do Sindicato uma entrevista que fizemos com o sr. Aluísio Gomes para a revista Espelho Nacional outubro/2006, que nós produzíamos na Confederação cutista. 


Aluísio Gomes estava na ANS e havia trabalhado na Cassi anteriormente. Ele nos fala da Estratégia Saúde da Família (ESF) e que atuar preventivamente é a melhor forma de lidar com a saúde. 


Vejam a entrevista que completa (dez) anos! Passado todo esse tempo, os planos de saúde do mercado estão mal das pernas por causa da crise no setor e até eles pensam hoje em adotar médico de família e atenção primária.


A Cassi, no entanto, não fez o dever de casa, e praticamente parou de avançar no modelo desde essa época da entrevista. Não completou a extensão da cobertura da ESF para o conjunto da população assistida pela Caixa de Assistência e não implantou também os outros fatores fundamentais como Rede Referenciada e contrarreferência. Nós ainda não temos sequer os 415 mil participantes do Plano de Associados cadastrados, mapeados e acompanhados pela ESF em todo o país. 


Mas estamos trabalhando para isso desde que chegamos eleitos à Diretoria de Saúde da Cassi em junho de 2014, porque mais que nunca, a promoção de saúde e prevenção de doenças, monitorando quem já tem problemas de saúde, é a melhor forma de manter populações cuidadas e com controle melhor no uso dos recursos dos associados.





BB: Contraf-CUT espera avanços para a Cassi nas negociações


Veja abaixo entrevista com o secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)


São Paulo - Nesta quinta-feira, dia 9, a Contraf-CUT e o Banco do Brasil retomam o processo de negociações permanentes para debater, entre outros assuntos, os problemas da Cassi. Depois de três anos de negociações, os trabalhadores e o Banco ainda não chegaram a um acordo.

“A Cassi é muito importante para os funcionários do BB e seus familiares. Por isso precisamos construir uma proposta que atenda às necessidades da Caixa de Assistência para que ela saia desta situação problemática em que se encontra. A Contraf-CUT já apresentou uma proposta para o BB, que, por sua vez, também nos apresentou uma, mas que não atende nossas reivindicações. Precisamos urgentemente chegar a um consenso e sair deste impasse”, afirmou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Estratégia Saúde da Família 

Para subsidiar os debates, O Espelho Nacional de outubro trouxe uma entrevista com Aluísio Gomes, secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e que já trabalhou na Cassi. Ele falou da estratégia de saúde da família e de outros desafios da Caixa de Assistência. Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Saúde é atuar preventivamente 

Aluísio Gomes da Silva Júnior, secretário-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, trabalhou na implantação do serviço de saúde da família no município de Niterói (RJ) e na Cassi. Nesta entrevista, ele fala das diferenças de concepção entre os planos de saúde tradicionais e a Cassi e da importância da implantação do serviço próprio.

O Espelho – Queria que o senhor conceituasse a saúde da família, explicando a diferença dela para a medicina tradicional. 

Aluísio Gomes da Silva Jr. – É uma estratégia de organização dos serviços de saúde em que os focos são as famílias em seus contextos e suas coletividades, o que é diferente do que se faz geralmente, em que o foco são os indivíduos isolados dos seus contextos. Ela é melhor sob alguns aspectos: primeiro do ponto de vista de entender o fenômeno de adoecimento e sofrimentos dos seres humanos como uma interação com o meio ambiente, em que existe uma questão social, uma questão conjuntural. O enfoque tradicional aborda só os aspectos biológicos, isolando os seres humanos. A saúde da família possibilita ver o ser humano mais amplo, como pessoa e dentro da sua família, da sua comunidade, da sua sociedade, com todos os reflexos que isso tem. A segunda questão é a possibilidade de você atuar preventivamente, acompanhando a saúde das pessoas, investindo em saúde em vez de intervir só em caso de doença. Ou seja, pressupõe que a equipe tenha um vínculo com as famílias que permita acompanhar a evolução de saúde dessas pessoas, a atuar em prevenção, intervindo na promoção de saúde, agindo precocemente em caso de aparecimento de doenças.

O Espelho – Um dos grandes problemas dos planos de saúde hoje é que existem muitas rotinas complexas ou exames pedidos até desnecessariamente, por isso muitos planos cobram muito ou têm problemas de déficit... 

Silva Jr – Na realidade os planos de saúde hoje são muito focados em cima de doenças e procedimentos, não em cima de pessoas que podem não adoecer. Então, na maioria das vezes, você pega situações que vão se agravando e que exigem muitos investimentos de cura, isso é, de diagnóstico, de intervenção, o que torna o custo insuportável. No momento em que você adota uma estratégia de acompanhamento, investimento em prevenção e promoção consegue desviar um pouco esse foco, além de possibilitar o investimento na saúde das pessoas e um possível controle melhor dos custos, uma certa previsibilidade. Por exemplo, um diabético não acompanhado pode ser surpreendido por um coma, uma situação grave que fique hospitalizado, perca um pé, fique cego. Ou seja, uma complicação não só econômica, mas principalmente social. Com a atuação você pode diagnosticar precocemente e acompanhar esse paciente, investir na saúde dele para que a diabete possa ser uma doença de convívio, não de flagelo.

O Espelho – Pois é uma doença de fácil controle... 

Silva Jr – Exato e que pode se tornar muito séria quando isso não é feito. Há também a discussão das questões emocionais. Hoje quase 70% do que se procura nos serviços médicos são queixas indefinidas, que têm muito a ver com o estresse urbano, com as preocupações das pessoas, certa angústia urbana. Os praticantes profissionais que atuam na abordagem da saúde da família têm a possibilidade de discutir esse contexto, entender esse contexto, traçar projetos de intervenção que levem em conta o estresse do trabalho, da vida da família, de todas as coisas, não só curar determinadas doenças estabelecidas.

O Espelho – Gostaria que o senhor contasse um pouco da experiência de quando trabalhou na Cassi e também na Prefeitura de Niterói. 

Silva Jr – Em Niterói, a construção do SUS vem de muito tempo, da década de 70 e com uma série de iniciativas inovadoras no campo da política pública.

Foi um dos primeiros municípios do Brasil a unificar serviços, a municipalizar determinados procedimentos e implantar uma lógica de vigilância em saúde, não de sair correndo atrás de doença. Distritalizou para conhecer melhor a cidade e, num contínuo, a estratégia de saúde da família, que foi de alguma forma dialogado com Cuba, incorporando novos procedimentos, um modo de agir da equipe diferenciado, que aumentou a cobertura das equipes e a interface com a comunidade, aumentando a possibilidade de intervenção na saúde das pessoas. Um resultado muito interessante, e isso foi implantado em 1992 e, hoje, quase 40% da população de Niterói é coberta por médicos de família com bastante sucesso, uma satisfação muito grande. A Cassi estava antenada com os movimentos que estavam acontecendo não só em Niterói, mas no mundo inteiro, com a implantação da estratégia da saúde da família.

Desde a década de 1970 trabalha-se com essa lógica na Inglaterra, no Canadá, em Cuba, ou seja, em alguns países que tiveram um salto de qualidade. Consolidada no mundo, quando a Cassi traz para dentro da sua política de saúde ela está com duas preocupações: a primeira de tentar promover saúde, de não ficar correndo atrás da doença. A segunda, a possibilidade de conhecer melhor sua clientela e oferecer serviços mais adequados, intervir mais preventivamente e, em última análise, controlar custos, tornar o sistema mais efetivo e mais eficiente.

O Espelho – Esses objetivos em relação à política de saúde da família foram atingidos? 

Silva Jr – Eu acho que vêm sendo. Estou afastado da Cassi nos últimos dois anos e meio, depois que entrei na Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, mas, pelo que tenho acompanhado, a Cassi tem sido usada como exemplo para as outras operadoras. Algumas que estão se formando agora praticamente se inspiraram na Cassi, com todas as suas políticas, lembrando que a estratégia da saúde da família não é isolada, é articulada com uma série de outras estratégias para garantir um sistema de saúde que atenda a integralidade dos problemas.

O Espelho – Uma discussão que vem dos tempos que o senhor estava lá é a necessidade ou não de rede própria para poder implantar o modelo. Há necessidade de instalá-la? 

Silva Jr – É estratégico, porque a rede própria no modelo da Cassi tem um papel muito interessante. Quando instala uma unidade dela, a Cassi passa a ter também controle sobre os prestadores, o que é um divisor de águas em situação de conflito e negociação. Por outro lado, existem poucos serviços no Brasil voltados para esse tipo de procedimento, ou seja, o sistema de saúde privado brasileiro é muito voltado para a venda de procedimentos, não é tão fácil assim encontrar equipes no setor privado disponíveis para desenvolver a estratégia da saúde da família. Isso é uma característica muito mais do sistema público que do privado. Ao tomar a atitude de montar serviços próprios, a Cassi não só garante um diferencial em relação aos concorrentes nos lugares que atua, mas também garante a assistência diferenciada para sua clientela, como criou um exemplo para o próprio mercado, que começa a correr atrás.

Contraf-CUT - 08/11/2006

3.11.06

Sexta, 3 de novembro (Trabalho de base)


Dia de visita à base.

Após fazer artigo sobre lutarmos contra a terceirização no BB, fui com Leonardo - diretor da Regional Osasco e colega do BB - às agências Osasco e Empresarial Osasco.

Distribuímos a Folha Bancária e o Espelho Fax alertando aos bancários para que denunciem ao Sindicato qualquer pressão ou "escala de compensação da greve" que os gestores venham a impor. O colega poderá compensar eventualmente horas de greve caso tenha disponibilidade. Não haverá desconto nem perda para as horas não compensadas.

Fizemos bons debates sobre a Cassi e problemas que dizem respeito ao PCS (Plano de Cargos e Salários). Os colegas não conseguem fazer os cursos necessários para concorrer a determinados cargos porque o próprio sistema rejeita. Levaremos os problemas para discussão com o Banco.

William Mendes