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18.3.25

Previ sob ataque



Comentário do blog:

Reproduzo abaixo um artigo excelente do conselheiro deliberativo eleito da nossa Caixa de Previdência, a Previ.

Antes, teço um breve comentário político, a minha opinião sobre o que se anda dizendo por aí. 

O governo Lula está sob ataque por parte de nossos inimigos de classe. Sendo assim, afirmo que a Previ está sob ataque também, porque isso é estratégico para nossos inimigos.

O conceito de "inimigos" que utilizo aqui inclui o imperialismo norte-americano e as forças que compõem e se colocam a serviço da extrema-direita mundial e nacional. Óbvio que os bolsonarentos estão incluídos na lista de nossos inimigos.

Sérgio Riede explica mais uma vez o óbvio: não há rombo algum em nossa Caixa de Previdência. Qualquer pessoa honesta e minimamente conhecedora de sistemas de fundo de pensão e previdência complementar entende as diferenças contábeis que Riede esclarece no artigo. Parto da premissa que nossa comunidade é de "bancários".

A Previ está sob ataque desde que o governo Lula ganhou a eleição e tirou do poder aquela trupe de gente indicada pelo poder executivo em empresas estatais e de economia mista e suas respectivas entidades patrocinadas e ou coligadas.

Óbvio que os ataques à Previ e à direção de nosso fundo de pensão incluem eleitos e indicados. Os eleitos porque a cada dois anos ocorrem eleições e os oportunistas de plantão, os desonestos, se aproveitam de crises reais ou inventadas para tentarem chegar ao poder. Os indicados porque derrubá-los ou prejudicar a Previ equivale a causar crises sérias ao governo que os indicou.

O presidente da Previ, João Fukunaga, está sob ataque desde que o governo Lula indicou a direção atual do fundo de pensão. Ele sofre ataques por parte de grupos adversários e candidatos de chapas de oposição nas eleições em nossa Caixa de Previdência e sofre ataques dos poderosos grupos de oposição ao governo Lula e que atacam o tempo todo às forças de esquerda e progressistas em geral.

Nesse momento de ataques à Previ, com manipulações desonestas em relação aos resultados do Plano 1, não há que se ter dúvidas quanto à posição que se deve tomar como democrata e interessado na perenidade e robustez de nosso fundo de pensão. Estou ao lado da direção de nossa Caixa de Previdência, que vem se mostrando correta e competente na gestão de nosso patrimônio.

É isso. Leiam abaixo as excelentes explicações contábeis e administrativas do conselheiro deliberativo Riede.

Abraços,

William

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(reprodução de matéria)



Informação e desinformação sobre a Previ

Sérgio Riede

1. As maiores polêmicas atuais sobre a Previ são sobre o desempenho do Plano 1.

2. Vou tentar colocar algumas informações objetivas que podem ajudar as pessoas menos familiarizadas com análise de desempenho de fundos da pensão a entenderem melhor as regras específicas para este universo.

3. Como sempre digo, na condição de atual conselheiro deliberativo da entidade, posso estar contaminado pelo fato de estar na gestão. Leiam com senso crítico minhas ponderações – aliás, recomendação que também é válida para as análises daqueles que fazem oposição sistemática à Previ e que apoiam ou fazem parte de chapas de oposição. Senso crítico nunca é demais, para lado nenhum.

4. O resultado mais importante de um Plano de Benefício Definido, como o Plano 1 da Previ, é o RESULTADO ACUMULADO.

5. Diferente de uma empresa de outro ramo, esse resultado não zera ao final de cada ano. A contabilidade continua no ano seguinte a partir dele.

6. Mas, para efeito de eventual Distribuição de Superávit ou Equacionamento de Déficit, a posição que vale para a legislação é a verificada em 31 de dezembro de cada ano.

7. Para Distribuição de Superávit do Plano 1, atualmente seria necessário, pela legislação vigente, que o Plano 1 tivesse SUPERÁVIT ACUMULADO de mais de 42 bilhões de reais ao final de cada um de 3 anos consecutivos – o que é extremamente difícil.

8. Para ter que elaborar um Plano de Equacionamento de Déficit, a legislação prevê um caminho bem mais curto: basta que o Plano 1 tenha um RESULTADO ACUMULADO de cerca de 19 bilhões de reais ao final de um único ano.

9. Esse Plano de Equacionamento deve ser elaborado no ano seguinte a tal déficit, para ser implementado no ano subsequente.

10. Exemplo prático: se em 31/12/2024 o Plano 1 tivesse fechado com DÉFICIT ACUMULADO de cerca de 19 bilhões de reais, em 2025 deveria ser elaborado um Plano de Equacionamento de Déficit, o qual seria implementado somente em 2026.

11. Entretanto, se ao longo de 2025 esse suposto Déficit Acumulado ficasse abaixo dos 19 bilhões de reais, haveria possibilidade de não implementar o referido Plano de Equacionamento em 2026.

12. Claro que os resultados mensais são importantes, porque é a partir de cada resultado mensal (que vai se acumulando) que pode ser construído um Superávit Acumulado ou um Déficit Acumulado em 31 de dezembro de cada ano.

13. Por isso, embora a legislação preveja a obrigatoriedade de publicar seus investimentos e resultados ao final de cada ano, a Previ publica por iniciativa própria seus resultados e a lista de todos os seus investimentos mês a mês, com ampla transparência.

14. Assim, a Previ havia publicado que, ao final de novembro de 2024, o Plano 1 tinha um déficit NO ANO DE 2024 de cerca de 14 bilhões de reais, mas deixava claro que o RESULTADO ACUMULADO até aquele momento era de SUPERÁVIT ACUMULADO de cerca de 528 milhões de reais.

15. O que isso significava de impacto para os participantes do Plano 1? Significava que, apesar do déficit de janeiro a novembro de 2024, o Plano 1 ainda tinha, em novembro de 2024, recursos suficientes para honrar todos os seus compromissos com os associados até o último dia de vida de cada um (e de seus pensionistas). E ainda sobrariam 528 milhões de reais.

16. Isso não quer dizer que o déficit ao longo de 2024 não merecesse preocupação. E a Previ nunca negou isso. Já divulgou inclusive diversas medidas que estão sendo tomadas para ficar mais resiliente frente às oscilações do mercado.

17. Outros conceitos precisam ficar claros: a diminuição de valor em Bolsa de uma ação de um fundo de pensão impacta a contabilização de superávit ou déficit. Mas só se transforma em prejuízo de fato se a Entidade tiver que vender essa ação por um preço bem inferior ao que ela vale de fato.

18. A Previ já deixou claro e comprovou que não precisou e não vendeu nenhum de seus ativos por preços aviltados. Portanto, cada um deles continua na carteira de investimentos e com possibilidades reais de terem seus valores de mercado recuperados, exatamente porque se trata de empresas sólidas e pagadoras de ótimos dividendos ao longo dos anos.

19. Aliás, a razão pela qual a Previ não tem precisado vender nenhum ativo na “bacia das almas” é exatamente porque tem recebido recursos ao longo dos anos suficientes para arcar com todos os seus compromissos.

20. Em 2024, por exemplo, a Previ pagou cerca de 16,5 bilhões de reais em benefícios de aposentadoria e pensão. Só de dividendos, rendimentos de títulos públicos, aluguéis de imóveis e contribuições do patrocinador e dos associados, recebeu mais do que esses 16,5 bilhões. É por isso que a Previ tem afirmado que é muito importante ter uma boa gestão do caixa da Entidade, para não ter que vender algum ativo em momento de baixa valorização.

21. Com a fala do ministro do TCU em fevereiro de 2025 a respeito do resultado do Plano 1 de janeiro a novembro de 2024, vieram à tona alguns conceitos completamente equivocados tecnicamente, como veremos a seguir:

22. “Rombo na Previ”: isso só teria acontecido se a Previ tivesse perdido patrimônio em definitivo. Como ela não foi obrigada a vender nenhum ativo por preço abaixo da realidade, isso não aconteceu. Em abril/maio de 2020, por conta da pandemia, o Plano 1 estava com déficit acumulado de cerca de 23 bilhões de reais. Se esse patamar fosse mantido até 31 de dezembro daquele ano, teria que ser elaborado um Plano de Equacionamento. A Previ foi a público naquela ocasião, falou da solidez da carteira de ativos, disse que a situação era conjuntural. Muita gente duvidou. Em 31/12/2020 o Plano 1 fechou com 13 bilhões de SUPERÁVIT ACUMULADO.

23. “Risco de Contribuições Extraordinárias do BB e dos associados”: Como vimos acima, um Plano de Equacionamento só teria que ser elaborado se o DÉFICIT ACUMULADO do Plano 1 fosse de cerca de 19 bilhões de reais. Em novembro de 2024 o RESULTADO DO PLANO 1 era de SUPERÁVIT ACUMULADO de 528 milhões de reais.

24. Era preocupante o resultado de janeiro a novembro de 2024? Claro que era. Mas eram absolutamente falsas as afirmações de “rombo”, “prejuízo” e, principalmente, “risco imediato de contribuições extraordinárias do BB e dos associados”. Muito menos foi apontado publicamente qualquer indício real de “má gestão”. No entanto, o que está entre aspas neste parágrafo foram as razões apontadas para o TCU pedir uma auditoria de urgência na Previ.

25. Essas afirmações supostamente técnicas ganharam corpo na imprensa em geral e entre os associados. A Previ ofereceu várias explicações sobre o assunto. Eu mesmo publiquei várias matérias sobre isso.

26. Diferentes entidades ligadas aos fundos de pensão se posicionaram publicamente sobre a polêmica, quase todas provando que não havia “rombo”, demonstrando que os resultados eram decorrentes de oscilações normais de mercado, que não tinha havido investimentos “heterodoxos” ou mal intencionados da Previ e, sobretudo, que não havia risco sequer da necessidade de elaborar um Plano de Equacionamento (muito menos de ter que implementá-lo), uma vez que o Plano 1 tinha SUPERÁVIT ACUMULADO de 528 milhões ao final de novembro.

27. Entre as entidades que se manifestaram no sentido acima estão a Previc, órgão que tem a obrigação legal de supervisionar e fiscalizar a Previ (e que tem que responder pelo que escreve), e a Abrapp, entidade que congrega todas as entidades fechadas de previdência complementar do Brasil, e que também tem uma reputação a zelar.

28. Grande parte da imprensa entendeu as explicações técnicas e ajustou a percepção sobre os resultados do Plano 1. Atualmente a CNN é um dos raros órgãos de imprensa que teima em manter o discurso de rombo, de má gestão e que insinua uso político da Previ. Em algumas matérias publicadas por ela, as fontes citadas são funcionários do BB que apoiam ou participaram de chapas de oposição nas eleições da Previ.

29. Há pessoas que repetem as desinformações de “rombo” e “risco de contribuições” extraordinárias por falta de conhecimento ou porque foram induzidas por alguém. Entretanto, há também, na imprensa e entre os associados, quem tem conhecimento técnico, sabe o que está falando, mas repete essas expressões com intenções muito claras, que compete a cada associado julgar.

30. Uma coisa é manifestar preocupação legítima com o resultado de 2024. Outra, bem diferente, é replicar conscientemente conceitos equivocados, que espalham pânico injustificado entre os associados.

31.  Em dezembro de 2024 a queda da Bolsa se acentuou e a Previ fechou o ano com um déficit anual de cerca de 17 bilhões, resultando num DÉFICIT ACUMULADO de 3 bilhões de reais, uma vez que o Plano 1 tinha fechado 2023 com SUPERÁVIT ACUMULADO de 14,5 bilhões.

32. Repito: o déficit do Plano 1 ao longo de 2024 merece preocupação e olhar atento da governança da Previ e dos associados.

33. Se ele se repetir na mesma dimensão em 2025, podemos fechar este ano bem próximos da necessidade de ter que elaborar em 2026 um Plano de Equacionamento para ser implementado em 2027. O que nunca aconteceu na história de 120 anos da Previ.

34. Daí a importância de todos nós olharmos os resultados mensais em 2025, para adotar as providências necessárias à manutenção do equilíbrio do Plano 1.

35. Neste sentido, constatar que janeiro de 2025 trouxe um superávit mensal de 1,3 bilhão, significa que o DÉFICIT ACUMULADO do Plano 1, que tinha fechado 2024 na casa dos 3 bilhões, já caiu para uma situação praticamente de equilíbrio técnico. Vamos ver o que acontecerá nos próximos meses.

36. Daqui a alguns dias ou semanas deve sair a manifestação do TCU sobre as informações que eles coletaram na Previ entre 17 e 21 de fevereiro.

37. Em paralelo, a Diretoria da Previ já começa nesta semana a apresentação dos resultados de 2024 em várias capitais de estado, em diálogo franco e direto com os associados. Também haverá transmissões online de algumas apresentações.

38. Continuo à disposição de todos, inclusive no meu contato privado, para prestar contas sobre minha atuação como conselheiro deliberativo.

Abraços a todos.

Sérgio Riede, conselheiro deliberativo da Previ


Fonte: Associados Previ


26.5.23

Previ sob ataque - Nota de repúdio da Contraf-CUT



Comentário e opinião:

Previ sob ataque: trabalhadores e associad@s devem se unir e repudiar interferências na governança


Começo meu comentário citando a filósofa Marilena Chaui ao dissertar sobre a diferença entre a justiça distributiva e a justiça participativa, que se refere ao exercício do poder e à igualdade:

"A justiça participativa se refere ao que só pode ser participado, ou seja, ao poder político, que pertence a todos os cidadãos igualmente. Uma política é injusta, neste caso, no sentido exatamente inverso ao da justiça distributiva, isto é, quando trata desigualmente os iguais, excluindo uma parte dos cidadãos do exercício do poder. A prática democrática pertence a essa justiça." (CHAUI, Leituras da crise. p. 19) 

Não é de hoje que as forças políticas de direita, conservadoras e ou reacionárias, que falsamente se dizem "liberais" (mentira!), notadamente representativas da casa-grande brasileira e dos donos do capital de forma geral, vêm desenvolvendo estratégias para excluir do poder o nosso lado da classe, a classe trabalhadora. Toda sorte de exigências inventadas através de certificados e currículos e outros que tais é para impedir lideranças dos trabalhadores de chegarem ao poder.

Ao longo de minha vida de representação sindical e política (desde 1999 e até 2018), vi surgirem várias dessas estratégias direitistas nos espaços de poder político da sociedade e no mundo do trabalho. Vou comentar algumas delas e finalizar me solidarizando com a vítima da vez, a Previ e o presidente João Fukunaga, indicado pelo Banco do Brasil dentro das regras atuais para a função, os que tais: certificados e currículos.

Vale registrar que em várias das situações que vou citar abaixo, muitas vezes tivemos uma divisão em nosso lado, pois parte da classe trabalhadora acaba sendo convencida pela ideologia de nossos inimigos de classe de que a técnica - às vezes chamada até de "meritocracia" - deve prevalecer sobre a política. É um equívoco isso!

Quer um exemplo: a tal "ficha limpa". Em 2010 fui contra e escrevi sobre isso, o apoio da esquerda para se instituir essa coisa que evidentemente seria usada contra o nosso lado da classe para nos tirar dos espaços de poder político.

Ouçam Marilena Chaui! Igualdade na democracia só é possível quando há justiça participativa, não se pode excluir ninguém do exercício do poder político. Meus colegas de classe precisam entender isso. Caso contrário, jamais teremos igualdade na representação nos espaços de poder social.

Já nos anos noventa, quando os governos dos fernandos (Collor e FHC) começaram a destruir as estatais e empresas públicas, privatizando boa parte delas e sucateando aquelas que não foram privatizadas, atacando fortemente os direitos dos trabalhadores, algumas teses "liberais" ou do patronato foram implantadas. 

Os salários foram substituídos por remuneração variável, antiguidade e experiência no serviço foram demonizadas e vários direitos foram perdidos ou via acordos coletivos rebaixados pela correlação de forças ruim ou através da "justiça", que nunca é favorável à classe trabalhadora, nunca mesmo, quando há vitórias do nosso lado ou são individuais ou se ganha uma a cada cem perdidas. Ou se ganha, mas não se leva...

No BB, após os processos de reestruturação dos fernandos, começaram a criar barreiras para impedir os funcionários mais antigos de concorrerem às funções com maior remuneração e chamadas cargos de confiança. Exigências de diplomas disso e daquilo, certificados e outras regras foram excluindo excelentes profissionais e lideranças, com experiências e resultados comprovados naquilo que faziam.

Depois foram forçando a exigência de diversos documentos e títulos e diplomas e certificados para que um(a) trabalhador(a) do Banco do Brasil pudesse inclusive concorrer para funções eletivas. É aquilo que Chaui chama de poder político, que não se pode restringir a participação de todas e todos. É para isso que existem os corpos técnicos e de carreira, para exercerem a governança nas empresas, tipo Cassi e Previ. 

Foi-se perdendo a razoabilidade nas exigências que a burocracia do poder impôs às empresas e espaços de poder público (sim, porque no privado o filho do dono da empresa pode ser o que quiser nela) e as compliances da vida foram estabelecendo regras cada vez mais impossíveis de se cumprirem para se exercer o poder político. Quem hoje pode ser candidato a uma vaga na governança da Cassi e da Previ ou associações de trabalhadores do tipo?

Não vou me alongar no texto, só quero trazer a reflexão sobre essa questão. O poder político não pode ser limitado por essas burocracias impostas pelos donos do poder real: burgueses e capitalistas e seus lacaios na máquina estatal dos três poderes. ISSO NÃO É JUSTO NEM DEMOCRÁTICO.

Ao fim e ao cabo, basta ver que as regras limitantes da participação do poder político só valem para o nosso lado da classe ou são desconsideradas quando os alvos são apaniguados e protegidos da casa-grande e do capital. 

Só nestes dias, tiraram o juiz Eduardo Appio da 13ª Vara de Curitiba, a da Lava Jato, de forma absolutamente irregular e inconstitucional segundo o jurista e professor Pedro Serrano, que disse hoje que será advogado de Appio no processo. Nunca impediram o ex-juiz Moro de fazer as irregularidades absurdas que fez e contrárias às leis. 

Tentaram impedir Jorge Viana de tomar posse na presidência da Apex através de invenções não razoáveis (inglês fluente), sendo a função uma indicação do poder político. Ao ser indicado pelo governo, ele cumpriu todas as regras estabelecidas, os que tais. Um juiz e um fulano acharam que não era suficiente.

E agora, mesmo com todas as regras cumpridas, atacam a nossa Caixa de Previdência e o presidente João Fukunaga, legitimamente indicado pelo Banco do Brasil e certificado pelo órgão responsável por isso. 

E o pior é que tem algumas pessoas que se dizem representantes nossas, do corpo de funcionários da ativa e aposentados, que apoiam essa aberração de interferência em nossa Previ. Essas pessoas NÃO nos representam!

Espero que essa interferência indevida do poder judiciário seja revista o mais rápido possível e que nossa Previ e seu corpo diretivo possam seguir trabalhando para cumprir o que nossos estatutos e regras definem para a governança da Caixa de Previdência.

William Mendes
Ex-diretor eleito da Cassi

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Contraf-CUT repudia ataques contra fundo de pensão do Banco do Brasil

26/05/23 - 11:02

Movimento sindical repudia decisão de juiz pelo afastamento do presidente da Previ: de viés político, sem base e que desrespeita processos de elegibilidade do BB e da própria Previ, aprovados por órgão regulador

Nota de repúdio aos ataques à Previ

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia decisão do juiz substituto da 1ª Vara Cível do Distrito Federal, Marcelo Gentil Monteiro, que atendeu a pedido de um deputado para afastar o presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), João Fukunaga, do cargo. Uma decisão que fere instâncias democraticamente instituídas como o Conselho Deliberativo do Banco do Brasil e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), entidade pública responsável por gerenciar as operadoras de previdência privada no país, que habilitaram João Fukunaga para exercer o cargo.

Todos os ritos de governança foram respeitados, desde a indicação até a posse de João Fukunaga, que atendeu às exigências previstas nos processos de elegibilidade tanto do Banco do Brasil, patrocinador do fundo de pensão, quanto da própria Previ.

A decisão também é mais um ataque contra o movimento sindical, uma vez que Fukunaga, além de funcionário de carreira do Banco do Brasil e associado do plano Previ Futuro, tem histórico na luta pelos direitos dos trabalhadores bancários nas entidades representativas.

A determinação pelo afastamento do dirigente, portanto, é absolutamente política, sem base técnica alguma. Além disso, coloca em risco o equilíbrio das instituições, desrespeitando órgãos reguladores, necessários para manutenção do sistema de freios e contrapesos, sem os quais não há Estado Democrático de Direito.

Continuamos acreditando no Poder Judiciário e aguardamos pela revogação da liminar, dada a fragilidade jurídica da decisão que se configura como mais um ataque à Previ e ao futuro previdenciário de seus participantes.

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

Fonte: Contraf-CUT

9.2.21

Artigo: BB, Caixa e BNDES sob ataque


Apresentação do blog:

Segue abaixo artigo de opinião escrito por João Fukunaga e José Ricardo Sasseron sobre os ataques que vêm sofrendo os maiores bancos públicos do país.

(reprodução do site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região)

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Governo quer destruir BB, Caixa e BNDES e acabar com financiamento à economia

João Fukunaga, diretor do Sindicato dos Bancários de SP, e José Ricardo Sasseron, ex-diretor de Seguridade da Previ e do Sindicato dos Bancários SP, analisam os ataques aos bancos públicos

Publicado em 08/02/2021


O atual governo, atendendo aos apelos do mercado financeiro, leva adiante seu plano de esvaziar os bancos públicos, vender suas subsidiárias e preparar a sua privatização. Ataca diariamente as instituições e seus funcionários, demitindo e desmotivando aqueles que dedicam toda a sua vida de trabalho para atender à população e fornecer crédito para a produção e geração de emprego e renda. O Governo age como verdadeiro inimigo de quem produz alimentos, produtos e serviços.

Os bancos públicos são eficientes, geram lucro e pagam dividendos ao governo, seu maior acionista. No ano de 2019, os três maiores bancos públicos (BB, Caixa e BNDES) lucraram R$ 57 bilhões e pagaram, ao governo, R$ 18,2 bilhões em dividendos. Dinheiro suficiente para cobrir o valor gasto com o programa Bolsa Família para 8,3 milhões de famílias, abrangendo cerca de 25 milhões de pessoas.

O Banco do Brasil é responsável por quase 60% de todo o crédito agrícola. Financia os pequenos agricultores da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% de todos os alimentos consumidos pelos brasileiros. Financia também o agronegócio, responsável por 43% das exportações brasileiras em 2019. O Brasil se tornou um dos dois maiores produtores de alimentos do mundo, graças ao apoio que o BB dá a este segmento desde a sua fundação.

Caixa e BB respondem por quase 80% de todo o crédito imobiliário às famílias brasileiras, para realizarem o sonho da casa própria. Juntos, os dois bancos públicos concedem quase 100% de todo o financiamento imobiliário nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Os bancos privados concentram-se no Sudeste, principalmente em São Paulo. Sem BB e Caixa, haveria uma explosão de favelas nas grandes cidades brasileiras.

BNDES, BB e Caixa emprestam a longo prazo e foram os grandes responsáveis por financiar obras de infraestrutura, como hidrelétricas, geração de energia eólica, metrôs, corredores de ônibus, aeroportos, portos, modernização de estradas. Sem estes bancos, apagões como o de 2001 e o do Amapá em 2020 seriam uma constante. Os bancos privados emprestam a juros altíssimos e no curto prazo, em busca de lucro imediato.

Os bancos públicos são responsáveis por mais de 80% de todo o crédito concedido nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Os bancos privados concentram suas atividades principalmente em São Paulo, aprofundando desigualdades regionais.

Governo ataca funcionários para destruir os bancos

O último ataque perpetrado pelo governo, pela mídia dominante e por jornalistas de aluguel é contra os funcionários, espalhando informações falsas e deturpadas. O salário inicial do BB e da Caixa, na faixa dos R$ 3.000, é equivalente ao salário pago aos bancários de bancos privados. O salário médio nos bancos públicos é 20% maior que o de bancos privados. Se os bancários de bancos privados ganham menos é devido principalmente à alta rotatividade de mão-de-obra, pois os banqueiros demitem quem ganha mais para contratar outros com salários mais baixos.

Os bancários dos bancos públicos seguem o padrão de remuneração do mercado, mas BB e Caixa prestam serviços muito mais relevantes à população brasileira que seus concorrentes.

Destruir bancos públicos compromete futuro do Brasil

Se acabar com os bancos públicos, o Estado perderá um instrumento poderoso de incentivo à economia. Para vencer a crise mundial de 2008, o Governo de então orientou o BB, a Caixa e o BNDES a financiar a retomada da produção e a economia brasileira entrou numa fase de crescimento que levou ao mais baixo índice de desemprego de toda a história brasileira. Os bancos privados, ao contrário, secaram suas operações de crédito, aprofundando a crise.

Ao tentar destruir os bancos públicos, o atual governo pode comprometer a capacidade de recuperação da economia pós-pandemia, dificultar a geração de empregos e, por consequência, condenar milhões de brasileiros à miséria.


¹João Fukunaga é diretor do Sindicato dos Bancários de SP

²José Ricardo Sasseron foi diretor de Seguridade da Previ e do Sindicato dos Bancários SP

Fonte: Seeb SP.