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9.9.25

Diário e reflexões



Osasco, 9 de setembro de 2025. Terça-feira. 


IDENTIDADE

Tenho 56 anos de idade. Sou brasileiro, nascido na cidade de São Paulo, onde vivi até os 10 anos. A passagem para a adolescência, fase intensa dos seres humanos, foi um Uberlândia, Minas Gerais. Ao voltar para São Paulo, aos 17 anos, acabei vivendo a maior parte da vida em Osasco. Por 4 anos, ainda tive a oportunidade de morar em Brasília, a capital do Brasil. 

A data de hoje, 9 de setembro, é uma data aniversário, um dia marcante no percurso da minha existência única. Há 33 anos, eu me apresentava pela manhã à agência Rua Clélia, do Banco do Brasil, para começar a trabalhar de escriturário no maior banco público do país. 

Para tomar posse do cargo, como dizíamos, precisei passar no concurso público duas vezes, porque após comemorar a primeira aprovação, o certame foi cancelado por fraudes. Tive que passar de novo para ser bancário do BB. 

A identidade de uma pessoa vai se moldando no percurso do viver, é como entendo a vida humana. Certos momentos ou acontecimentos ficam marcados em nossa existência, são divisores de água, determinam como seremos dali adiante. Entrar no BB há 33 anos, foi um acontecimento desses em minha vida.

Se no domingo passado (7/09) estive nas manifestações populares ao lado dos pobres, das pessoas que sobrevivem nas ruas e praças, sem terem sequer o que comer, ou água para se lavarem, se estive no 31° Grito dos excluídos e excluídas, na Praça da Sé, e depois na manifestação da Praça da República, somando com milhares de pessoas em defesa de nossa soberania e lutando pelos direitos da classe trabalhadora, é porque existiu em minha vida o dia 9 de setembro de 1992, dia no qual me tornei um membro da comunidade de funcionários do Banco do Brasil, comunidade com mais de dois séculos de história. 

Nossa identidade vai se moldando no viver de acordo com as veredas que percorremos e principalmente em função das oportunidades que a comunidade na qual vivemos nos dá. Se as pessoas - crianças, jovens e adultos - têm oportunidades para escolher um presente e um provável futuro - uma perspectiva de futuro -, nossa identidade pode conter algumas características - diria características positivas -; se não houver oportunidades no ambiente do viver, nossa identidade pode ser completamente diferente do que gostaríamos que ela fosse.

O 9 de setembro de 1992 foi uma oportunidade em minha vida. O garoto que lavava carro em Uberlândia; que era entregador de uma farmácia, cortando a cidade o dia todo de bicicleta; que trabalhou em construção civil, quebrando concreto com talhadeira e ponteiro, mexendo em esgoto; que juntava metais como cobre e alumínio pra vender no ferro velho; que foi chapa de caminhão e ajudante geral de um monte de serviços por uma década antes de trabalhar como bancário, teve sua vida transformada ao passar no concurso mais disputado à época no país, e virar trabalhador da categoria bancária.

Outras datas tiveram importância central na minha identidade também, a partir da condição de bancário. O dia 5 de agosto de 2002 foi um divisor de águas na vida deste trabalhador, naquele dia fui liberado do trabalho no caixa da agência Vila Yara, do Banco do Brasil, para aprender a ser dirigente sindical e representar meus colegas que continuavam cumprindo a jornada nos locais de trabalho, atendendo ao público e às vezes sofrendo assédio e enfrentando péssimas condições de trabalho. Pensar nos colegas, os meus pares, definiu minha identidade enquanto os representei por 16 anos. Ainda penso nos colegas da ativa e nos aposentados, é a minha identidade, é o que sou. 

Refletindo sobre o dia 9 de setembro de 1992, e outros dias definidores de minha identidade, o 5 de agosto de 2002, o 2 de junho de 2014, o 3 de abril de 2019... fico aliviado pelas veredas que escolhi trilhar (ou que se apresentaram no meu caminho) e me sinto grato à existência, pois posso me considerar uma pessoa de sorte. Posso sim. Tive a felicidade de participar de momentos importantes da vida coletiva de nossa categoria e de nossa classe, a classe trabalhadora. 

E tenho consciência política suficiente para pesar e separar as partes que compõem a minha identidade. O que sou é uma mescla de oportunidades, casualidades e muito esforço e disciplina. Como ensina o professor Antonio Candido, essa parte da minha identidade também contém a parte com as vivências ruins que enfrentei ou que fui partícipe, a vida é tudo isso que nos deu identidade, somado com a personalidade que cada um de nós tem.

O jovem que saiu de Uberlândia para São Paulo, aos 17 anos, cheio de ódio e raiva do mundo, que vivia indignado com as injustiças diárias enfrentadas pelo povo brasileiro, um país ainda hoje violento e miserável, que maltrata e humilha as pessoas como nós, a imensa maioria do povo, queria ser mau... para lidar melhor com o mundo-cão, e, por sorte, acabou sendo moldado como um cidadão do lado certo da história, que não esteve na manifestação da Paulista no 7 de setembro de 2025 (e sabemos o quanto de gente com origem humilde encorpa essas manifestações que manipulam os ignorantes que não sabem qual é a sua classe); por sorte aquele jovem dos anos oitenta hoje escolhe o Grito dos excluídos e excluídas. 

O jovem que entrou no BB em 9 de setembro de 1992 ouviu seu coração, sua filiação, e depois ouviu os colegas e o sindicato, e os educadores que passaram por sua vida... e sua identidade está aí, naquilo que faz e vive diariamente. 

Sigo com desejo de mudanças no mundo e com vontade de aprender coisas novas todos os dias. Não tenho ódio em meu coração, apesar de me sentir indignado com as coisas. Acredito na educação e na transformação das pessoas. Por isso estudo e compartilho o pouco que sei em meus blogs. 

O Brasil e o mundo estão doentes, as pessoas foram capturadas e parte delas precisaria de tratamento médico para sair da neurose e mundo paralelo no qual foram inseridas. O mundo está muito doente.

Sigamos firmes estudando e nos organizando para salvar a vida no mundo e os seres humanos, essa espécie fantástica nas suas possibilidades, mas capturada e feita de massa de manobra de uns poucos espertalhões que odeiam o mundo e a vida no Planeta.

William Mendes 

28.8.25

Artigo: A autorreforma sindical e a história dos bancários da CUT Brasil



Apresentação:

Publico em homenagem ao Dia dos Bancários e Bancárias e ao aniversário da Central Única dos Trabalhadores este artigo produzido por mim em 2010 para o livro "Procesos de Autoreforma Sindical en Las Américas - Avances del Grupo de Trabajo sobre Autoreforma Sindical (GTAS) en 2010-2011".

À época, era secretário de formação de nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a Contraf-CUT, e havia participado em 2009 de um curso de formação na Organização Internacional do Trabalho (OIT) representando a nossa confederação e a nossa Central Única dos Trabalhadores (CUT).

William

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I. INTRODUÇÃO

No final dos anos setenta e início dos oitenta, o Brasil vivia sob a égide da ditadura militar, regime que calou a democracia e massacrou os trabalhadores e os movimentos sociais brasileiros, privilegiando alguns grupos empresariais e políticos de direita, e trazendo um crescimento econômico à custa da exploração dos trabalhadores e com a ajuda de sindicatos "oficiais" pelegos, vindos de uma estrutura sindical criada por lei.

Os trabalhadores de grandes setores da economia começaram a se organizar por conta própria, sem o apoio dos sindicatos pelegos, e passaram a exigir melhores salários, condições de trabalho e a volta da democracia no país, através de grandes greves.

Os trabalhadores criaram no início dos anos oitenta a CUT, com a intenção de organizar todos os trabalhadores do campo e da cidade, de todos os setores da economia, do segmento público e privado e tendo como premissa a ideia de uma estrutura sindical mais horizontal e direta na relação entre os trabalhadores e seus sindicatos e a Central.

Essa estrutura mais horizontal entre CUT e sindicatos afiliados tinha como objetivo se contrapor a estrutura oficial, formatada em lei, que mantinha com impostos e tutela do Estado uma estrutura verticalizada de sindicatos, federações e confederações, todas separadas por categorias profissionais e tendo diversos limites e travas na lei para coibir a luta contra os patrões. Também eram proibidas greves gerais que unissem várias categorias profissionais, dificultando até por lei a ideia de unidade e luta da classe trabalhadora.

Os grandes setores da classe trabalhadora brasileira se organizaram nos anos oitenta, à margem da lei e dos sindicatos oficiais, e iniciaram um histórico processo de organização original da classe trabalhadora dentro da CUT - que ficou conhecido como "Novo Sindicalismo" - e essa organização até hoje rende frutos e faz o enfrentamento às constantes reestruturações produtivas do capital.

Neste trabalho, apresentamos de forma sucinta, a história de organização da categoria bancária brasileira, que nesses trinta anos do "Novo Sindicalismo" organizado na CUT, conseguiu enfrentar vários governos e conjunturas econômicas e sociais, como o neoliberalismo, e mantém uma Convenção Coletiva Nacional que abrange bancos públicos e privados, nacionais e estrangeiros, e que enfrenta atualmente grandes desafios como buscar novos acordos marco - a Convenção Coletiva é um acordo marco -, interromper o processo de terceirização e avançar na busca de mais direitos contratados e que valham para todos os trabalhadores dentro do ramo financeiro, dominado por poucas empresas globais e conglomerados nacionais.

2. BREVE HISTÓRICO DA CATEGORIA NOS ANOS 80

A criação da CUT foi um grande passo na organização da classe trabalhadora brasileira: começaram as grandes greves e a luta por melhores salários, condições de trabalho e democracia.

Quando os bancários começaram a se organizar nos anos oitenta, havia várias datas-base por bancos e por regiões do país. Isso dificultava qualquer possibilidade de lutas organizadas em nível nacional.

Em 1982 os bancários realizaram encontros e começaram a unir a categoria em nível nacional.

Em 1983 os trabalhadores brasileiros criaram a Central Única dos Trabalhadores com participação importante do setor bancário.

A criação da CUT trouxe para os trabalhadores brasileiros a pluralidade e a democracia na organização da classe trabalhadora, pois a Central reunia diversas categorias profissionais, diversas linhas de pensamento político e ideológico, setores tanto do campo como da cidade e do setor público e privado, com o intuito de fazer um sindicalismo classista, de massa, com sustentação financeira própria, autônomo e independente de governos e partidos políticos e baseado nos locais de trabalho.

Em 1984 os bancários participaram ativamente na luta pelas "Diretas Já", movimento popular exigindo o fim da ditadura militar e a volta da democracia brasileira.

Em 1985 os bancários organizaram uma greve histórica que paralisou mais de 60% da categoria, ou seja, mais de meio milhão de trabalhadores. Criaram um comando nacional e começaram a realizar a unidade nacional da categoria.

Depois de várias dificuldades enfrentadas pelos grevistas, como violência da polícia e tribunais do trabalho - órgãos do aparato de Estado e favoráveis aos banqueiros -, algumas vitórias foram conquistadas, como reajustes salariais e direitos sociais contratados para vários bancos e regiões do país.

Em 1986 os bancários criaram o Departamento Nacional dos Bancários da CUT - DNB/CUT - para melhorar a organização do setor bancário em nível nacional. O DNB impulsionou rapidamente a criação de novos sindicatos e a conquista de sindicatos oficiais pelegos e se mostrou uma decisão acertada dos bancários da CUT.

Ainda nesta década histórica de luta bancária, os empregados da Caixa Econômica Federal - importante banco público do país - conquistaram o direito de serem considerados bancários e terem a jornada de trabalho da categoria de 6 horas e a filiação em sindicatos de bancários, pois antes eram tratados como economiários.

III. ANOS 90 - BANCÁRIOS ENFRENTARAM COM UNIDADE ATAQUES DO NEOLIBERALISMO

Foi nos anos 90 com o governo Fernando Collor de Mello que começaram as políticas neoliberais de privatizações e caça aos sindicatos e aos direitos trabalhistas.

Os bancários brasileiros, que já estavam organizados nacionalmente no DNB/CUT desde 1986, resistiram melhor aos ataques neoliberais e até conquistaram novos direitos.

Em 1992 os sindicatos de bancários transformaram o Departamento Nacional dos Bancários DNB/CUT - que era somente uma organização interna do setor bancário dentro da Central - em Confederação Nacional dos Bancários - CNB/CUT.

Em 1992 os bancários conquistaram a primeira Convenção Coletiva Nacional de uma categoria - CCT - assinada entre a CNB/CUT e a Fenaban - a federação dos banqueiros -, uniformizando direitos básicos como o piso salarial e direitos sociais em bancos privados e públicos estaduais, para todas as regiões do país. Conquistaram também vale-refeição diário, auxílio-creche e babá, reajustes uniformes para todas as verbas de natureza salarial etc.

Em 1994 os bancários conquistaram para a Convenção Coletiva o direito à cesta-alimentação mensal.

Em 1995 a categoria foi pautada pelas transformações na remuneração e demais exigências do capital e negociaram e contrataram o direito à Participação nos Lucros e Resultados - PLR -, assinada com a CNB/CUT e com regras definidas de valor e porcentagem para todos os trabalhadores dos bancos signatários, sem discriminação ou vínculo a metas individuais, como queriam os bancos.

Nessa década, os bancos públicos federais estavam isolados em suas lutas contra os governos e quando conseguiam negociação, assinavam Acordos Coletivos de Trabalho - ACT. Até o ano de 2003 os públicos federais ficaram sem acordos de PLR assinados com a CNB/CUT, acordos que contêm regras claras de distribuição a todos os trabalhadores.

Após o ano de 1995, com a eleição de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, os ataques neoliberais foram fortemente acelerados e grandes setores da economia foram privatizados. Para os bancários, a história não foi diferente. Quase todos os bancos públicos estaduais e regionais foram privatizados e houve forte ataque aos públicos federais.

Nos bancos públicos federais começaram os congelamentos salariais e a perda de direitos coletivos e planos de demissão "voluntária" - PDV - com demissões em massa. Só no Banco do Brasil foram eliminados mais de 50 mil postos de trabalho ao final do processo de enxugamento para posterior privatização, com o suicídio de dezenas de trabalhadores.

Nos bancos privados, e nos estaduais que resistiram à privatização, e que já seguiam a Convenção Coletiva da categoria, seguiu a luta unitária e manutenção de reajustes e principais direitos coletivos.

IV. ANOS 2000 - A CATEGORIA BANCÁRIA CONQUISTA A UNIDADE ENTRE BANCOS PÚBLICOS E PRIVADOS

A Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários passou a ser assinada pelos bancos públicos federais e foi criada a Contraf-CUT, para organizar todos os trabalhadores do ramo financeiro.

No final dos anos noventa, os bancários de bancos públicos federais passaram a discutir em seus congressos anuais o fim do isolamento e a busca da unidade com a categoria. Após a mudança de governo em 2002, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, um maior diálogo entre trabalhadores e governo permitiu alguns avanços, como a luta para unir os direitos coletivos dos bancários na mesma Convenção Coletiva de Trabalho.

Alguns passos estratégicos foram importantes para a categoria e a ação sindical foi fundamental para isso com as mobilizações e as greves gerais. Os bancários fizeram grandes greves em toda esta década.

Em 2003 os bancários dos bancos públicos federais fizeram greve exigindo do governo federal o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho da CNB/CUT. Ao final, conseguiram vários direitos, mas estes direitos ainda foram mantidos em acordos específicos - ACT.

Em 2004 a CNB/CUT exige em acordo prévio com o governo federal que ele cumpra o que os bancários conquistassem na campanha nacional da categoria, tanto direitos sociais como índices econômicos. Os bancários vão para uma greve de 30 dias e ao final ocorre julgamento do TST - Tribunal Superior do Trabalho - diminuindo proposta integral negociada em mesa geral com a Fenaban. Mas as conquistas foram melhores que as dos anos anteriores, quando públicos federais e privados estavam separados.

Em 2005, na Conferência Nacional dos Bancários - encontro que finaliza uma série de encontros locais e regionais da categoria -, é criado um Comando Nacional de negociação entre os trabalhadores e os banqueiros e governo. Ao final da campanha nacional, o Banco do Brasil passou a assinar a CCT da CNB/CUT. A Caixa Econômica Federal assinaria a mesma Convenção no ano seguinte.

Em 2006 os bancários criaram a Contraf-CUT - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT - pela necessidade de organizar a totalidade dos trabalhadores que estão inseridos no processo produtivo do sistema financeiro, pois os banqueiros foram se reestruturando em conglomerados e holdings e retirando direitos conquistados na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária.

A luta atual da CUT é para voltar a representar cerca de um milhão de trabalhadores no ramo financeiro, pois somente a metade está com os direitos contratados em convenções e acordos coletivos.

Como síntese da organização da categoria nos anos 2000, destacamos que os bancários conseguiram a unidade nacional e por 7 anos seguidos fizeram grandes greves nacionais, ora gerais ora por bancos.

Os bancos públicos passaram a ter reajustes em todas as verbas salariais - antes da unidade com a categoria na mesa da Fenaban, ou era reajuste zero ou era só no piso e nada nas comissões e funções e também passaram a ter direitos econômicos e sociais que eram maiores na CCT da Contraf-CUT.

V. ESTRUTURA DE NEGOCIAÇÃO E CONTRATAÇÃO COLETIVA DOS BANCÁRIOS BRASILEIROS

Os trabalhadores brasileiros vêm acumulando experiências importantes em termos de organização sindical desde a criação da nossa Central Única dos Trabalhadores - CUT - nos anos oitenta.

Os desafios para enfrentar o setor patronal sempre foram grandes, como também foram grandes as estratégias e táticas adotadas pelos segmentos de trabalhadores dentro da Central para avaliar a melhor forma de organizar cada categoria profissional de acordo com as suas respectivas necessidades e reestruturações produtivas constantes, como é inerente ao sistema capitalista.

A estrutura de organização e negociação coletiva atual dos bancários passou por várias adaptações nestas três décadas de organização cutista. Percebemos a necessidade de nos organizarmos por ramo financeiro nos anos 2000 e buscar a organização internacional por parte dos trabalhadores do setor financeiro porque o lado patronal já se organiza assim também.

Os bancários brasileiros têm uma estrutura organizacional em nível nacional, que conta com um comando político chamado Comando Nacional, que é coordenado pela Contraf-CUT, e que representa cerca de 90% dos bancários do País em sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e aditivos, tanto por bancos quanto por regiões.

* Comando Nacional dos Bancários

* Contraf-CUT, que coordena o Comando Nacional, contém 8 federações filiadas e cerca de 110 sindicatos representados + 2 federações e sindicatos de outras centrais

* Federações de bancários, que representam os sindicatos filiados e têm suas representações no Comando Nacional, nas COEs (Comissões de Empregados por bancos) da Contraf-CUT e nos grupos/mesas temáticas

* Sindicatos de bancários em todo o país, que se organizam nas regiões através das federações, e decidem as questões da categoria junto aos bancários em assembleias, encontros e plenárias

* OLT - Organização nos Locais de Trabalho - Os delegados sindicais, militantes e cipeiros organizam os locais de trabalho junto com os sindicatos locais para levar demandas, informações e criar a correlação de forças para as negociações coletivas nacionais, seja por banco seja por temas

VI. O PROCESSO DEMOCRÁTICO DA CONSTRUÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS

Um dos fatores mais importantes da unidade da categoria bancária é a democracia em seus processos tanto para a construção da pauta de reivindicações como nos momentos decisivos de se deliberar pela mobilização e greve ou pela aceitação das propostas e contratação coletiva.

Todos os anos as negociações nacionais entre banqueiros e governo e os trabalhadores bancários começam com assembleias de base em mais de uma centena de sindicatos, reunidos em dez federações.

Após as propostas serem debatidas e votadas nas assembleias, ocorrem encontros e conferências estaduais ou regionais - por federações.

Finalizadas essas etapas locais, os bancários brasileiros participam de uma conferência nacional da categoria que define a pauta final de reivindicações a ser entregue aos banqueiros e governo.

Além de todo esse processo democrático, também temos os congressos dos bancos públicos que definem da mesma forma - desde assembleias de base até o congresso nacional - as questões específicas a cada banco público.

Nos últimos anos, os bancários negociam de forma concomitante tanto as questões gerais da Convenção Coletiva de Trabalho - CCT -, comum a todos, como as pautas específicas a cada banco público.

Quando não há propostas ou quando elas são insuficientes os bancários de todos os segmentos decidem em assembleias se aceitam o que foi oferecido ou se entram em greve.

Ao final do processo de mobilização e greve, os bancários contratam os novos direitos que renovam a CCT e os aditivos por banco.

Se as reivindicações específicas dos bancos públicos não forem atendidas ao final da greve geral, pode ocorrer de a categoria como um todo aceitar a renovação da Convenção Coletiva e um ou mais banco seguir na greve em busca de suas reivindicações específicas.

Além desse processo de construção das pautas de negociação, também temos na Contraf-CUT as COEs - Comissões de Empregados dos principais bancos -, bancários indicados pelas próprias federações para aprofundar questões como segurança, terceirização, saúde, igualdade e outras mais.

Temos instaladas mesas de negociação com os banqueiros em 2010 que tratam das questões de Igualdade, de Terceirização, de Segurança Bancária e de Saúde e Condições de Trabalho.

VII. A CONTRAF-CUT E A QUESTÃO DA ORGANIZAÇÃO DO RAMO FINANCEIRO

A questão de organizar os trabalhadores que estão inseridos no processo produtivo do sistema financeiro é hoje um dos maiores desafios dos trabalhadores brasileiros e do mundo.

Temos alguns bancos - grandes conglomerados criados através de reestruturações societárias - que atuam em sistema de cartel e monopolizam o mercado bancário. Esses poucos bancos conseguiram nos últimos anos, através de muita influência nos parlamentos e nos órgãos reguladores como o Banco Central, desorganizar todo a categoria bancária em termos de direitos coletivos e legislação trabalhista.

Temos mais de um milhão de trabalhadores fazendo operações de intermediação financeira no Brasil e menos da metade está coberta com os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários - CCT - assinada entre a Contraf-CUT e a Fenaban.

A outra parte dos trabalhadores do sistema financeiro está distribuída em regimes precarizados de trabalho, em diversas modalidades de terceirização de serviços bancários, a maior parte delas é pura interposição fraudulenta de mão de obra.

Direitos fundamentais da categoria como piso e jornada de trabalho de 6 horas e semana de trabalho de segunda a sexta-feira não são respeitados dentro da cadeia produtiva terceirizada e precarizada dos conglomerados financeiros.

Serviços de atividades auxiliares no dia a dia dos bancos como processamento de envelopes de depósitos bancários, pagamentos e recebimentos, abertura de contas e empréstimos, aplicações e cartões de crédito, bem como produtos financeiros do mesmo conglomerado como seguros, capitalização, previdência, planos de saúde, consórcios etc, todos esses serviços e fontes de receita dos bancos continuam sendo feitos como no passado, mas sem os trabalhadores receberem os direitos dos bancários.

Algumas figuras jurídicas criadas pelo Banco Central brasileiro, como os Correspondentes Bancários, põem em risco a própria existência de nossa categoria, pois é melhor um banco terceirizar completamente os serviços e os custos do que manter em folha de pagamento um bancário com seus direitos coletivos nacionais.

O desafio da Contraf-CUT e de suas federações e sindicatos de bancários atualmente é reorganizar esses trabalhadores terceirizados, mobilizá-los, fazer greves como sempre fizemos e passar a representá-los primeiro de fato, liderando as greves e buscando negociações, e depois representá-los também de direito, mudando a lei e a legislação. A CUT já fez isso desde a sua origem e estamos fazendo novamente, lutando contra essas reestruturações produtivas que prejudicam a classe trabalhadora.

A Contraf-CUT foi criada para buscar reorganizar e representar de fato e de direito mais de 500 mil trabalhadores que continuam trabalhando para os conglomerados financeiros, só que sem os direitos da categoria bancária.

São setores inteiros como telemarketing; empresas dos próprios bancos de produtos financeiros de capitalização; previdência e seguros; empresas de processamentos de Back Office; tecnologia da informação (TI); correspondentes bancários como a empresa Correios e Telégrafos (parceria com Bradesco) e lotéricas (parceria com a Caixa Econômica Federal); cooperativas de crédito; e agora, supermercados e demais lojas do comércio substituindo o trabalho bancário. Sem contar toda a automação bancária que já acompanha o setor desde os anos oitenta.

Nos últimos anos, nossos sindicatos têm organizado os terceirizados que processam os envelopes de depósitos bancários para alguns bancos como, por exemplo, a empresa Fidelit que atende o Bradesco e o Santander (empresa pertence aos bancos), e através de greves nessas empresas, organizadas por nossos sindicatos, já conquistamos direitos coletivos que esses trabalhadores não tinham como o vale-refeição e a cesta-alimentação.

Também estamos lutando juridicamente e nos parlamentos para que a legislação dê mais garantias formais aos trabalhadores do sistema financeiro. Há projeto de lei no parlamento para regulamentar e disciplinar que tipo de terceirização pode ocorrer em setores como o financeiro e outros. Mas a lei ainda precisa ser votada e um dos problemas é a correlação de forças dos representantes dos trabalhadores no parlamento nacional.

A luta pela unidade e por mais direitos contratados segue, para os bancários do Brasil e do mundo.

William Mendes

Secretário de formação da Contraf-CUT (2009-2012)


Bibliografia:

Procesos de Autoreforma Sindical en Las Américas - Avances del Grupo de Trabajo sobre Autoreforma Sindical (GTAS) en 2010-2011. Proyeto FSAL-AS/ACTRAV/OIT

18.8.25

Blog A Categoria Bancária - Retrospectiva 2011



RETROSPECTIVA 2011

O mês de janeiro teve movimentações importantes para os associados do Plano 1 da Previ: o acordo entre associados, Banco do Brasil e governo foi aprovado no restante das instâncias que faltavam apreciar as mudanças no Estatuto e a forma de uso do superávit do plano.

Postei no blog um excelente artigo do professor Marcos Bagno sobre a denominação “presidenta” que Dilma Rousseff - primeira mulher presidenta do Brasil - escolheu para nominar sua função pública e que a imprensa da casa-grande decidiu desrespeitar desde o primeiro dia do mandato presidencial.

Eu apontei em artigo o desrespeito da direção do BB ao abrir concurso público sem apontar o número de vagas, concurso com zero vagas, ou “quadro de reserva”. Isso é um desrespeito aos cidadãos que estudam para ingressar em empresas públicas. Fiz um artigo também para contestar Bresser-Pereira e a suposta mão de Deus no governo Lula.

As postagens que predominaram no mês de fevereiro versam principalmente sobre a questão da terceirização do trabalho bancário. Matérias sobre as movimentações entre a Febraban e os órgãos governamentais para regulamentar os correspondentes bancários demonstram a forma abusiva do processo que, no fundo, acaba por fazer uma espécie de reforma trabalhista no setor financeiro, pois elimina direitos sociais da categoria conquistados há décadas.

Nas questões relativas ao Banco do Brasil, os funcionários receberam a 2ª parcela da PLR, e o banco bateu recorde de lucro. Nas matérias sobre o lucro do BB, eu comentei a respeito do papel social do banco público, pois ele vinha exercendo sua função de forma idêntica ao setor banqueiro privado. Voltamos às mesas de negociação permanente com o BB no período. Fiz artigo sobre essa estratégia privada do BB.

Março foi um mês com postagens de diversos artigos feitos por mim, que era o secretário de formação da nossa confederação. Fiz um sobre democracia sindical relacionada à estrutura de negociação nacional da categoria bancária – “Democracia representativa não se confunde com ‘assembleísmo’”: no artigo, questiono a ideia do “assembleísmo” de certas correntes sindicais que não se conformam em perder suas proposições durante a construção da estratégia nacional dos bancários. Fiz outro artigo, em parceria com o companheiro Plínio Pavão – “OLT na categoria bancária – o papel do delegado sindical”, sobre o papel do representante sindical de base no BB e Caixa, os chamados delegados sindicais.

Ainda no mês de março, estive no Encontro Baiano de Formação da CUT (Ebafor) e participei das eleições dos bancários de Campo Grande (MS), e nós vencemos com a chapa cutista. A direção do BB apresentou as linhas gerais do novo Plano de Carreira e Remuneração (PCR), conquista da campanha 2010. Participei da gênese do modelo de nova tabela de antiguidade por funções exercidas.

Por fim, registrei no blog a primeira entrevista da presidenta Dilma Rousseff. Ela afirma que não vai descuidar da inflação, anuncia o Pronatec e diz que não vai permitir a retirada de direitos dos trabalhadores brasileiros.

Alguns destaques do mês de abril nas postagens: BB adquire o Eurobank nos Estados Unidos; nossa base sindical retoma as conciliações com o BB, as CCP no SEEB SP; tivemos mesas de negociação sobre o Plano 1 da Previ; várias postagens se referem à questão do correspondente bancário e a ameaça à categoria bancária. No Sindicato, tivemos a formação de nossa Chapa 1 cutista para as eleições.

Entre as questões sindicais a destacar no mês de maio, tivemos negociações com o BB sobre propostas de melhorias no regulamento do Plano 1 da Previ (a direção negou tudo). Realizamos curso de formação da Contraf-CUT e Dieese para os sindicatos da Fetec CUT Centro-Norte. Publiquei diversas matérias sobre a questão da ilegalidade e imoralidade das resoluções do Bacen sobre os correspondentes bancários - até nosso deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) entrou na luta contra as arbitrariedades do Banco Central. E os bancários do Maranhão realizaram plebiscito de desfiliação da CUT, pois a direção de lá era da CSP-Conlutas.

Em junho, ocorreu a eleição do maior sindicato de bancários do país, o nosso. Concorreram duas chapas e a chapa cutista venceu com 83% dos votos válidos. A companheira Juvandia passou a ser a primeira presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Como membro da chapa, representaria os bancários paulistanos por mais três anos.

As postagens de junho também abordaram as questões de privatização dos aeroportos e a aprovação da terceirização total pelo Congresso; na minha agenda sindical, teve trabalho de base e viagem ao Ceará para o encontro da categoria. No blog, disponibilizei a tese da Articulação Sindical para o 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB (CNFBB).

Dos artigos que publiquei, destaco o artigo “Horas de greve em renovação de direitos coletivos – Anistia ou distribuição para todos”, que poderia ser avaliado por sindicatos, juristas do nosso campo e pela classe trabalhadora, pois é justo que aqueles que foram beneficiados pelas conquistas, mesmo furando greve, paguem pelas horas da luta coletiva.

Os destaques no mês de julho são os encontros deliberativos que compõem a estrutura nacional da categoria bancária. Após a realização dos encontros regionais e estaduais de debates e deliberações das reivindicações da categoria, ocorreram o 22º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) e a 13ª Conferência Nacional dos Bancários. Publiquei artigos sobre a Previ e sobre o debate das metas abusivas. Fiz também um artigo confessional, que aborda a militância política. Por fim, está publicada no blog a proposta do Plano de Carreira no BB, na qual tive participação central no ano anterior.

Agosto foi um mês de muito trabalho de base preparando os trabalhadores para as negociações com os banqueiros e provável greve na categoria. Estive no Congresso Nacional junto com outras lideranças para denunciar a interferência do Banco Central na estrutura social dos bancários, via resoluções de correspondentes bancários que terceirizam a categoria e desfazem direitos até da CLT. Fiz dois artigos explicando reivindicações específicas dos funcionários do BB.

O mês de setembro foi marcado pelo processo de negociações com os banqueiros e com o governo nas mesas específicas de Banco do Brasil e Caixa e demais bancos públicos. A intransigência do lado patronal foi abusiva e a categoria deflagrou greve nacional no final do mês.

Outubro foi um mês de demonstração de grande força da unidade dos bancários, que realizaram a maior greve da categoria em duas décadas e após 21 dias conquistaram aumento real pelo 8º ano seguido, pisos maiores nos salários e na PLR e cláusulas sociais, boas conquistas na Fenaban, no BB e Caixa Federal.

Após a greve de renovação da Convenção Coletiva, realizamos a 5ª etapa do curso de formação Sindicato, Sociedade e Sistema Financeiro, da Contraf-CUT e Dieese, para formação de dirigentes e assessores das entidades sindicais afiliadas. O curso ocorreu na Escola Sul da CUT em Florianópolis. Cumprimos o compromisso formativo estabelecido no Congresso da Contraf-CUT que me indicou como secretário da pasta.

O mês de novembro foi de muita luta, acreditem! O movimento sindical, em especial nós da categoria bancária, atuou fortemente na luta contra o projeto de terceirização total e o fim das categorias profissionais, dos sindicatos e dos direitos do trabalho. O Congresso Nacional tentou de todo jeito aprovar uma legislação que acabava até com os direitos básicos previstos na CLT.

Além dessa pauta de luta, realizamos o 2º módulo do curso de formação da Contraf-CUT e Dieese, a 5ª etapa foi realizada na Escola Sul, em Santa Catarina. Como dirigente, fiz 3 artigos no mês, dois sobre o Banco do Brasil e um de avaliação dos 5 cursos que fizemos em todas as regiões do país durante o mandato na secretaria de formação da confederação.

Em dezembro, finalizamos o curso de formação na região Sul do país e ainda fiz mais um artigo sobre as péssimas condições de trabalho no Banco do Brasil, que exigiu nos últimos dias do ano que os bancários fizessem o possível e o impossível para o BB chegar a 1 trilhão de ativos financeiros. Para isso, os gestores poderiam arrepiar pra cima dos trabalhadores, cancelando até férias programadas.

Terminei o ano na base social, conversando com os colegas do Banco do Brasil em reuniões nos locais de trabalho. Enquanto fui representante político da classe trabalhadora estive ao lado de meus pares, foi como aprendi a fazer a luta por melhores condições de vida e por um mundo melhor.

O caderno impresso ficou com 500 páginas, foram 280 textos no ano de 2011. São registros de nossa história de lutas. Os links dos artigos desse período podem ser acessados aqui, página de artigos do autor do blog.

William Mendes


16.6.25

Diário e reflexões



Sem unidade dos segmentos não extremistas de direita, o mundo que conhecemos chegará ao fim

Osasco, 16 de junho de 2025. Segunda-feira.


A sociedade humana e a Natureza onde a vida se desenvolve enfrentarão momentos decisivos nos próximos anos. Não é força de expressão dizer que podemos caminhar para o fim do mundo, algo ameaçador e distópico. 

Conforme o rumo que a espécie animal homo sapiens tomar, o planeta onde a vida se desenvolve (o "mundo") se tornará inviável à vida, senão a todas as formas de vida, pelo menos à vida humana e de outras espécies comuns nos biomas terrestres.

Ao longo da história do planeta diversas espécies e formas de vida existiram e deixaram de existir. A nossa espécie se destacou nos últimos milênios por sermos animais dotados de cérebros altamente desenvolvidos ao longo de nosso percurso na Terra.

No entanto, o mesmo cérebro que nos trouxe até aqui, neste momento da Natureza, pode ser o responsável por inviabilizar a vida de nossa espécie no planeta. Somos animais altamente influenciáveis por abstrações criadas por nós mesmos. Inventamos deuses, tecnologias para alterar o meio ambiente no qual vivemos e temos poder de destruir o mundo.

Estamos no limiar de diversas guerras simultâneas no planeta, tanto guerras tradicionais, com bombas e mortandade de seres humanos e tudo que era vivo ao redor dos fronts, quanto guerras não convencionais, guerras cognitivas que farão nossa espécie perder a noção da vida como nós a conhecíamos ao longo de milênios.

Nos fizemos humanos através de acertos e erros individuais e coletivos, seres sociais cooperativos que construíram comunidades inteiras baseadas nas soluções dos problemas e carências por meio de nossa criatividade, pelo intercâmbio mútuo e pelo convívio com os diferentes, mesmo tendo feito muita guerra nessa jornada humana.

No momento, segmentos da nossa espécie, que chamamos de extrema-direita ou grupos com ideários fascistas, organizados internacionalmente, avançam em seu projeto de tornar a humanidade uma espécie baseada no ódio, que se move no mundo através do ódio, e disposta a destruir o mundo para estabelecer uma sociedade humana do ódio.

Se os segmentos fragmentados em zilhões de bolhas sociais e grupelhos com ideários opostos, mais coletivos e com mais responsabilidade em relação ao planeta e às mais diversas formas de vida, que poderíamos chamar de progressistas, humanistas e gente do espectro mais à esquerda na política, enfim, se a parte humana que não se identifica com o ideário da extrema-direita fascista não se unir e agir, o mundo que conhecíamos pode caminhar rumo ao fim.

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Temos que registrar a história e divulgar os feitos humanistas que já fomos capazes de construir

Em minhas reflexões diárias, tenho pensado muito na questão da história e das nossas realizações enquanto coletivos humanos que lutam por um mundo mais justo e melhor para todas as pessoas e para as diversas formas de vida no planeta.

Dias atrás, em um filme de Wim Wenders - Asas do desejo (1987) -, me chamou a atenção um personagem sobrevivente da 2ª Guerra Mundial - Homer (Homero), um senhor que sonha com uma "epopeia de paz" - que refletia o tempo todo sobre a necessidade e importância de registrar e contar para as gerações futuras o que foi aquilo e o que aconteceu no mundo durante aquele período da guerra total. 

Entendo que cada um de nós tem a responsabilidade e o dever de registrar e contar a história, a nossa história, a história da sociedade humana e do mundo, a partir do ponto de vista no qual nos encontramos nessa sociedade e nesse mundo.

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Livro de memórias

Meu livro em fase final de edição é um pouco esse registro e essa narrativa de nossas histórias: Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT

Contei nos capítulos momentos da vida sindical e política do autor e do país, desde o mundo no qual pertencia enquanto trabalhador, e a linha geral das memórias foi feita com a consciência de que fui mudando como pessoa a partir do meu encontro com o sindicato de minha categoria, os bancários da CUT.

Terminei ontem a seleção de fotos para incluir no livro. Agora é finalizar a edição e imprimir algumas unidades para presentear alguns amigos e pessoas interessadas nessas histórias. Não tenho a pretensão de lançar e vender essas narrativas.

Ainda como registro histórico e narrativas cotidianas de uma categoria importante da classe trabalhadora brasileira, os bancários, sigo trabalhando nos milhares de textos deste blog, encadernando uma história vitoriosa de uma categoria que enfrenta há décadas os donos do poder, os banqueiros.

É meu dever e minha responsabilidade preservar toda a história que registrei no blog em quase duas décadas de luta sindical e política de nossa gente trabalhadora e do campo da esquerda.

As "nuvens" vão se dissipar - Tenho alertado faz tempo as pessoas que me leem que nós viveremos um apagão nunca visto de nossos registros das últimas décadas, tudo que está nas "nuvens" e no mundo digital será perdido pela sociedade humana. Tudo. E em breve, até porque entraremos em novas fases dessa guerra em andamento, guerra cognitiva e apagamento da história e das verdades reais em troca de pós-verdade, de mentiras divulgadas como manipulação das massas humanas.

Salvem o que produziram de cultura humana nas últimas décadas. As nuvens das big techs não são o lugar para se preservar nossa história humana.

William Mendes

16/06/25 (14h28)

19.5.25

Brasil - Linha do tempo de 1990 a 2011



Apresentação do blog:

O texto a seguir fez parte de um curso de formação organizado pela Contraf-CUT e Dieese para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, em 2012. Eu era secretário de formação da confederação. 

A lista de fatos ocorridos após a redemocratização do país não contém só coisas positivas; pelo contrário, ela enumera um monte de merda que caracteriza bem o que é o Brasil e a vida dura da classe trabalhadora. 

Este texto foi o material de número 35 do 1° módulo do curso.

William Mendes

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LINHA DO TEMPO DE 1990 A 2011

Consolidação democrática e estabilização monetária


- Criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), em 1990

- Posse de Fernando Collor / Itamar Franco, em 1990

- Abertura econômica indiscriminada: problemas para setores específicos 

- Criação da Força Sindical, em 1991

- Impeachment de Fernando Collor e posse de Itamar Franco (1992)

- Aprovação, pelo Congresso Nacional, da Convenção 158 da OIT, contra a dispensa imotivada (set/92)

- O Fórum sobre Contrato Coletivo e Relações de Trabalho (1993)

- Início da recuperação do valor real do salário mínimo (1995)

- Plano Real e o fim da indexação salarial (julho de 1994 e julho de 1995)

- Eleição de FHC (novembro de 1994)

- Regulamentação da PLR (1994)

- Registro, pelo governo junto à OIT, da Convenção 158, contra a dispensa imotivada (jan/95)

- Continuidade/aprofundamento do ideário neoliberal (o "Estado Mínimo")

- Denúncia, pelo governo junto à OIT, da Convenção 158, contra a dispensa imotivada (nov/96)

- Crises econômicas (México, 1994; Tigres Asiáticos, 1997; Rússia, 1998)

- Processo intenso de reestruturação produtiva das empresas - Dieese promove cursos PCDA sobre o tema: (participaram 2 mil dirigentes, anotei na folha)

- Privatizações de empresas estatais 

- Reeleição de FHC (1998)

- Tentativas de "flexibilização" da legislação trabalhista (banco de horas, ampliação do trabalho por tempo determinado, lay-off, tentativa de alterações do art. 618 da CLT)

- Âncora cambial + elevação da taxa de juros = auge do desemprego (1999 a 2003)

- Aprovação da Lei Complementar 101 - Lei de Responsabilidade Fiscal (2000)

- Crise na Argentina (2001)

- Eleição de Lula: Carta ao Povo Brasileiro = manutenção da política econômica do governo anterior (Meirelles, Palocci), em 2002 (obs. minha: superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante)

- Lançamento da Campanha pela Redução da Jornada de Trabalho sem Redução de Salários, em 2003

- Aprovação da Emenda Constitucional n° 45: exigência de comum acordo para instauração de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho (2003)

- O Fórum Nacional do Trabalho (FNT), entre 2003-2005

- Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), em 2005

- Tentativa de retomada do papel do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e social: bolsa-família; salário mínimo; Pronaf; reforma agrária; microcrédito; Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)

- Criação da CONLUTAS, dissidência da CUT (2004)

- Criação da NCST (2005)

- Retomada do crescimento econômico e melhora no mercado de trabalho (2004 a 2008)

- Reeleição de Lula (2006)

- O Fórum Nacional da Previdência Social (2007)

- A negociação da política de recuperação do salário mínimo até 2011: INPC + PIB de 2 anos antes (em 2006, anotei)

- Criação da UGT (fusão da CGT/CAT/SDS), em 2007

- Criação da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), em 2007, dissidência da CUT 

- Extensão, pelo STF, da lei de greve do setor privado ao setor público, enquanto não for aprovada lei específica (2008) - observação minha: a lei de greve é a de 1989, do Sarney 

- Lei 11.648 (DOU de 31/08/2008) reconhece as centrais sindicais e destina a elas 10% do Imposto Sindical 

- A Portaria 186 do Ministério do Trabalho e Emprego (2008)

- A crise econômica e financeira mundial: ações anticíclicas do governo e do Movimento Sindical (2008-2009)

- Ratificação, pelo Congresso Nacional, da Convenção 151 da OIT, sobre o direito de negociação dos servidores públicos 

- A realização da Plenária do Pacaembu pelas Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e NCST), em 1° de junho de 2010

- A eleição de Dilma Rousseff (2010)

- Criação da mesa Nacional sobre Condições de Trabalho na Construção Civil

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Fonte: Dieese e Contraf-CUT


1.5.25

1º de maio - Dia dos Trabalhadores



MEMÓRIAS DOS DIAS DE LUTAS DA CLASSE TRABALHADORA

Quinta, 1º de maio de 2025.


Hoje foi mais um dia de atos em todo o Brasil e em diversos países do mundo em homenagem às lutas seculares da classe trabalhadora. 

O 1º de maio é um dia de reflexões, organização das lutas, apresentação de pautas da classe trabalhadora e também de comemorações e homenagens.

Quando estive no 1º de maio em Cuba, em 2023, pude sentir a energia daquele povo aguerrido, revolucionário e feliz, que comemora com toda a família a data e as conquistas advindas desde a vitória do povo em 1959.

O 1º de maio deste ano, com os avanços do 3º governo do presidente Lula, deve ser comemorado. É verdade que estamos enfrentando uma crise política que não é só brasileira, é mundial.

Fiz um exercício de rever as referências do 1º de maio registradas em meus blogs e o que encontrei me fez refletir muito no dia de hoje. Foram muitas histórias, idas e vindas, entre os últimos anos do 2º governo Lula e do 1º governo Dilma. As pautas eram de avanços sociais. 

Depois tivemos anos duríssimos após o golpe de Estado que tirou uma presidenta honesta e colocou no poder a pior reunião de canalhas que já tivemos notícia em mais de um século de república brasileira. Entre 2016 e 2022, a casa-grande e seus representantes destruíram o país e os direitos sociais, e a civilidade também.

Estarmos sob o governo do presidente Lula nos 1º de maio de 2023, 2024 e 2025 é uma conquista do povo brasileiro e da civilidade.

É isso! Temos muitos desafios pela frente. Eu desejo de coração que a classe trabalhadora, através de suas lideranças políticas, saiba construir unidade para enfrentar o que vem por aí.

Nossos inimigos de classe estão organizados e têm estratégia definida para voltar ao poder, e agora não são mais adversários e sim inimigos, porque a política foi a primeira vítima da casa-grande brasileira para retirar do poder o Partido dos Trabalhadores e interromper os avanços que vieram com os governos de Lula e Dilma antes do golpe de 2016.

Já está em andamento as conciliações por cima, como ocorre no Brasil há séculos. Anistia para os golpistas e a conta para o povo e a classe trabalhadora. É isso que está em andamento.

Eu me coloco a disposição de somar nessa luta. Faço parte dessa história há mais de três décadas.

Abaixo, reuni um pequeno histórico e memórias de meus maios de lutas e reflexões, como afirmo faz tempo, meus blogs contêm muita história, não só minha, nossa, da classe trabalhadora.

Temos que voltar a falar do fim do capitalismo, senão será o nosso fim.

Viva a classe trabalhadora e o povo brasileiro!

William Mendes

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2024

1º DE MAIO (E MOBILIZAÇÕES POLÍTICAS)

Reunião do PT com Luna, Daniel e José Dirceu.

O ato do Dia dos Trabalhadores foi em Itaquera. Naquela semana havia me preparado para ir ao evento. Apesar de estar em São Paulo, estava com a cabeça na casa de meus pais e família em Minas Gerais. A filha de minha sobrinha estava internada com suspeita de meningite desde o dia 30 e meus pais também estavam adoecidos. Poderia viajar a qualquer minuto naqueles dias.

Acabei não indo ao 1º de maio, mas naquele mês eu já estava bastante integrado às mobilizações da Frente de Solidariedade e Luta da Zona Oeste e aos eventos do Partido dos Trabalhadores no Diretório do Butantã. Por acompanhar o trabalho e a militância da companheira Luna Zarattini, eu já havia definido que faria campanha para ela no segundo semestre.

Estive nas ruas e nas mobilizações o ano inteiro. 

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2023

1º DE MAIO (EM CUBA)

Brasileiras e brasileiros em Cuba.

O Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em 2023 foi mais que especial para mim, foi um momento inesquecível. Meu filho e eu, e companheir@s brasileiros, participamos do 1º de maio na República Socialista de Cuba. Foi um grande dia para todos nós.

Com o filhão em Cuba. Que povo fantástico!

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2022

1º DE MAIO

1º de maio no Pacaembu, ao lado de
companheir@s de longas jornadas de lutas.

Já vacinados e ainda enfrentando a pandemia mundial de Covid-19 e suas consequências agravadas pelo desgoverno de Bolsonaro, nós pudemos voltar às ruas naqueles anos de destruição do país pelo bolsonarismo.

Em minhas reflexões no blog, escrevi palavras duras, mas era o que sentia naquele momento depois de quatro anos de governo Bolsonaro:

"Uma imagem do evento do 1º de maio na Praça Charles Miller, Pacaembu, não me sai da cabeça. O rapper Dexter estava no palco cantando suas canções, estando ao lado dele o nosso querido Eduardo Suplicy, e no meio da massa eu fiquei observando um pessoal curtindo o som do rapper. Estávamos num domingo de sol de mais de 30º naquele início de tarde.

Um vendedor ambulante e mais uns quatro ou cinco caras cantavam as letras do Dexter, ora de olhos fechados ora gesticulando um pro outro, todos eles sabiam todas as letras das músicas. Fiquei admirado de ver aquele pessoal curtindo o momento. Me lembrei que na minha adolescência eu também sabia todas as letras das músicas que gostava. Fui trabalhador braçal quase uma década até virar bancário.

Eu confesso que me senti muito deslocado naquele momento, um branquelo cinquentão de máscara contra Covid no rosto, um cara com renda certa, um pato fora da lagoa no meio da massa desprovida do povo brasileiro neste Brasil miserável e destruído após o golpe de 2016 e com a ascensão do crime organizado aos poderes do Estado. Claro, a milícia no poder foi bancada e financiada pela casa-grande, a desgraçada elite do atraso.

Me senti deslocado. Por um lado, tenho sentido vergonha de ser um ser humano num país onde 1/3 do povo apoia um bandido, apoia tortura, apoia ódio e violência, apoia a ignorância e toda a pauta lixo dos bandidos no poder. São as pessoas ao meu redor que apoiam os criminosos e fascistas no poder. Morro de vergonha por isso. Por outro lado, me sinto um privilegiado, um sortudo que está em melhores condições que mais de 100 milhões de pessoas da classe trabalhadora, a minha classe. Todo ser humano deveria e poderia ter acesso a todas as conquistas básicas da sociedade humana. Toda essa miséria é por questão política, por escolha humana. Isso me deixa muito mal..."

(Fonte: Blog Refeitório Cultural)

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2021

1º DE MAIO

Recluso em casa, respeitando
as recomendações de saúde.

O Brasil e o povo brasileiro enfrentaram um de seus momentos mais difíceis na história por estarmos sob o desgoverno de Jair Messias Bolsonaro e o séquito de bolsonaristas que faziam o que bem queriam com o país.

Aqueles meses que antecederam a data do 1º de maio registraram os maiores números de mortes diárias de brasileiras e brasileiros em nossa história por Covid-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave (também em decorrência do vírus da Covid).

É consenso entre estudiosos que se o governo não tivesse atuado de forma negacionista, sugerindo o contrário de tudo que se deveria fazer durante a pandemia mundial, centenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros teriam sobrevivido à Covid-19.

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2020

1º DE MAIO


E então nós todos sobrevivemos - e muitos de nós morremos - com a experiência marcante em nossas vidas de enfrentarmos uma pandemia mundial sob o comando de um governo inepto e tudo foi mais difícil para a classe trabalhadora brasileira naqueles anos de extremismo e destruição do país e dos direitos sociais do povo.

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2019

1º DE MAIO

Ato do 1º de maio no Vale do Anhangabaú.

A atividade do 1º de maio desse ano foi bonita e contou com grande participação popular. Ione e eu fomos ao Ato no Vale do Anhangabaú. Notem que o local era lindo, arborizado e nada se parecia com o mar de concreto atual, das gestões de extrema-direita de Dória, Covas e Nunes.

Estávamos nos primeiros meses de destruição do Brasil através do desgoverno do clã de milicianos que ocupou a cadeira da presidência da República. O clima não era para fotos, sequer bati uma self nossa. Mas estivemos no ato de luta e resistência.

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2018

1º DE MAIO

Na semana que antecedeu o 1º de maio, em agenda a trabalho no Paraná, tive a oportunidade de visitar o Acampamento Marisa Letícia, e somar com a companheirada de luta em mais um "Boa tarde, presidente Lula!", que estava preso ilegalmente naquela masmorra em Curitiba. Vivíamos tempos de estado de exceção.

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Diário e reflexões do dia 29/04/18


Almoço no acampamento Marisa Letícia, em solidariedade ao
presidente Lula, preso político do estado de exceção pós golpe.


Refeição Cultural

O mês de abril está terminando. Os tempos para mim são de mudanças.

Ao mesmo tempo em que estou sem nenhuma vontade de falar ou escrever, sinto uma obrigação de falar e de escrever. Dar testemunho, deixar registros dessa época, desse momento de nossa vida, que é pessoal e coletiva. Por isso escrevo neste blog há mais de uma década.

(...)

"República de Curitiba": no fim da rua, o líder brasileiro e mundial
Luiz Inácio Lula da Silva está preso sem crime, numa masmorra ao
molde dos séculos passados, na volta da idade média no século 21.


Nesta semana, quando cumpri agenda de trabalho em Curitiba, senti um aperto no coração e precisava visitar o acampamento da resistência, constituído pelo povo brasileiro, para prestar solidariedade a Lula e lutar contra o absurdo da prisão política da maior figura da história recente do Brasil. O que estão fazendo com ele, encarcerado numa masmorra sem direito a visitas, mostra o momento de degeneração política, social e humana em que nos colocaram pós-golpe de 2016.

(Fonte: Blog Refeitório Cultural)

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2017

1º DE MAIO



Acordei neste 1º de maio com desejo e necessidade de estar junto aos meus pares da classe trabalhadora. Sou bancário, sou trabalhador assim como meus pais e familiares, não temos propriedades, empresas e aplicações ou rendas que nos façam cair no engodo de que não pertenceríamos à classe trabalhadora. Vivemos da nossa força de trabalho. No sistema de exploração capitalista em vigor, vendemos nossas horas de trabalho por salário. Sem salário, sem aposentadoria, e sem direitos sociais, morremos de fome e doenças advindas da miséria e falta de direitos básicos da vida humana.

Estou completando neste mês de maio três anos de estadia em Brasília, cumprindo um mandato eletivo em uma entidade de saúde dos trabalhadores. A minha vida e a de minha família teve uma reviravolta imensa por causa disso, mas faz parte das nossas trajetórias de luta. Peguei minha bike após o café da manhã e fui ao ato organizado pela CUT DF. Me fez um bem danado cumprimentar algumas pessoas e ouvir lideranças como a deputada Erika Kokay e a senadora Gleisi Hoffmann, ambas do Partido dos Trabalhadores, na minha opinião, o Partido que efetivamente mudou para melhor a vida da classe trabalhadora brasileira ao longo de sua história de existência desde 1980.

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2016

1º DE MAIO

A data que marca o dia de luta da classe trabalhadora foi uma data difícil para nós, o povo brasileiro. Fazia poucos dias que aquele Congresso de maioria canalha havia afastado a presidenta Dilma Rousseff. Eu seguia mergulhado no trabalho para não sofrer uma crise com toda aquela tristeza do Golpe de Estado. Na véspera do 1º de maio, regressei de Alagoas, em mais um compromisso da agenda de gestão em saúde como diretor da Cassi.

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Desabafo, diário do dia 30/4/16



Acabou o mês de abril de 2016.

Este mês ficará marcado na história de meu país. Quer dizer, pode ser que fique na história ou não, porque "quem controla o presente, controla o passado", como diz George Orwell no totalitário "1984".

Fiquei em casa prostrado neste sábado pelo cansaço do trabalho da semana. Não consegui ler porque cochilava na segunda página. Não consegui fazer exercício físico nenhum também pelo cansaço. Não suportei ver nada na TV porque é quase tudo do Grande Irmão e já mudaram a pauta manipuladora de acordo com a fase do Golpe de Estado aplicado dia 17 de abril numa sessão escatológica do fim da "democracia representativa" no Congresso Nacional. Hoje, nosso país é sinônimo do ridículo perante o mundo. Um sindicato de bandidos está instalado na câmara de representação do povo e os corruptos iniciaram a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT) sem crime algum.

(...)

Eu não vou amanhã nas mobilizações do 1º de maio. Não vou! Não vou porque estou prostrado em minha casa (nem é minha casa, estou de passagem em Brasília dando minha vida em um mandato eletivo de 4 anos).

(Fonte: Blog Refeitório Cultural)

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Reuniões com o Conselho de Usuários da Cassi Alagoas


Reunião com as lideranças do Conselho de Usuários
da Cassi em Alagoas.


Nesta sexta-feira 29 tivemos pela manhã uma reunião com as lideranças do Conselho de Usuários da Cassi Alagoas. A reunião durou pouco mais de 3 horas e foi muito produtiva. O Conselho reúne representações das entidades sindicais e associativas e dos segmentos de associados.

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2015

1º DE MAIO

Neste ano eu estava morando em Brasília (DF). Era gestor eleito de saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Cassi. Nosso mandato exigia muitas viagens e eu estava sempre nas bases sociais de nossa autogestão. Na véspera do 1º de maio, estive em Campo Grande (MS) para uma Conferência de Saúde.

Passei o Dia dos Trabalhadores trabalhando em casa, pois quando não estava nas agendas externas de trabalho, estava lendo pautas de reuniões ou estudando a Cassi.

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Gestão na Caixa de Assistência - O compromisso ideológico



"Eu acho que cada um de nós representa alguma coisa. Eu tenho consciência do que eu represento. eu tenho consciência de para quem que eu devo fazer o governo. Eu tenho consciência de qual é o setor que eu quero privilegiar." (Lula, o filho do Brasil)


Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,


Fechando abril de lutas. Abrindo maio de lutas.

A vida da classe trabalhadora segue dura. Nossa vida de representação da classe trabalhadora segue na mesma condição, e é assim que tem que ser.

Hoje sou gestor eleito da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, uma entidade de saúde no modelo de autogestão compartilhada.

(...)

De minha parte, devo seguir trabalhando seriamente e muito, até o limite físico e psicológico, como já fazem meus colegas do BB nos locais de trabalho (muitas vezes assediados por esse mesmo Banco que escreve na tela que ele é bonzinho, maravilhoso e dá tudo). Trabalhar no meu limite é o mínimo que posso fazer como já fazem os colegas do Banco e os funcionários da Cassi.

(...)

Enfim, desejo um bom 1º de maio de luta a tod@s nós trabalhadores.

Eu não vou participar de atividades, estou mal fisicamente. Mas mesmo não querendo, tenho quase certeza que vou trabalhar pela minha tarefa de gestor eleito (ou seja, estarei lutando também).

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2014

1º DE MAIO

Corrida do 1º de maio - VI Desafio do Trabalhador


Olha minha medalhinha da corrida
dos trabalhadores em Osasco.


Refeição Cultural

Depois de três dias trabalhando em Brasília (DF), cheguei tarde ontem à minha querida cidade de Osasco (SP) e, hoje bem cedinho, levantei-me para fazer uma coisa muito prazerosa: participar da corrida do trabalhador em homenagem ao 1º de Maio.

A corrida é promovida pela Prefeitura Municipal de Osasco em parceria com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, que inscreve 700 bancários sindicalizados. A prova contou com a participação de mais de dois mil corredores e caminhantes. Ela tem um percurso completamente plano, agradável e não teve nenhum problema de organização, não faltou água e correu tudo bem.

Não fui para as atividades da CUT em homenagem e reflexão sobre o 1º de maio. Primeiro, porque o esforço físico e a concentração que fiz não me permitiria muitas horas fora de casa; segundo, porque sempre faço uma opção no movimento de luta que participo de estar com a família os poucos minutos em que tenho possibilidade, já que não é fácil levar uma vida de grande ausência em casa. 

1º de maio - Dia d@s Trabalhadores

Atividade do 1º de Maio da CUT e demais
centrais no Vale do Anhangabaú SP.
Foto: Vitor Nuzzi, da RBA.

O 1º de maio no mundo foi de luta e de reflexão do momento mundial de crise no emprego, nos direitos sociais para a classe trabalhadora e nos valores da democracia, da liberdade e da igualdade. Há um desemprego em massa nos países do mundo. No Brasil governado pelo Partido dos Trabalhadores não há...

(Fonte: Blog Refeitório Cultural)

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2013

1º DE MAIO

Neste ano, eu era o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (COE/CEBB da Contraf-CUT). Os sindicatos e federações do Comando Nacional decidiram fazer uma paralisação de 24 horas no dia anterior ao 1º de maio para protestar contra a direção do BB ao implantar um plano de funções sem negociação com os trabalhadores.

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Os funcionários do Banco do Brasil das principais cidades e capitais dos estados paralisaram suas atividades nesta terça-feira (30) para protestar contra o novo plano de funções e cobrar a abertura de negociações com o banco.

O plano foi implementado de maneira unilateral pelo banco e a direção do bb desmarcou reunião em que as entidades sindicais iriam apresentar reivindicações para mudanças. A greve de 24 horas no bb foi chamada pelos sindicatos representados pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT. 

"Os funcionários do bb de todo o país deram forte demonstração à direção do banco de que não aceitarão práticas arbitrárias e autoritárias. Estamos atentos e mobilizados", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do bb...

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2012

1º DE MAIO


Convido todas as pessoas a participarem da luta para que a classe trabalhadora derrote o capitalismo e a exploração humana!

É possível a implantação de um modelo de sociedade mundial que continue produzindo tecnologia para melhorar a vida humana e estabelecer o bem-estar de todos, sem destruir o próprio planeta em que vivemos.

Para isso, temos que dividir a riqueza concentrada nas mãos de poucos no mundo e pensar em uma sociedade socialista que respeite as diferenças e individualidades das pessoas.

É necessário mudar o mundo contemporâneo dominado por grandes corporações, "pessoas" jurídicas, um artifício criado pelo capital para destituir as pessoas humanas de todos os seus direitos de existência.

O fim da exploração humana por essas grandes corporações só avançará com muita formação política e conscientização da classe trabalhadora e através de uma educação formal pública e libertadora.

Todo dia é dia para organizar a classe trabalhadora.

Todo dia é dia de incluir pessoas conscientes na luta por um mundo melhor, mais justo, equânime e solidário.

Acordemos amanhã focados em formar uma classe trabalhadora disposta a participar da mobilização por um outro mundo necessário!

Somos pessoas humanas e o mundo deve pertencer a nós e não às "pessoas jurídicas".

Somos fortes, Somos CUT!


(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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CURSO DE FORMAÇÃO

Durante aqueles dias de 1º de maio de 2012, em minha agenda constava o 1º e o 2º módulo de mais um curso de formação sindical.


Participantes com os ex-presidentes
Augusto Campos e Gilmar Carneiro.


A Contraf-CUT está acompanhando o curso Sindicato, Sociedade e Sistema Financeiro, direcionado à formação de dirigentes sindicais e assessores, aplicado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. O primeiro módulo aconteceu na semana de 23 a 27 de abril. O segundo ocorre no período de 7 e 11 de maio. 

"Este mandato do Sindicato, presidido pela companheira Juvandia Moreira, tem promovido muita formação para preparar a entidade para os desafios da atualidade por um mundo do trabalho melhor no sistema financeiro", avalia William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT, que acompanhou o curso. 

O módulo teve como foco os fundamentos políticos da sociedade atual e do sistema financeiro e o papel histórico do movimento sindical frente a essa realidade. O curso é baseado na grade de três módulos construído pela Contraf-CUT em parceria com o Dieese e tem algumas novidades incluídas pela diretoria do Sindicato.

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2011

1º DE MAIO


Que a unidade da classe trabalhadora traga uma luta mais coesa e massiva contra o capitalismo e seus asseclas, e que conquistemos:

*Melhor remuneração e condições de trabalho

*Maior distribuição da riqueza produzida pela classe trabalhadora

*Mais democracia participativa


Nunca nos esqueçamos dos objetivos imediatos e históricos da classe trabalhadora:

Os objetivos imediatos dialogam com as necessidades humanas da classe trabalhadora, mães e pais de família, jovens e estudantes. Os sindicatos devem organizar os trabalhadores, definir as reivindicações, mobilizar, buscar negociações e contratar direitos.

O objetivo histórico da classe trabalhadora é alcançar um mundo mais justo, igualitário, solidário, com liberdade e democracia, que tenha consciência ambiental. Um mundo socialista!


PS: Estou decepcionado com os patrocínios patronais no evento da nossa Central - CUT. (banqueiros, empresários e governo)

Todos que me conhecem sabem o quanto luto para que cada princípio nosso seja buscado diariamente e não concordo com certas "misturas" entre as partes. 

Governo é governo, partido é partido, sindicato é sindicato e patrão é patrão. 

CADA UM NA SUA! SOU SINDICALISTA E NÃO PARTILHO DESSA "MISTURA"!

(fonte: Blog A Categoria Bancária)

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Corri hoje a prova do Dia do Trabalhador em Osasco. É uma prova na qual o Sindicato dos Bancários está participando com 500 bancários e já está virando tradição.

A manhã estava maravilhosa e a corrida foi muito prazerosa.

Ainda tive um bom retorno de meu treinamento de abril, pois corri os 8K com muita facilidade e segurando o ritmo para manter meu treinamento. Corri em 45'.

William

(Fonte: Blog Refeitório Cultural)

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No dia seguinte ao 1º de maio, estava em Brasília, em mais um curso de formação sindical.


Foto da mesa de abertura do curso.

Depois de percorrer as federações de bancários CUTistas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e do Nordeste, iniciamos hoje o curso de formação para dirigentes sindicais bancários filiados à Fetec CN.

O curso terá 3 módulos de cinco dias e trataremos de vários temas inerentes aos desafios dos trabalhadores do ramo financeiro.

O curso é fruto de uma parceria da Contraf-CUT e Dieese e conta com o apoio fundamental da Fetec CN e dos sindicatos filiados, que demonstram forte interesse na FORMAÇÃO SINDICAL.


Foto da turma

A turma participante é muito boa e esperamos um curso muito produtivo e participativo, para a construção de conhecimento coletivo em prol da luta da categoria bancária.

Neste primeiro módulo veremos muita história do movimento dos trabalhadores, tanto mundial como brasileiro.

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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2010

1º DE MAIO

No feriado de 1º de maio, uma sexta-feira, estive com a família em Uberlândia.

Na semana de 3 a 7 de maio, participei do 1º módulo do curso de formação que realizamos em Pernambuco, na Ilha de Itamaracá.

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Curso de formação de dirigentes sindicais Contraf-CUT e Dieese para a Fetec CUT Nordeste - Módulo 1


Entre os dias 3 e 7 de maio de 2010 realizamos o 1º módulo do curso de formação PCDA - Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores - organizado pela secretaria de formação da Contraf-CUT em parceria com o Dieese. O curso é patrocinado pelas próprias entidades sindicais do movimento cutista.

Essa turma contou com a participação de 16 pessoas no curso (além dos palestrantes e organizadores), representantes das entidades sindicais dos bancários do Nordeste. O curso foi realizado em Pernambuco, na Ilha de Itamaracá, Hotel Orange, e em Gravatá (3º módulo). Uma das sugestões da organização do curso era que o local não fosse dentro das grandes cidades para não haver dispersão dos participantes, era um curso de imersão.

(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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Fotos do Forte Orange, Ilha de Itamaracá, Pernambuco



Aqui, estou em uma das pontas do Forte Orange. O canhão está apontado para o mar, na verdade, uma enseada.


Os canhões estão apontados para a lateral da praia. O mar está atrás de mim.


Os canhões apontam para o mar, como disse, é mais uma enseada.


Parte interna do Forte.


Entrada com o brasão português acima.


Essas fotos são do Forte Orange, em Pernambuco, construído pelos holandeses em 1631, em homenagem à Casa de Orange do Reino dos Países Baixos (Holanda).

A arquitetura do complexo é muito bonita e está relativamente conservada.

2009

1º DE MAIO


Estive no 1º de maio da CUT na Cidade Ademar, Zona Sul de São Paulo.

Foi um ato de reflexão, sem patrocínio de empresários, com muita ação de cidadania aos participantes.

Foi muito bom!

É a CUT voltando às raízes.


(Fonte: Blog A Categoria Bancária)

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Post Scriptum

Corrida de 8 Km - I Desafio dos Trabalhadores



Participei hoje da prova:

II Etapa Circuito Osasco de Corrida de Rua - I Desafio dos Trabalhadores

Fiz os 8 Km em cerca de 50' em dia bastante ensolarado.

O nosso Sindicato ajudou a promover a prova e incluiu uma cota para a participação da categoria bancária. Foi muito legal.

Tenho incentivado a ideia de novas portas de entrada para o bancário em relação ao Sindicato. Penso que esporte e cultura são excelentes alternativas.

Sem contar que a ideia tem tudo a ver com o nosso conceito de Sindicato Cidadão.

Foi um dia legal!

(Fonte: Blog Refeitório Cultural, 03/05/09)