Páginas

Mostrando postagens com marcador Economia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Economia. Mostrar todas as postagens

10.4.25

Previ sob ataque político




Comentário do blog:

Opinião

Ao ler uma matéria do jornal O Globo, sobre o tal relatório, não me surpreendi com absolutamente nada. A matéria "TCU abre auditoria na Previ e aciona PF e MPF para apurar conflito de interesse, viagens e investimentos" demonstra que o relatório contém pouca técnica e muita politicagem.

Basta ver o texto de esclarecimento de nossa Caixa de Previdência (abaixo) para perceber a politicagem que estão fazendo com o nosso fundo de pensão, que está sob ataque assim como o nosso governo Lula, democrático e popular.

Os "técnicos" do órgão, que não é especializado em fundos de pensão - pra isso existe a Previc -, pediram e receberam mais de dois mil documentos e, depois de tudo isso, colocaram no parecer questionamentos sobre algo que não pediram esclarecimentos na Previ...

Ao ler a matéria, me deu a impressão que o parecer do TCU vai contestar o sistema capitalista que vigora no mundo. O que vale para todos os capitalistas e suas empresas e mercados de ações, não valeria para alguém que não seja do clube da Faria Lima.

Todo acionista pode indicar gestores em empresas investidas, todo acionista pode receber as remunerações definidas para gestores de empresas... menos se o ser humano for um de nós... um bancário em posição de gestor de fundo de pensão, um esquerdista blá blá blá...

Estive na apresentação dos resultados da Previ em São Paulo e fiquei satisfeito com as informações que recebi. Nosso fundo de pensão está sob boas mãos e os dados contábeis são bastante confiáveis.

Atenção: unidade do conjunto de associados da Previ é fundamental. Me parece que querem mexer em nosso fundo e em nosso patrimônio construído por nós mesmos em 120 anos de história.

William Mendes

---

Previ se posiciona sobre parecer do TCU

Entidade reforça a conformidade de seus investimentos, a solidez dos planos de benefícios e o compromisso com a transparência e a governança

09/04/2025


Nesta quarta-feira, 9/4, em sessão plenária realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a Previ tomou conhecimento do parecer técnico que recomendou a realização de uma auditoria na Entidade. O processo tinha sido colocado em sigilo e, assim como as outras partes, a Previ ainda não teve acesso ao relatório completo. Ainda assim, reiteramos total disposição para contribuir com qualquer esclarecimento adicional que se faça necessário.

O parecer técnico foi realizado com base no levantamento de informações que auditores do TCU realizaram sobre a Previ, de 17 a 21 de fevereiro. Durante a visita na sede da Entidade, os auditores foram recebidos pela Diretoria Executiva, conversaram com diversos funcionários da equipe técnica e receberam todos as informações solicitadas, somando mais de dois mil documentos da Entidade para análise preliminar.

Sobre os tópicos abordados durante a sessão plenária nesta quarta-feira, 9/4, a Previ esclarece que as decisões de investimento sempre são realizadas em conformidade com a Política de Investimentos, com base em análises técnicas rigorosas e aprovadas em diversas instâncias de governança dentro da Entidade, em um sistema que garante a separação de funções e a transparência no processo decisório. Isso impede interferências entre as áreas e permite decisões criteriosas e seguras, buscando sempre a melhor relação entre risco, retorno e liquidez, de acordo com o perfil de cada plano de benefícios.

O resultado acumulado do Plano 1 em dezembro de 2024 foi deficitário em R$ 3,16 bilhões em consequência das oscilações de mercado. Ainda assim, a solidez da Previ proporcionou segurança para os associados, já que não houve necessidade de vender nenhum ativo por valor depreciado. Ou seja: não houve prejuízo. O déficit já está sendo revertido no primeiro trimestre de 2025, devido à conjuntura, à qualidade dos investimentos e à gestão diligente dos ativos. A Previ segue firme, forte e confiável, com sua credibilidade construída em mais de 120 anos de história e uma rentabilidade sólida, baseada em uma visão de longo prazo, como deve ser em um plano de previdência.

Outro tópico abordado na sessão plenária foram viagens do presidente da Previ, João Fukunaga. Esclarecemos que o item “viagens” não foi objeto do levantamento de informações inicial realizado pelo TCU, portanto não temos conhecimento acerca do que motivou a decisão, mas a Previ se coloca disponível para o fornecimento de dados e esclarecimento de informações, sempre que elas forem solicitadas.

A Previ reafirma seu compromisso com a transparência, a ética e a gestão técnica, assim como com a sua missão de garantir o pagamento de benefícios e prover soluções que proporcionem proteção aos associados e seus familiares, de forma integral, segura e sustentável. Inclusive, todas as decisões de investimento são guiadas pelo propósito de cuidar do futuro das pessoas.

A Previ respeita e colabora com toda e qualquer instância de fiscalização e controle, seja interna ou externa. Desde o início, tem prestado todas as informações solicitadas pelo TCU com total transparência e dentro dos prazos estabelecidos. Seguimos confiantes no trabalho técnico que orienta nossa atuação e certos de que todos os esclarecimentos levarão ao reconhecimento da lisura da gestão da Previ.

Fonte: site da Previ

13.2.25

Previ: O que você precisa saber sobre a auditoria do TCU



Comentário do blog:

Amg@s leitores, reproduzo abaixo matéria bem esclarecedora a respeito dessa ingerência do TCU em nosso fundo de pensão.

As explicações são concisas e mesmo pessoas que não acompanham o dia a dia de uma entidade do porte da nossa verão como a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil é bem gerida por nossos colegas indicados pelo patrocinador e pelos associados por eleição direta.

Boa leitura.

William Mendes

---

O que você precisa saber sobre a auditoria do TCU

Previ preparou um "perguntas e respostas" para esclarecer os fatos e tranquilizar seus associados

13/02/2025


Desde a última semana, tem circulado na imprensa e nas redes sociais uma série de informações sobre a situação da Previ em função de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Com o objetivo de esclarecer os fatos e tranquilizar associadas e associados, a Previ respondeu às principais perguntas sobre o tema. Confira:

Existe rombo na Previ?

Não. Pelo contrário, o último resultado divulgado (ver no site da Previ), com dados acumulados de novembro, mostra que o Plano 1 tinha um patrimônio de R$ 243 bilhões e apresentava um superávit acumulado de R$ 528 milhões. Já o Previ Futuro, plano mais jovem da Previ, atingiu um patrimônio de 34,5 bilhões.

O TCU tem competência para auditar a Previ?

A função do TCU é a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas e de economia mista, o que não é o caso da Previ.

Quem fiscaliza a Previ, afinal?

O órgão responsável por fiscalizar as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, como a Previ, é a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Vale ressaltar que, além da fiscalização oficial, a Previ é auditada de forma permanente pelo Banco do Brasil e por sua auditoria interna, e, anualmente, por auditoria independente realizada pelas mais conceituadas empresas de mercado.

Então por que o TCU solicitou uma auditoria na Previ?

É atribuição do tribunal fiscalizar as empresas de economia mista, que é o caso do Banco do Brasil. No entendimento do órgão, pelo fato de o Banco do Brasil ser patrocinador da Previ, a entidade pode ser fiscalizada também.

A Previ teme uma auditoria do TCU?

Não. A Previ não teme uma eventual auditoria do TCU, nem de qualquer outro órgão. Ao contrário, a Previ respeita o papel do tribunal e vai fornecer todas as informações, quando solicitadas. O objetivo da Previ é esclarecer os fatos com total transparência, tranquilizar os associados, demonstrar a boa governança, a solidez dos planos e seguir firme em seu propósito de cuidar do futuro das pessoas.

Por que o TCU quer uma auditoria na Previ?

Na verdade, essa questão teve início em agosto de 2024, quando o TCU julgou uma ação que questionava a indicação de João Fukunaga ao cargo de presidente da Previ. Apesar de decidir que a indicação obedeceu às regras para exercício do cargo, na ocasião, o relator do processo solicitou uma auditoria. Em sessão plenária do TCU realizada em 5/2/2025, o ministro alegou “gravíssimas preocupações" e “prejuízo de R$ 14 bilhões” para requerer celeridade no processo de auditoria.

Mas afinal, o Plano 1 teve prejuízo de R$ 14 bilhões em 2024?

Não houve prejuízo. Em previdência complementar, usamos o conceito de equilíbrio entre investimentos e obrigações. Em novembro de 2024, o Plano 1 apresentou superávit acumulado de R$ 528 milhões, ou seja, estava em equilíbrio. De fato, houve um déficit de R$ 14 bilhões no período analisado pelo TCU, mas que consumiu parte do superávit acumulado em 2023, de R$ 14,5 bilhões. As condições econômicas impactaram o resultado dos investimentos no ano, e foi esse principal fator que provocou o consumo da “gordura” acumulada até 2023. Essa variação no superávit não põe em risco o Plano 1. Esse tipo de oscilação não é incomum em fundos de pensão, até mesmo em planos maduros como o Plano 1, que têm quase todos os seus associados já aposentados.

A Previ enfrenta um rombo financeiro ou risco de insolvência?

Não há que se falar em rombo, prejuízo ou risco de insolvência. Em novembro de 2024, período analisado pelo TCU, o Plano 1 apresentou superávit de R$ 528 milhões. Isso significa dizer que o plano se encontra em equilíbrio e tem recursos suficientes para pagar todos os associados até 2100 – data prevista para seu encerramento – e ainda sobraria dinheiro. Além disso, a Previ tem uma política de caixa mínimo, que garante o pagamento de benefícios, independentemente do cenário econômico. Por isso, mesmo com um resultado abaixo do esperado em 2024, a entidade não precisou vender investimentos na baixa para cumprir obrigações. Ou seja, não houve prejuízo.

Há risco de os participantes terem que pagar contribuições extras?

Não há qualquer risco de equacionamento. Todos os planos seguem sólidos, sem necessidade de contribuições extraordinárias por parte dos associados ou do patrocinador, o Banco do Brasil. Em 120 anos de história, a Previ nunca precisou acionar planos de equacionamento, e seus associados nunca tiveram que pagar contribuições extraordinárias.

Por que a Previ teve um resultado negativo em 2024?

O que aconteceu ao longo de 2024 foi uma oscilação normal de mercado, que refletiu nos resultados do Plano 1 e do Previ Futuro. Alguns dos principais ativos, como a Vale, tiveram seu valor bastante depreciado ao longo do ano, representando um grande volume desse resultado. Ativos de Renda Fixa que estão marcados a mercado também oscilaram no período.

Mas ao contrário do que possa parecer, os investimentos do Plano 1 tiveram desempenho positivo no intervalo analisado pelo TCU. Foram cerca de R$ 5 bilhões nesse espaço de tempo, valor que não foi suficiente para cobrir as despesas do período.

Há previsão de recuperação em 2025?

A Previ acredita que, quando as condições da economia apresentarem mais estabilidade, há boas chances de recuperação. Os ativos da Previ são bons, resilientes e compostos por empresas da economia real, com bom histórico de pagamento de dividendos e boa capacidade de recuperação.

Por que a Previ investiu em ativos que sofreram desvalorização?

A Previ investe com visão de longo prazo, em uma carteira diversificada para minimizar riscos. Uma boa parte dos ativos está na carteira da Previ desde os anos 90. É o caso de Vale, BRF, Petrobras, Itaú, Neoenergia, entre outros. Uma eventual desvalorização faz parte da dinâmica do mercado e não compromete a sustentabilidade dos planos. Essas empresas já garantiram ótimas rentabilidades para o plano no passado, além de pagarem bons dividendos. Basta lembrar que a Previ já teve sucessivos superávits, que permitiram a distribuição de R$ 25 bilhões em benefícios para os associados entre 2006 e 2013 (mais de R$ 45 bilhões em valores atuais).

Como são tomadas as decisões de investimento?

A Previ decide seus investimentos por meio de um sistema estruturado em três etapas: planejamento, execução e controle. O planejamento é realizado pela diretoria de Planejamento, que elabora a Política de Investimentos. O documento tem um horizonte de sete anos e é revisada anualmente, ou quando necessário. A execução é responsabilidade da diretoria de Investimentos, que implementa as estratégias, sempre respeitando as políticas. O controle é feito pela gerência de Controles Internos, vinculada à presidência, e pela Controladoria, subordinada à diretoria de Administração. Todo esse sistema garante a separação de funções e a transparência no processo decisório. Isso impede interferências entre as áreas e permite decisões criteriosas e seguras, buscando sempre a melhor relação entre risco, retorno e liquidez, de acordo com o perfil de cada plano de benefícios.

O presidente da Previ tem influência nas decisões de investimento?

Não. A diretoria da Previ é um órgão colegiado composto pelo presidente e por outros cinco diretores. O voto de cada um dos diretores, incluindo o presidente, tem rigorosamente o mesmo peso. Todas as decisões tomadas pela diretoria da Previ são colegiadas, e o presidente não tem poder de veto, nem voto de desempate, o chamado voto de minerva. Quando não há consenso sobre uma determinada decisão, seja de investimento, seja de qualquer outro tema sob análise da diretoria, o assunto é levado ao Conselho Deliberativo, instância máxima de decisão da Previ.

Os técnicos da Previ são qualificados para gerir os ativos da Previ?

O corpo técnico da Previ é composto basicamente por funcionários oriundos da melhor escola do mercado financeiro do país, o Banco do Brasil. São profissionais altamente qualificados, especialistas no negócio de previdência complementar e com tempo médio de Previ de 12 anos. Toda essa bagagem aliada ao fato de estarem gerindo os recursos que vão garantir o próprio futuro, trazem para o corpo técnico da Previ uma característica fundamental na gestão, que é o olhar do dono. Isso aumenta ainda mais a dedicação desses colegas ao propósito da Entidade, de "cuidar do futuro das pessoas". Por aqui, estamos todos empenhados em entregar os melhores e mais consistentes resultados, sempre respeitando a premissa de um fundo de pensão: o olhar para o longo prazo.

O que tem sido feito para diminuir a volatilidade e proteger a Previ?

Num passado recente, o Plano 1 tinha alta concentração em renda variável, que chegou a 70% da carteira nos anos 2000. Isso possibilitou a formação do patrimônio bilionário do plano e a distribuição de superávits aos associados entre 2006 e 2013 (mais de R$ 45 bilhões em valores atuais). Agora, com quase todos associados em gozo de aposentadoria ou pensão, a estratégia é garantir o pagamento dos benefícios. Em 2012, o Plano 1 iniciou a estratégia de “imunização do passivo” que reduz a exposição em renda variável e aumenta em renda fixa, invertendo a proporção desses ativos na carteira de investimentos. Somente em 2024, a Previ adquiriu cerca de R$ 13 bilhões de títulos NTN-B, que tem taxas de juros compatíveis com a meta atuarial – parâmetro de rentabilidade mínima de rendimentos do plano. Esses investimentos protegem os ativos da inflação e pagam juros todo o semestre, colaborando com o fluxo de caixa. Se a Previ não tivesse feito a imunização, em vez de equilíbrio, o Plano 1 poderia estar deficitário em cerca de R$ 17 bilhões e bem próximo do equacionamento.

Por que a Previ deixou de distribuir superávit para os associados?

O valor pago por ano pela Previ a aposentados e pensionistas do Plano 1 é de mais de R$ 16 bilhões. É um compromisso enorme e uma responsabilidade na mesma proporção. Por isso, o objetivo do plano hoje é garantir rentabilidade suficiente para seguir pagando benefícios. Nem mais, nem menos. Se, por acaso, desviar desse foco e tiver um grande superávit, significa que o plano está correndo mais risco do que o necessário. Por outro lado, se tiver grandes déficits de forma recorrente, pode não estar rentabilizando suficientemente os seus investimentos. Com um horizonte de pagamentos que vai até o ano 2100, o Plano 1 precisa manter o equilíbrio para continuar pagando benefícios com segurança, como a Previ vem fazendo há 120 anos.

Como os associados podem acompanhar a situação da Previ?

Os associados devem acompanhar as notícias da Previ nos canais oficiais da Entidade, como o site, o app e as redes sociais. É importante também manter o cadastro atualizado para seguir recebendo todos os comunicados que a entidade envia por e-mail e SMS. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo Fale Conosco (no site) e pela Central 0800 729 0505. Neste momento, é importante ressaltar que os planos seguem sólidos, equilibrados, como devem ser e nossos associados podem ficar tranquilos como sempre puderam estar.

Fonte: site da entidade

7.2.25

Previ se posiciona sobre notícias de auditoria do TCU



Comentário do blog:

Segue abaixo o posicionamento da nossa Caixa de Previdência a respeito da questão em debate nesses dias, a intenção do TCU em realizar auditoria na Previ, um Fundo de Pensão fiscalizado pela Previc por se tratar de uma Entidade Fechada de Previdência Privada.

William Mendes

---

Previ se posiciona sobre notícias de auditoria do TCU

Entidade reafirma equilíbrio dos planos e esclarece competência de fiscalização

05/02/2025


Nesta quarta-feira, 5/2, foram divulgadas notícias de uma possível auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) envolvendo a Previ. Diante do fato, a Entidade informa que não comenta decisões do tribunal, órgão responsável por fiscalizar a aplicação de recursos públicos.

Em respeito aos associados, a Previ esclarece que embora o ano de 2024 tenha apresentado grande volatilidade, os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão. Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil (BB).

É necessário ainda corrigir afirmações e alertar nossos associados a respeito de um erro de entendimento mencionado nas matérias. O déficit de um determinado período não pode ser confundido com prejuízo. São conceitos bem distintos. A Previ não precisou vender nenhum ativo em 2024 para recompor suas reservas ou cumprir com suas obrigações. Pelo contrário, segue saudável pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios por ano, inclusive com recursos oriundos de dividendos das empresas que possui em seu portfólio.

Já acerca das ilações de falhas na gestão, a Entidade registra seu mais veemente repúdio, pois afirmações rasas trazidas a público desqualificam um assunto de relevada importância para milhares de associados, e levam intranquilidade para pessoas que, em sua maioria, já passaram dos 70 anos de idade.

Governança

Por se tratar de uma Entidade Fechada de Previdência Complementar, a Previ é fiscalizada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e regulada pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). A Entidade sempre esteve à disposição para fornecer informações, tanto nas constantes fiscalizações de seu órgão fiscalizador, como nas auditorias externas e do patrocinador.

Cabe ainda destacar que, seguindo as boas práticas de gestão e governança, a Previ está submetida a outras diversas instâncias de fiscalização, como o Comitê de Auditoria e as auditorias externas feitas anualmente pelas mais conceituadas e reconhecidas empresas do mercado. A estrutura de governança ainda conta com Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e conselhos consultivos dos planos.

Nosso nível elevado de governança, baseado na técnica e nas melhores práticas de gestão, garante a participação plena dos associados, e tem sido historicamente reconhecido nos mais diversos organismos que já tiveram a oportunidade de estudar ou fiscalizar a nossa gestão de planos previdenciários.

Transparência

Ressaltamos que os resultados da Previ são publicados mensalmente, de forma transparente, nos canais de comunicação da Entidade, mesmo não sendo uma obrigação legal. Reafirmamos, por fim, que seguiremos firmes na missão de pagar benefícios para os nossos quase 200 mil associados, como temos feito há 120 anos.

Fonte: site da Previ

6.2.25

Anapar repudia decisão do TCU de auditar a Previ



Comentário do blog:

Não é a primeira nem será a última vez que nossas caixas de previdência e assistência à saúde da comunidade de funcionários e aposentados do Banco do Brasil são instrumentalizadas para disputas políticas.

Reproduzo abaixo nota de nossa Associação Nacional de Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde em relação à notícia de que o TCU pretende auditar a Previ por supostas irregularidades.

A nota da direção da Anapar vai ao ponto e concordo plenamente com os apontamentos feitos nela.

William Mendes

---

ANAPAR repudia decisão do TCU de auditar a Previ

5 de fevereiro de 2025


A Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde (ANAPAR) vem a público manifestar seu repúdio à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de abrir auditoria emergencial na Previ.

Reiteramos nossa posição histórica de que a fiscalização das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) deve ser realizada pela Previc, órgão fiscalizador do setor, conforme estabelecido pela legislação vigente. Qualquer interferência direta do TCU sobre os fundos de pensão configura uma afronta ao modelo regulatório estabelecido e pode gerar insegurança institucional para as entidades e seus participantes. O TCU tem competência para auditar entes públicos da União, enquanto a Previ, assim como os demais fundos de pensão, é uma entidade de previdência complementar privada.

A auditoria anunciada tem como justificativa um alegado prejuízo do “Plano 1” da Previ. No entanto, a gestão de investimentos e a fiscalização já são acompanhadas por instâncias competentes, como Previc, CVM e Banco Central, e por mecanismos de governança que garantem transparência e segurança aos participantes. O modelo de previdência complementar brasileiro é robusto, sem necessidade de interferência de órgãos externos alheios à dinâmica do setor.

A ANAPAR destaca que a rentabilidade dos fundos de pensão deve ser analisada sob uma perspectiva de longo prazo, dado que seus investimentos seguem ciclos prolongados de formação de reservas e gestão previdenciária. Avaliações focadas apenas no curto prazo podem distorcer a percepção sobre a solidez do sistema, que atualmente administra ativos no valor de R$ 1,3 trilhão e desembolsa anualmente R$ 100 bilhões em benefícios para mais de 860 mil participantes. A Previ, por exemplo, pagou cerca de R$ 16 bilhões sem precisar se desfazer de seus ativos, pois a rentabilidade aferida com seus ativos foi suficiente para cobrir os compromissos da entidade.

Há, portanto, uma confusão premeditada entre “déficit” e “prejuízo”, pois a Previ e outros fundos de pensão não liquidaram ativos para cobrir suas obrigações. Além disso, é essencial diferenciar déficits conjunturais e estruturais. O primeiro decorre de oscilações econômicas e não reflete necessariamente problemas na gestão dos fundos. Déficits conjunturais são temporários e podem ser administrados com ajustes estratégicos. O resultado que suscitou interesse do TCU é conjuntural: o ano de 2024 foi atípico, marcado pela desvalorização da bolsa de valores e pelo aumento significativo das taxas dos títulos públicos, impactando temporariamente os resultados.

A estrutura de governança da Previ é robusta, contando com Conselho Fiscal, Auditoria Interna, Comitê de Auditoria e auditoria externa, além de fiscalização pelo patrocinador, o Banco do Brasil. Importante ressaltar que não há possibilidade de o Banco do Brasil arcar com custos adicionais, pois a Previ não terá nenhum plano de equacionamento.

A ANAPAR reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos dos participantes e assistidos das EFPC e seguirá vigilante contra qualquer tentativa de interferência indevida na governança dos fundos de pensão. Exigimos que as normativas e os papéis institucionais sejam respeitados para a manutenção da segurança jurídica e do equilíbrio do setor.

Diretoria da ANAPAR


Fonte: site da Anapar

29.8.24

Previ: dirigentes eleitos alertam sobre fake news




Apresentação do blog:

Reproduzo abaixo o manifesto das eleitas e eleitos de nossa Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Previ, em face da quantidade absurda de mentiras que andam circulando por esses dias em relação a supostos riscos de ingerências externas à gestão de nosso fundo de pensão. São ilações infundadas, mas comuns nos tempos nos quais vivemos.

William Mendes

---

Manifesto dos dirigentes eleitos: associados precisam ficar alertas com fake news sobre Previ

28/08/24

A reunião ocorrida na semana passada no Palácio do Planalto, amplificada pelo noticiário da imprensa, tem gerado manifestações e movimentos políticos de pessoas ativistas de má-fé divulgando fake news. Muitos associados, em razão disso, têm relatado insegurança e medo com os rumos da Previ.

Para restabelecer a tranquilidade dos associados e de seus familiares, e que possam continuar usufruindo dos benefícios da Previ sem maiores preocupações, queremos fazer os seguintes esclarecimentos:

1. A Previ tem uma governança madura e sólida, composta de forma paritária por representantes do Banco do Brasil e eleitos pelos associados. Todos os dirigentes precisam ter, pelo menos, 10 anos de filiação a um dos nossos planos de benefícios, o que evita a presença de oportunistas de plantão na gestão da nossa Entidade.

2. Além dessa governança, temos também uma estrutura organizacional segregada, composta 100% por associados ao Plano 1 ou ao Previ Futuro, com processos de tomada de decisão colegiados, sem decisões monocráticas, e com tramitação tanto nas diretorias dos indicados pelo banco quanto dos eleitos pelos associados.

3. Assim, governança e estrutura organizacional segregada, somadas, blindam a Previ de interferências externas, seja do mercado privado, seja do poder público.

4. Esses alicerces já foram inúmeras vezes testados ao longo dos últimos anos e provaram com sucesso que, na Previ, sempre prevalecem as decisões técnicas e a atuação em defesa do associado. O que, inclusive, foi reconhecido por parlamentares em duas CPIs.

5. Também é sempre importante lembrar que na Previ nunca executamos planos de equacionamento e o Plano 1, mesmo em uma conjuntura desafiadora, permanece em equilíbrio e com superávit superior a R$ 3 bilhões de reais.

6. Receber propostas de investimentos da iniciativa privada ou do poder público é algo natural, pois somos o maior investidor institucional do país e temos necessidade de investir no curto, no médio e, sobretudo, no longo prazo, para atendermos aos nossos compromissos com quase 200 mil associados.

7. Da mesma forma, é natural também dialogarmos com agentes do mercado e também com o poder público, seja o Executivo ou o Parlamento. Isso faz parte do nosso trabalho.

8. Outra frente importantíssima de atuação junto ao poder público é a defesa das nossas posições em relação ao ambiente regulatório para o fortalecimento do sistema fechado de previdência complementar. São exemplos recentes dessa nossa atuação a aprovação neste ano da Lei 14.803, que permitiu a opção pelo regime de tributação ao final do período de acumulação da poupança previdenciária, e a recente vitória na votação do PLP 68/2024 na Câmara dos Deputados, quando conquistamos a aprovação pelos deputados da isenção de pagamento dos novos impostos sobre serviços e consumo, desonerando os associados na acumulação de sua poupança previdenciária.

9. A reunião que ocorreu entre os presidentes dos quatro fundos de pensão com patrocínio estatal e o presidente da República e seu ministro teve como pauta exatamente essa linha da nossa atuação institucional.

10. O que foi publicado pela mídia e a sequência de reações políticas de jornalistas e alguns associados, como se estivesse ocorrido algo ilegal, não passam de ilações, fake news e oportunismo político da pior qualidade e que merecem o nosso repúdio pelo desserviço que prestam às pessoas que confiam na gestão de longo prazo de seus recursos.

Portanto, é preciso deixar bem claro para os nossos associados e associadas que nessa reunião:

• Não foi apresentada qualquer proposta de investimento em PAC ou em qualquer outro projeto.

• Não houve qualquer pedido de flexibilização das nossas políticas de investimentos ou qualquer outro documento da nossa Entidade.

• Foram debatidos assuntos fundamentais para o setor de previdência, e que precisam ser tratados e encaminhados no governo e no Parlamento, para fortalecer a previdência complementar dos trabalhadores. Entre eles estão o retorno da permissão para que os fundos de pensão possam voltar a investir diretamente em imóveis, sem ter que pagar taxa de administração ao mercado para gerir algo que temos expertise para fazer, e o fim da obrigatoriedade de marcação de títulos públicos a mercado, quando a Previ tem capacidade de caixa e interesse de carregá-lo até o vencimento, porque essa prática traz volatilidade e prejuízo aos associados dos planos de contribuição variável, como é o caso do Previ Futuro.

Tudo o mais que está sendo explorado em redes sociais não passa de fantasia e tentativa de manipular opiniões.

Hoje, a previdência complementar representa apenas 12% do PIB do Brasil, enquanto em países desenvolvidos ela chega a representar mais do que 100% do Produto Interno, garantindo benefícios previdenciários dignos e dotando o país de origem de uma fundamental capacidade de investimentos.

Nós, diretores e conselheiros eleitos da Previ, queremos ver isso se tornar uma realidade também no Brasil. E, por isso, seguiremos em nossa militância previdenciária em defesa dos legítimos interesses dos associados e associadas, combatendo com firmeza e serenidade as mentiras e os detratores do nosso sistema.

Diretores e conselheiros eleitos da Previ

Fonte: associadosprevi.com.br

19.8.24

Diário e reflexões



Democracia (povo no poder)?

Osasco, 19 de agosto de 2024. Segunda-feira. 


Opinião (5)


ELEIÇÕES MUNICIPAIS

"Os livros servem para nos lembrar quanto somos estúpidos e tolos. São o guarda pretoriano de César, cochichando enquanto o desfile ruge pela avenida: 'Lembre-se, César, tu és mortal'. A maioria de nós não pode sair correndo por aí, falar com todo mundo, conhecer todas as cidades do mundo. Não temos tempo, dinheiro ou tantos amigos assim. As coisas que você está procurando, Montag, estão no mundo, mas a única possibilidade que o sujeito comum terá de ver noventa e nove por cento delas está num livro..." (Fahrenheit 451, 1953, Ray Bradbury, p. 125)


Ou damos um passo atrás com essas plataformas digitais e o poder do dinheiro nas eleições ou já era a sociedade humana e as democracias 

Os entusiastas da internet e do mundo virtual e digital, diriam que os livros físicos de ontem são as "nuvens" de hoje, que "guardam" todo o conhecimento do mundo. Essa é, na minha opinião, a mãe de todas as mentiras, a maior das ilusões inventadas pelos donos do poder. Baboseira! 

As "nuvens" digitais não resistem a uma tempestade solar de maior intensidade que as usuais. Não resistem a uma guerrazinha de destruição de estruturas de um país. Não resistem a falta de energia elétrica.

E o pior é que tem muita gente séria que acredita nisso... uma tragédia para a humanidade! Parte do conhecimento humano criado nas últimas décadas pode desaparecer assim como as nuvens no céu ao sabor dos ventos.

Acompanho há mais de duas décadas como ser político o surgimento da internet e mundo digital como os conhecemos hoje, 2024. 

Eu era dirigente da Executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região em 2004 quando me envolvi num debate sobre terceirizar ou não nossa estrutura de dados e de comunicação. Eu era contrário e felizmente prevaleceu a estrutura própria do Sindicato. 

Poucos anos depois, o mundo descobriria as denúncias de Snoden e Assange e as invasões do governo norte-americano até nos e-mails das presidentas do Brasil e da Alemanha. Até porque os bancos de dados da internet estavam todos lá nos EUA: as "nuvens".

Depois virei secretário de imprensa da nossa confederação dos bancários e lidei com toda a novidade da internet e mundo digital de novo. Surgiam as grandes redes sociais das plataformas que hoje chamamos de big techs

Após tudo o que sabemos nessas duas últimas décadas, só é inocente quem quer em relação a não acreditar que essas corporações controlam nossas vidas como na ficção Matrix (1999). Somos as baterias dessas corporações globais do capital, as mercadorias somos nós, nossos dados.

Ao reler Fahrenheit 451 fiquei pensando na atualidade da ficção distópica, lançada nos anos cinquenta por Ray Bradbury. Também fiquei pensando na temática da "economia da atenção", um conceito criado nos anos 70 por Herbert Simon. Há muito tempo, o capitalismo vem se apropriando desse "recurso limitado e valioso" um bem econômico: a nossa atenção humana. 

No fundo, o mundo hoje é a síntese global da sociedade do espetáculo (Guy Debord) e a tecnologia da informação concentrada cada dia mais na mão de poucos humanos (das big techs). Estamos chegando no momento do xeque-mate no jogo de xadrez da história humana na terra. Ou desfazemos esse poder de poucos humanos no planeta Terra ou já éramos enquanto espécie e sociedade humana. 

-------------------------

Repito: ou desfazemos esse poder de poucos humanos em benefício da maioria ou já éramos enquanto sociedade humana!

-------------------------

ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

Vejam um exemplo que beira o absurdo (porém, nada mais é absurdo, tudo é "normalizado"):

Hoje, 19 de agosto, haveria um debate entre candidatos e candidatas à prefeitura de São Paulo e três deles - Boulos, Nunes e Datena - não aceitaram participar por causa do comportamento já sabido e "sendo normalizado" de um outro candidato. Pelo que apurei, participaram com ele as candidatas Tabata e Marina. 

Economia da atenção e uso de dinheiro na campanha - Desde o início da campanha eleitoral, as autoridades constituídas no país não estão fazendo nada de forma rápida e eficaz em relação ao que esse sujeito vem fazendo há dias. Isso é democrático? Estamos falando de democracia? Que poder do povo é esse? 

Qualquer cidadão comum, um bancário ou professor, por exemplo, dificilmente conseguiria amealhar 200 milhões de reais em suas vidas de classe trabalhadora. 200 milhões! É o valor declarado de patrimônio pelo sujeito.

Normalmente, após uns vinte anos de trabalho duro, talvez os trabalhadores tenham em sua declaração de imposto de renda um ou dois imóveis, de um milhão de reais, se tanto, e outros bens materiais como carros, por exemplo. Imaginem a realidade de dezenas de milhões de brasileiras e brasileiros.

O sujeito candidato tem 200 milhões de reais. Se lança candidato a prefeito. Paga milhares de pessoas por produtividade para fazer recortes de suas falas absurdas e consegue dezenas de milhões de visualizações nas redes sociais e na rede mundial (internet), visualizações compradas de uma forma imoral, imagino ilegal por abuso de poder econômico, e desproporcional com aquilo que chamaríamos de "igualdade de condições" e tudo fica por isso mesmo...

Estão normalizando isso... tudo seria normal... é como se não existissem normas legais no país. Uma anomia! Pode tudo!

DEMOCRACIA? PLUTOCRACIA? DITADURA DO DINHEIRO? Entendem o cerne do problema? Isso não é normal! Não condiz com os conceitos básicos de democracia!

É nesse mundo e sobre essa realidade objetiva que reafirmo que ou desfazemos essa lógica destruidora da sociedade humana ou já éramos!

William Mendes


Post Scriptum: o texto anterior sobre essa série eleições, pode ser lido aqui. O texto seguinte, dia de plenárias de lançamento da campanha de Boulos e de nossa vereadora Luna Zarattini, pode ser lido aqui.


Bibliografia:

BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. Tradução Cid Knipel. São Paulo: Globo, 2009. 


18.3.24

História dos bancários: um olhar (XV)



O conteúdo dos cursos de formação que fizemos para dirigentes e assessores sindicais ainda hoje seriam de muita valia para a categoria bancária


MEMÓRIAS SINDICAIS

Estava revendo hoje a programação de um dos módulos do curso que fizemos durante o período no qual fui secretário de formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a Contraf-CUT. Avalio que até hoje o conteúdo tem sua importância para alguém que lida com o Sistema Financeiro Nacional e as complexidades em trabalhar neste setor da economia.

O conteúdo do Módulo II do curso Sindicato, Sociedade e Sistema Financeiro que organizamos para as entidades sindicais da Fetec Centro-Norte em 2011 pode ser lido aqui. O curso foi feito em parceria com o Dieese e foi financiado pelas próprias entidades sindicais filiadas à confederação.

Alguns textos que utilizamos e que eram lidos em voz alta por todos os participantes passaram a compor um repertório de textos que gosto muito porque nos colocam a pensar o mundo e a vida.

---

CRÔNICA DE RUBEM ALVES

O texto de Rubem Alves, "O Nome" é um deles, que texto maravilhoso! As leitoras e leitores interessados podem ler o texto clicando aqui.

---

EFEITO MULTIPLICADOR DA MOEDA 

Outro texto técnico e sobre economia que gosto bastante é sobre o multiplicador bancário. Aprendi sobre isso ainda quando fiz graduação em Ciências Contábeis e depois vi como os antigos sistemas financeiros podiam atuar na economia de um país com o efeito de reter ou liberar mais recursos para circular na economia. 

Tenho uma postagem com um exemplo de efeito multiplicador da moeda, caso haja interesse em ver como se dá o fenômeno econômico é só clicar aqui.

Imagino que os Estados nacionais e os bancos centrais e governos vêm perdendo a capacidade de controle sobre suas economias com a quantidade de novas formas de circulação de recursos sem controle do governo e do sistema bancário tradicional. Isso é péssimo para a soberania e para a economia dos países.

---

IMPORTÂNCIA DE BANCOS E COOPERATIVAS REGIONAIS E LOCAIS

No módulo II do curso, todo ele voltado para o setor financeiro, usávamos o exemplo do Banco Palmas para explicar como é importante para uma comunidade qualquer reter seus recursos na própria economia local gerando renda e crescimento para a própria comunidade.

---

CONSENSO DE WASHINGTON

Hoje, eu resumiria as regras econômicas e fiscais inventadas por imperialistas como as regras para ferrar e destruir os países dos outros.

Eis as dez regras básicas (para destruir um país e seu povo, na minha opinião)

- Disciplina fiscal

- Redução dos gastos públicos

- Reforma tributária (redução de impostos)

- Juros de mercado

- Câmbio de mercado

- Abertura comercial

- Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições

- Privatização das estatais

- Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas e dos fluxos de capitais)

- Reconhecimento do direito à propriedade intelectual

---

FILMES SUGERIDOS E VISTOS NO CURSO

Em todos os cursos nós utilizávamos alguns filmes para variar as mídias utilizadas para abrir discussões e reflexões.

Neste módulo em questão nós disponibilizamos os filmes Norma Rae (1979), dirigido por Martin Ritt, com Sally Field; o filme Inside Job - Trabalho Interno (2010), documentário dirigido por Charles H. Fergunson e Audrey Marrs e o filme Capitalismo, uma história de amor (2009), de Michael Moore.

O curso foi ministrado num período posterior à crise do subprime nos Estados Unidos e essa temática era a discussão do momento.

---

FREI BETTO: A MÃO INVISÍVEL DO MERCADO

Terminamos o módulo com um texto bem reflexivo sobre a chamada mão invisível do mercado, que só mete a mão no bolso dos pobres para transferir os recursos públicos e privados para os ricos.

---

Aprendemos muito durante esses cursos de formação que fizemos entre 2009 e 2015 na direção da nossa confederação da categoria bancária. Foram mais de 400 participantes em diversos cursos ao longo dos dois mandatos na secretaria de formação.

William Mendes


17.12.23

História dos bancários: um olhar (XII)



Sindicato é sindicato, partido é partido, governo é governo...

O ano em questão era o de 2008, o Banco do Brasil comemorava os seus 200 anos de história e o Brasil era governado pelo Partido dos Trabalhadores, o presidente Lula estava em seu segundo mandato. A ampla maioria das lideranças do movimento sindical cutista e de outras forças políticas definiu em nossos congressos de trabalhadores apoiar a reeleição em 2006. 

No entanto, as condições de trabalho no BB estavam muito ruins, a direção do banco vinha numa sequência de decisões monocráticas que prejudicavam o conjunto dos funcionários, além de estar reestruturando o banco através de terceirizações. As metas e o assédio moral eram institucionalizados da mesma forma que ocorria nos outros bancos, tínhamos até mesa com a Fenaban para tentar frear o abuso na forma de cobrança de metas.

Foi nesse cenário que fiz um artigo de opinião dizendo que o movimento sindical deveria endurecer as relações com a direção do Banco do Brasil. Posso até ter sido duro com o governo ao falar dos seis anos, mas o dirigente sindical está no calor dos problemas e com seus representados sofrendo, é natural que eu carregasse no tom.

CENÁRIO INTERNACIONAL - Além da direção do BB estar atuando pessimamente com o corpo de funcionários e no papel de banco público, vivíamos a maior crise do capitalismo desde 1929, com a crise do subprime e a quebra da economia mundial. 

Meses depois do artigo que fiz criticando a direção do banco - e muita gente sindicalista e de esquerda não gostou de minha crítica ao nosso governo -, ficou claro que o governo Lula cobrava dos bancos públicos uma liderança na redução das taxas de juros e do maior spread do mundo. 

Os bancos públicos tinham a obrigação de liderar o sistema financeiro na queda dos juros e o presidente do BB era o que mais dava entrevistas ao mercado dizendo que não iria seguir as instruções do governo, que iria seguir o mercado blá blá blá... foi demitido!

Como diz o ditado popular, o tempo é o senhor da razão! (isso serve para mim também, pois em relação ao comentário que fiz sobre a China, eu pensaria duas vezes para fazer a mesma observação hoje rsrs)

Enfim, segue abaixo o texto que fiz, se não me engano, em agosto de 2008, estávamos no início da campanha nacional da categoria bancária. Lima Neto foi demitido em abril do ano seguinte. 

William Mendes

---

Artigo de opinião


EM RELAÇÃO AO BB, O MOVIMENTO SINDICAL CUTISTA DEVE ROMPER COM O GOVERNO LULA

São 6 anos de governo do Sr. Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores. É inegável que o Brasil mudou para melhor. Não é preciso destrinchar dados para mostrar melhor distribuição de renda, diminuição da miséria, melhor inserção brasileira no contexto internacional, fortalecimento das instituições públicas (com exceção do Banco do Brasil), entre tantos outros pilares econômicos e sociais.

São 6 anos de governo Lula e também são 6 anos de desmonte do papel do BB enquanto banco público. São 6 anos de assédio moral e condições de trabalho idênticas ou piores do que os piores momentos dos governos anteriores.

Ao mesmo tempo, é revoltante ver que não há sequer condições idênticas de tratamento por parte das empresas cujo comandante é o mesmo governo, pois se no BB tudo vai de mal a pior, na Caixa Federal percebemos nesses 6 anos que ocorreram avanços, com muita luta é verdade, mas as diferenças são substanciais.

Para ficarmos em alguns exemplos, basta lembrarmos que a Caixa executa programas sociais e é agente do governo no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além disso, teve negociações do PCS que puderam ser apreciadas pelo corpo social e contratada em acordo. Vem reduzindo a terceirização ano após ano, por força de acordos com o ministério público. Tinha uma força de trabalho de mais de 100 mil trabalhadores em 2002, onde metade era de terceirizados, e hoje os bancários concursados chegam a 75 mil. É evidente que estão sobrecarregados ainda, pois são necessários cerca de 120 mil trabalhadores para as demandas atuais.

O BB, ao contrário, vem lançando pacotes de DESestruturação todos os anos. Enxuga aqui, terceiriza ali, centraliza e descomissiona acolá. Só para lembrar alguns casos: centralização das Eqesps, que viraram Nucacs, que foram incorporadas pelas Geries, que viraram Gerel, que viraram SCO e SCL. Todas elas com movimentações compulsórias de trabalhadores e suas famílias.

Além disso, vieram as centralizações das Corporates e das Empresariais. Também centralizaram-se as Gecex. Agora está centralizando, terceirizando, enxugando e dispensando de novo as pessoas da mesma Gecex. Demissões em massa de advogados das Ajures. Reestrutação de URRs e por aí afora.

Em 2003, chegamos a exigir a nomeação de mais de 5 mil caixas executivos. Achávamos que era uma vitória perene. Mal sabíamos que o banco logo mais viria a não querer mais atender à população, e acabar de vez com os caixas, inclusive terceirizando o processamento dos envelopes de autoatendimento, para a Cobra, que quarteirizou, e hoje existe regime de quase escravidão para o tal setor. Aos caixas sobreviventes, sobra a opção de ser caixa volante: um dia aqui, outro ali, onde precisar... (e o banco sabe que nós sempre fomos contra part-time e contratações sazonais!)

Para não passar em branco, não vamos esquecer que o BB faz concurso extorquindo a população, pois não chega a chamar mais que 10 ou 20% dos aprovados, ludibriando as pessoas com concursos que não prometem vagas e sim “quadro de reservas”. E olha que só em 2007 dispensou mais de 7 mil bancários no auge de suas carreiras para ficarem recebendo em casa por até 10 anos, além da bolada que pagou a eles para aliviar passivo trabalhista. Custo este que ficou na casa de ½ bilhão só no primeiro ano.

É bom saber que o plano foi feito para um conjunto de altos executivos (feito por eles mesmos). Mas, para darem uma capa de transparência, tiveram que estendê-lo a outros funcionários, o que acabou retirando do corpo funcional 5 mil pessoas a mais do que o planejado pela diretoria.

Dessa vez o BB chutou o pau-da-barraca: o LIC que trata da reestrutuação da Gecex (“LIC PAQ GECEX”) é idêntico às instruções que nós enfrentamos na época do PDV/PAQ entre 1995/97. O que é pior, ele diz que não reconhece direitos dos bancários, cipeiros, delegados sindicais (então o banco quer dizer que o contrato com a Contraf-CUT não existe?!).

Penso que o movimento sindical CUTista deve romper com o governo federal em relação ao Banco do Brasil e não deve mais haver negociações com essa diretoria que aí está. Essa diretoria, a começar pelo seu presidente Sr. Lima Neto e incluindo toda a sua cúpula, está envergonhando a todos nós que queríamos mudanças no banco, tanto de diretrizes quanto de tratamento ao corpo funcional.

De que adianta mostrarmos boa vontade em negociar com o banco, sendo que coisas básicas como respeito às leis trabalhistas, condições de trabalho, dignidade humana e não terceirização dos serviços bancários o banco prefere dizer que não negocia e que busquemos a justiça?

Nesse período de (des)comemoração de 200 anos do BB, devemos exigir do Governo Federal a troca desses senhores que, além de não mudarem os rumos da empresa Banco do Brasil a partir de 2003, fizeram foi piorar as condições internas e externas da empresa que, hoje, pouco tem de coisa pública.

O BB está para público, assim como a China está para comunista; ambos gigantes por natureza, antidemocráticos, com alguns mais iguais que os outros, e em função de interesses privados e, às vezes, escusos.

William Mendes

Secretário de imprensa da Contraf-CUT

---

Post Scriptum - O texto anterior desta série pode ser lido aqui.


2.11.23

História dos bancários: um olhar (XI)



A Caixa é do povo (I)

02 de novembro de 2023.


Dando sequência aos textos sobre a história dos bancários, hoje vamos trazer um pouco da história de luta das empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal, estatal importantíssima para o desenvolvimento do país e para os governos brasileiros por ser um banco importante como agente e executor de políticas públicas e sociais.

A Caixa, seus empregad@s e suas entidades representativas enfrentaram momentos duríssimos ao longo dos governos golpistas de Temer e Bolsonaro entre 2016 e 2022. Foram anos de resistência para a manutenção do banco público e dos direitos dos trabalhadores.

Ao longo dos dez primeiros meses de governo Lula, a Caixa viveu um período de reconstrução sob o comando da presidenta Maria Rita Serrano. 

Como admirador antigo da Caixa Econômica Federal, fiquei muito feliz ao ver o banco sendo bem administrado pela empregada de carreira e dirigente sindical Rita Serrano, do ABC, liderança com longa história de lutas. 

De forma inversa, fiquei muito decepcionado com a entrega, dias atrás, de nosso banco público para as forças políticas de direita e extrema-direita do grupo com alcunha de "Centrão". Espero que a Caixa não deixe de ser o banco público que vinha sendo reconstruído pela companheira Rita e sua equipe.

Enfim, nesta primeira postagem sobre o material antigo que tenho dos anos 1990 - o folder "A Caixa é do povo" -, vou reproduzir a carta que a diretoria da FENAE enviou ao conjunto dos empregados da empresa. Uma das pessoas que assina é um grande amigo e companheiro de lutas, Plínio Pavão. Aprendi muito com ele ao longo da vida sindical.

Como o material é denso, farei outras postagens com os textos e temas abordados naquele momento importante da história de luta dessa categoria aguerrida que é a categoria bancária. O material conta a história da estatal e contextualiza o perigo de esvaziamento do papel do banco público vivido com a reforma bancária no início dos anos 1990.

Boa leitura!

William

---

Reprodução de material de 1990

Aqui começa mais uma caminhada dos bancários da CEF. Para que você possa participar dessa jornada, estamos colocando em suas mãos a base do itinerário a ser cumprido, com informações e avaliações sobre as bases determinadas da atual crise, um pouquinho de nossa história, as consequências do projeto da classe dominante e o eixo básico da Campanha que estamos iniciando. O caminho existe; sem você não haverá caminhada.

Coordenação Nacional em Defesa da CEF

---

Abaixo, reproduzo a carta que a direção da FENAE enviou aos empregados da Caixa no início de 1990 para que os trabalhadores contribuíssem com a campanha nacional em defesa do banco público e das demais estatais brasileiras. O Brasil passava por uma reforma bancária, diz o documento, e havia a ameaça de esvaziamento do papel das instituições públicas.

---


Brasília (DF)

Companheiro(a)

Nos últimos 3 anos desenvolvemos um grande processo de discussões da Reforma Bancária, reforma que vem sendo efetuada pelo governo brasileiro, financiada pelo Banco Mundial, que já alterou muito as características do nosso Sistema Financeiro.

Você está recebendo em anexo um FOLDER, no qual encontrará uma avaliação profunda desta Reforma.

Em torno das informações, mas principalmente, da concepção política nele contida, lançamos a CAMPANHA EM DEFESA DA CEF. Este documento inicial e sua leitura é condição básica para o entendimento e participação do(a) companheiro(a) neste gigantesco desafio que enfrentaremos nos próximos meses.

Desenvolvemos, ao longo dos últimos 60 dias, um incessante trabalho para estruturar esta campanha, que somente se efetivará com sua participação. Nós, em conjunto, vamos resgatar a identidade e a importância da CEF e de todas as demais estatais para o nosso País e, também, enfrentar o projeto global de internacionalização da economia brasileira, que entrega décadas de esforço do nosso povo.

Até meados deste ano, estará regulamentada a nova Constituição, no tocante ao Sistema Financeiro.

Os projetos que transitam no CONGRESSO NACIONAL com este fim esvaziam os Bancos Públicos, especialmente a CEF, consolidando o projeto de Reforma Bancária do BIRD.

Esta Campanha que desenvolvemos, utilizando todos os recursos de comunicação, mídia e mobilizações possíveis, destaca a cada um de nós um importantíssimo papel.

Por outro lado, consumirá uma considerável soma de recursos financeiros. A previsão é de 5.141.000 BTNF.

Obviamente, nós teremos que arcar com este custo, por isso, estamos iniciando neste momento a campanha financeira que levantará os recursos necessários.

Caberá, assim, a cada um de nós 79,23 BTNF, parceladas em três meses, ou seja, 26,40 BTNF mensais.

Por outro lado, boa parte do material de campanha como "botons", camisetas e plásticos para carros serão vendidos, o que cobrirá as atividades como reuniões, seminários e outros eventos estaduais e nacionais que não constam do orçamento acima citado.

Já definimos com a Direção da CEF o DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, que, naturalmente, depende de uma autorização expressa de cada companheiro.

Para isso, basta que você, num ato de compreensão do momento que vivemos e da importância deste movimento nacional em defesa do patrimônio público, DESTAQUE A "AUTORIZAÇÃO DE DESCONTO EM FOLHA" existente ao final deste manifesto e REMETA PARA A FENAE em Brasília, ou ainda para sua ASSOCIAÇÃO DE PESSOAL ou COMITÊ ESTADUAL EM DEFESA DA CEF ou representante de sua unidade.

O CAMINHO EXISTE, PORÉM, SEM VOCÊ NÃO HAVERÁ CAMINHADA.

A CEF É DO POVO.

DEFENDA A CEF VOCÊ TAMBÉM. VEM!

          SEC. GERAL: Ricardo Freitas 237113 - Florianópolis-SC

          SEC. IMPRENSA: Márcia Kumer 283100/507 - Porto Alegre-RS

                                      Rita Lima 2236988/184 - Vitória-ES

                                      Plínio Pavão 2886065 - São Paulo-SP

          SEC. FINANÇAS: José Hilton 2217200 - Divinópolis-MG

                                      João Bosco 2112405 - Fortaleza-CE

---


As próximas postagens abordarão mais conteúdos da cartilha em defesa da Caixa.


Fonte: 

Folder A Caixa é do povo. FENAE e Coordenação Nacional em Defesa da CEF


Post Scriptum: para leitura do texto anterior sobre a "História dos bancários", clique aqui.


18.10.23

História dos bancários: um olhar (IX)



A história do Banco do Brasil - Afonso Arinos

18 de outubro de 2023


O Banco do Brasil completou nesta semana 215 anos de existência, considerando suas falências e refundações a partir de 12 de outubro de 1808. É uma longa existência, uma longa história de serviços prestados ao Brasil e aos brasileiros e brasileiras!

Tive o privilégio de fazer parte de seu quadro de funcionários entre 9 de setembro de 1992 e 3 de abril de 2019. Agora, sigo pertencendo à comunidade Banco do Brasil, porque sou beneficiário de nossa Caixa de Previdência, a Previ, e sou associado de nossa Caixa de Assistência, a Cassi, entidades cooperativas e solidárias criadas pelos funcionários da empresa pública bicentenária.

Os bancos públicos têm uma importância central no apoio ao desenvolvimento de um país. Sem financiamento com taxas e tempo justos, um país não terá desenvolvimento econômico. Bancos públicos são fundamentais para o financiamento da agricultura, indústria e comércio. Para habitação, grandes obras públicas, ciências e tecnologias etc.

Quando cheguei ao quadro de funcionários do Banco tive outra sorte grande ao me aproximar de nossas entidades representativas, principalmente o sindicato que organizava a base social onde trabalhava na grande São Paulo. Militar no movimento sindical me formou como pessoa e como cidadão.

Acabei sendo eleito dirigente sindical em 2002 e por 16 anos exerci mandatos eletivos nos mais diversos espaços de organização social e lutas por direitos coletivos. Foi um grande aprendizado de vida! Acredito que tenha deixado a minha contribuição à bonita história de luta de nossa categoria profissional pertencente à classe trabalhadora.

Ao longo da vida de trabalhador bancário, uma das categorias mais organizadas do país, acabei estudando nossa história e a história das lutas da classe trabalhadora para poder representar bem meus colegas de trabalho. Além de representante de base e diretor do Sindicato, fui secretário nacional de imprensa e de formação de nossa confederação, depois fui coordenador das negociações nacionais com a direção do Banco e por fim fui diretor eleito de saúde de nossa Cassi.

Nesta série "História dos bancários: um olhar" pretendo registrar um pouco de nossas lutas e conquistas ao longo do tempo, tendo como referência as diversas mídias que acumulei ao longo de minha representação da categoria. Tenho muito material guardado e após dar uma organizada e colocá-lo em ordem cronológica, avalio que dá para ir contando um pouco da caminhada dessa categoria aguerrida e de vanguarda. A intenção é fazer uma publicação por semana.

É isso. Nesta postagem, terminei a releitura de um material feito no final dos anos oitenta para marcar os 180 anos de História do Banco do Brasil. A edição que tenho, foi adquirida através da doação de um gerente que trabalhou na agência Rua Clélia nos anos noventa, o Geraldo.

A postagem anterior desta série pode ser vista aqui.


---

Capítulo XI

Nesse capítulo, Arinos faz um retrospecto da história brasileira a partir de meados dos anos quarenta, período final da 2ª Guerra Mundial. No Brasil, Getúlio Vargas estava no poder (1930-1945). Com a queda de Vargas, houve eleições e o Marechal Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente, apoiado pelos partidos Social Democrático e Trabalhista Brasileiro, segundo Arinos (p. 45)

Getúlio Vargas volta à presidência pelo voto popular (1951-1954). Alguns fatos desse período valem a citação pela importância econômica e social para o Brasil: a criação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE) em 1952, que trinta anos depois seria o BNDES, sendo o "S" de Social; a criação em 1954 do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e a criação da Petrobras em 1953:

"Para disciplinar as diversas atividades relacionadas com essa importante fonte de energia havia sido criado o Conselho Nacional do Petróleo. Uma forte campanha política mobilizou a opinião pública e teve como resultado a criação da PETROBRAS, por lei de 3 de outubro de 1953, do Congresso Nacional. A essa empresa estatal caberia, entre outros privilégios, o monopólio da prospecção do precioso combustível em território nacional, monopólio este também estabelecido por iniciativa do Congresso." (p. 47)

Antes, em 1946, havia sido inaugurada a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A industrialização brasileira teve forte impulso no período posterior à 2ª GM.

BANCO DO BRASIL COMEMORA OS 100 ANOS... EM 1954

Pois é, apesar do nosso banco público BB ter comemorado os 215 anos dias atrás, em 12 de outubro de 2023, em 1954 o BB teve festa para comemorar seu centenário. Afonso Arinos nos explica isso, que já lemos nos capítulos anteriores.

"O Banco do Brasil - remodelado em 1893 e em 1905 - tivera suas operações reiniciadas em 10 de abril de 1854, tendo deixado de funcionar desde o ano de 1829, e reaparecera em virtude da fusão do Banco Comercial do Rio de Janeiro (de 1838) com o Banco do Brasil, fundado em 1851 por Irineu Evangelista de Souza, mais tarde barão e visconde de Mauá. As negociações entre os dois estabelecimentos haviam tido o patrocínio de Joaquim José Rodrigues Torres, visconde de Itaboraí, de relevante atuação na política e na administração do Império durante o Segundo Reinado." (p. 47)

O presidente do BB naquele período do governo Getúlio Vargas era o Dr. Marcos de Souza Dantas. E Arinos informa que uma comemoração não invalidava a outra efeméride de 1808.

"O fato não invalidava a comemoração de outra efeméride do Banco - a da assinatura do 'Alvará com força de Lei, pelo qual Vossa Alteza Real há por bem criar um Banco Nacional nesta Capital, para animar o comércio, promovendo os interesses Reais e Públicos, na forma que nele se declara.

     Para Vossa Alteza Real ver.

     Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1808'." 


Enfim, sempre achei que essa questão de datas de aniversário é algo bastante arbitrário, inclusive o nosso calendário, já que tivemos ao longo da história diversas definições de qual calendário se deveria seguir de acordo com algum poderoso da vez, como o calendário gregoriano que substituiu o calendário juliano na idade média, calendário mais utilizado no mundo ocidental na atualidade.

Arinos fecha o capítulo falando do suicídio de Getúlio Vargas sem falar absolutamente nada sobre o contexto. Eu não esperava outra coisa dele.

---

Capítulo XII

O destaque no capítulo é o "desenvolvimentismo" do governo de Juscelino Kubitschek. De forma bastante parcial, Arinos termina esse período enaltecendo a "revolução", nome que ele dá ao golpe de Estado civil-militar que depôs o Presidente da República João Goulart, que assumiu o governo após a renúncia de Jânio Quadros.

"(...) Já então alguns governadores, entre os quais os de Minas Gerais, de São Paulo e da Guanabara haviam decidido, contando com a colaboração decisiva de grande parte das Forças Armadas, promover a deposição do presidente. Iniciou-se a 31 de março de 1964 em Minas Gerais - Juiz de Fora - o deslocamento de contingentes do Exército em direção à cidade do Rio de Janeiro onde se encontrava o presidente. No dia seguinte a revolução triunfava sem que fosse oferecida qualquer resistência da parte dos que sustentavam o governo." (p. 49)

COMENTÁRIO: Amig@s leitores, que nojo sinto ao ler uma descrição dessas do "Prof." Afonso Arinos! UMA VERGONHA! O cara faz uma narrativa asséptica do golpe como se os golpistas tivessem escolhido o terno que usariam à noite, diz que eles decidiram "promover a deposição do presidente...". Observem que o presidente de esquerda "promovido" a deposição está com o "p" minúsculo, enquanto os outros ele escreve com "P" maiúsculo... Que nojo!

O tema central do estudo, o Banco do Brasil, não é citado no capítulo.

---

Capítulo XIII (Os governos militares)

"Em cumprimento ao disposto no art. 2º do Ato Institucional do dia 9 do mês de abril de 1964, foi eleito indiretamente para exercer a Presidência da República o General Humberto de Alencar Castelo Branco, transferido, na mesma ocasião, para a Reserva do Exército no posto de marechal." (p. 50)

Não poderia ser mais ridículo um texto desses... o autor tenta dar um verniz de legalidade à merda do golpe de Estado! Vergonha!


BACEN - Neste capítulo, Arinos fala sobre a Reforma Bancária de 1964, que criou o Banco Central do Brasil e definiu diversas funções do Banco do Brasil como agente financeiro do Tesouro Nacional, sendo o BB o recebedor da arrecadação de tributos e rendas federais.

BASA - Após a criação em 1967 da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o antigo Banco de Crédito da Borracha passa a se chamar Banco da Amazônia.

INCRA - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária foi criado em 1970 "com a finalidade de acelerar a execução de vários projetos de redistribuição de terras não-produtivas e cooperar para a fixação do trabalhador rural no campo." (p. 52)

Arinos não economiza no texto elogioso aos ditadores do período. Ele vai enumerando instituições criadas durante os governos militares. Como o país vinha buscando formas de desenvolvimento econômico, usinas hidrelétricas foram inauguradas, a produção da Petrobras passou de meio milhão de barris por dia etc.

Ao final do capítulo, os militares "gente boa" entregam o governo para José Sarney, que sucedeu a Tancredo Neves, eleito presidente de forma indireta pelo colégio eleitoral e falecido antes da posse em 1985.

---

Capítulo XIV

O último capítulo da cartilha comemorativa dos 180 anos da fundação do Banco do Brasil traz números expressivos do maior banco público do país em 1988.

"De um primeiro departamento, no Rio de Janeiro, com 22 funcionários, em 1816, passou o Banco a contar, em dezembro de 1987, com 128.528, dos quais mais de 1.500 nas agências e escritórios do exterior. As antigas três filiais, existentes em 1817, na Bahia, São Paulo e Recife, deram origem em 1987 a uma rede com 3.641 unidades, das quais 41 no exterior, compreendendo no total 2.284 agências, 393 postos avançados de crédito rural e 964 outras dependências de menor porte."

Desses números expressivos do banco público, ainda temos a informação de que 90% das agências no país estavam localizadas em cidades do interior, o que demonstrava a importância do BB na vida local das comunidades brasileiras.

Com a saída da Conta-movimento em 1986, quando usava recursos do Tesouro Nacional, o Banco teve que se adaptar a uma nova realidade para seu funcionamento enquanto banco público no mercado bancário. O BB passou a dispor de diversos serviços bancários e produtos que antes não eram o seu foco.

---

Termina aqui a leitura desta cartilha História do Banco do Brasil, escrita pelo professor Afonso Arinos de Melo Franco, com a colaboração do professor Herculano Gomes Mathias.

A cartilha foi produzida pela diretoria do Banco do Brasil em 1988.

William

---

Post Scriptum: o texto seguinte desta série pode ser lido aqui.


3.10.23

História dos bancários: um olhar (VIII)


 

A história do Banco do Brasil - Afonso Arinos

03 de outubro de 2023.


"Em 1905, o Presidente Rodrigues Alves, sob pretexto de reformar o inviável Banco da República, fundou o que deve ser considerado como o Banco do Brasil atual. Os estatutos do Banco da República foram alterados por iniciativa do governo e com aprovação dos acionistas. O novo Instituto, que retomou o nome tradicional de Banco do Brasil, devia 'exercer as funções de um banco central, dispondo de capital abundante para redescontos de papel dos outros bancos, para adiantar aos outros bancos e ampará-los nos momentos de crise'. O governo enviou mensagem ao Congresso regulando a matéria e a lei foi aprovada ainda em 1905, com os primeiros estatutos do atual Banco do Brasil." (p. 36)


No momento em que retomo a leitura desta cartilha sobre "A história do Banco do Brasil", nosso BB está sob um risco menor de existência como banco público porque Lula (PT) venceu as eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro em outubro de 2022 e Guedes não pode mais "vender essa merda" como ele chamou nossa estatal quando era o ministro daquele governo fascista e lesa-pátria da família de milicianos.

O BB, os demais bancos públicos e estatais brasileiras seguem enfrentando cenários adversos por causa do contexto mundial de crise econômica e política em relação aos sistemas financeiros do mundo. As instituições multilaterais do período pós 2a Guerra Mundial já não funcionam mais como ocorreu nas últimas décadas (funcionavam de forma imperialista, mas evitavam conflitos generalizados e ininterruptos). Hoje, nem a ONU apita mais nada no chamado "concerto das nações".

O mundo do trabalho está o caos, se desfazendo, principalmente quando pensamos em direitos trabalhistas e sociais. Nós da categoria bancária estamos sob sério risco de desaparecimento. Infelizmente! Eu não acho isso algo irreversível, não acho. Se um governo trabalhista e progressista tiver vontade, correlação de forças e estratégias corretas, acredito que seja possível salvar os empregos com direitos sociais como os da categoria bancária. 

---

O 3º E DEFINITIVO BB

Enfim, retomando a leitura da história do BB, vemos o quanto o banco público foi fundamental para o país nas primeiras décadas do século 20. O BB ajudou a República no financiamento de estradas de ferro e demais setores estratégicos da economia nacional, criou a carteira agrícola, fez papel de banco dos bancos etc.

No capítulo 8, temos a informação sobre a criação definitiva do Banco do Brasil, empresa pública que vigora até hoje, que conseguiu sobreviver pela luta de seus trabalhadores e da sociedade civil a governos privatistas como os de Collor, FHC e Bolsonaro/Guedes.

Em 1892, sob o governo de Floriano Peixoto, o Banco do Brasil, que havia sido refundado, se uniu a outro banco do governo para formar o Banco da República do Brasil:

"Decidido a concentrar a atividade bancária para conter a inflação, o Presidente Floriano Peixoto assinou, em 11 de dezembro de 1892, um decreto que autorizava a fusão do Banco do Brasil com o da República dos Estados Unidos do Brasil, sob a denominação de Banco da República do Brasil..." (p. 36)

O Banco do Brasil definitivo seria o que o governo criou em 1905, citado na abertura do texto.

---

O capítulo 9 da cartilha ou livro de Afonso Arinos nos relata o período da 1a Guerra Mundial e os anos 20, terminando com a crise de 1929 e a "Revolução de Outubro de 1930", com Vargas assumindo o poder.

CREAI, criada por Getúlio Vargas: "A história da agricultura brasileira pode ser contada em duas fases: antes e depois do surgimento da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil. " (p. 41)

O BB passaria a ser reconhecido nas décadas seguintes como o banco do financiamento da agricultura brasileira. Em bons momentos, ou seja, em governos bons, o BB teve papel importante na agricultura familiar, o setor que realmente alimenta o povo brasileiro.

---

O capítulo 10 nos traz um resumo dos anos 30, nos lembrando sempre do papel do BB nos grandes momentos do país e do mundo. A criação da Carteira de Crédito Agrícola do BB (CREAI) é um bom exemplo. 

O apoio ao crédito rural contribuiu a partir dos anos 30 para a expansão da rede de agências do BB país afora.

"A atuação do Banco, através da CREAI, foi decisiva para que zonas improdutivas e despovoadas do vasto território nacional se transformassem aos poucos em verdadeiros celeiros, como aconteceu com o oeste paranaense, Mato Grosso e, mais recentemente, Rondônia, Bahia, a Amazônia e algumas regiões do Nordeste. " (p. 41)

--------------------

Comentário: neste trecho acima podemos ver na prática a crítica que a jornalista e escritora Eliane Brum nos explica em seu livro "Banzeiro òkòtó (2021)" sobre conceitos equivocados de "progresso" e "desenvolvimento" ligados à destruição da Amazônia e demais biomas nacionais. Reparem que esta obra comemorativa é do final dos anos oitenta e o conceito de destruir os biomas para colocar pasto e plantações ainda vigorava...

--------------------

O capítulo 10 termina falando da participação do Brasil na 2a Guerra Mundial, através da FEB. Colegas do BB foram para a Itália, junto à Força Expedicionária Brasileira. 

"(...) Com o segundo escalão da FEB partiram funcionários do Banco para a Itália, a 22 de setembro de 1944. Outros funcionários seguiram com o quarto escalão, a 23 de novembro. Iam organizar, com a eficiência de sempre, os serviços bancários e financeiros junto às tropas combatentes e ajudar, assim, aos lutadores pela liberdade mundial." (p. 44)

---

BANCÁRIOS BRASILEIROS: UMA CATEGORIA DE LUTAS

Ao longo de minha vida de representação da classe trabalhadora, a partir de minha condição de trabalhador do ramo financeiro, sempre expliquei em palestras e debates o quanto a categoria bancária foi vanguarda na organização de trabalhadores e da sociedade civil na luta por direitos sociais, civis e políticos.

Grandes foram as lutas e conquistas para a coletividade com bancários à frente de mobilizações da sociedade civil. Os anos oitenta foram bem característicos dessas lutas como, por exemplo, nas mobilizações pelas "Diretas Já" e pela volta da democracia no país. Já escrevi que os bancários se posicionaram nas primeiras eleições para a presidência depois de décadas de ditadura (ler aqui).

Os tempos seguem sendo desafiadores neste início do 3º governo Lula. Avalio que o mundo corre o risco de grandes conflitos políticos e guerras e o Brasil não é uma ilha isolada na disputa de hegemonia que vivemos neste momento.

A fala do presidente Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi de nos deixar orgulhosos por voltarmos ao cenário global, foi uma fala ativa e altiva e Lula falou de paz, falou de distribuição de renda, falou sobre a emergência climática, cobrou instituições multilaterais com capacidade operativa etc. Foi uma fala histórica de nosso governo.

Os bancários brasileiros seguem com mais desafios que nunca porque a própria existência está ameaçada com as novas tecnologias e com a precarização massiva do mundo do trabalho.

As memórias e as histórias dos bancários continuam...

William


Bibliografia:

História do Banco do Brasil - Texto do Prof. Afonso Arinos de Melo Franco. Colaboração do Prof. Herculano Gomes Mathias. Edição de junho de 1988, produzida pela diretoria do Banco do Brasil.


Para ler o texto anterior, clique aqui. O texto seguinte dessa série pode ser lido aqui.