Não deixe tirarem o Maranhão da unidade nacional dos bancários |
Numa assembléia altamente antidemocrática no velho estilo pelego, convocada numa quarta-feira (13/04) para ser realizada no sábado (16/4), à tarde, num Estado do tamanho do Maranhão, sem garantir a fala dos discordantes, os diretores atuais do Sindicato local, ligados ao PSTU e ao PSOL, aprovaram a realização de novo plebiscito com o propósito de desfiliar a entidade dos bancários maranhenses da CUT.
O plebiscito será realizado de 24 a 26 de maio. Há três anos, a mesma diretoria realizou a mesma consulta aos bancários do Maranhão, que disse um sonoro "Não" a essa proposta tão descabida e manteve o Sindicato filiado à CUT.
"A proposta é descabida porque os bancos são empresas nacionais e suas negociações também são em bloco, ou seja, negociam conjuntamente. A divisão dos bancários, na outra ponta, só enfraquece a nossa luta, dificultando avançarmos e termos mais conquistas. E é isso que temos obtido nos últimos anos, muitas conquistas", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Mesmo sem previsão orçamentária, porque é o dinheiro do bancário que está sendo queimado dessa maneira irresponsável e faltando apenas um ano para terminar o mandato dessa diretoria, desrespeitam a categoria e tentam perpetrar um golpe", acrescenta Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.
Tentativa de golpe
A Contraf-CUT considera um golpe a manobra dos diretores do Sindicato do Maranhão porque no processo de consulta anterior, a assembleia foi convocada com dois meses de antecedência e as regras do Regulamento Eleitoral do Estatuto da entidade foram observadas e acordadas como referência. Foi definido roteiro de urnas, paridade entre mesários, guarda de urnas, tudo o que é essencial para a lisura de qualquer pleito sindical. E até o momento a Comissão Organizadora, eleita nessa assembleia sem qualquer representatividade, não informou como vão funcionar as coisas.
Parece aquela velha estória: "esse jogo só vai terminar quando o meu time ganhar, e eu sou o dono da bola".
Democracia às avessas
"E a principal queixa desse grupamento político é que a CUT e seus sindicatos filiados são antidemocráticos. Mas isso, todos sabem que é apenas balela. Porque nas poucas entidades em que esse pessoal é maioria ou vota conforme eles querem ou está fora", diz Miguel Pereira.
Sectários ao limite, esses dirigentes não conseguem compreender que seu pensamento e suas propostas são minorias no movimento sindical, bancário e na sociedade de modo geral.
Para isso basta vermos os coeficientes de representação aferidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Enquanto a CUT é a maior central sindical da América Latina e continua crescendo, com 38% das entidades sindicais que possuem filiação a alguma central sindical no Brasil, a Conlutas sequer consegue ter registro sindical, uma vez que somente cerca de 1% das entidades, dentre todas as categorias de trabalhadores, declararam ter filiação a ela.
Quanto à Contraf-CUT, tem a representação de 90% de todos os bancários do país. Isso sim é legitimidade.
"Mas, na verdade, esse grupamento político tem um conceito de democracia estalinista. Ou seja, a minoria tem que dominar a maioria. É a democracia às avessas", critica o secretário de Organização da Contraf-CUT.
Democracia direta
Todo o processo da Campanha Nacional dos Bancários é construído passo a passo pelos bancários da base.
Desde as consultas, as assembleias para começar e findar as negociações, para a realização das greves, para aprovação dos acordos e convenções coletivas. Em tudo o bancário é convocado para decidir. Democracia direta.
Ao invés de aceitar essa condição de minoria e participar do processo e dos debates, os Sindicatos de Bauru, Rio Grande do Norte e Maranhão ficam de fora criticando, jogando pedras, mas em nada ajudando na luta geral da categoria. Apesar de serem convidados todos os anos a participarem do Comando Nacional dos Bancários, condenam o processo mas, incoerentemente, no final também assinam a Convenção Coletiva dos Bancários negociada pela Contraf-CUT.
História de lutas, conquistas e construção de cidadania
Nas últimas décadas, os bancários fizeram história. Além de ajudar na redemocratização do Brasil, a categoria garantiu muitas conquistas, que vão além das leis trabalhistas do país e servem de referência para os demais empregados. Porém, a atual diretoria do Sindicato dos Bancários do Maranhão quer jogar esta história no lixo, seguindo na contramão da luta iniciada há mais de 30 anos. Desde então, a categoria passou a se organizar nacionalmente e, com muita união, hoje é uma das mais fortes do país.
Boa parte dos direitos que nós, bancários, temos hoje, foi arrancada depois da fundação da CUT. Nesses últimos 28 anos, a categoria conseguiu uma Convenção Coletiva Nacional, garantiu que parte do lucro gerado pelo trabalho bancário fosse distribuído na forma de PLR, conquistou muitos outros direitos que serviram de exemplo para os demais trabalhadores, como a cesta-alimentação, o vale-refeição e, mais recentemente, a licença maternidade de 6 meses e o acordo histórico e inédito no país para combater o assédio moral nos bancos.
Uma de nossas conquistas mais significativas é ter a garantia de que o mesmo salário e os mesmos benefícios que o bancário ou bancária da Avenida Paulista recebe são pagos àquela ou àquele que trabalha em uma agência do Oiapoque ou de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão. É pouco? Categorias muito bem organizadas ainda não conseguiram isso.
Nossa força é a nossa união. Por isso, é hora de:
NÃO SAIR DA CUT,
NÃO NOS DIVIDIR
NÃO AO ISOLAMENTO
Fonte: Contraf-CUT
PS: O RESULTADO DO PLEBISCITO FOI DE DESFILIAÇÃO. 70% DAS PESSOAS CONSULTADAS OPTARAM PELA DESFILIAÇÃO. É MISSÃO AGORA DA CUT E DAS NOSSAS FEDERAÇÕES DE BANCÁRIOS DO NORDESTE E CENTRO OESTE DE TRAZER NOVAMENTE OS TRABALHADORES DO MARANHÃO PARA A UNIDADE NACIONAL.
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