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Na tarde do dia 11 de maio foi realizada a segunda negociação para discutir propostas de alteração no regulamento do Plano 1 da Previ e a reivindicação dos associados de revisão do estatuto para melhorias no modelo de gestão da entidade. A Contraf-CUT participou da reunião, junto com dirigentes eleitos da Previ e outras entidades do funcionalismo do BB.
Voto de minerva
O Banco do Brasil não aceita abrir mão do voto de minerva no Conselho Deliberativo da Previ, recusa a eleição para a Diretoria de Participações e a volta dos direitos do Corpo Social (votação em alterações nos estatutos e regulamentos). Frente aos protestos das entidades representativas dos associados, o banco afirmou que pode analisar alternativas para a flexibilização do voto de minerva, as consultas ao Corpo Social e outras inovações no modelo de governança da Previ.
As entidades continuarão insistindo nesses pontos até que volte a se equilibrar o poder do banco e dos associados.
Revisão do regulamento versus superávit
Os representantes do Banco do Brasil afirmaram que somente aceitam alterações no regulamento do Plano 1 para contemplar reivindicações dos associados se forem custeadas pela reserva especial e de acordo com a Resolução CGPC 26, ou seja, metade da reserva para o banco e metade para os associados.
Os dirigentes eleitos da Previ e as entidades representativas insistiram que não foi esse o compromisso assumido pelo banco no final das negociações do superávit, em novembro do ano passado. Ficou acertado que seriam negociadas alterações no regulamento do Plano 1, independentemente da utilização de superávit. Mostraram que é possível fazer tais alterações revisando o plano de custeio, sem utilização da reserva especial. Lembraram, ainda, que o próprio superintendente da Previc afirmou, em reunião naquele órgão, em outubro de 2010, que essas alterações seriam possíveis depois da destinação da reserva especial, desde que houvesse a concordância do banco.
Diante do impasse, será marcada reunião conjunta na Previc, para discutir a questão.
Negativas e evasivas
Quanto às reivindicações dos associados, o banco apresentou uma série de negativas. Em outros casos, afirmou que aceita discutir alternativas, desde que o impacto seja absorvido pela reserva especial do Plano 1, destinando valor correspondente ao banco.
Os representantes do banco afirmaram que não aceitam a aposentadoria antecipada para as mulheres aos 45 anos, por haver posição contrária de órgãos do governo; não aprova o resgate das contribuições patronais pelos pedevistas, alegando que se deve pensar nos atuais associados; negou a proposta de pagar 360/360 de complementação de aposentadoria para todos, independentemente do tempo de contribuição na ativa. Os associados apresentaram vários argumentos a favor de cada proposta, mas o banco afirmou que não aceita qualquer alteração nesses pontos.
O banco aceita analisar as seguintes propostas: aumento do teto de contribuição e benefícios para 100% da remuneração da ativa, nova redução da Parcela Previ, aumento no valor do benefício mínimo, abono anual para aposentados. A Previ avaliará os custos de cada uma dessas propostas, para levar à mesa de negociações. Quanto ao aumento no valor das pensões, o banco afirmou que aceita debater o tema, apesar de dar preferência para melhorias nos benefícios de complementação de aposentadoria.
Foi apresentada pelos associados proposta para vincular o benefício mínimo a percentual do teto de benefícios, quando este for estabelecido.
O banco afirmou ainda não ver qualquer problema em antecipar o reajuste dos benefícios Previ dos aposentados para janeiro. Esse tema será resolvido no decorrer das negociações.
BET sobre as verbas P210 e P220
O Benefício Especial Temporário de 20% (BET) incidiu somente sobre os complementos de aposentadoria e pensão de responsabilidade da Previ, o Complemento Previ. Não houve incidência do BET sobre o Complemento Adicional BB (verbas P220 e P210), benefícios que são de responsabilidade exclusiva do banco, são pagos pela empresa mensalmente e repassados via folha de pagamento da Previ.
A entidade tem respondido aos associados que não há incidência do BET sobre essas verbas, pois não houve contribuição para constituir as reservas para pagamento desses benefícios, que tais recursos não foram aplicados e não geraram superávit a ser distribuído. Foram feitas contribuições sobre essas verbas somente após a concessão dos benefícios, com objetivo de gerar pensão, que será calculada inclusive sobre esses benefícios e cujo pagamento é de responsabilidade da Previ.
As entidades representativas apresentaram documento reivindicando que o banco assuma o pagamento do BET para os mais de sete mil aposentados e pensionistas envolvidos, já que os benefícios em questão são de sua exclusiva responsabilidade. O valor mensal correspondente é de R$ 4,2 milhões. O banco ficou de analisar a questão e se manifestar na próxima reunião.
Teto remuneratório
Em 2008, quando se alterou o critério de remuneração dos executivos do Banco do Brasil, a diretoria e o conselho deliberativo da Previ aprovaram, por solicitação do próprio banco, a instituição de um teto de contribuição e benefícios à Previ, correspondente à remuneração paga aos detentores do cargo NRF especial, o maior salário do quadro de carreira do banco (hoje cerca de R$ 27.000). No regulamento atual esse teto não está previsto, existindo somente os tetos de 90% da remuneração e 136% do salário base, o salário do posto efetivo.
As alterações ainda não haviam sido aprovadas pela Previc quando o banco enviou novo documento à Previ desistindo da instituição do teto, em março de 2010. Desde então se estabeleceu um impasse: enquanto os dirigentes eleitos da Previ defendem a instituição do teto correspondente ao NRF especial, o banco quer o teto de três vezes o NRF especial.
O assunto foi levantado na mesa de negociações, com as entidades defendendo a posição dos dirigentes eleitos, pelo teto mais baixo. O tema também está sendo discutido no Conselho Deliberativo da Previ.
BET do grupo 67
Os representantes dos associados cobraram o compromisso do banco, assumido na mesa de negociação em novembro de 2010, de se responsabilizar pelo pagamento de 53% do valor do BET pago aos 21 mil aposentados do grupo 67, seguindo o custeio estabelecido quando foi firmado o acordo de 1997. O valor correspondente está contabilizado em conta transitória do Plano 1, para ser lançada a débito do patrocinador. O banco alegou que está analisando os aspectos jurídicos da questão.
Entidades representativas
Participaram da reunião representantes da Contraf-CUT (Eduardo Araújo), dos sindicatos e da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (Carlos de Souza, Olivan Faustino, Ronaldo Zeni e José Luiz Barboza), da AAFBB (Gilberto Santiago), da Anabb (Nilton Brunelli), da FAABB (Isa Musa e Cláudio Lahorgue), da AFABB-SP (Waldenor Moreira Borges Filho), os diretores eleitos da Previ José Ricardo Sasseron e Paulo Assunção e os conselheiros deliberativos eleitos Célia Larichia, Mirian Fochi e William Bento.
Fonte: Contraf-CUT, com eleitos da Previ
2 comentários:
Diante do engodo do governo da PT frente a PREVI, nada do que foi prometido foi cumprido, onde sua resposta é sempre NÃO, NÃO, NÃO, os companheiro deveriam, em um gesto de hombridade, ter ido embora, pego suas coisas e dado como encerrada a reunião. O governo enrola desde o primeiro governo petista, ha mais de 8 anos, quando o motivo era "arrumar a casa para depois negociar", mais parecido com ver "o bolo crescer para depois dividir" do Delfin Neto. 2011 vai ser o ano da mascara cair de vez do PT.
Olá colega, como vai?
O que dá qualquer medida em uma mesa de negociação é a correlação de forças entre as partes e também a boa vontade entre elas. Em qualquer contexto no mundo. A CUT está com boa vontade na mesa mas o banqueiro governo não está motivado a ceder. (e este banqueiro governo é melhor do que os anteriores na minha opinião em relação à classe trabalhadora)
Não digo isso para contestá-lo, mas para nos lembrar sempre em que sistema vivemos.
Como sindicalista cutista, vou buscar a negociação sempre. Isso é uma das diferenças entre a CUT e qualquer outra central de esquerda tradicional: nós queremos contratar algo a mais para o nosso trabalhador, enquanto as outras "de esquerda ou revolucionárias" preferem só marcar posição. (não falo das pelegas, pois essas são instrumentos do patronato. ex: força sindical)
Mas como representante dos bancários de meu sindicato e da Contraf-CUT não tenho dúvidas de que qualquer proposta de banqueiro e governo só sai com mobilização e pressão dos trabalhadores. De novo, é só lembrar em que sistema vivemos - capitalista. (aliás, onde existe "socialismo real" é proibido ter sindicato que conteste o governo).
Vamos nos preparar para buscar COM MOBILIZAÇÃO DOS BANCÁRIOS ALGUMAS DAS REIVINDICAÇÕES QUE QUEREMOS EM 2011. EU ACREDITO NA LUTA ENTRE NÓS - TRABALHADORES - E ELES - O CAPITAL.
Abraços,
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