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31.7.20

Lutas bancárias em julho - Ameaças e resistências





Olá colegas bancári@s, em especial colegas do Banco do Brasil da ativa e aposentados e militância sindical bancária, espaço social onde passei a maior parte de minha vida.

Depois de dois anos sem postar neste blog sobre as lutas da Categoria Bancária, voltei a escrever nele neste mês de julho. Mesmo não estando mais no dia a dia das lutas diárias da categoria, pertenço à comunidade Banco do Brasil, segmento que concentra 200 mil trabalhadores da ativa e aposentados e o nosso espírito de pertencimento nos faz acompanhar a luta permanente pela manutenção do nosso banco público e dos direitos históricos que conquistamos com unidade, resistência e estratégias.

Estamos vivendo um período muito complicado de nossa história e não temos outra alternativa que não seja resistir aos ataques e ameaças que diariamente desafiam nossa sobrevivência. Vamos superar essa fase difícil do país e voltar a fortalecer nossos bancos públicos e recuperar sua importância para ajudar a sociedade. Também vamos resgatar nossos direitos que já nos roubaram e temos que envolver cada colega que conhecemos para resistirmos aos novos ataques do governo fascista e antipatriótico que quer destruir tudo que construímos em décadas de lutas.

Neste mês de julho, publicamos texto no blog alertando sobre a ameaça grave de redução de direitos de nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que se renova na data-base de setembro (ler aqui). Como a reforma trabalhista dos golpistas acabou com a ultratividade, e o governo Bolsonaro vetou a manutenção de direitos da CCT pelo menos enquanto durasse a pandemia, sem participação e mobilização, podemos perder direitos centrais da categoria ao final de agosto.

O sujeito que ficou na presidência do Banco do Brasil pediu para sair neste fim de mês. Isso não diminui a preocupação com nosso banco público porque o próximo que vier, pode ser pior. Como temos visto, toda vez que o governo troca um ministro ruim, entra um pior que o anterior. Estão enfraquecendo nosso banco. A entrega quase de graça de uma carteira de crédito para o banco do amigo (por 10% do valor) é um exemplo de gestão temerária desse pessoal que faz parte do mal chamado bolsonarismo.

Tivemos eleições em nosso fundo de pensão e, felizmente, a Chapa 1 - Previ para o associado venceu com um bom retorno dos participantes. A chapa representa o associativismo e a unidade das entidades dos associados. A eleição não facilita a vida que teremos pela frente por causa das diversas crises que enfrentamos, mas melhora a nossa perspectiva de luta em defesa da Previ e dos nossos direitos de complemento de aposentadoria.

Por fim, os banqueiros e governo já receberam as reivindicações dos bancários e a primeira rodada de negociação acontece na próxima semana. Um dos temas das discussões é o teletrabalho. Escrevi uma reflexão a respeito aqui no blog e apesar de concordar com a necessidade do home office por causa da tragédia da pandemia de Covid-19 que já matou mais de 91 mil brasileiras e brasileiros, no artigo discuto uma preocupação mais de fundo, em relação ao emprego bancário e à condição dos trabalhadores e seus direitos.

Não quero me alongar. A volta a escrever no blog é porque pelo menos registro impressões, registro a história de nossas lutas e isso é muito importante para a classe trabalhadora. Um problema sério da atualidade é a falta de registro das lutas porque sempre que vou pesquisar sobre nossa história, que nas últimas décadas passou a ter registro virtual (na internet), percebe-se que os links de matérias de pouco tempo atrás, dessa década mesmo, já não existem mais (história apagada!).

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Resumindo julho: vencemos eleição na Previ; os bancários começam as negociações com banqueiros e governo; direitos históricos da CCT estão em risco; tivemos dias de lutas na Caixa Econômica Federal; governo fascista ameaça a existência de nossos bancos públicos; e na minha opinião, teletrabalho é importante durante a pandemia, mas temos que pensar no emprego e direitos bancários após o controle desse vírus mortal.

Bom fim de semana a todas e todos. Se informem pelos sites das entidades sindicais e associativas e não pelos portais dos patrões e seus gestores do topo da estrutura. Nem aposte todas as fichas na imprensa, pois em algum momento ela vai falar mal da campanha salarial como fizeram com os metroviários nesta semana (a imprensa é quase toda dos banqueiros, literalmente). 

Bancári@s, fortaleçam os sindicatos se associando a eles, as entidades são a casa do trabalhador. Mesmo que vocês tenham alguma desconfiança ou discordância do seu sindicato, é ali que se organiza a defesa de nossos direitos históricos.

William Mendes

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