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19.4.13

Enafor aprova moção de apoio ao Dia Nacional de Mobilização da CUT



18/04/2013

Dirigentes e militantes da Rede Nacional de Formação da Central reforçam luta em defesa da pauta da classe trabalhadora


Mística abre os trabalhos do Enafor. Escrito por Pedreira.
Fotos: Santos - CUT
Ao som de ‘Vai Passar’ de Chico Buarque, com uma mística em homenagem aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e um vídeo sobre a história da Política Nacional de Formação da Central teve início na manhã desta quinta-feira (18) o XVIII Encontro Nacional de Formação – ENAFOR.

José Celestino Lourenço, o Tino, secretário nacional de Formação da CUT, recordou que muitas das reivindicações que estavam no projeto de fundação da CUT ainda se fazem presente nos dias de hoje: reforma agrária, fim da censura, jornada de 40 horas semanais e liberdade e autonomia sindical.

Bandeiras de luta que integram o Dia Nacional de Mobilização da CUT que ocorreu na quinta-feira com ações por todo o Brasil. É a militância da CUT nas ruas para cobrar do governo federal e do Congresso Nacional uma resposta a pauta de reivindicações entregue ao governo no dia 6 de março.

Aproveitando a ocasião, o secretário de Formação da CUT apresentou uma moção de apoio ao Dia Nacional de Mobilização que foi aprovada por todos os participantes que compõem a Rede Nacional de Formação da CUT, reforçando a luta em defesa da pauta da classe trabalhadora. (veja aqui)

Formação para construir um novo sindicalismo – a Política Nacional de Formação da CUT está enquadrada numa perspectiva de construção coletiva do conhecimento a partir de um sindicalismo de massa, democrático e combativo.

Segundo Tino, o projeto de formação passa por um novo momento onde está sendo implementado um planejamento estratégico com várias etapas em conjunto com as estaduais e ramos e mais aproximado no ponto de vista da territorialidade.

Admirson Medeiros, o Greg, secretário adjunto de Formação da CUT, ressaltou em sua fala que o grande objetivo deste Encontro é atualizar as diretrizes da Política Nacional de Formação para o período de 2013 a 2015.

Dirigentes falam sobre a Política Nacional de Formação.
Para Sônia Auxiliadora, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, a formação colabora no processo de construção de uma nova sociedade com um olhar mais detalhado para questões atuais como a paridade. “Formação e educação são fundamentais para as mudanças na sociedade que tanto queremos”, acrescentou.

Citando um trecho da fala do ex-presidente Lula em evento anterior na CUT, Carmen Foro, vice-presidenta da Central, lembrou que “a gente só compreende o que é a CUT quando imaginamos o que seria a sociedade e a classe trabalhadora sem a Central”.

Esgotamento da agenda atual – após as primeiras intervenções iniciou-se o debate sobre o cenário atual de desenvolvimento brasileiro e o mundo do trabalho.

Analisando o contexto político, econômico e social do País, Arilson Favareto, que já foi educador da escola São Paulo da CUT e é hoje professor da Universidade Federal do ABC, acredita que apesar da última década ter representado um momento de expressivas conquistas, a experiência do Brasil mostra que é insustentável uma mesma agenda sobreviver por duas décadas seguidas. E a atual já dá sinais de esgotamento.

Com dados sobre a realidade brasileira, Favareto mostrou que diminuiu significativamente a pobreza no Brasil, porém houve um aumento nos índices de desigualdade. 3483 municípios que representam 141 milhões de pessoas tiveram melhora na renda e consequentemente redução da pobreza. Já em 1359 municípios que representam 44 milhões de pessoas a desigualdade aumentou e em 296 municípios com 4,3 milhões de pessoas a renda diminuiu.

Ao citar dois vetores do desenvolvimento brasileiro na década passada, o crescimento das exportações de commodities e a expansão do mercado consumidor interno, Favareto afirmou que este cenário necessita de renovação, o que demanda grandes esforços dos movimentos progressistas, sociais e da CUT.

Mesa debate o desenvolvimento brasileiro e o mundo
do trabalho.
 “O Brasil continua exportando produtos de baixo valor agregado, ou seja, produtos que não contribuem para a competitividade das nossas exportações no cenário internacional. Isso tem uma série de implicações como o fortalecimento de setores de posições mais conservadoras no Congresso Nacional como o agronegócio e de um modelo predatório ao meio ambiente”, ressaltou.

Aproveitando as considerações feitas por Favareto, Carmen destacou que os programas e políticas públicas voltadas à agricultura familiar também passam por um momento de esgotamento e necessitam de adequação e reformulação.

“Há uma clara disputa entre o modelo do campo da agricultura familiar que produz 70% dos alimentos que chegam as mesas dos brasileiros e o campo do agronegócio e seu modelo majoritariamente exportador de commodities. Assim, é necessário uma intervenção do governo no sentido de garantir uma reforma agrária ampla e democrática e políticas de apoio a produção e combate a grande concentração de terra”, cobrou Carmen.

Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, também criticou a estagnação das políticas para a agricultura familiar. Assim, pontuou a dirigente, é fundamental discutir o papel da formação no projeto de desenvolvimento para o campo. “Você não consolida avanços em políticas públicas se não houver, por exemplo, democratização dos meios da comunicação. Precisamos nos desafiar a construir uma política específica de formação em comunicação a partir da nossa história e dos princípios CUTistas e pensar em uma formação relacionada a esse processo de avanço e consolidação da democracia, das novas tecnologias, do novo método de trabalho e seus aspectos e dimensões”, declarou.

De acordo com Tino, “se por um lado temos a possibilidade de fazer a transição democrática com propostas implementadas a partir de reivindicações da classe trabalhadora, por outro é extremamente preocupante a aliança de setores conservadores da sociedade liderados pela imprensa e partidos de direita articulado com o judiciário. Aí, a formação tem um grande peso e responsabilidade articulando com todas as outras políticas da Central a construção de uma sociedade justa, fraterna, socialista e democrática.”

Fonte: CUT

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