RETROSPECTIVA 2020
O segundo ano trágico de governo Bolsonaro começou com a paralisação do mundo perante a maior pandemia mundial em mais de um século. A Covid-19 chegou ao Brasil nos primeiros meses do ano e o povo brasileiro sofreu as consequências de forma exponencial por causa de termos no país um governo negacionista em relação às medidas protetivas sugeridas pelos cientistas e especialistas no mundo todo.
O uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social eram medidas básicas para se evitar ou reduzir a contaminação das pessoas e o grande afluxo aos sistemas de saúde em todas as cidades do país. Apoio econômico e financeiro ao povo e às empresas também era uma necessidade básica para a manutenção das condições básicas de vida e cidadania. E, claro, vacinação em massa, pois a ciência já estudava a confecção de vacinas. O tirano era contrário a tudo isso.
O governo Bolsonaro era inimigo do povo e da classe trabalhadora e só tinha olhos e atenção para o empresariado, os militares e a elite do país, grupos que o mantinham no poder. As primeiras matérias do blog demonstram isso. Após uma quarentena que fiz depois do mandato eletivo na Cassi (jun/2014 a maio/2018), voltei a escrever no blog A Categoria Bancária em julho. Não fiz postagens em 2019.
O presidente da república Jair Bolsonaro vetou (ler aqui) uma conquista do movimento sindical e associativo dos trabalhadores negociada no Congresso Nacional: a ultratividade, ou seja, a manutenção de direitos em acordos e convenções coletivas enquanto patrões e empregados não concluíam as negociações salariais e de direitos. A categoria bancária, por exemplo, tem direitos conquistados há décadas, que poderiam ser perdidos caso não renovados até 31 de agosto, data-base da categoria.
As primeiras matérias no blog, postadas em julho, informam ainda outros esforços de nossas entidades de classe para garantir direitos aos trabalhadores e aposentados. Uma delas é a manutenção do convênio entre a Previ e o INSS para que nossos colegas seguissem recebendo a aposentadoria pública pela Previ. O governo Bolsonaro havia encerrado os convênios. Outra luta em desenvolvimento era a defesa da Caixa Federal, na mira da privatização do governo.
LUTA DE CLASSE
As outras postagens do mês de julho abordam as discussões da campanha salarial da categoria bancária, a vitória da Chapa 1 – Previ para o associado nas eleições do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil e tem um artigo meu sobre a saúde dos trabalhadores (ver aqui).
No mês de agosto (de 2020), postei matérias antigas da confederação sobre as negociações com o banco público BB no ano de 2006 para registrar as contradições que existem nas lutas sindicais entre capital x trabalho, trabalhadores x governos. Existem pontos positivos e pontos negativos mesmo em governos simpáticos ao povo pobre e humilde como os do Partido dos Trabalhadores (Lula e Dilma). Claro que é pior negociar com governos de direita e ultradireita, mas é sempre duro defender direitos dos trabalhadores.
Vejam a questão da ultratividade, por exemplo, enquanto o direitista de merda Bolsonaro vetou (em 2020) a manutenção dos direitos de acordos coletivos após a data-base, os governos do PT renovaram a ultratividade em todos os anos cuja medida foi necessária.
CASSI
Por outro lado, qual o sentido de executivos do governo Lula fazerem o que os do Banco do Brasil fizeram conosco nas negociações sobre a Cassi em 2006? As propostas da direção do banco eram péssimas, eram mais que liberais e de direita, os caras no papel de negociadores queriam literalmente “economizar” para o banco às custas de milhares de trabalhadores, colegas deles.
A empresa não cumpria o Estatuto da Cassi desde 1998 e os caras ficaram o primeiro mandato do governo Lula fazendo cara de paisagem ao invés de regularizar o que estava errado. Só em 2005 a direção do BB aceitou negociar a Cassi por força de Acordo Coletivo em campanha salarial e foram 3 anos de insistência nas negociações para se regularizar a questão em 2007. Uma sacanagem!
O que estou afirmando é público, é história. No blog tem dezenas de matérias sobre esse período, matérias da confederação e dos sindicatos. Um exemplo de publicações da época pode ser lido aqui.
E mais, em 2014 e 2015, já estando na gestão da Cassi, os executivos do BB do governo do PT fizeram o mesmo que antes. Os colegas do banco defendiam teses contra os trabalhadores do BB por ideologia liberal, prejudicando os associados da Cassi às vezes igual ou pior do que fizeram os tucanos.
Um exemplo na Cassi: a forma de rateio do custeio por parte dos associados do Plano de Associados só competia a nós definir o modelo e não ao patrocinador. Ele tinha que pagar corretamente seu compromisso estatutário e só (4,5% sobre ativos pré e pós-1998 e aposentados). No entanto, aquela direção tinha uma fixação por quebrar a solidariedade do Plano e fez de tudo para conseguir seu objetivo. Liberais!
PLR NO BANCO DO BRASIL
Ainda em agosto, recuperei um artigo que fiz em 2006 contando a história da conquista da Participação nos Lucros e Resultados no Banco do Brasil e demais bancos públicos (ler aqui), conquista de 2003, enquanto na categoria a PLR é paga desde 1995. Em 2020 os banqueiros quiseram se aproveitar do regime bolsonarista para reduzir o direito.
CAMPANHAS SALARIAIS NO BB FORAM MELHORES COM LULA
Após a campanha salarial da categoria bancária em 2020, postei no blog um pequeno livro a respeito das campanhas da categoria bancária após a eleição de Lula em 2002. Estudei e compilei em março de 2009 as campanhas dos bancários, sobretudo no Banco do Brasil, entre os anos de 2003 e 2008. (ler aqui)
TERCEIRIZAÇÃO DA ATIVIDADE-FIM DA CASSI
Fechei o ano de 2020 em dezembro com 4 textos sobre gestão em saúde. Além de abordar a questão do modelo de atenção primária baseado na medicina de família e comunidade, fiz artigos de opinião sobre a terceirização da atividade-fim de nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, a Cassi, que lançou naquele ano parcerias no mercado para fazer o que deveria ser feito por unidades próprias de atendimento em saúde, as nossas CliniCassi. Os 4 artigos podem ser lidos aqui.
É isso. Mais um caderno do blog concluído para meu centro de documentação (cedoc).
William Mendes
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