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14.8.20

História da Cassi - Notícias da Contraf (agosto/2006)



Comentário do blog sobre a reprodução das matérias abaixo, de agosto de 2016:


Estamos em agosto de 2020. O Brasil sofreu um golpe de Estado em 2016 e após o fim da democracia representativa como a conhecíamos, muita coisa mudou para a classe trabalhadora. Mudou para pior, infelizmente. Os bancários estão no período de renovação de direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e na atual conjuntura de crise política, econômica e de saúde (pandemia mundial de Covid-19), e sob um regime de exceção (bolsonarismo, Congresso e Judiciário resultantes do golpe de Estado) as coisas serão difíceis para os trabalhadores. 

Além das perdas reais de direitos sociais, políticos e civis, os trabalhadores estão perdendo a sua história e sem história um povo não é nada, não é um povo, é um bando, um aglomerado de gente sem vínculo algum, algo pior que boa parte dos animais, que nos dão exemplos de convívio em grupos. Os trabalhadores estão absolutamente divididos e isso só favorece a outra classe, a dos capitalistas e seus capatazes.

Enfim, quis guardar no blog algumas matérias sobre as negociações sobre direitos em saúde por parte dos funcionários do Banco do Brasil, já que a Caixa de Assistência e o Plano de Associados nunca foram um reles "plano de saúde". Este blog contém centenas de postagens sobre a história da Cassi, sobretudo durante os anos de 2014 e 2018 porque resgatamos a história durante o período em que estivemos na gestão como diretor de saúde eleito pelos associados.

Guardemos a história das lutas dos trabalhadores. Ela está sendo apagada e perdida e a que surge vem sob um regime de exceção no país, e sem democracia plena a história dos trabalhadores não é a versão deles próprios e sim a daqueles que estão no poder, por força ou por meios diversos.

Nestas matérias abaixo, é possível ver a questão da "ultratividade". Enquanto o sujeito na presidência vetou a manutenção dos direitos da CCT enquanto durar a pandemia, os governos do Partido dos Trabalhadores prorrogavam os efeitos da CCT enquanto as campanhas salariais não renovavam os direitos coletivos. 

Também é importante lembrar o que apontamos durante as crises financeiras da Cassi: o patrocinador deu calote na receita do Plano de Associados por anos. Não cumpria o Estatuto e não pagava 4,5% e isso arrebentou as finanças da entidade. A coparticipação sobre exames, quando implantada, foi de 10% e não o abuso que é hoje, mesmo após uma reforma estatutária pra lá de favorável ao patrão e extremamente onerosa para os associados, com o fim da solidariedade no Plano de Associados. Enfim, a história é para ser conhecida pelos trabalhadores.

William Mendes

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(reprodução de matérias da Contraf-CUT)

Negociações com o BB terminam sem avanços

31 de agosto de 2006 - 20:13 - Banco do Brasil


(São Paulo) Terminaram em impasse as duas rodadas de negociações realizadas com o Banco do Brasil nesta quinta-feira para debater a Cassi e as reivindicações complementares do funcionalismo. Pela manhã, as discussões sobre a Caixa de Assistência continuaram sem avanços, já que o BB insiste em esconder os números que o levaram a apresentar sua proposta.

“A proposta do Banco do Brasil para a Cassi é muito diferente da nossa. Pelos dados que temos e que nos foram repassados pelos diretores eleitos da Caixa, precisamos de no mínimo R$ 850 milhões de receita para sustentar o Plano de Associados. Os números dos eleitos mostram também que a taxa de administração do Plano teria de ser fixada em 12% para um índice inflacionário de 13,75%. Com esses dados, a proposta do BB é insustentável”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.

Segundo o dirigente, o Banco do Brasil tem se recusado a apresentar seus números. “Deixamos claro na reunião que a diretoria do BB precisa abrir os dados sobre a Cassi para que possamos negociar e chegar a um denominador comum. Pelos números dos eleitos, a proposta do Banco não viabiliza financeiramente a Cassi. O BB, por exemplo, considera fundamental a coparticipação dos associados, que nós somos contra. Ao contrário dos diretores eleitos da Cassi que defendem este princípio. Mas não podemos negociar isso, sem os dados do banco”, destaca Marcel.

A Comissão de Empresa também cobrou a implantação do Plano Odontológico. O Banco diz que aceita negociar, mas novamente não apresentou nenhuma proposta durantes as negociações.

Reivindicações específicas

As negociações sobre a minuta complementar dos funcionários do BB, entregue no último dia 17, também não avançaram. Um dos principais anseios dos bancários, a implantação de um novo Plano de Cargos e Salários (PCS), não pôde ser negociado porque, segundo o banco, a Lei Eleitoral proíbe mudanças que possam levar a reajustes salariais às vésperas das eleições. As discussões sobre o PCS ficaram para depois de outubro.

Na questão da isonomia, a direção do BB jogou um balde de água fria no funcionalismo. Segundo os negociadores, o banco já avançou onde pôde e novas mudanças foram praticamente descartadas pela direção. “A licença-prêmio, por exemplo, foi totalmente negada pelo BB. Não conseguimos respostas para nenhuma das cláusulas apresentadas. Precisamos intensificar a pressão para arrancar novas conquistas do banco”, ressaltou Marcel.

Outras pendências, como a regularização do vale-transporte e o pagamento da verba de R$ 31,80, também continuam. O BB levou um técnico para provar que o vale-transporte está sendo pago corretamente. “Já entramos com uma representação no Ministério Público e vamos aguardar a manifestação dos promotores sobre o caso”, lembra Marcel.

A Comissão de Empresa provou para a diretoria do banco que a verba 109, de R$ 31,80, não está sendo paga a todos os funcionários que têm esse direito. O banco ficou de analisar.

Acordo prorrogado

Com o início das negociações complementares, o Banco do Brasil aceitou prorrogar as cláusulas do atual acordo até o dia 30 de setembro. A direção do BB se comprometeu a manter as conquistas trabalhistas dos funcionários na Campanha Nacional do ano passado. Com relação à PLR, o banco diz que pretende seguir o que for acordado com a Fenaban, mas manterá a proporcionalidade em relação ao que foi pago no ano passado.

Fonte: Contraf-CUT

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Negociações sobre a Cassi não avançam

24 de agosto de 2006 - 19:30 - Banco do Brasil

(São Paulo) A negociação desta quinta-feira entre a Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil terminou sem avanços. As discussões centradas exclusivamente nas questões da Cassi continuam em impasse e nova rodada de negociações foi agendada para semana que vem, no dia 1º de setembro.

“As negociações estão muito devagar, o banco nos trouxe algumas propostas, mas elas são muito tímidas. Não são suficientes para resolver os problemas estruturais da Cassi, que precisam de soluções urgentes”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa.

O Banco do Brasil concordou com as alterações estatutárias propostas pelos bancários, mas quer que as eleições da Cassi sejam realizadas de quatro em quatro anos e não a cada dois anos como é hoje.

O BB também aumentou a proposta de investimento de R$ 120 milhões para R$ 200 milhões que seriam utilizados em serviços próprios. “Este aumento foi positivo, mas o valor ainda está muito aquém do que o banco deve para a Cassi. Precisamos aumentar o investimento”, destacou Milton Rezende, vice-presidente da Contraf-CUT.

A diretoria do banco também propôs a redução da coparticipação de 20% para 15%, mas os bancários não concordam. “Nem queremos discutir esta questão porque não concordamos com o princípio da coparticipação proposto pelo banco. O BB também aceita assumir os dependentes indiretos, mas só daqui para frente. E o passado? E o déficit que temos hoje? O BB não quis discutir isto e a questão dos dependentes indiretos também não avançou”, explicou William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT.

Plano Odontológico

O Banco do Brasil concorda em discutir a implantação do plano odontológico, mas a direção quer negociar na mesa específica. “Este é um assunto relativo à Cassi e queremos discutir sim na mesa da Cassi”, disse Olivan Faustino, do Sindicato da Bahia.
Antes da nova rodada de negociações sobre a Caixa de Assistência, os bancários e o BB agendaram um encontro no dia 31 para discutir as reivindicações específicas. A data ainda precisa ser confirmada, mas a ideia é negociar um dia antes da mesa da Cassi.

Fonte: Contraf-CUT

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Negociação unificada, reafirmada em reunião com o BB

17 de agosto de 2006 - 18:26 - Banco do Brasil

Entre as reivindicações estão isonomia e PCS. Discussão abrangeu ainda contraproposta para a Cassi e denúncia de casos de assédio moral

(Brasília) Na reunião do Comando Nacional e da Comissão de Empresa dos Funcionários com os representantes da direção do Banco do Brasil, foi reafirmada a participação do BB na negociação unificada que ocorrerá com todas as empresas financeiras na Fenaban, ao mesmo tempo da discussão de temas específicos.

Entre esses temas, a minuta entregue ressalta a devolução das horas compensadas em virtude das greves de 2004-2005, a isonomia de direitos entre todos os funcionários e Plano de Cargos e Salários a partir de 01/09/2006, independentemente da data de fechamento da Campanha Nacional do Ramo Financeiro.

Outro ponto discutido foi a contraproposta feita pelos trabalhadores para a Cassi, que inclui aporte de R$ 400 milhões por parte do banco (entre investimento em serviços próprios e recomposição de reservas do Plano de Associados), ressarcimento de déficits anuais e cumprimento do estatuto, com contribuição patronal equivalente a 1,5 vez a do funcionário. A direção do BB comprometeu-se a estudar e dar resposta a esse e outros pontos na próxima negociação.

O Comando voltou a cobrar também o pagamento de todos os meses da verba 109, de R$ 31,80, que o BB vem descumprindo para bancários com salário abaixo de R$ 1.500, como os das centrais CABB de São Paulo e Paraná. O banco disse que está avaliando juridicamente e que, se devido, fará o pagamento.

Denúncia de assédio moral

Na reunião, foram relatados casos de assédio moral por conta do programa Sinergia de Norte a Sul do País. Foi cobrada iniciativa concreta para combater essa prática. “Chegaram, num primeiro momento, a atribuir essa prática a uma ‘cultura autoritária’ da sociedade brasileira, dizendo que é coibida na empresa. Mas o que precisamos é de medidas efetivas de combate ao assédio moral e incentivar a educação dos gestores que utilizam essa prática, denunciados com documentos, para servir de exemplo”, conclui Marcel Juviniano, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.

Fonte: Contraf-CUT

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Comissão de Empresa recebe estudo e proposta dos eleitos pra Cassi

11 de agosto de 2006 - 18:23 - Banco do Brasil

(São Paulo) A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil recebeu na tarde desta sexta-feira um projeto e estudos de proposta para a Cassi, entregue pelos diretores e conselheiros eleitos da Caixa de Assistência. Após a entrega, a coordenação da Comissão, a Contraf-CUT e os eleitos da Cassi debateram vários pontos importantes para os associados da Cassi.

“O estudo vai ao encontro das resoluções definidas pelos representantes dos funcionários no congresso do BB, realizado durante a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, no final de julho. Ele quantifica a dívida do Banco do Brasil com a Cassi e exige o cumprimento do estatuto com a contribuição patronal de 4,5% para os funcionários que ingressaram no BB após 98. Também contempla a implantação do Plano Odontológico e traz estudos técnicos e atuariais que dão mais subsídios para a Comissão na hora de negociar com o banco”, explica Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa.

Segundo ele, a contraproposta que os eleitos da Cassi entregaram será analisada na reunião agendada para o próximo dia 16. No dia seguinte está marcada a negociação com o banco para debater os problemas da Caixa de Assistência.

“Vamos apresentar a nossa contraproposta para o banco, com vários pontos que garantem uma Cassi forte e obriga o BB a ter mais responsabilidade com a saúde dos seus funcionários. Na última negociação, o banco apresentou o seu projeto, mas ele foi rejeitado porque, depois de três anos de negociações, o BB quer passar a dívida para os associados. Vamos brigar muito, porque a Cassi é nossa prioridade”, afirma Marcel.

Os dirigentes eleitos da Cassi se colocaram também à disposição da Comissão de Empresa para participar dos debates, colaborarem nos estudos e nas negociações com o banco.

Fonte: Contraf-CUT

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Comissão de Empresa recebe sugestão de contraproposta para a Cassi

10 de agosto de 2006 - 18:58 - Banco do Brasil

(São Paulo) Os dirigentes eleitos da Cassi entregam nesta sexta-feira para a coordenação da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil um projeto de contraproposta para a Caixa de Saúde.

Segundo Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa, a contraproposta que os eleitos da Cassi vão entregar será analisada na reunião agendada para o próximo dia 16. “Um dia depois vamos negociar com o banco e a Cassi será um dos temas centrais da pauta”, explicou.

Durante a 8ª Conferência Nacional, os representantes dos funcionários do BB realizaram um Encontro específico e reafirmaram a rejeição da proposta de custeio da Cassi apresentada pela direção do banco.

“Os dirigentes sindicais autorizaram a Comissão de Empresa a negociar uma contraproposta que tenha como premissa a quitação do passivo do banco com a Caixa de Assistência, incluindo o pagamento dos 4,5% referentes à contribuição dos funcionários pós-98 e dos dependentes indiretos. Os delegados aprovaram ainda a implantação do Plano Odontológico”, detalhou Marcel Barros.

Fonte: Contraf-CUT

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