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8.9.22

História dos bancários: um olhar (V)



Opinião

200 anos de mandiocas, brochas e idiotas

"Elaborou-se o anteprojeto constitucional, a cargo de uma comissão cuja presidência coube ao deputado Antônio Carlos, irmão de José Bonifácio. Em setembro de 1823 era apresentado à Assembleia, com 272 artigos. Tendo fixado, como condição básica para a qualificação dos eleitores, divididos em 4 categorias, o critério de uma renda anual correspondente ao valor de 150, 250, 500 ou 1.000 alqueires de farinha de mandioca, o projeto foi humoristicamente apelidado pelo povo de 'Constituição da Mandioca'." (p. 15)


Ontem foi o dia 7 de setembro de 2022. No Brasil se comemorou os 200 anos de independência política da colônia brasileira de exploração em relação à metrópole imperialista Portugal. Uma data importante porque o início do século XIX foi marcado por diversos processos de independência de regiões das Américas invadidas e massacradas pelos ibéricos e demais povos do Norte.

Pois é...

Nosso 7 de setembro de bicentenário da independência foi um dia de vergonha nacional e internacional!

Fica registrado na história da pátria o discurso da autoridade máxima da nação: "- (sou) imbrochável!".

Tivemos aqui uma nova imagem construída para a data em questão. Apesar de ser uma narrativa questionável, ainda soava bem melhor a mitológica cena do grito às margens do Ipiranga "Independência ou morte!" do que a cena patética do grito de "- imbrochável!", após o sujeito inominável lascar um beijo na sua senhora no palanque do 7 de setembro.

O atual presidente da república em campanha para a sua reeleição sequestrou a data do 7 de setembro para transformar uma data importante de nossa história num palanque eleitoral, com o beneplácito das instituições públicas e autoridades brasileiras. Ele pode tudo, ele é inimputável, nada que ele pratica de irregular é irregular, pois ele continuou e continua lá desde o dia 1º de janeiro de 2019...

Pensando na história da alcunha de "Constituição da Mandioca" ao texto construído pelos constituintes em 1823, me parece que ontem o presidente em campanha quis levar ao pé da letra uma brincadeira do período da independência do Brasil, 200 anos antes, e num certo momento de seu discurso oficial de 1º mandatário (será que lembrou da mandioca?) lascou um beijo na primeira-dama e conclamou ao seu séquito de aloprados que gritassem "- imbrochável!", "- imbrochável!", "- imbrochável!"... (que vergonha...)

(brincadeira minha, ele é um ignorante que engana idiotas e ignorantes, ele não deve saber da questão de história sobre a Constituição da Mandioca, na constituinte frustrada de 1823...)

O Brasil não é para amadores...

Fica registrado o fato nos anais da história. (aff... lá vamos nós com expressões esquisitas)

Sinceramente, brochei ao saber desse discurso que marcou os 200 anos de nossa independência. Aqui é realmente uma terra estranha... e com gente esquisita (ao pensar naquela multidão de verde e amarelo gritando "- imbrochável!").

Dia 2 de outubro de 2022 é dia de apertar #Lula13Presidente e marcarmos uma nova independência do Brasil.

William


Bibliografia:

História do Banco do Brasil - Texto do Prof. Afonso Arinos de Melo Franco. Colaboração do Prof. Herculano Gomes Mathias. Edição de junho de 1988, produzida pela diretoria do Banco do Brasil.


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