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7.9.22

História dos bancários: um olhar (IV)



A independência do Brasil

"Ao deixar o Brasil, em abril de 1821, o rei D. João VI, que confiara a Regência de nosso País a seu filho D. Pedro, não alimentava dúvidas sobre a nossa Independência. Tornou-se famosa a frase em que recomendava ao herdeiro que, no caso da separação, pusesse a coroa na cabeça não permitindo que ninguém lhe tomasse a dianteira.

Na realidade, expressara-se da seguinte forma: 'Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para alguns desses aventureiros'." (p. 13)


Hoje é 7 de setembro de 2022. Há 200 anos o Brasil se tornava politicamente independente de Portugal. Em situações normais, hoje seria um dia de grandes comemorações por parte de tod@s os brasileiros. Como vivemos num Estado tomado pelo crime organizado desde o golpe de Estado em 2016, a data nacional foi capturada pelo regime de exceção para ser utilizada como evento político de manipulação de parte do povo para que se mantenha os criminosos no poder central.

Como a história é feita diariamente pelos seres humanos, vamos seguir adiante, fazendo história e recuperando a independência verdadeira do Brasil e do povo brasileiro, lutando para que haja eleições diretas e democráticas em outubro de 2022, e lutando para nos libertarmos dessa máfia que assumiu o poder por fraudes diversas e golpes em 2018. Vamos eleger Lula presidente do Brasil, governadores progressistas e parlamentares do campo popular, de esquerda e apoiadores do projeto de Brasil soberano liderado por Lula.

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A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL DE FATO OCORREU E TEMOS QUE REFLETIR SOBRE O 7 DE SETEMBRO DE 1822 E OUTROS 7 DE SETEMBRO

Hoje pela manhã, li o ponto de vista de alguns intelectuais que respeito e ponderei a respeito da opinião deles sobre críticas exageradas que se fazem sobre o 7 de setembro.

Opiniões que li no site do Brasil247:

- O economista Paulo Nogueira diz que é um erro dizer que o Brasil se tornou uma colônia da Inglaterra após a independência em 7 de setembro de 1822. Ele afirma que havia divergências políticas entre as elites luso-brasileiras e os ingleses. Eu já disse isso que ele afirma, quando comentei capítulos do livro Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Posso ter exagerado, reconheço isso sem problemas. Segundo Paulo Nogueira, a integridade territorial brasileira foi fruto do acerto entre D. João VI e D. Pedro I, veja o acerto na citação acima na abertura da postagem.

Também li opiniões do sociólogo Jessé Souza, do ex-ministro Aldo Rebelo, do presidente do PCO Rui Costa Pimenta e do professor e filósofo Alysson Mascaro e todos eles enaltecem a data do 7 de setembro. A dependência que seguimos tendo até hoje é uma dependência muito atrelada ao imperialismo e ao capitalismo em relação aos países do Norte. E nossa luta pela independência segue firme nesse sentido, a busca de soberania popular em todas as dimensões sociais.

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HISTÓRIA DO BRASIL E DO BANCO DO BRASIL

Voltando à história dos bancários e ao texto de Afonso Arinos em comemoração aos 180 anos de criação do Banco do Brasil, ao reler o capítulo III sobre a independência do Brasil, tive um olhar menos crítico do que a primeira vez que reli dias atrás. 

Afonso Arinos nos lembra do risco que o BB correu logo no início de sua existência ao ficar sem recursos financeiros assim que a Corte retornou a Portugal em 1821.

"(...) Com a partida de D. João, em abril do ano anterior, entrara o meio comercial em pânico. O Banco do Brasil, fora posto em risco pelas retiradas de dinheiro. As dívidas dos que tinham ido para Lisboa ficavam por receber, inclusive a da rainha Carlota Joaquina..." (p. 14)

O Banco do Brasil estava quase falindo já naquela ocasião.

O capítulo III tem subdivisões que nos atualizam bastante sobre o período: A independência; As guerras da independência; A consolidação do império e as dificuldades econômicas do período; O empréstimo de Londres; A Assembleia Constituinte de 1823; A Constituição de 1824.

É por causa desses acontecimentos e dos empréstimos seguidos que o Brasil tomou dos Ingleses, tanto para acertar sua independência em relação a Portugal quanto para se manter internamente, que muitos de nós já fala logo que a independência foi um faz de conta. 

O Brasil se tornou independente de forma política, mas se manteve dependente de forma econômica não só da Inglaterra naquele momento, mas dos imperialismos por causa da hegemonia do modo de produção capitalista no mundo. 

É isso. Seguiremos escrevendo alguns comentários sobre o Brasil e o nosso querido Banco do Brasil e a categoria bancária conforme eu vá relendo materiais que me ajudaram a ser mais politizado.

William


Para leitura do texto anterior, clique aqui.

O texto seguinte desta série (o nº V) pode ser lido aqui.


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