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23.12.21

Memórias (XIV)

Momento de descanso do sindicalista
admirador de Che Guevara.

INTRODUÇÃO

Hoje é véspera da véspera de Natal do ano de 2021. O cidadão que escreve suas memórias aqui no blog A Categoria Bancária está retirado das lutas do movimento sindical bancário. Sou beneficiário de nossas caixas de previdência e de assistência à saúde, associações criadas por nós do Banco do Brasil lá no século passado. Pertencer a instituições criadas pela classe trabalhadora nos dá algum sentido de pertencimento num mundo onde impera o capitalismo e o individualismo.

Pertenço a uma certa comunidade humana. O custo disso é pesado, mas acho importante pertencer a alguma coisa. Sou participante de um fundo de pensão, de uma caixa de assistência, sou sindicalizado, sou associado a algumas associações da comunidade Banco do Brasil.

Estou revisitando minhas postagens do ano de 2007 neste blog sindical. 

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REESTRUTURAÇÃO NO BB, PLR COM PRÁTICA ANTISSINDICAL, REFORMA ESTATUTÁRIA DA CASSI E REMUNERAÇÃO VARIÁVEL QUE DISCORDEI

Aquele ano foi um ano de muitas lutas. Tivemos a reforma estatutária da Cassi, tivemos uma reestruturação ruim e danosa para os funcionários do BB feita pela direção do banco, tivemos uma proposta de remuneração variável pensada pelo movimento sindical para debater com os banqueiros que eu não concordei com ela e pedi licença à corrente política Articulação Sindical, a qual pertencia, para não votar a favor dela.

Tivemos em março de 2007 uma proposta de PLR sacana e antissindical por parte da direção do Banco do Brasil (acordo para pagar a 2ª parcela de 2006), feita para tirar alguns reais dos grevistas da campanha salarial e feita para criar um clima de punição aos lutadores e para quebrar a solidariedade no movimento de lutas. Falei sobre a questão aqui.

Os caras que bolaram a sacanagem eram naquele momento gestores do BB do governo Lula. Queriam interromper o ímpeto grevista da militância que vinha num crescendo desde a greve de 2003, primeiro ano de governo democrático e popular. Eles plantaram uma semente do individualismo e contribuíram para diminuir o espírito de solidariedade na categoria e no BB. Parabéns para eles!

No acordo coletivo de PLR da campanha salarial de 2007/08 (fechada em outubro de 2007) nós exigimos que o acordo de PLR fosse anual e não mais semestral, para evitar sacanagens como aquela que ocorreu em março para pagar a 2ª parcela do ano anterior. Ler aqui.

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CONQUISTA DA 13ª CESTA-ALIMENTAÇÃO

Um dos objetivos alcançados na campanha daquele ano de 2007 foi incorporar a 13ª cesta-alimentação à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Ler aqui.

HISTÓRIA - Nós (a Executiva Nacional dos Bancários) havíamos conseguido negociar com os banqueiros esse direito na campanha de 2004 e a 13ª cesta-alimentação seria incorporada à convenção. A proposta final dos banqueiros foi rejeitada pelas assembleias. A campanha teve um desenvolvimento complexo, uma longa greve de 30 dias e julgamentos no TST. Isso fez com que o direito não fosse mantido ao final da campanha de 2004. Só em 2007 implantamos esse direito.

Outra questão que avançamos na organização do movimento após a campanha de 2004 foi ampliar a Executiva Nacional para o Comando Nacional dos Bancários nos anos seguintes.

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2007 FOI UM ANO DE MUITA SINDICALIZAÇÃO, TRABALHO DE BASE E POLITIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

Ao revisitar as 227 postagens que fiz no blog A Categoria Bancária naquele ano de lutas e representação sindical, avalio que a minha formação política teve como base a organização nos locais de trabalho (OLT), que se mostrou constante durante minha vida de bancário do Unibanco (1988-90) e do Banco do Brasil (1992-2019) - falei sobre isso aqui -, mesclada com o dia a dia da formação política que tinha na convivência com as companheiras e companheiros do movimento sindical.

Estamos na véspera de Natal e Ano Novo. Me lembrei que em todos os anos de minha representação sindical passava esses dias nos locais de trabalho do Banco do Brasil.

Em 2007, nos dias 26 e 27 de dezembro, lá estava eu conversando com meus colegas do BB nas agências e departamentos na região central de São Paulo, distribuindo materiais do Sindicato e da Contraf-CUT: agendas, Folha Bancária, revista O Espelho etc. (ver aqui)

O movimento sindical brigava com o governo e com a direção do banco o tempo todo para contratar mais funcionários. No banco público a contratação se dá por concurso. Felizmente, passei o ano todo de 2007 indo às posses de novos bancários e bancárias em São Paulo, às segundas-feiras. 

SINDICALIZAÇÃO - Além de apresentar o Sindicato e a história de lutas da categoria bancária e da classe trabalhadora, sindicalizei dezenas e dezenas de colegas em seus primeiros dias de trabalho no Banco do Brasil. Coisa boa de se lembrar!

Como disse no início desta postagem de memórias, pertencer a alguma coisa, um lugar, uma comunidade, é importante para dar sentidos à nossa natureza social. Não é fácil nos mantermos pertencentes às nossas associações hoje em dia, juro que não é. Mas é importante sermos sindicalizados e associados a nossas entidades de classe.

É isso. Fim de mais uma postagem de memórias sindicais e de lutas. Terminei a revisita a 2007. Agora vou revisitar o ano de 2008 em meu blog.

William


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Para ler o texto anterior, o Memórias (XIII), clique aqui.


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