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7.11.21

Memórias (II)


Em meio a intensa agenda de lutas,
instantes com a família.

Memórias das lutas dos bancários em 2006 (II)

Criei o blog de trabalho em 2006 quando era secretário de imprensa de nossa confederação cutista dos bancários (Contraf-CUT). Um dos objetivos do blog era prestar contas do mandato eletivo, tanto para os trabalhadores da base (mandato de 1º grau), quanto para o Sindicato, a Fetec CUT SP e a corrente política aos quais pertencia e que haviam indicado a mim para a direção de uma entidade de 3º grau, uma confederação. 

Apesar de ter como prioridade o mandato na secretaria de imprensa da confederação (decisão coletiva), nunca deixei de fazer trabalho de base no Sindicato. Havia aprendido isso nos debates do coletivo de banco ao qual pertencia, o Coletivo BB. 

Ao olhar minhas 25 postagens no mês de novembro de 2006 (clicar aqui), fica claro o quanto minha agenda semanal incluía conversar com os trabalhadores na base, mesclando a OLT (Organização no Local de Trabalho) com o dia a dia de reuniões sindicais e políticas nas duas entidades - Sindicato e Confederação - e o planejamento dos trabalhos da secretaria de imprensa. Também produzia textos políticos e fazia parte das negociações com o Banco do Brasil.

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BB E A TERCEIRIZAÇÃO DO SESMT (NR4)

Em 2006 a direção do banco atuou para precarizar o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), terceirizando o setor. O movimento sindical foi pra cima do banco e com organização e luta revertemos a terceirização. Ler a matéria aqui.

Anos depois, tive a oportunidade de conversar com diversos profissionais da área como diretor de saúde eleito na Cassi. Contei a eles e elas essa história de luta sindical que obrigou o Banco do Brasil a implantar estruturas de SESMT nas diversas regiões do país. Foi uma luta bonita! 

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CASSI: ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

No mês de novembro de 2006 a Contraf-CUT e o BB estavam discutindo as questões da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Ver postagem aqui. Essas negociações avançariam para uma reforma estatutária em 2007, com consulta ao corpo social e entrada de novos recursos na Cassi.

Eu era secretário de imprensa e o responsável pela revista O Espelho Nacional em 2006. Também era representante da Fetec CUT SP na Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB ou COE-BB).

Uma década depois, já como diretor eleito da Cassi, repliquei no blog como "post scriptum" uma entrevista de outubro/2006 com Aluísio Gomes sobre ESF, ele já havia atuado na Cassi e estava trabalhando na ANS como secretário geral da agência.

Tenho a consciência de dever cumprido por saber que durante nosso mandato na diretoria de saúde (2014/18) a ESF foi ampliada e fortalecida e chegou ao maior número histórico de cadastrados e acompanhados pelo modelo assistencial: 182 mil vidas. 

Após sairmos da gestão, a direção atual vem destruindo a Estratégia de Saúde da Família, modelo construído na Cassi por mais de 20 anos. Na entrevista, o senhor Aluísio Gomes explica por que é estratégico ter estruturas próprias de ESF como a Cassi vinha construindo desde 1996.

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BB ASSINA ADITIVO À CONVENÇÃO COLETIVA

Nossa geração tem o orgulho de ter encaminhado uma luta histórica da classe trabalhadora, a unidade. Nós organizamos e implementamos a campanha nacional unificada da categoria bancária, foi um processo intenso e de muito debate entre as diversas forças do movimento.

Em 2006 o Banco do Brasil assinou a Convenção Coletiva de Trabalho da Contraf-CUT com a federação dos banqueiros, a Fenaban. As questões específicas a nós, de lutas antigas ou direitos maiores e relativos aos funcionários do BB ficaram num aditivo à Convenção. Ver postagem aqui.

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TEMPOS DE LUTAS E APRENDIZADOS

Reler as 25 postagens do blog do mês de novembro de 2006 foi um momento de rever boas memórias de lutas e de conquistas. Eu vinha aprendendo dia a dia a ser um representante da classe trabalhadora. Acredito que fiz uma representação política honesta, dedicada e transparente. 

A postagem sobre o 7º Congresso da Fetec CUT SP (ler aqui) me lembrou do saudoso companheiro Tião, com quem aprendi muito. Nunca me esqueço de uma das assembleias decisivas do BB na qual Tião estava lá ao nosso lado na mesa para nos dar força e experiência. Eu tive o privilégio de compor mesas e fazer debates com assembleias lotadas de bancárias e bancários do BB desde 2003 até que fui para outra missão política, a direção da Cassi em 2014.

Ao ler o artigo que fiz para os debates sobre estratégia de organização de lutas e campanha salarial dos bancários, me lembrei que sempre fiz um esforço extra para estudar e escrever para o movimento de luta de classes. Ler aqui.

É isso. Boas memórias. Nós fizemos nossa contribuição nessa longa história humana, a luta de classes entre nós os trabalhadores e os donos do poder, os capitalistas.

William


Clique aqui para ler o texto de Memórias (III).

Para ler o 1º texto, clique aqui.


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