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17.10.25

Mudanças na direção da Previ




Comentário:

"(...) A justiça participativa se refere ao que só pode ser participado, ou seja, ao poder político, que pertence a todos os cidadãos igualmente. Uma política é injusta, neste caso, no sentido exatamente inverso ao da justiça distributiva, isto é, quando trata desigualmente os iguais, excluindo uma parte dos cidadãos do exercício do poder. A prática democrática pertence a essa justiça" (CHAUI. Leituras da Crise, p. 19)


Começo meu comentário com a citação da professora Marilena Chaui para deixar clara a minha opinião política sobre as costumeiras questões plantadas propositadamente por atores políticos para confundir as pessoas sobre o papel e as diferenças entre a "técnica" e a "política".

Hoje a nossa Caixa de Previdência anunciou mudanças na direção relativas à parte indicada pelo patrocinador Banco do Brasil: João Fukunaga saiu para assumir outros desafios. Daqui a alguns meses, teremos mais mudanças na direção por indicação dos associados da Previ, pois teremos eleições.

Durante seu trabalho como presidente da Previ, o associado e bancário Fukunaga, indicado pelo patrocinador Banco do Brasil após o cumprimento de todas as exigências normativas, estatutárias e da legislação vigente, sofreu ataques de grupos políticos por ser quem é, uma pessoa com origem no movimento de lutas dos trabalhadores.

Eleições fazem parte de processos políticos em contextos democráticos. E na democracia, como explica a filósofa Marilena Chaui, não se pode excluir ninguém do processo, caso contrário não se trata de democracia, mas de qualquer outra coisa. Falo isso mesmo sendo o caso em questão de uma pessoa indicada e não eleita porque tentaram desqualificar e impedir uma função de poder legítima baseando-se em supostas irregularidades nunca comprovadas.

João Fukunaga cumpriu com excelência sua missão na Previ. Baseio minha afirmação em dados da realidade: dados atestados pela governança da Previ e órgãos externos responsáveis pelo acompanhamento de entidades de previdência complementar. Ele fez sua gestão respeitando o estatuto e as normas internas do fundo de pensão. Também cumpriu todas as normas externas e legislações em vigor. 

Nossa Caixa de Previdência tem as regras de governança mais avançadas do Brasil e quiçá do mundo. Isso tem relação com a "técnica". E também tem relação com a "política". Nosso estatuto da Previ é fruto de longo processo de lutas dos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil e suas entidades sindicais e associativas. Nossa Previ tem 121 anos de existência.

Por que citei a filósofa Chaui e sua explicação sobre justiça participativa?

Porque os donos do poder, os capitalistas, os burocratas, atuam fortemente para excluir do espaço de poder os próprios trabalhadores que criam as instituições sociais e os patrimônios políticos, econômicos e culturais delas.

Não é correto - ou justo como explica Chaui - inventar regras para excluir cidadãos e associados do espaço de poder de suas próprias comunidades ou associações. As regras limitadoras são invenções burocráticas para excluir os verdadeiros interessados nos patrimônios sociais da classe trabalhadora.

Definir que só podem votar e ser votadas pessoas com determinadas características - quantidade de dinheiro e bens, certos comprovantes e certificados disso ou daquilo, gênero, origem e raça etc - é tornar injustos processos democráticos, pois democracia é o direito de todas as pessoas participarem do poder, como explica a filósofa Marilena Chaui.

A gestão de qualquer instituição da sociedade humana é um ato político. Da mesma forma que a técnica é fundamental para assessorar os atos políticos em qualquer gestão. Mas não me venham com essa de dizer que toda decisão é "decisão técnica"... Toda decisão é POLÍTICA!

Posso dar o exemplo mais conhecido de nosso país, o direito democrático de um metalúrgico votar e poder ser votado para presidente da república. Ou um ex-capitão do exército que teve que sair da vida militar jovem ainda por ter feito coisas fora das normas por lá. Eles não poderiam atuar na medicina fazendo intervenções cirúrgicas ou advogar sem as licenças da área, mas poderiam e podem gerir qualquer instituição da sociedade humana porque gestão é um ato político.

Enquanto princípio, não é democrático e justo criar zilhões de exigências para impedir que as pessoas possam votar e serem votadas para exercer poder político nas comunidades onde vivem ou em instituições nas quais são associadas. Não é! Se temos uma comunidade com 200 mil participantes e definem regras nas quais só umas mil pessoas possam participar do processo de eleição (ou indicação) para exercer o poder naquela comunidade, isso não é democracia plena, porque não há justiça participativa. Estão tratando de forma diferente os iguais.

Penso a respeito disso desde que fui aprendendo política no movimento sindical bancário, desde que entrei na comunidade Banco do Brasil décadas atrás. Em cada embate entre o capital, o patrão, e os trabalhadores, os burocratas vão inventando regras para limitar a participação dos trabalhadores nos espaços de poder, não só do banco público em seus principais cargos, mas também de nossas próprias entidades associativas, entidades criadas por nós mesmos, os trabalhadores daquela comunidade.

Na reforma estatutária da Cassi e da Previ, em meados dos anos noventa, os representantes do governo de plantão, do banco, do patrão, propunham mil regras para um trabalhador poder concorrer a um cargo de gestão de nossas entidades Cassi e Previ, de maneira que se não houvesse enfrentamento do lado do movimento sindical, só os preferidos do governo e do patrão fariam a gestão sozinhos.

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Concluo a reflexão

Enfim, meu comentário e reflexão é mais para o meu lado da classe, o lado dos trabalhadores, dos bancários da ativa e aposentados. 

Um/a associado/a da Cassi e da Previ não deveria precisar ter mil certificados ou ser mil coisas "técnicas" inventadas pelos burocratas para fazer a gestão de nossos patrimônios constituídos por nós mesmos ao longo de décadas. 

Os corpos técnicos de nossas entidades associativas de saúde e previdência existem para assessorar os indicados pelos interessados na gestão daquelas instituições, no caso de nossas caixas de assistência e previdência, ou seja, os patrocinadores banco e associados.

Nossos três indicados pelo corpo social na direção - Paula, Márcio e Wagner - e nossos conselheiros estão fazendo um excelente trabalho e seguindo tudo que as normas exigem. Os indicados na gestão pelo outro patrocinador interessado, o Banco do Brasil, também. É assim que deve ser.

Desejo sucesso ao companheiro João Fukunaga em seus novos desafios, e desejo sucesso aos novos gestores da nossa Previ, Márcio Chiumento e Adriana Chagastelles.

William Mendes
Ex-diretor eleito da Cassi

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João Fukunaga deixa a presidência da Previ

Executivo assume diretoria na EloPar, holding especializada em soluções de pagamento e fidelização


17/10/2025

O presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, foi convidado a assumir a diretoria de Relações Governamentais e ASG da EloPar, holding criada em 2015 com objetivo de viabilizar o crescimento das empresas do grupo, atuando como uma plataforma de integração e suporte estratégico para suas subsidiárias.

Fukunaga assume o desafio de fortalecer o relacionamento institucional do Grupo EloPar com órgãos governamentais, reguladores e entidades do mercado, além de impulsionar a agenda de sustentabilidade e ASG nas empresas do grupo.

Nesta sexta-feira, 17/10, Fukunaga apresentou sua carta de renúncia ao Conselho Deliberativo da Previ, que aprovou o pedido. Para liderar a Entidade, o Banco do Brasil, patrocinador da Previ, indicou Márcio Chiumento, atual diretor de Participações.

Durante sua gestão na Previ, João Fukunaga impulsionou a modernização da Entidade, fortaleceu a governança, valorizou a diversidade e aproximou ainda mais os associados. Seu maior legado, porém, está na gestão do Plano 1: a aceleração da estratégia de imunização do passivo. Entre 2023 e 2025, a alocação em Renda Variável caiu de 32% para 18%, com cerca de R$ 30 bilhões desinvestidos e realocados em Renda Fixa. Essa mudança reforçou a liquidez, garantiu aderência às obrigações do plano e superou uma meta de redução de alocação em Renda Variável prevista para 2030.

Sua atuação comprometida, inovadora e responsável, teve contribuições relevantes não apenas para a Entidade, mas também para o fortalecimento do sistema de previdência complementar fechada no Brasil. A Previ reconhece e agradece sua dedicação, e deseja pleno sucesso na nova etapa profissional.

Após receber a indicação do Banco do Brasil, o Conselho Deliberativo da Previ já iniciou os trâmites para a posse de Márcio Chiumento, reafirmando o compromisso da Entidade com uma gestão responsável e com a proteção dos direitos dos associados. A escolha do novo presidente segue os princípios de governança e os critérios técnicos que orientam a atuação da Previ.

Funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 2000, Chiumento tem perfil técnico. É graduado em Direito, mestre em Gestão e Inovação, e possui MBA em Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em sua sólida trajetória na instituição, acumulou experiência em posições estratégicas, como head de Clientes, Estratégia e Produtos do segmento Setor Público, Ouvidor-Geral do BB, gerente executivo na Diretoria de Atendimento e Canais, gerente de administração na Superintendência de Varejo, administrador de agências e consultor de investimentos nos segmentos Private e Alta Renda. Atualmente, integra o Conselho de Administração da Neoenergia e é vice-presidente do Conselho de Administração da Tupy.

BB indica a primeira mulher para a diretoria da Previ

Com a chegada de Márcio Chiumento à presidência, Adriana Chagastelles assume a Diretoria de Participações. Funcionária de carreira do Banco do Brasil e associada do Plano 1, Chagastelles atua na Previ há quase três décadas. Ela é a primeira mulher indicada pelo Banco para um cargo de direção na Entidade — e também a primeira colaboradora da Previ a alcançar essa posição por indicação do patrocinador.

Graduada em Administração e mestre pelo Ibmec, Chagastelles possui MBA em Finanças e Direito Societário pela FGV e participou de programas de formação de executivos do ISE. Antes da nova função, liderou áreas estratégicas como Administração Imobiliária e Secretaria Executiva de Governança. Em sua trajetória, passou pelas gerências de Participações Mobiliárias, Mercado de Capitais e Investimentos Estratégicos, além de atuar como conselheira em diversas empresas participadas da Previ.

A Previ reafirma seu compromisso com a boa governança, a solidez dos investimentos e a busca permanente por resultados sustentáveis, sempre em benefício de seus associados.

Fonte: Site da Previ

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