Introdução
No que eu estou pensando? Em tanta coisa. Sobre a Covid e sobre a hipocrisia dos políticos. Sobre Bolsonaro e Hitler e sobre apoiadores de animais como esses. Sobre hipocrisia. Sobre hipocrisia. Sobre hipocrisia. Sobre incêndios que ardem consumindo tudo no brazil. Cheguei a pegar o Fahrenheit 451 pra reler. O fogo consome tudo no brazil... Se Bolsonaro e hitler tivessem 1 apoiador, 1 um hum, já seria um problema do mundo...
No que eu estou pensando? No meu compromisso com a companheira dirigente sindical que me convidou para falar um pouco sobre a Cassi. Então, vou ler algumas horas sobre a Cassi, praticamente no meu blog porque para falar de alguns temas da Cassi acumulei ali bastantes informações. Sobre CGPAR 23, sobre os planos de mercado que a direção atual acha que vão melhorar a "empresa", sobre algumas questões mais que eu achar que valha a pena comentar sobre a autogestão neste momento. Vou reler também algumas matérias sindicais que li nestes dias.
No que estou pensando? Nem dá pra falar. Mas acho que as coisas vão piorar muito para o povo brasileiro, os pobres que sabem que são pobres, os remediados que acham que não são pobres, os alienados que acham que não são alienados, os isentões que mentem que são isentões. A coisa vai piorar muito. A história está acontecendo agora, pessoas vão morrer, como sempre. Mas em algumas épocas as pessoas morriam fazendo parte de uma luta coletiva, de um objetivo conjunto, então havia pertencimento, éramos parte de uma causa. Hoje vamos morrer individualmente, sem pertencer a um projeto de mundo. Triste isso.
Vamos ler sobre a Cassi. Sobre isso eu sei alguma coisinha. Apesar que às vezes saber sobre isso traz muitos problemas pros sabedores. Vamos ler... tenho uma gratidão grande por tod@s que nos apoiaram durante nossas lutas de representação dos trabalhadores.
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Matéria de 26/7/17 (para ler postagem, clique aqui)
"Uma prioridade que perseguimos e conseguimos avanços importantes foi em relação a estudar a nossa autogestão e ampliar a cobertura de seu modelo assistencial de Atenção Integral, baseado em Atenção Primária em Saúde (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), modelo que funciona a partir de unidades de atendimento CliniCassi. Mesmo com o cenário mais adverso da história recente da Cassi, conseguimos ampliar a cobertura de 155 mil para 182 mil vidas e hoje estamos no limite da capacidade instalada. E nossos estudos mostram que as pessoas cuidadas pela ESF têm uso melhor dos recursos da Cassi quando utilizam a rede prestadora de serviços de saúde, o maior problema de gastos dos planos de saúde na atualidade. A economia per capita do grupo vinculado à ESF no comparativo entre cuidados e não cuidados chega a 30%."
CASSI 2021, CADÊ A ESF? O MERCADO COMEU!
Já pensou se a direção atual quisesse ampliar a ESF na Cassi? Sem recursos, ampliamos a Estratégia Saúde da Família como nunca e muitas vidas foram salvas e a Cassi economizou muito com a inclusão de dezenas de milhares de cadastrados na ESF quando focamos essa meta na gestão do modelo assistencial (2014-2018).
Repito: ESF cresceu sem recursos novos! Passamos 4 anos sem recursos na área de saúde para ampliar a ESF e as unidades CliniCassi. Com o orçamento novo e atual da Cassi 2021 daria pra ter ampliado a ESF em pelo menos umas 50 mil pessoas cadastradas, caso o modelo assistencial fosse o foco.
A realidade é que só se ouve falar de vendas de planos de mercado para familiares, planos com menos direitos e mais caros ao se usar o plano - tem franquia e coparticipações. A essência da autogestão de trabalhadores Cassi - Plano de Associados e a ESF/CliniCassi - não é mais o foco da direção. A ESF deve ser quase um palavrão dentro da "empresa".
As palavras de ordem são "Cassi Essencial", "Bem Cassi", "telemedicina", "novos produtos", "rentabilizar", "reduzir custos". Ou seja, o foco é desfazimento e terceirização. ESF, que isso? Estratégia Saúde da Família? Faz uma ligação pra telemedicina e seja feliz. Parece aqueles comprimidos de soma do Admirável Mundo Novo, do Huxley. Tome uma telemedicina e seja feliz!
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Matéria de 09/8/17 (para ler postagem, clique aqui)
"Seguem abaixo informações e posições de representantes dos trabalhadores eleitos para os conselhos de administração do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal ao tomarem conhecimento de reuniões em áreas do governo federal que avaliaram medidas que podem prejudicar os planos de saúde de empresas públicas federais e estatais e os direitos de seus trabalhadores associados."
CGPAR FOI ESTRATÉGIA DO GOVERNO GOLPISTA PARA ATACAR CASSI, SAÚDE CAIXA E DEMAIS AUTOGESTÕES
Nesta matéria no blog, lemos as manifestações de Fabiano Felix e Rita Serrano, na época, representantes eleitos pelos trabalhadores nos conselhos de administração do BB e da Caixa Federal.
As lideranças dos trabalhadores traziam informações de que o governo Temer havia mandado gente da direção dos bancos públicos para as reuniões que criaram a resolução de ataques aos planos de autogestão, resoluções CGPAR.
Tudo ficaria mais claro depois: como o governo não havia consigo retirar direitos, onerar mais os trabalhadores e baratear o investimento na saúde de seus empregados, porque os eleitos nas autogestões não facilitavam a vida dos patrões, a nova tática foi criar resoluções ilegais e abusivas para atacar as autogestões como a Cassi e a Saúde Caixa.
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Matéria de 18/9/17 (para ler a postagem, clique aqui)
"William Mendes de Oliveira, Diretor de Saúde e de Rede de Atendimento da Cassi, fazendo uma alusão ao livro "Guerra dos Mundos", falou que estamos vivendo em uma guerra, pois o cenário é muito parecido com o da publicação. “Temos toda a condição de fazer o enfrentamento e reverter essa situação”, disse William. Para o gestor, é preciso organizar comitês locais, estimular a criação de conselhos de saúde em todas as instituições em risco e organizar um encontro nacional de saúde e previdência, para envolver a classe trabalhadora das estatais."
O GOLPE DE 2016 INICIAVA UMA "GUERRA DOS MUNDOS"
As resoluções CGPAR, tramadas na surdina para prejudicar os trabalhadores e suas autogestões em saúde, eram táticas para forçar os empregados a cederem às chantagens do governo em reduzir direitos e investimentos em saúde. O momento era desfavorável para nós porque vínhamos sofrendo ataques em todas as áreas do mundo do trabalho. Tínhamos muitas dúvidas entre nós de quais eram as melhores estratégias para enfrentar o inimigo naquela "guerra dos mundos" entre os golpistas da ultradireita e nós classe trabalhadora.
E quem estava lá junto conosco? Nossa guerreira e companheira da Caixa Federal, Erika Kokay (PT/DF). Quatro anos depois, nossa deputada conseguiu aprovar dias atrás na Câmara o PDC 956, que susta os efeitos da CGPAR-23. Agora falta a aprovação no Senado (ler notícia aqui).
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Matéria de 20/12/17 (leia a postagem aqui)
"Dados já divulgados nos boletins - Nos vinculados à ESF é menor a demanda em pronto-socorro em 25%. As despesas assistenciais do grupo vinculado, na comparação por grau de complexidade, chegam a ser 30% menores. As internações hospitalares são bem menores no segmento de vinculados à ESF. Os vinculados à APS/ESF dentro da curva A (maiores despesas da operadora) têm custo 14% menor que os não cadastrados.
As pessoas nas faixas etárias acima de 59 anos são mais cuidadas na Cassi que em outras operadoras e isso faz com que o crescimento da despesa assistencial (32%) deste segmento entre 2012/2016 tenha variado menos que a inflação do período (40%)."
ATAQUES ÀS AUTOGESTÕES (VIA CGPAR) TIVERAM APOIO DA MÍDIA COMERCIAL (CLARO!)
Postagem que fiz em dezembro de 2017 falava sobre matérias vinculadas à mídia golpista dando voz aos pilantras que criaram a CGPAR atacando a eficiência das autogestões como Cassi, Saúde Caixa e demais entidades de saúde de estatais. Isso antes da publicação das resoluções...
ESF DA CASSI PROVAVA EFICIÊNCIA DO MODELO ASSISTENCIAL EM RELAÇÃO AO MODELO DO MERCADO PRIVADO
Como se pode ver na citação acima, a Estratégia Saúde da Família, que qualificamos durante nosso mandato, deu um salto de qualidade ao comprovar que nossos pacientes vinculados tinham melhores resultados em saúde, independente da faixa etária, e tinham despesas assistenciais muito menores que faixas etárias e graus de complexidade não cuidados pela ESF.
Ao se abandonar o modelo ESF/CliniCassi terceirizando tudo para o mercado privado, a direção atual corre o risco de ser a responsável pela destruição do modelo de saúde mais eficiente que se tem notícia no mercado privado de saúde brasileiro.
Como as condições atuais são amplamente favoráveis aos empresários e empresas que lucram com a doença e são condições quase impossíveis para se criarem novas autogestões e planos como o Plano de Associados - custeio coletivo, intergeracional e solidário -, se destruírem nosso modelo e Plano, nunca mais teremos esse acesso qualificado à saúde por toda a vida.
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Matéria de 26/1/18 (ler postagem aqui)
"São quatro as modalidades de planos tratados nas resoluções: autogestão por operadora própria, os geridos pela área de recursos humanos, os que optam por uma operadora de mercado e os que trabalham com o ressarcimento das despesas. Na modalidade autogestão, por exemplo, a resolução estabelece que as empresas deverão fechar seus planos para adesão de empregados admitidos após a entrada em vigor das novas regras; somente estarão autorizadas a oferecer aos novos empregados benefício de assistência à saúde na modalidade de reembolso e os editais de processos seletivos para admissões de empregados das estatais federais não deverão prever o oferecimento de benefícios de assistência à saúde."
"Não temos tempo sequer de comentar ataques pessoais, imorais e vis que estamos sofrendo por defender de forma aguerrida os direitos dos trabalhadores que representamos nos últimos 4 anos. O tempo é de chamar tod@s à luta para nos rebelarmos contra essas porcarias (leis? legislação?) que estão saindo na canetada em executivos ou por uns quatrocentos lesas-pátrias que ainda estão no legislativo nacional. Teremos que enfrentar também algumas pessoas que tomaram os órgãos do judiciário para si (e que espero que sejam a minoria, porque o povo precisa de justiça e segurança, inclusive jurídica)."
TEMER PUBLICA RESOLUÇÕES DA CGPAR, FERRA AUTOGESTÕES E TRABALHADORES DE ESTATAIS E NA CASSI MOVIMENTO SE DIVIDIU EM 3 PARA FACILITAR A VITÓRIA DA DIREITA
Reler a história recente da comunidade BB e bancária é algo doloroso, mas faz parte da história de lutas da classe trabalhadora.
Na postagem de 26/1/18 no blog, vejo a matéria da Contraf-CUT sobre as resoluções CGPAR, feitas para pressionar bancos, direções e autogestões a reduzirem direitos dos trabalhadores e praticamente inviabilizarem os planos de saúde de milhões de empregados da ativa e aposentados das estatais federais. Quando o tempo é de regime totalitário, não adianta torcer para o ditador disfarçado de presidente não agir contra o povo. O sujeito no poder por golpe da elite vai agir contra o povo. Vejam o sujeito no poder desde 2018 por interferências da Lava Jato, dos milhões de fake news, da mídia empresarial e do próprio judiciário. Como vamos sair dessa agora?
Internamente, entre pessoas próximas, eu dizia meses antes das eleições na Cassi que nossos projetos de avanços nos direitos em saúde na Cassi e no modelo assistencial ESF/CliniCassi e solidariedade estavam sob risco mesmo sendo consensuais porque a esquerda no movimento iria se dividir (e fez isso lançando 3 chapas que defendiam o mesmo projeto solidário na Cassi) e eu vinha sendo martirizado e assediado por um processo interno na autogestão - um evidente lawfare com acusações anônimas mentirosas - para que aquelas mentiras fossem usadas nas eleições e para que eu não tivesse tempo de me dedicar à defesa dos direitos dos associados na Cassi. Deu no que deu! Vitória da direita e parabéns para a patronal que passou a dar as cartas na autogestão, não enfrentando mais empates nas votações na gestão.
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Matéria de 29/1/18 (ler postagem aqui)
"Não compartilho da leitura de algumas pessoas que respiram aliviadas sobre eventual "direito adquirido", termo que é utilizado nas resoluções para tentar dividir o conjunto dos participantes dos planos vítimas das medidas, que atacam e golpeiam de morte autogestões de saúde de trabalhadores.
Não adianta ter "direito adquirido" de algo que pode se inviabilizar e acabar. O governo fechou o Plano de Associados da Cassi em uma canetada. De novo é preciso lembrar para as pessoas o que é solidariedade na Cassi, a base do Plano de Associados. Se eu pensar só em mim hoje e não nos colegas que chegam amanhã, não terá plano para ninguém."
CGPAR - SETORES DO MOVIMENTO ACHAVAM QUE NÃO PERDERÍAMOS NADA POR ACREDITAREM EM "DIREITO ADQUIRIDO" EM RELAÇÃO À AUTOGESTÃO CASSI E AO PLANO DE ASSOCIADOS
Quando enfrentamos ataques violentos aos nossos direitos é comum termos diversas opiniões sobre conceitos e diagnósticos, sobre estratégias e táticas de enfrentamento aos problemas. A publicação das resoluções CGPAR foi um caso desses.
Desde o início, achei preocupante a ideia de "direito adquirido" em relação à inviabilização das autogestões e dos planos de saúde que as resoluções visavam. Se a Cassi e ou o Plano de Associados se inviabilizassem ou acabassem, não adiantaria brigar décadas na justiça porque as pessoas precisam do acesso à saúde no dia que a demanda de saúde acontece e não no dia que sair uma solução na justiça. Nós tivemos que enfrentar essa questão por meses a fio nas discussões das estratégias do que fazer.
O fato é que a Cassi vinha sendo estrangulada pela parte patronal que não apresentou proposta viável por mais de dois anos de negociações, os recursos foram acabando porque o Plano de Associados estava deficitário por questões como custeio e custos de serviços no mercado privado e órgãos da burocracia governamental tinham lado, o lado patronal.
Entre 2018 e 2019 foram ficando mais difíceis a manutenção de direitos na Cassi e os trabalhadores sofreram muito para manter a autogestão que foi ameaçada de todas as formas, sofreu intervenção da agência reguladora, fechou entradas no Plano de Associados e sofreu ameaça de fechamento e ou "venda de carteira" para o mercado. Foi difícil, e todos saíram perdendo no movimento dos trabalhadores, menos a patronal.
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COMENTÁRIO FINAL DESSA RETROSPECTIVA CASSI
Finalizo essa parte dos estudos sobre a CGPAR e o contexto em que as coisas aconteceram na Caixa de Assistência entre 2017 e 2018.
O governo Temer foi tão sacana que lançou um concurso público no BB no dia 8 de março de 2018 para preencher só 30 vagas e sem direito ao Plano de Associados da Cassi só para efetivar as resoluções CGPAR que eram amplamente questionáveis pela quantidade de abusos e ilegalidades.
Neste momento, julho de 2021, vivemos grandes ameaças em relação ao futuro de nosso Plano de Associados/Caixa de Assistência. O nosso plano que chegou a ter 418.335 assistidos chegou a 382.723 vidas nos primeiros meses de 2021.
A Cassi passou por uma reforma estatutária em novembro de 2019, as mudanças ocorridas foram fruto daquela correlação de forças e do contexto que expus acima.
Houve contestação do resultado da reforma na justiça, o Brasil teve aquelas eleições esquisitas de 2018 e Bolsonaro virou presidente e veio no ano de 2020 a pandemia mundial de coronavírus.
A direção da Cassi aposta numa terceirização total da nossa autogestão, no lançamento de diversos planos de saúde para familiares e acha que vai concorrer com o mercado privado das grandes operadoras.
Apostar em planos de saúde e terceirização não é algo viável, na minha opinião, é um engano perigoso porque vai interferir na sobrevivência da essência da autogestão: o Plano de Associados e sua estrutura própria de APS/ESF/CliniCassi e equipes de família e programas de saúde.
Enfim, entendo que a luta pelos direitos em saúde da comunidade BB deve seguir porque é o que se deve fazer.
William