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29.7.21

Estudando a Cassi para conversar com os trabalhadores e associados



(atualizado até às 16h58 de 30/7/21)

Introdução

No que eu estou pensando? Em tanta coisa. Sobre a Covid e sobre a hipocrisia dos políticos. Sobre Bolsonaro e Hitler e sobre apoiadores de animais como esses. Sobre hipocrisia. Sobre hipocrisia. Sobre hipocrisia. Sobre incêndios que ardem consumindo tudo no brazil. Cheguei a pegar o Fahrenheit 451 pra reler. O fogo consome tudo no brazil... Se Bolsonaro e hitler tivessem 1 apoiador, 1 um hum, já seria um problema do mundo...

No que eu estou pensando? No meu compromisso com a companheira dirigente sindical que me convidou para falar um pouco sobre a Cassi. Então, vou ler algumas horas sobre a Cassi, praticamente no meu blog porque para falar de alguns temas da Cassi acumulei ali bastantes informações. Sobre CGPAR 23, sobre os planos de mercado que a direção atual acha que vão melhorar a "empresa", sobre algumas questões mais que eu achar que valha a pena comentar sobre a autogestão neste momento. Vou reler também algumas matérias sindicais que li nestes dias.

No que estou pensando? Nem dá pra falar. Mas acho que as coisas vão piorar muito para o povo brasileiro, os pobres que sabem que são pobres, os remediados que acham que não são pobres, os alienados que acham que não são alienados, os isentões que mentem que são isentões. A coisa vai piorar muito. A história está acontecendo agora, pessoas vão morrer, como sempre. Mas em algumas épocas as pessoas morriam fazendo parte de uma luta coletiva, de um objetivo conjunto, então havia pertencimento, éramos parte de uma causa. Hoje vamos morrer individualmente, sem pertencer a um projeto de mundo. Triste isso.

Vamos ler sobre a Cassi. Sobre isso eu sei alguma coisinha. Apesar que às vezes saber sobre isso traz muitos problemas pros sabedores. Vamos ler... tenho uma gratidão grande por tod@s que nos apoiaram durante nossas lutas de representação dos trabalhadores.

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Matéria de 26/7/17 (para ler postagem, clique aqui)

"Uma prioridade que perseguimos e conseguimos avanços importantes foi em relação a estudar a nossa autogestão e ampliar a cobertura de seu modelo assistencial de Atenção Integral, baseado em Atenção Primária em Saúde (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), modelo que funciona a partir de unidades de atendimento CliniCassi. Mesmo com o cenário mais adverso da história recente da Cassi, conseguimos ampliar a cobertura de 155 mil para 182 mil vidas e hoje estamos no limite da capacidade instalada. E nossos estudos mostram que as pessoas cuidadas pela ESF têm uso melhor dos recursos da Cassi quando utilizam a rede prestadora de serviços de saúde, o maior problema de gastos dos planos de saúde na atualidade. A economia per capita do grupo vinculado à ESF no comparativo entre cuidados e não cuidados chega a 30%."

CASSI 2021, CADÊ A ESF? O MERCADO COMEU!

Já pensou se a direção atual quisesse ampliar a ESF na Cassi? Sem recursos, ampliamos a Estratégia Saúde da Família como nunca e muitas vidas foram salvas e a Cassi economizou muito com a inclusão de dezenas de milhares de cadastrados na ESF quando focamos essa meta na gestão do modelo assistencial (2014-2018). 

Repito: ESF cresceu sem recursos novos! Passamos 4 anos sem recursos na área de saúde para ampliar a ESF e as unidades CliniCassi. Com o orçamento novo e atual da Cassi 2021 daria pra ter ampliado a ESF em pelo menos umas 50 mil pessoas cadastradas, caso o modelo assistencial fosse o foco. 

A realidade é que só se ouve falar de vendas de planos de mercado para familiares, planos com menos direitos e mais caros ao se usar o plano - tem franquia e coparticipações. A essência da autogestão de trabalhadores Cassi - Plano de Associados e a ESF/CliniCassi - não é mais o foco da direção. A ESF deve ser quase um palavrão dentro da "empresa". 

As palavras de ordem são "Cassi Essencial", "Bem Cassi", "telemedicina", "novos produtos", "rentabilizar", "reduzir custos". Ou seja, o foco é desfazimento e terceirização. ESF, que isso? Estratégia Saúde da Família? Faz uma ligação pra telemedicina e seja feliz. Parece aqueles comprimidos de soma do Admirável Mundo Novo, do Huxley. Tome uma telemedicina e seja feliz!

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Matéria de 09/8/17 (para ler postagem, clique aqui)

"Seguem abaixo informações e posições de representantes dos trabalhadores eleitos para os conselhos de administração do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal ao tomarem conhecimento de reuniões em áreas do governo federal que avaliaram medidas que podem prejudicar os planos de saúde de empresas públicas federais e estatais e os direitos de seus trabalhadores associados."

CGPAR FOI ESTRATÉGIA DO GOVERNO GOLPISTA PARA ATACAR CASSI, SAÚDE CAIXA E DEMAIS AUTOGESTÕES

Nesta matéria no blog, lemos as manifestações de Fabiano Felix e Rita Serrano, na época, representantes eleitos pelos trabalhadores nos conselhos de administração do BB e da Caixa Federal.

As lideranças dos trabalhadores traziam informações de que o governo Temer havia mandado gente da direção dos bancos públicos para as reuniões que criaram a resolução de ataques aos planos de autogestão, resoluções CGPAR. 

Tudo ficaria mais claro depois: como o governo não havia consigo retirar direitos, onerar mais os trabalhadores e baratear o investimento na saúde de seus empregados, porque os eleitos nas autogestões não facilitavam a vida dos patrões, a nova tática foi criar resoluções ilegais e abusivas para atacar as autogestões como a Cassi e a Saúde Caixa.

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Matéria de 18/9/17 (para ler a postagem, clique aqui)

"William Mendes de Oliveira, Diretor de Saúde e de Rede de Atendimento da Cassi, fazendo uma alusão ao livro "Guerra dos Mundos", falou que estamos vivendo em uma guerra, pois o cenário é muito parecido com o da publicação. “Temos toda a condição de fazer o enfrentamento e reverter essa situação”, disse William. Para o gestor, é preciso organizar comitês locais, estimular a criação de conselhos de saúde em todas as instituições em risco e organizar um encontro nacional de saúde e previdência, para envolver a classe trabalhadora das estatais."

O GOLPE DE 2016 INICIAVA UMA "GUERRA DOS MUNDOS"

As resoluções CGPAR, tramadas na surdina para prejudicar os trabalhadores e suas autogestões em saúde, eram táticas para forçar os empregados a cederem às chantagens do governo em reduzir direitos e investimentos em saúde. O momento era desfavorável para nós porque vínhamos sofrendo ataques em todas as áreas do mundo do trabalho. Tínhamos muitas dúvidas entre nós de quais eram as melhores estratégias para enfrentar o inimigo naquela "guerra dos mundos" entre os golpistas da ultradireita e nós classe trabalhadora.

E quem estava lá junto conosco? Nossa guerreira e companheira da Caixa Federal, Erika Kokay (PT/DF). Quatro anos depois, nossa deputada conseguiu aprovar dias atrás na Câmara o PDC 956, que susta os efeitos da CGPAR-23. Agora falta a aprovação no Senado (ler notícia aqui).

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Matéria de 20/12/17 (leia a postagem aqui)

"Dados já divulgados nos boletins - Nos vinculados à ESF é menor a demanda em pronto-socorro em 25%. As despesas assistenciais do grupo vinculado, na comparação por grau de complexidade, chegam a ser 30% menores. As internações hospitalares são bem menores no segmento de vinculados à ESF. Os vinculados à APS/ESF dentro da curva A (maiores despesas da operadora) têm custo 14% menor que os não cadastrados.

As pessoas nas faixas etárias acima de 59 anos são mais cuidadas na Cassi que em outras operadoras e isso faz com que o crescimento da despesa assistencial (32%) deste segmento entre 2012/2016 tenha variado menos que a inflação do período (40%)."

ATAQUES ÀS AUTOGESTÕES (VIA CGPAR) TIVERAM APOIO DA MÍDIA COMERCIAL (CLARO!)

Postagem que fiz em dezembro de 2017 falava sobre matérias vinculadas à mídia golpista dando voz aos pilantras que criaram a CGPAR atacando a eficiência das autogestões como Cassi, Saúde Caixa e demais entidades de saúde de estatais. Isso antes da publicação das resoluções...

ESF DA CASSI PROVAVA EFICIÊNCIA DO MODELO ASSISTENCIAL EM RELAÇÃO AO MODELO DO MERCADO PRIVADO

Como se pode ver na citação acima, a Estratégia Saúde da Família, que qualificamos durante nosso mandato, deu um salto de qualidade ao comprovar que nossos pacientes vinculados tinham melhores resultados em saúde, independente da faixa etária, e tinham despesas assistenciais muito menores que faixas etárias e graus de complexidade não cuidados pela ESF.

Ao se abandonar o modelo ESF/CliniCassi terceirizando tudo para o mercado privado, a direção atual corre o risco de ser a responsável pela destruição do modelo de saúde mais eficiente que se tem notícia no mercado privado de saúde brasileiro. 

Como as condições atuais são amplamente favoráveis aos empresários e empresas que lucram com a doença e são condições quase impossíveis para se criarem novas autogestões e planos como o Plano de Associados - custeio coletivo, intergeracional e solidário -, se destruírem nosso modelo e Plano, nunca mais teremos esse acesso qualificado à saúde por toda a vida.

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Matéria de 26/1/18 (ler postagem aqui)

"São quatro as modalidades de planos tratados nas resoluções: autogestão por operadora própria, os geridos pela área de recursos humanos, os que optam por uma operadora de mercado e os que trabalham com o ressarcimento das despesas. Na modalidade autogestão, por exemplo, a resolução estabelece que as empresas deverão fechar seus planos para adesão de empregados admitidos após a entrada em vigor das novas regras; somente estarão autorizadas a oferecer aos novos empregados benefício de assistência à saúde na modalidade de reembolso e os editais de processos seletivos para admissões de empregados das estatais federais não deverão prever o oferecimento de benefícios de assistência à saúde."

"Não temos tempo sequer de comentar ataques pessoais, imorais e vis que estamos sofrendo por defender de forma aguerrida os direitos dos trabalhadores que representamos nos últimos 4 anos. O tempo é de chamar tod@s à luta para nos rebelarmos contra essas porcarias (leis? legislação?) que estão saindo na canetada em executivos ou por uns quatrocentos lesas-pátrias que ainda estão no legislativo nacional. Teremos que enfrentar também algumas pessoas que tomaram os órgãos do judiciário para si (e que espero que sejam a minoria, porque o povo precisa de justiça e segurança, inclusive jurídica)."

TEMER PUBLICA RESOLUÇÕES DA CGPAR, FERRA AUTOGESTÕES E TRABALHADORES DE ESTATAIS E NA CASSI MOVIMENTO SE DIVIDIU EM 3 PARA FACILITAR A VITÓRIA DA DIREITA

Reler a história recente da comunidade BB e bancária é algo doloroso, mas faz parte da história de lutas da classe trabalhadora.

Na postagem de 26/1/18 no blog, vejo a matéria da Contraf-CUT sobre as resoluções CGPAR, feitas para pressionar bancos, direções e autogestões a reduzirem direitos dos trabalhadores e praticamente inviabilizarem os planos de saúde de milhões de empregados da ativa e aposentados das estatais federais. Quando o tempo é de regime totalitário, não adianta torcer para o ditador disfarçado de presidente não agir contra o povo. O sujeito no poder por golpe da elite vai agir contra o povo. Vejam o sujeito no poder desde 2018 por interferências da Lava Jato, dos milhões de fake news, da mídia empresarial e do próprio judiciário. Como vamos sair dessa agora?

Internamente, entre pessoas próximas, eu dizia meses antes das eleições na Cassi que nossos projetos de avanços nos direitos em saúde na Cassi e no modelo assistencial ESF/CliniCassi e solidariedade estavam sob risco mesmo sendo consensuais porque a esquerda no movimento iria se dividir (e fez isso lançando 3 chapas que defendiam o mesmo projeto solidário na Cassi) e eu vinha sendo martirizado e assediado por um processo interno na autogestão - um evidente lawfare com acusações anônimas mentirosas - para que aquelas mentiras fossem usadas nas eleições e para que eu não tivesse tempo de me dedicar à defesa dos direitos dos associados na Cassi. Deu no que deu! Vitória da direita e parabéns para a patronal que passou a dar as cartas na autogestão, não enfrentando mais empates nas votações na gestão.

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Matéria de 29/1/18 (ler postagem aqui)

"Não compartilho da leitura de algumas pessoas que respiram aliviadas sobre eventual "direito adquirido", termo que é utilizado nas resoluções para tentar dividir o conjunto dos participantes dos planos vítimas das medidas, que atacam e golpeiam de morte autogestões de saúde de trabalhadores.

Não adianta ter "direito adquirido" de algo que pode se inviabilizar e acabar. O governo fechou o Plano de Associados da Cassi em uma canetada. De novo é preciso lembrar para as pessoas o que é solidariedade na Cassi, a base do Plano de Associados. Se eu pensar só em mim hoje e não nos colegas que chegam amanhã, não terá plano para ninguém."

CGPAR - SETORES DO MOVIMENTO ACHAVAM QUE NÃO PERDERÍAMOS NADA POR ACREDITAREM EM "DIREITO ADQUIRIDO" EM RELAÇÃO À AUTOGESTÃO CASSI E AO PLANO DE ASSOCIADOS

Quando enfrentamos ataques violentos aos nossos direitos é comum termos diversas opiniões sobre conceitos e diagnósticos, sobre estratégias e táticas de enfrentamento aos problemas. A publicação das resoluções CGPAR foi um caso desses.

Desde o início, achei preocupante a ideia de "direito adquirido" em relação à inviabilização das autogestões e dos planos de saúde que as resoluções visavam. Se a Cassi e ou o Plano de Associados se inviabilizassem ou acabassem, não adiantaria brigar décadas na justiça porque as pessoas precisam do acesso à saúde no dia que a demanda de saúde acontece e não no dia que sair uma solução na justiça. Nós tivemos que enfrentar essa questão por meses a fio nas discussões das estratégias do que fazer.

O fato é que a Cassi vinha sendo estrangulada pela parte patronal que não apresentou proposta viável por mais de dois anos de negociações, os recursos foram acabando porque o Plano de Associados estava deficitário por questões como custeio e custos de serviços no mercado privado e órgãos da burocracia governamental tinham lado, o lado patronal. 

Entre 2018 e 2019 foram ficando mais difíceis a manutenção de direitos na Cassi e os trabalhadores sofreram muito para manter a autogestão que foi ameaçada de todas as formas, sofreu intervenção da agência reguladora, fechou entradas no Plano de Associados e sofreu ameaça de fechamento e ou "venda de carteira" para o mercado. Foi difícil, e todos saíram perdendo no movimento dos trabalhadores, menos a patronal.

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COMENTÁRIO FINAL DESSA RETROSPECTIVA CASSI

Finalizo essa parte dos estudos sobre a CGPAR e o contexto em que as coisas aconteceram na Caixa de Assistência entre 2017 e 2018.

O governo Temer foi tão sacana que lançou um concurso público no BB no dia 8 de março de 2018 para preencher só 30 vagas e sem direito ao Plano de Associados da Cassi só para efetivar as resoluções CGPAR que eram amplamente questionáveis pela quantidade de abusos e ilegalidades.

Neste momento, julho de 2021, vivemos grandes ameaças em relação ao futuro de nosso Plano de Associados/Caixa de Assistência. O nosso plano que chegou a ter 418.335 assistidos chegou a 382.723 vidas nos primeiros meses de 2021.

A Cassi passou por uma reforma estatutária em novembro de 2019, as mudanças ocorridas foram fruto daquela correlação de forças e do contexto que expus acima. 

Houve contestação do resultado da reforma na justiça, o Brasil teve aquelas eleições esquisitas de 2018 e Bolsonaro virou presidente e veio no ano de 2020 a pandemia mundial de coronavírus.

A direção da Cassi aposta numa terceirização total da nossa autogestão, no lançamento de diversos planos de saúde para familiares e acha que vai concorrer com o mercado privado das grandes operadoras. 

Apostar em planos de saúde e terceirização não é algo viável, na minha opinião, é um engano perigoso porque vai interferir na sobrevivência da essência da autogestão: o Plano de Associados e sua estrutura própria de APS/ESF/CliniCassi e equipes de família e programas de saúde.

Enfim, entendo que a luta pelos direitos em saúde da comunidade BB deve seguir porque é o que se deve fazer.

William


22.7.21

Cassi 2021 - Impressões e opiniões (V)

Olá prezad@s colegas da comunidade BB e companheir@s das entidades representativas!

A matéria da Contraf-CUT reproduzida abaixo traz alertas e preocupações relevantes em relação ao presente e futuro de nossa autogestão Cassi, principalmente em relação ao Plano de Associados, a verdadeira essência de nossa associação, pois o Plano é uma Caixa de Assistência, é um fundo mútuo, intergeracional e solidário criado há 77 anos pelos funcionários do Banco do Brasil, sem novas entradas e oxigenação nos perfis dos assistidos, tende a se inviabilizar.

PLANO DE ASSOCIADOS EM RISCO

Desde que passei a conhecer profundamente a nossa Caixa de Assistência, tenho a opinião de que a perenidade da nossa autogestão depende do equilíbrio e sustentabilidade do Plano de Associados - dos trabalhadores da ativa e aposentados e dependentes -, plano que manteve uma média de 400 mil vidas assistidas desde a reforma estatutária de 1996, e que cresceu durante os governos progressistas do PT, chegando a 418.335 vidas em 2014 e que passou a encolher desde o golpe de Estado em 2016, chegando em 2020 a 388.673 associados.

Pior do que os números em si são as perspectivas que se desenham para o futuro do Plano de Associados e, consequentemente, para a existência da autogestão Cassi, que jamais será uma "empresa" de planos de saúde competidora com o mercado privado, jamais! Só para termos uma ideia, o Plano de Associados reduziu mais 6 mil vidas e chegou a 382.723 associados nos primeiros meses de 2021. 

Pergunto: percebem o quanto é preocupante qualquer movimento ou decisão administrativa do patrocinador BB ou da direção da Cassi que possa fazer com que não haja novas entradas no Plano de Associados nos próximos anos?

PLANO CASSI FAMÍLIA II EM RISCO

E o Cassi Família II, o plano de saúde com regras de mercado disponibilizado aos familiares até determinados graus de parentesco com os trabalhadores do BB, de acordo com regras determinadas pela ANS? O CF II é o plano ativo que temos na Cassi desde 1999. Uma parte de nós da comunidade BB tem um ou mais familiares no plano CF II. O recém lançado Plano Essencial e outros que a diretoria promete lançar ameaçam severamente a sustentabilidade do CF II e isso é muito sério! 

Está na cara que os planos de saúde da Cassi estão concorrendo um com o outro e não com os planos de empresas concorrentes! Isso também é muito sério! São 234 mil participantes do Cassi Família II em risco porque o Cassi Essencial pode inviabilizar o custeio e a estabilidade do CF II e muitos de nós NÃO queremos migrar e passar a pagar coparticipação e franquia, isso é uma fria! É muito pior pagar essas taxas extras que um pouco mais na mensalidade do CF II. A não ser que a pessoa tenha plano de saúde com intenção de nunca usar, o que não faz sentido.

Ou alguém acha que a autogestão dos trabalhadores do BB, a Cassi, com o seu tamanho no mercado de saúde, vai concorrer com as grandes do setor: Bradesco, Unimed, Amil, Hapvida? Não temos condições de concorrer com players que dominam nichos e segmentos do mercado que têm patrimônio gigante, têm estrutura própria de serviços de saúde de uma ponta a outra, desde consultórios, clínicas de imagem, fornecimento de insumos e hospitais de todo tipo e têm influência nos espaços políticos que criam as condições de seus sistemas avançarem no mercado de saúde privado. 

Vejam abaixo um exemplo de um concorrente do Cassi Essencial em diversas regiões, estados e cidades do Brasil: 100 bilhões de patrimônio de Hapvida e Notre Dame Intermédica contra uns 5 ou 6 bilhões da nossa querida Cassi...

Carta Capital, nº1165, 14/7/21, p. 43

DECISÃO ARRISCADA E EQUIVOCADA DA DIREÇÃO DA CASSI, NA MINHA OPINIÃO

Eu imagino que nossos colegas que estão nos espaços de decisão e gestão da Cassi e do Banco do Brasil querem o melhor para a nossa Caixa de Assistência. Mas eles estão equivocados em relação a algumas decisões recentes como, por exemplo, lançar planos de saúde do tipo Cassi Essencial. Falo isso com todo o respeito. Esse não deveria ser o foco da nossa associação. A Cassi deveria focar naquilo que já demonstrou excelência ao longo de décadas de experimentação e resultados na gestão de saúde de uma população estável no tempo, perene, passível de acompanhamento, cuidados e uso melhor de recursos limitados.  Esses são os pontos fortes da Cassi.

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O ESSENCIAL NA CASSI É O PLANO DE ASSOCIADOS E O MODELO ASSISTENCIAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA ESF/CLINICASSI/PROGRAMAS DE SAÚDE 

O Plano de Associados pode ser sustentável por décadas se tiver uma população cuidada pelo modelo assistencial Estratégia Saúde da Família (ESF), através das unidades de saúde CliniCassi, com equipes de família próprias e com programas de saúde específicos de acordo com os diversos graus de complexidade que os perfis dos cadastrados nas equipes de família tenham. Nós mostramos os estudos desse sistema entre 2015 e 2018 e os resultados foram surpreendentes para a Cassi e para a saúde dos cadastrados vinculados ao modelo. A Cassi já poderia ter ampliado em dezenas de milhares os cadastrados na ESF se tivesse focado nisso após a entrada de recursos novos. Os números seguem os mesmos que ampliamos e deixamos entre 2014 e 2018. ESSE É O CAMINHO: AMPLIAR A ESF!

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Estamos à disposição para conversar, trocar experiências e refletir sobre essas questões. Não podemos tomar decisões erradas neste momento da história porque hoje não seria possível criar uma nova Caixa de Assistência - a Cassi. Não seria possível porque as regras e lobbys do mercado privado inviabilizam que se criem sistemas solidários como o Plano de Associados da Cassi.

Pensem nisso, colegas.

Abraços a todas e todos.

William


(Reprodução de matéria de 9/7/21 da Contraf-CUT)

Cassi Essencial é Cavalo de Troia e põe em risco toda a Cassi

Adesão de novos funcionários ao Cassi Essencial, como querem os diretores, põe em risco sustentabilidade do maior plano de autogestão do país


Enfraquecimento da Cassi, redução do número de credenciados, falta de transparência e mais atenção aos interesses do banco do que aos interesses dos funcionários do Banco do Brasil. Estes são alguns dos resultados da implantação do novo plano de saúde criado pelos diretores da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil, chamado de “Cassi Essencial”. O alerta é das entidades sindicais e representativas dos trabalhadores do BB.

O plano foi criado por diretores e conselheiros eleitos e indicados pelo banco na Cassi. Parece que todos se subordinam aos interesses do banco e se esquecem de defender os interesses dos associados.

O Cassi Essencial foi criado sob o argumento de atrair os participantes que cancelaram o Plano Cassi Família e desejam um plano mais barato. Mas não é isso que fica evidente ao analisar o novo produto. O plano foi criado não apenas para atrair ex-funcionários e parentes por consanguinidade e afinidade dos funcionários do Banco do Brasil. Os funcionários do BB e da Cassi, aposentados e pensionistas e funcionários oriundos dos bancos incorporados também poderão aderir ao novo plano.

Canibalização e descumprimento do estatuto

Os sindicatos e entidades que representam os funcionários do banco denunciam que, por se tratar de um plano de mercado, o trabalhador que aderir ao Cassi Essencial não contará com o patrocínio do banco e com as contribuições patronais. Portanto, se mais funcionários forem atraídos para o novo produto, haverá redução do número de participantes nos planos de Associados e Cassi Família, colocando em risco todo o sistema de solidariedade da Cassi.

Em outras palavras, os diretores da Cassi criaram um produto para ajudar o banco e enfraquecer a Cassi. Uma autofagia explícita. O Cassi Essencial ajudará o banco, que poderá forçar funcionários a migrar para este plano e, assim, poderá fugir do patrocínio e reduzirá suas despesas com a saúde dos funcionários. A migração de participantes do Cassi Família para o novo plano poderá inviabilizar o Cassi Família, encarecendo suas mensalidades – pela relação contratual, a Cassi deve manter os planos ativos enquanto houver participantes.

“A adesão de funcionários [ao Cassi Essencial] desconfigura o Plano Associados, que é um plano solidário, onde os entrantes ajudam a custear os mais velhos e o banco é obrigado a custear parte das despesas. Já o Cassi Essencial, na prática, é um plano de mercado”, explica o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Fukunaga destaca que a direção da Cassi contraria o estatuto da entidade, que estabelece:

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“Art. 6º. São associados da CASSI, nos termos e condições previstas neste Estatuto e no Regulamento do Plano de Associados: I. Os funcionários do Banco do Brasil S.A. de qualquer categoria, inscritos no Plano de Associados.
§ 1º – O ingresso no Plano de Associados da CASSI será feito mediante solicitação do funcionário, a qualquer tempo, a partir da data de início do vínculo empregatício com o Banco do Brasil S.A.”
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“O que os diretores da Cassi estão propondo com o plano Cassi Essencial é irregular, desobedece ao estatuto da entidade. Além disso, configura crime de responsabilidade com o futuro da Cassi, uma vez que deixaria de ter novos entrantes”, pondera Fukunaga.

Menos credenciados, mais coparticipação

A rede de credenciados do Cassi Essencial, principalmente nos grandes centros, é bem menor que a rede dos demais planos, criando dificuldades para o atendimento aos participantes. O valor pago em coparticipação em exames, consultas e procedimentos neste plano também é maior que nos outros, e pode não compensar a redução das contribuições mensais.

Outra questão levantada pelas entidades sindicais é a falta de transparência, isso porque os diretores da Cassi não divulgaram um comparativo de preços entre os planos Cassi Família e Cassi Essencial, comprometendo a possibilidade de qualquer interessado verificar a relação custo x benefício mais vantajosa para ele.

Redação: Lilian Milena/Contraf-CUT

19.7.21

Cassi 2021 - Impressões e opiniões (IV)

Olá, prezados colegas da comunidade BB e lideranças dos trabalhadores!

No dia 2 de julho, tive a oportunidade de participar da reunião entre a Contraf-CUT e suas representações e a direção da Cassi. Naquele dia, o novo presidente da entidade, Castro Júnior, se apresentou e falou de projetos para a Cassi. Também participaram Ana Cristina, Carlos Flesch e Luiz Satoru, colegas da direção, e alguns funcionários da Cassi, pessoas com as quais trabalhamos na gestão. Foi uma reunião muito respeitosa e prevaleceu a troca de informações e ideias.

O presidente abordou alguns objetivos da atual direção, eixos ou pilares para a Cassi neste momento de sua história. Incluir a Cassi na era digital de forma profunda e acelerada, a redução de custos da "empresa", novas formas de receitas e produtos e a questão do atendimento aos participantes e clientes. As representações dos trabalhadores falaram seus pontos de vista e preocupações, cobrando diversas informações sobre demandas dos bancários e mudanças em andamento, sugerindo estudos e avanços em direitos dos associados -a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi um dos itens. As outras diretorias também se expressaram.

Repito aqui algumas questões que apresentei para os participantes da reunião, tanto para as representações dos associados quanto para a direção da nossa associação Cassi, uma autogestão em saúde.

Comentei que a utilização de novas tecnologias é algo positivo, ferramentas virtuais podem contribuir para os procedimentos e operações na área na qual a Cassi atua: saúde. 

Tenho muitas reservas e senões em relação a "novos produtos" quando falamos da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil porque a razão de ser da Cassi são os trabalhadores da ativa e aposentados e seus dependentes. O "essencial" na Cassi é o Plano de Associados e sua perenidade e não as questões laterais, à margem do essencial na autogestão.

Como contribuição, expressei minha preocupação com os projetos de redução de custos administrativos da autogestão. A Cassi já tem o menor índice do mercado (5,5%) e isso é muito ruim porque a Caixa de Assistência está se desfazendo da sua estrutura própria de gestão em saúde. 

As mudanças na Unidade Cassi DF são um exemplo dessas "reduções de custo" questionáveis. Nós havíamos ampliado em 50% o cadastramento da ESF na capital aproveitando as duas unidades CliniCassi, uma na Asa Norte e outra na Asa Sul. Apresentei meu receio de que a direção faça isso nas demais unidades regionais da Cassi. 

Outro exemplo complicado é o caso de Curitiba, onde a direção optou por terceirizar a base do modelo assistencial - A ESF e CliniCassi com equipes de família próprias. Essa aposta em "parceiros" no mercado é um risco absurdo para a nossa autogestão (Projeto Bem Cassi feito com duas empresas privadas). "Parceiros" vão e vem ao sabor das ondas (ondas ou tsunamis, porque o objetivo desses parceiros-empresários é o lucro, enquanto a relação dos funcionários assalariados da Cassi com os pacientes é outra). 

É uma lógica muito diferente investir em estruturas próprias de Atenção Primária e ESF e acompanhamento dos cadastrados com profissionais da própria Cassi. Nós explicamos o quanto é barato investir em CliniCassi e equipes de família. O custo-benefício é exponencialmente melhor ao mantermos crônicos tratados e monitorados e prevenir doenças em populações cadastradas na ESF. Nossos estudos mostravam cadastrados vinculados ao modelo assistencial com despesas 20 a 40% menores em todas as faixas etárias e graus de complexidade.

Por fim, expliquei ao presidente da Cassi, Castro Júnior, o quanto seria importante aproveitar esse momento em que a Cassi tem mais receita operacional devido às novas contribuições permanentes dos associados e as novas receitas por parte do patrocinador para reequipar e ampliar as regionais da Cassi em relação a novos procedimentos e mais equipes de família nas CliniCassi. A ESF não deveria ter sido colocada em segundo plano nesse período pós recursos novos. Os números de cadastrados já poderiam ter sido ampliados e isso não ocorreu nos últimos anos. 

AMPLIAÇÃO DA ESF (2014-2018) - Nós pegamos a Cassi com cerca de 160 mil cadastrados, ampliamos para 182 mil e 3 anos após nossa saída e com a entrada de recursos novos, A ESF não foi ampliada (vejam o Relatório Anual 2020).

Enfim, vou ler as matérias das entidades representativas e volto a escrever minhas impressões e opiniões sobre os últimos acontecimentos. Me parece que as representações dos associados estão apontando em suas matérias os mesmos riscos que avisei que ocorreriam em relação aos novos planos de mercado da Cassi - riscos ao Plano de Associados e prejuízos de longo prazo para os bancários da ativa e aposentados. 

Também tivemos novidades em relação à CGPAR, aquelas normas absurdas do governo Temer que interferiram de forma muito questionável nos planos de saúde das autogestões dos trabalhadores das estatais, empresas públicas e de economia mista. 

Um fraterno abraço a todas e todos.

William

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(Reprodução de matéria de 5/7/21 da Contraf-CUT)

Trabalhadores cobram informações do novo presidente da Cassi

Informações sobre o uso da tecnologia para “aproximação dos associados” e novo plano de mercado Cassi Essencial estiveram em pauta

As entidades de representação dos associados à Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil se reuniram com a diretoria e o novo presidente da entidade, Castro Júnior, na sexta-feira (2). A reunião foi realizada a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

A princípio, a reunião tinha o objetivo de ressaltar a importância e restabelecer a mesa de negociações entre as partes para garantir a manutenção da Cassi e a melhoria de seus serviços. Mas, um comunicado publicado no site da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) na terça-feira (29) mudou o enfoque da reunião.

“Depois do comunicado tivemos que fazer uma série de questionamentos para saber se há interesse em colocar a tecnologia e a redução do custo em detrimento da qualidade do atendimento e da Estratégia Saúde da Família (ESF), explicou a secretária de juventude e representante da Contraf-CUT nas negociações com a Cassi e o Banco do Brasil, Fernanda Lopes.

No comunicado, o novo presidente da Cassi afirma que sua gestão fará uso de meios tecnológicos para estar mais próxima dos associados.

Segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, a primeira e principal mensagem que o texto passa é que será aplicada tecnologia no atendimento. “A Cassi, nestes tempos de pandemia e de gestão de tecnólogos bancários, está maravilhada com esse discurso, que pode iludir alguns bancários. Mas, é preciso ter muito cuidado para não cairmos nesta tentação. Temos que ficar atentos para que a Cassi não se desvirtue e passe a ser como um plano de saúde qualquer, que apenas corre atrás da redução dos custos e abandone o atendimento humanizado e sua função de caixa de assistência aos associados”, alertou.

Cassi Essencial

Além de tratar sobre os pontos referentes a uso da tecnologia mencionados no comunicado, a representação dos trabalhadores solicitou informações sobre o novo plano de mercado disponibilizado, o Cassi Essencial.

A Cassi ficou de responder aos questionamentos da representação dos trabalhadores na próxima reunião, ainda sem data definida.

Fonte: Contraf-CUT