Olá, prezados colegas da comunidade BB e lideranças dos trabalhadores!
No dia 2 de julho, tive a oportunidade de participar da reunião entre a Contraf-CUT e suas representações e a direção da Cassi. Naquele dia, o novo presidente da entidade, Castro Júnior, se apresentou e falou de projetos para a Cassi. Também participaram Ana Cristina, Carlos Flesch e Luiz Satoru, colegas da direção, e alguns funcionários da Cassi, pessoas com as quais trabalhamos na gestão. Foi uma reunião muito respeitosa e prevaleceu a troca de informações e ideias.
O presidente abordou alguns objetivos da atual direção, eixos ou pilares para a Cassi neste momento de sua história. Incluir a Cassi na era digital de forma profunda e acelerada, a redução de custos da "empresa", novas formas de receitas e produtos e a questão do atendimento aos participantes e clientes. As representações dos trabalhadores falaram seus pontos de vista e preocupações, cobrando diversas informações sobre demandas dos bancários e mudanças em andamento, sugerindo estudos e avanços em direitos dos associados -a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi um dos itens. As outras diretorias também se expressaram.
Repito aqui algumas questões que apresentei para os participantes da reunião, tanto para as representações dos associados quanto para a direção da nossa associação Cassi, uma autogestão em saúde.
Comentei que a utilização de novas tecnologias é algo positivo, ferramentas virtuais podem contribuir para os procedimentos e operações na área na qual a Cassi atua: saúde.
Tenho muitas reservas e senões em relação a "novos produtos" quando falamos da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil porque a razão de ser da Cassi são os trabalhadores da ativa e aposentados e seus dependentes. O "essencial" na Cassi é o Plano de Associados e sua perenidade e não as questões laterais, à margem do essencial na autogestão.
Como contribuição, expressei minha preocupação com os projetos de redução de custos administrativos da autogestão. A Cassi já tem o menor índice do mercado (5,5%) e isso é muito ruim porque a Caixa de Assistência está se desfazendo da sua estrutura própria de gestão em saúde.
As mudanças na Unidade Cassi DF são um exemplo dessas "reduções de custo" questionáveis. Nós havíamos ampliado em 50% o cadastramento da ESF na capital aproveitando as duas unidades CliniCassi, uma na Asa Norte e outra na Asa Sul. Apresentei meu receio de que a direção faça isso nas demais unidades regionais da Cassi.
Outro exemplo complicado é o caso de Curitiba, onde a direção optou por terceirizar a base do modelo assistencial - A ESF e CliniCassi com equipes de família próprias. Essa aposta em "parceiros" no mercado é um risco absurdo para a nossa autogestão (Projeto Bem Cassi feito com duas empresas privadas). "Parceiros" vão e vem ao sabor das ondas (ondas ou tsunamis, porque o objetivo desses parceiros-empresários é o lucro, enquanto a relação dos funcionários assalariados da Cassi com os pacientes é outra).
É uma lógica muito diferente investir em estruturas próprias de Atenção Primária e ESF e acompanhamento dos cadastrados com profissionais da própria Cassi. Nós explicamos o quanto é barato investir em CliniCassi e equipes de família. O custo-benefício é exponencialmente melhor ao mantermos crônicos tratados e monitorados e prevenir doenças em populações cadastradas na ESF. Nossos estudos mostravam cadastrados vinculados ao modelo assistencial com despesas 20 a 40% menores em todas as faixas etárias e graus de complexidade.
Por fim, expliquei ao presidente da Cassi, Castro Júnior, o quanto seria importante aproveitar esse momento em que a Cassi tem mais receita operacional devido às novas contribuições permanentes dos associados e as novas receitas por parte do patrocinador para reequipar e ampliar as regionais da Cassi em relação a novos procedimentos e mais equipes de família nas CliniCassi. A ESF não deveria ter sido colocada em segundo plano nesse período pós recursos novos. Os números de cadastrados já poderiam ter sido ampliados e isso não ocorreu nos últimos anos.
AMPLIAÇÃO DA ESF (2014-2018) - Nós pegamos a Cassi com cerca de 160 mil cadastrados, ampliamos para 182 mil e 3 anos após nossa saída e com a entrada de recursos novos, A ESF não foi ampliada (vejam o Relatório Anual 2020).
Enfim, vou ler as matérias das entidades representativas e volto a escrever minhas impressões e opiniões sobre os últimos acontecimentos. Me parece que as representações dos associados estão apontando em suas matérias os mesmos riscos que avisei que ocorreriam em relação aos novos planos de mercado da Cassi - riscos ao Plano de Associados e prejuízos de longo prazo para os bancários da ativa e aposentados.
Também tivemos novidades em relação à CGPAR, aquelas normas absurdas do governo Temer que interferiram de forma muito questionável nos planos de saúde das autogestões dos trabalhadores das estatais, empresas públicas e de economia mista.
Um fraterno abraço a todas e todos.
William
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(Reprodução de matéria de 5/7/21 da Contraf-CUT)
Trabalhadores cobram informações do novo presidente da Cassi
Informações sobre o uso da tecnologia para “aproximação dos associados” e novo plano de mercado Cassi Essencial estiveram em pauta
As entidades de representação dos associados à Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil se reuniram com a diretoria e o novo presidente da entidade, Castro Júnior, na sexta-feira (2). A reunião foi realizada a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A princípio, a reunião tinha o objetivo de ressaltar a importância e restabelecer a mesa de negociações entre as partes para garantir a manutenção da Cassi e a melhoria de seus serviços. Mas, um comunicado publicado no site da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) na terça-feira (29) mudou o enfoque da reunião.
“Depois do comunicado tivemos que fazer uma série de questionamentos para saber se há interesse em colocar a tecnologia e a redução do custo em detrimento da qualidade do atendimento e da Estratégia Saúde da Família (ESF), explicou a secretária de juventude e representante da Contraf-CUT nas negociações com a Cassi e o Banco do Brasil, Fernanda Lopes.
No comunicado, o novo presidente da Cassi afirma que sua gestão fará uso de meios tecnológicos para estar mais próxima dos associados.
Segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, a primeira e principal mensagem que o texto passa é que será aplicada tecnologia no atendimento. “A Cassi, nestes tempos de pandemia e de gestão de tecnólogos bancários, está maravilhada com esse discurso, que pode iludir alguns bancários. Mas, é preciso ter muito cuidado para não cairmos nesta tentação. Temos que ficar atentos para que a Cassi não se desvirtue e passe a ser como um plano de saúde qualquer, que apenas corre atrás da redução dos custos e abandone o atendimento humanizado e sua função de caixa de assistência aos associados”, alertou.
Cassi Essencial
Além de tratar sobre os pontos referentes a uso da tecnologia mencionados no comunicado, a representação dos trabalhadores solicitou informações sobre o novo plano de mercado disponibilizado, o Cassi Essencial.
A Cassi ficou de responder aos questionamentos da representação dos trabalhadores na próxima reunião, ainda sem data definida.
Fonte: Contraf-CUT
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