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18.2.18

Balanço do mandato na Diretoria de Saúde da Cassi (texto conclusivo)





Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Nas últimas semanas fizemos alguns estudos e balanços sobre o trabalho coletivo que empreendemos em defesa dos direitos dos associados e da própria Caixa de Assistência neste mandato eletivo na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento que se encerra em maio de 2018. Para ler os textos clique AQUI. Abrangemos diversos eixos de atuação em 11 estudos e sínteses. Deu muito trabalho, mas fizemos de coração estas matérias.

Chegamos eleitos à gestão da Cassi em junho de 2014 e esse período que vivemos juntos foi um dos mais complexos da história da nossa autogestão em saúde porque o próprio setor de saúde suplementar e o Brasil enfrentam crises sem precedência na história de nosso país.

Ao longo do mandato de quatro anos, nos orientamos pelos princípios que apresentamos aos associados e colocamos toda a experiência que havíamos acumulado ao longo de mais de uma década de representação e coordenação de lutas dos bancários e mesas de negociação com bancos, principalmente com o nosso banco patrocinador, o Banco do Brasil, pois coordenei as negociações nacionais nos anos anteriores a nossa eleição para a Cassi. Lembrei o tempo todo de uma frase que fez parte de minha formação política: "a prática como critério da verdade".

Apesar de toda a crise do déficit antigo na Caixa de Assistência e dos diversos problemas do setor de saúde, foi possível unir toda a comunidade dos participantes de nosso sistema de saúde Cassi para recolocar o modelo assistencial de Atenção Integral, APS, ESF e CliniCassi como fatores decisivos para qualquer solução de sustentabilidade e perenidade do plano de saúde dos funcionários da ativa e aposentados e familiares do Banco do Brasil. Neste eixo, entendo que fomos todos exitosos.

Ao mesmo tempo que fortalecemos o modelo assistencial, construindo estudos e resultados que mostram o caminho para o próximo período na Cassi, não permitimos "as tendências" vendidas como verdades "técnicas" absolutas em onerar mais somente os trabalhadores associados e restringir direitos em saúde deles sem a participação da outra metade da gestão na Caixa de Assistência, o patrocinador BB. Afirmamos o tempo todo desde a nossa chegada que o Banco também tinha que assumir a sua parte na solução de déficits e equilíbrio econômico-financeiro da entidade.

Felizmente, nossa estratégia política deu certo: saímos das amarras das "soluções técnicas" no âmbito interno da Cassi, procuramos apoio nas entidades sindicais e associativas, construímos mobilização e unidade nacional e com mesa de negociação entre patrão e trabalhadores, chegamos ao início de processos de solução para nossa entidade de saúde que ainda viverá momentos decisivos para se perpetuar por décadas, com novas ameaças e desafios como as resoluções CGPAR, custeio da saúde frente a cenários adversos etc.

A solidariedade na Cassi foi mantida. Fortalecemos a participação social com um mandato republicano, sem diferenciação nenhuma de tratamento aos mais diversos segmentos da comunidade assistida pela Caixa de Assistência. Conjugamos um mandato técnico na administração diária com um mandato político e de prestação de contas junto às bases sociais. Nossos números mostram isso. Fizemos o bom caminho e o bom combate em defesa dos associados e da própria Cassi.

Seguem abaixo alguns números finais de nossa gestão. Percebam que ao mesmo tempo que estudamos profundamente a nossa Cassi, sua história e desafios, e que analisei milhares de notas técnicas e súmulas em anos de reuniões semanais, não descuidamos do trabalho político e estratégico que um eleito deve exercer em seu mandato. Temos a consciência do papel que desempenhamos nesses quatro anos.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento

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CONFERÊNCIAS DE SAÚDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL 

Participamos de 53 Conferências e buscamos soluções para a falta de recursos durante praticamente dois anos e meio. Aumentamos o número de participações nelas, considerando o histórico em muitos anos. Visitamos entidades representativas e fortalecemos a relação com lideranças da comunidade ao longo dos 4 anos.

CONSELHOS DE USUÁRIOS 

Me reuni com as lideranças dos Conselhos 64 vezes. Foram 18 no Nordeste, 13 no Sudeste, 13 no Sul, 11 no Norte e 9 no Centro Oeste. Conseguimos aprovar melhorias no Regimento Interno dos Conselhos. Tivemos 2 Encontros Nacionais. Incentivamos a criação onde não havia Conselhos e envidamos esforços para que alguns não fossem encerrados. Tivemos depoimentos gratificantes de diversas lideranças e coordenações sobre esse trabalho durante o último Encontro Nacional em 2017.

AGENDAS DE PARCERIA PELA SAÚDE E FORTALECIMENTO DA ESF 

Em 2016, realizamos uma agenda desafiadora, mas muito exitosa para a própria Cassi, para os órgãos do Banco do Brasil e para as Unidades Cassi e comunidades locais. Fizemos agendas de parcerias para dar maior conhecimento e pertencimento sobre a Cassi, o modelo assistencial, as CliniCassi, o PCMSO. Desfizemos mal-entendidos sobre a Cassi e lugares comuns que não condizem com a realidade da nossa autogestão e do setor. Buscamos explicar e adequar expectativas sobre o funcionamento da Cassi. O retorno que obtivemos também foi muito positivo.

MANDATO DA DIRETORIA DE SAÚDE E REDE DE ATENDIMENTO NAS BASES 

Ao longo da gestão, conjugamos uma agenda técnica e política no dia a dia da sede, com reuniões semanais de Diretoria Executiva (236 reuniões ordinárias e extraordinárias - minhas ausências foram nas férias. Uma ausência por abono). Além da Diretoria, tivemos reuniões mensais dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Mesmo com essa presença na sede, tivemos presença constante nas Unidades Federativas onde somos responsáveis pelas Unidades Cassi, CliniCassi e relação com os Conselhos de Usuários. Foram 154 agendas presenciais nesta gestão: 57 na região Sudeste, 33 no Nordeste, 22 no Sul, 21 no Norte e 21 no Centro Oeste.

PRESTAÇÃO DE CONTAS, TRANSPARÊNCIA E INFORMAÇÕES QUALIFICADAS 

A criação do boletim mensal Prestando Contas Cassi teve o objetivo de aproximar as lideranças da comunidade BB e entidades representativas dos temas diversos da Cassi e da saúde, bem como prestar contas do mandato. Até janeiro de 2018, produzimos 41 Boletins. Neles, é possível obter informações técnicas e políticas importantes para a Caixa de Assistência e para os participantes. Produzimos entre o dia 1/6/14 e 31/12/18 centenas de matérias sobre a Cassi, a saúde, os direitos dos trabalhadores e o mandato no blog Categoria Bancária (583 publicações).

GESTÃO DAS UNIDADES CASSI, CLINICASSI E RESPEITO AOS PROFISSIONAIS DA OPERADORA 

Além de estar em constante contato com as 27 Unidades Administrativas e equipes de profissionais, conseguimos visitar e conhecer 42 CliniCassi das 65 existentes. Fizemos capacitação das equipes tanto a distância quanto presencial ao longo do mandato. Valorizamos a opinião e a participação das equipes técnicas em nossa gestão.

Nós iniciamos o mandato em 2014 realizando processo seletivo para novos gestores das Unidades Cassi e estamos terminando o mandato com processo seletivo para novos gestores em andamento desde o ano de 2017. Utilizei ao longo dos 4 anos de mandato todas as possibilidades permitidas nos normativos para preencher quadros nas áreas em que sou o responsável: criamos oportunidades diversas para nomeações dentro das regras da empresa que incluem processo seletivo, ascensão interna e indicação.

Buscamos por em prática os processos de igualdade de oportunidades que tanto defendemos durante nossa vida de representação no movimento social. Não impusemos a nenhum gestor mudanças de base (Unidades Cassi) sem a concordância dos mesmos. Das 35 posições de gerência que estão sob nossa responsabilidade na estrutura organizacional da Cassi, temos a seguinte composição na questão de gênero: 16 homens, 15 mulheres e quatro vagas em aberto.

Ouvimos as representações dos funcionários da Cassi ainda no primeiro mês de mandato. E durante os quatro anos levamos para os debates da Direção algumas questões relevantes em termos de valorização dos trabalhadores na relação com a operadora: inclusão de um eleito no Comitê de Ética da Cassi; sugestões para que a Cassi implante um PCS moderno e que valorize a carreira dos profissionais; a revisão do plano de saúde e de previdência deles; os reajustes salariais respeitando no mínimo a inflação do período e melhorias nas bolsas de estágio, porta de entrada de futuros funcionários.

No Plano de Ações para 2018, além de melhorias nas negociações com rede prestadora, áreas e programas de saúde e tecnologia, aprovamos a revisão das políticas de gestão de pessoas, e ficou estabelecido o compromisso em ouvir os trabalhadores para as questões de PCS, saúde e previdência. Eu parabenizo a todos os membros da governança pelo consenso alcançado nas ações de curto prazo, porque elas focam em questões estruturantes importantes para a sustentabilidade.

COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL, UNIDADE E PERTENCIMENTO, A CAIXA DE ASSISTÊNCIA TEM BOAS PERSPECTIVAS DE FUTURO 

Finalizamos este balanço de gestão na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento afirmando a grandeza da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. 

Por conhecimento de causa, temos fé nas perspectivas de êxito da nossa autogestão em se perpetuar nas próximas décadas porque seu modelo assistencial é o que tem de mais promissor na organização de serviços de saúde; sua equipe profissional é competente e a democracia da participação social na gestão paritária e no dia a dia da Cassi com o Corpo Social permite a solução negociada das controvérsias e desafios colocados.

Conclamo a todos os participantes e intervenientes da Caixa de Assistência a se unirem em defesa da Cassi porque juntos somos mais fortes.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)

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