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17.2.18

Balanço do mandato na Diretoria de Saúde da Cassi (XI)


(atualizado em 18/2/18, às 10h21)



Apresentamos a seguir uma síntese das realizações nas áreas de responsabilidade da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi durante o mandato 2014/2018


Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pelos direitos dos trabalhadores.


Quando avaliamos a gestão da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento de junho de 2014 até o início de 2018 é possível destacar três grandes frentes de condução que pautaram e norteiam o mandato do Diretor William Mendes e conselheir@s eleitos e as respectivas equipes e áreas técnicas sob sua responsabilidade:

1) O trabalho paciente, imenso, mas silencioso do ajuste de processos, relacionamentos e propósitos, sem os quais o caminho não fica sedimentado e as grandes ações “palpáveis/visíveis” não se sustentam por muito tempo. Um trabalho comparável com o saneamento básico: poucos o percebem, mas ele é essencial para a comunidade, sua saúde e sua qualidade de vida. Estão sedimentados projetos contundentes na área da saúde que apontam garantia de futuro e foco na continuação da reorganização do sistema de saúde Cassi, mesmo tendo a operadora enfrentado longos períodos de crise orçamentária.

2) A Cassi é uma autogestão em saúde, é dos associados. A Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento é responsável pelas políticas e programas de saúde e também pela gestão das unidades regionais, onde se dá a relação presencial e institucional com os participantes, entidades representativas, prestadores de serviços e Conselhos de Usuários. A gestão atuou no fortalecimento da participação social contribuindo para que hoje tenhamos 27 Conselhos de Usuários, com reconhecimento de sua importância inclusive pelo patrocinador Banco do Brasil. Atuamos no contato permanente com o conjunto das entidades representativas - sindicatos e associações - e com as unidades regionais do Banco – Super, Gepes e Sesmt. Colocamos a Cassi e a Saúde na pauta diária da comunidade BB.

3) No campo político e de representação dos associados, atuamos na manutenção da solidariedade na Cassi e dos direitos dos associados, em um período em que esteve em risco o modelo de custeio mutualista intergeracional e solidário no Plano de Associados, com ameaça de exclusão de patrocínio do BB para os aposentados e pensionistas e instituição de cobrança por tabela de idade, por dependentes e por uso do plano. Lutamos contra as propostas de aumento unilateral das mensalidades dos associados, aumento nas coparticipações, criação de franquia nas internações de R$ 1.500,00; lutamos também pela manutenção de programas de saúde e dos direitos dos associados na governança paritária da Cassi. Não permitimos o fim da política farmacêutica e o fechamento das Unidades Cassi e CliniCassi. Atuamos na valorização dos profissionais da operadora. A transparência nas informações e prestação de contas foi base do mandato eletivo.



FORTALECIMENTO DO MODELO ASSISTENCIAL E DEFESA DOS DIREITOS DOS ASSOCIADOS

Desde o começo do mandato, buscamos compreender o sentido da missão da Cassi, que poderíamos traduzir como prover Atenção Integral à Saúde para garantir qualidade de vida à sua população. E perceber o papel da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento dentro desse contexto foi fundamental para nossa atuação.

As atividades, os projetos, todos os movimentos das equipes desta Diretoria devem concorrer em favor da missão institucional, no foco relacionado ao que se espera desta instância/estrutura específica.

A formulação de políticas assistenciais, programas e estruturas próprias de serviço de saúde provém desta Diretoria. E quando aprovadas na governança, também os passos seguintes de implementação, registro, acompanhamento e avaliação.

Assim, ao estudar os desafios institucionais e compreender a importância da reorganização efetiva do sistema de saúde Cassi, entendemos a importância de atuar visualizando as três “frentes” mencionadas acima: Tínhamos vários aperfeiçoamentos/ajustes a fazer no que já existia e precisávamos sinalizar de forma contundente e fundamentada os caminhos a seguir, as expansões e as inovações a defender. 


Ao mesmo tempo, tivemos que defender como nunca os direitos dos associados durante a crise de déficit e sustentabilidade, construindo consensos sobre o modelo assistencial (APS/ESF/CliniCassi) e o custeio solidário, as responsabilidades de cada um no déficit, inclusive as do patrocinador BB - que reduziu custeio com medidas unilaterais em sua gestão de pessoas desde a reforma estatutária de 1996 como congelamentos salariais, mudanças em PCS etc -, e o que tínhamos que enfrentar juntos por se tratar de questões externas, do mercado de saúde.


CULTURA DA QUALIDADE DO CUIDADO E SEGURANÇA DOS PACIENTES FOI PRIORIDADE NAS UNIDADES CASSI


À luz dos avanços apresentados no panorama de saúde, foi identificada a importância de que a Cassi realizasse ajustes na organização de suas ações, adequando as mesmas com o cenário nacional de saúde.

A população Cassi apresentou mudanças em seus condicionantes e determinantes de saúde, o que corroborou para a revisão das estratégias de cuidado desenvolvidas, de modo a garantir o atendimento das necessidades de saúde dos participantes.

No período de 2014 a 2018, foram realizadas ações centradas no aprimoramento do modelo de atenção e no fortalecimento da Estratégia Saúde da Família (ESF), com a revisão dos Programas de Saúde, elaboração de Protocolos Clínicos, Cartilhas e Manuais para atender às necessidades específicas dos diversos grupos populacionais.

Além da constante revisão dos processos e protocolos com vistas a otimizar os recursos, foram propostas Iniciativas Estratégicas com o objetivo de fortalecimento do modelo assistencial, por meio dos seguintes projetos:

- Ampliação da Atenção Primária (APS) nos Serviços Próprios da Cassi, por meio do incremento de recursos humanos, de forma localizada, em relação ao quantitativo atual e com base nos princípios de Saúde da Família;

- Criação do Projeto do Núcleo de Atendimento Especializado (NAE), com objetivo de integrar os níveis do sistema de serviços de saúde da Cassi, com efetividade, qualidade e segurança contribuindo para o modelo de atenção integral à saúde;

- Aprimoramento do Programa de Atenção Domiciliar (PAD) a fim de promover, manter ou restabelecer a saúde do participante em seu ambiente domiciliar, com vistas a desinstitucionalizar o cuidado e otimizar a utilização dos recursos da Cassi.

Um dos pilares da gestão foi a melhoria da qualidade do cuidado e segurança do participante. Este investimento culminou na certificação internacional de duas CliniCassi (2014) no Distrito Federal e recertificação em janeiro de 2018. Diversas melhorias de processos no cuidado e segurança dos pacientes foram estendidas para as demais unidades CliniCassi no país.

As CliniCassi Brasília Norte e Brasília Sul foram acreditadas pela Joint Commission Internacional (JCI), que comprova a qualidade e a segurança para os usuários dos serviços de saúde.

A cultura da qualidade tem sido disseminada para os demais serviços próprios. Nesse contexto, foi implementada a Certificação Digital no Prontuário Eletrônico do Participante (PEP), com vistas a aumentar a segurança da informação, garantindo a confidencialidade e a privacidade do registro, além da redução de gastos. Sem a assinatura digital, os registros realizados no PEP da Cassi, instalado em todas as 65 CliniCassi, seriam impressos, carimbados e assinados, pelo profissional que realizou o atendimento e armazenados em arquivo físico, ou seja, o PEP não seria utilizado em sua eficiência completa.

Além da melhoria nos registros, a assinatura digital poderá contribuir para a otimização do espaço das Unidades na guarda de prontuários.

Apesar do contingenciamento orçamentário, investiu-se em ações de capacitação das equipes técnicas nas principais temáticas necessárias ao cuidado e segurança do participante, como: Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde, Cuidados Paliativos, Encontros de Gerentes de Atenção à Saúde, Encontro de Analistas de Informação, Congresso de Medicina de Família e Comunidade, além da realização de 2.700 atividades/ações de Educação Permanente em Saúde.


PARTICIPAÇÃO SOCIAL, REFERÊNCIA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA E TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO


Durante este mandato da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, a Cassi avançou na gestão participativa com a realização de 48 Pré-Conferências, 54 Conferências de Saúde e 2 Encontros Nacionais de Conselhos de Usuários, além da criação dos Conselhos de Usuários de Rondônia e Amapá, ampliando a participação social em todo o país. O objetivo dos encontros foi ampliar o debate sobre saúde, debater a sustentabilidade da Cassi e fortalecer o modelo assistencial, além de promover a integração dos conselheiros, permitindo maior participação na construção das políticas de saúde da Cassi. Destaca-se que, a proximidade com os Conselhos permitiu resgatar a cultura de pertencimento e sensibilização para o uso mais racional dos serviços de saúde.

Avançou-se também em uma nova metodologia de avaliação da população e divulgação de dados de qualidade, com a publicação do Boletim Epidemiológico 2016 – Este trabalho permitiu a observação dos fatores que determinam a frequência e a distribuição de agravos e eventos em saúde em grupos populacionais específicos, oferecendo fundamentos para a compreensão dos cenários epidemiológicos nas diversas Unidades Cassi. Trabalho desenvolvido pelos Analistas da Caixa de Assistência contando com parceria do Ministério da Saúde.

Outro aspecto importante da gestão foi o resgate da Cassi na vanguarda do sistema de saúde brasileiro, tanto no âmbito da saúde suplementar como dos órgãos reguladores. A trajetória e o trabalho das Unidades Cassi, bem como os resultados em saúde e sustentabilidade obtidos com a evolução da ESF, foram divulgados no 14º Congresso de Medicina de Família e Comunidade, com a apresentação de 8 trabalhos científicos.

Além disso, buscamos a reaproximação com as instâncias que discutem e avaliam as ações de Promoção e Prevenção em Saúde junto à Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), visando uma maior divulgação das ações realizadas pela Cassi para cuidar dos mais de 700 mil participantes, bem como aprofundando o conhecimento daquele órgão quanto ao estágio de evolução em resultados e práticas assistenciais das CliniCassi através da ESF.

E neste exercício de reaproximação com o órgão regulador, tivemos importantes conquistas:

1) A escolha da Cassi pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como experiência exitosa no Laboratório de Inovação em Atenção Primária na Saúde Suplementar Brasileira. Por esta eleição a Cassi receberá em 2018 o certificado de reconhecimento e terá seu trabalho publicado como uma experiência de qualidade e sucesso na Série Técnica NavegadorSUS, como uma das empresas de saúde que priorizam o cuidado centrado no paciente e na qualidade da assistência.

2) A Estratégia Saúde da Família (ESF) obteve registro e reconhecimento junto à ANS como Programa de Saúde, o que permitirá futuramente à Cassi algumas vantagens na avaliação daquele órgão regulador, inclusive redução nos valores exigidos de margem de solvência em relação ao Patrimônio Líquido ajustado da operadora.


ESTUDOS DESENVOLVIDOS PELA DIRETORIA DE SAÚDE NO MANDATO APONTAM BENEFÍCIOS DO MODELO ASSISTENCIAL APS/ESF/CLINICASSI

E por falar em avaliação, este mandato foi marcado pelo desenvolvimento de estudos e réguas de avaliação da efetividade da ESF, confirmando que a estratégia adotada pela Cassi, além de contribuir para a qualidade de vida e longevidade de nossa população, também faz sua parte pela sustentabilidade do sistema ao produzir números de despesas assistenciais per capita de seus assistidos vinculados ao modelo bem mais racionais do que aqueles observados na população que não frequenta o serviço próprio.

Essa constatação, agora com evidências numéricas e científicas, estimulou a Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento a defender o avanço da estratégia assistencial, com o incremento, a otimização e a expansão das CliniCassi, o aprimoramento e o alinhamento dos programas de saúde, a retomada do Referenciamento da rede prestadora e a criação de serviços de atendimento especializado (nível secundário da atenção à saúde).

As evidências numéricas e científicas dos resultados positivos oriundos do modelo assistencial, baseado em estrutura própria (vertical) de Atenção Primária, medicina de família e programas de saúde somados ao constante trabalho liderado pelo Diretor de Saúde de levar essas informações para os participantes e suas representações e gestores da comunidade Banco do Brasil melhorou a compreensão da importância do investimento nas estruturas próprias de atendimento e quadro de funcionários da Cassi, profissionais que merecem políticas de PCS e retenção de talentos. 


As despesas administrativas da Cassi são pequenas comparadas ao setor em que ela opera e são eficientes (mas podemos avançar muito na eficiência do modelo assistencial). Nosso foco deve ser investir na própria Cassi para reduzir as despesas assistenciais geradas na rede prestadora orientando melhor o uso a partir das CliniCassi e seus profissionais.


Em resumo, nestes quase quatro anos:

a) Resgatamos o senso de pertencimento e de associativismo em nossa comunidade;

b) Revisamos e superamos problemas de completude e de funcionalidade em programas e serviços próprios;

c) Melhoramos o convênio de PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) com o BB. Passamos a fazer a gestão do Convênio, além da execução. Em parceria com o Banco, realizamos avanços técnicos em diversos processos: centralização dos atestados médicos, permitindo melhor gerenciamento epidemiológico de população, disponibilização das guias de Exames Periódicos de Saúde (EPS) na Intranet, consolidação e entrega de resultados ao Banco ao longo do ano, permitindo acompanhamento em tempo real e possibilidade de ações individuais e coletivas em saúde;

d) Aprimoramos e ampliamos o PAD (Programa de Assistência Domiciliar), agora com profissional exclusivamente voltado para este programa em 15 unidades;

e) Revisamos e retomamos o projeto de expansão da ESF e de reorganização do sistema de saúde, inclusive resgatando o Referenciamento e outras estratégias de inclusão da atenção secundária à saúde no sistema ESF como, por exemplo, nosso projeto apresentado de Núcleos de Atendimento Especializados (NAE);

f) Recolocamos a Cassi no patamar de influenciadora do processo de reorganização do sistema de saúde no setor suplementar, sobretudo no que se refere a Atenção Primária à Saúde e medidas de Prevenção, Promoção e Proteção à Saúde;

g) Estendemos as operações de acesso a medicamentos cobertos pelo PAF a todo o território nacional (em processo de contratação de operador logístico onde não havia);

h) Obtivemos a aprovação de projetos para ampliação de equipes de saúde da família (ESF), bem como da ampliação das CliniCassi (já para 2018);

i) Retomamos a Educação Permanente em Saúde;

j) Desenvolvemos metodologias para avaliação das CliniCassi e apresentamos números bastante significativos quanto a indicadores de saúde e despesa assistencial per capita de vinculados à ESF, confirmando que o caminho é reorganizar o sistema com base na Atenção Primária à Saúde;

k) Evoluímos no conhecimento sobre o quadro de nossa população, o que permitiu a geração dos Boletins Epidemiológicos;

l) Realizamos processos seletivos para Gerentes de Unidades tanto no início do mandato em 2014 quanto encontra-se em andamento realização de novo processo 2017/2018;

m) Realizamos encontros e treinamentos de Gestores de Unidades para alinhamento da gestão local com a Governança da Cassi;

n) Aprovamos a implantação de nova CliniCassi no novo Edifício Banco do Brasil em Brasília. Estão em andamento as tratativas finais para a inauguração do novo serviço que estenderá assistência a mais de 4 mil trabalhadores;

o) Aprimoramos a gestão da rede de Unidades, buscando recursos humanos e materiais para subsidiar o seu funcionamento;

p) Aprimoramos a gestão do convênio PCMSO para melhor acompanhamento da saúde dos trabalhadores do Banco do Brasil, com avanços na integração junto à Estratégia Saúde da Família (ESF), facilitando o processo de Atenção Integral com promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos participantes Cassi do Plano de Associados;


q) Criamos um boletim mensal do mandato, o Prestando Contas Cassi (ler AQUI), que aborda de forma simples as questões relativas ao modelo assistencial da Caixa de Assistências e demais temas de interesse dos associados e participantes da comunidade Banco do Brasil.


AGRADECIMENTOS

Finalizamos este texto de balanço do mandato nas áreas sobre nossa responsabilidade na gestão agradecendo de coração o trabalho diligente do conjunto de funcionários da Cassi. Também agradeço ao conjunto das entidades e lideranças representativas porque fizemos um trabalho unitário, participativo e na busca de consensos, sempre com o objetivo de alcançar o melhor para a Cassi e para a comunidade Banco do Brasil.

Agradeço a paciência e compreensão de minha família, que foi quem mais sentiu com a minha ausência por causa da dedicação que tivemos à missão que nos foi designada em defender os direitos dos associados da Cassi e gerir a área de saúde da nossa autogestão.

Abraços a tod@s.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/2018)

Um comentário:

William Mendes disse...

Post Scriptum do blog:

Os itens 'd', 'e' e 'h' - avanços no modelo assistencial em relação a mais equipes de família, mais profissionais no PAD e sobre o NAE - aprovados no início de 2018 por consenso da direção - CD e Diretoria - foi rejeitado na última reunião do CD em nosso mandato (maio) de uma forma incompreensível e revanchista, só porque eram realizações nossas em prol da Cassi e dos associados. Lamentável a visão estreita de alguns gestores da direção do patrocinador.