Greve no Ceará. Crédito: Sindicato Ceará. |
A greve dos bancários continuou forte nesta terça-feira (13) depois do feriado prolongado. No oitavo dia da greve nacional, que atinge 26 estados e o Distrito Federal, 11.437 agências paralisaram, um percentual de 83% maior que no primeiro dia.
Segundo Roberto von der Osten, a ampla adesão dos bancários ao movimento, desde o último dia 6, deve-se à falta de sensibilidade dos banqueiros, que mudaram a fórmula do reajuste, que vem sendo colocada em prática nos últimos anos, que é de reposição integral da inflação mais ganho real. "Insistem no erro, em uma proposta que trará arrocho aos salários e benefícios, isso os bancários não aceitam, por isso a mobilização cresce. E só cessará diante da apresentação de uma proposta que respeite a categoria, que contribui cotidianamente com seu trabalho para os excelentes resultados que os bancos vêm apresentando", destaca.
Até o momento os banqueiros não se dispuseram a retomar as negociações: "Este silêncio denota falta de respeito para com os trabalhadores, faz aumentar o sentimento de indignação. Enquanto os banqueiros continuarem intransigentes, a greve continua" afirma.
Comando Nacional
Nenhum contato foi feito pela Fenaban desde o início da greve. O Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quarta-feira 14, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para avaliar a Campanha e definir os próximos passos do movimento.
Mobilização aumenta a cada dia
Os bancários têm aumentado a participação no movimento grevista deixando claro para os banqueiros o lema da Campanha Nacional 2015: Exploração não tem perdão.
No primeiro dia foram 6.251 agências paralisadas e a greve vem aumentando dia a dia: para 8.763, 10.369 e saltando 10.818, na última sexta-feira e 11.437 nesta terça-feira (13).
Confira as reivindicações dos bancários:
- Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
- PLR: 3 salários mais R$7.246,82
- Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PcD).
Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários:
- Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Fonte: Contraf-CUT
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