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12.12.13

Contraf-CUT realiza 2º Módulo do curso de formação sindical da 8ª turma

  
Curso forma dirigentes e assessores de entidades sindicais de todo o país

O segundo módulo do curso "Sindicato, Sociedade e Sistema Financeiro", promovido pela Contraf-CUT em parceria com o Dieese e financiado pelas entidades filiadas, teve início na segunda-feira (9), em Atibaia (SP). Trata-se da 8ª turma, que tem a participação de dirigentes e assessores de entidades sindicais de nove estados: RS, SC, PR, SP, RJ, MG, MS, PA e DF.

O primeiro módulo ocorreu em novembro e o terceiro está planejado para fevereiro de 2014. A atividade faz parte da grade permanente de formação da Confederação e está alinhada com a Política Nacional de Formação da CUT, que define o papel estratégico da formação sindical e aponta para os ramos e setores produtivos organizar cursos complementares à grade da rede nacional.

O curso é um Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores (PCDA), adaptado para as entidades sindicais do ramo financeiro e vem sendo realizado há quatro anos na forma de três módulos de cinco dias, segundo William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT.

Sistema financeiro em foco

William explica que a programação do segundo módulo aprofunda o debate sobre o Sistema Financeiro Nacional, fazendo uma radiografia dos bancos e discutindo o artigo 192 da Constituição Federal que trata da regulamentação. Um dos palestrantes foi o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.

"Este segundo módulo é o mais dinâmico do curso, desde que ele começou lá em 2009, dadas as constantes mudanças por que passa o sistema financeiro no país e no mundo. Desta forma, nós estamos sempre trazendo os principais problemas e desafios para a categoria e as entidades sindicais", afirma William.

A grade prevê também debates sobre o banco do futuro e os meios de pagamentos móveis, bem como um olhar sobre o Sistema Financeiro Mundial, focando temas como a crise de 1929, o Acordo de Basileia, o Consenso de Washington e a crise atual do capitalismo.

"Abordamos os meios de pagamento móveis - Mobile Payment - que teve lei aprovada sem que houvesse um debate profundo sobre os efeitos desse novo sistema de pagamento. Agora o Bacen está encarregado de definir diversas questões e o que temos visto são resoluções prejudicando inclusive os direitos trabalhistas e sindicais da categoria bancária e outras mais", aponta William.

O segundo módulo, que vai até sexta-feira (13), também contou com a presença da secretária-geral da Contraf-CUT, Ivone Silva.

Fonte: Contraf-CUT

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Programação sintética do módulo.


Post Scriptum: programação do módulo e textos (a maioria de produção própria da equipe do Diesse e artigos ou excertos de textos políticos e econômicos).

Segunda-feira

- O multiplicador bancário
- Políticas: econômica, monetária, cambial, fiscal e de rendas
- Exercício sobre políticas: econômica, monetária, fiscal, cambial e de rendas
- À noite: filme (opcional) "Revolução em Dangenham"

Terça-feira

- A (des)regulamentação do Sistema Financeiro: o artigo 192 original da CF/1988 e a Emenda Constitucional nº 40/2008 
- Radiografia dos bancos no Brasil (Dieese)
- Entidades do Sistema Financeiro Nacional e atribuições
- Um novo contexto para o setor financeiro? (Catia Uehara, Gustavo Cavarzan e Regina Camargo, Dieese)
- À noite: filme (opcional) "Capitalismo: uma história de amor"

Quarta-feira

- O Banco do Futuro: meios de pagamentos móveis
- Tarde Livre

Quinta-feira

- Conceitos importantes para entender a crise
- Aracruz e Sadia - Aposta errada no câmbio (uma matéria jornalística "Ações da Sadia e Aracruz desabam com aposta errada no câmbio" - fontes: Agência Estado e Reuters)
- Do Padrão Ouro a Bretton Woods (Vívian Machado, Dieese)
- Principais aspectos dos Acordos de Basileia
- Notas sobre a arquitetura financeira internacional (Caroline Yukari Miaguti e José Rubens Damas Garlipp)
- Texto sobre o filme "Inside Job", de Fernando Cardim.
- Europa vende até cidadania por equilíbrio fiscal (um texto)
- Para dormir pensando: "Veja como é fácil entender a crise mundial - tradução da crise do Subprime". (o texto do "seu Biu"*)

Sexta-feira

- Seis razões porque outra crise é inevitável (David Callahan e Wallace Turbeville)
- Crise econômica mundial e as alternativas do Brasil (José Álvaro Cardoso de Lima)
- A mão invisível do mercado (Frei Betto)
- Trabalho intermódulos II

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*Texto do "Seu Biu" pra entender a crise:

Veja como é fácil entender a crise mundial

Tradução da crise do Subprime

É assim ó:

O seu biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu.

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