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15.11.25

Diário e reflexões



O MELHOR DE MIM

15/11/25

Faz algumas semanas que meu livro de memórias sindicais ganhou o mundo. O fato de editar e confeccionar para presente algumas unidades do livro que foi publicado neste blog durante a pandemia mundial fez com que minha rotina fosse alterada. Foram semanas diferentes das semanas dos últimos anos retirado do movimento sindical.

Já presenteei cerca de 50 pessoas com a edição do livro Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT. O livro traz capítulos independentes de momentos de minha vida de dirigente sindical cutista, memórias que foram surgindo à medida que lia e sistematizava os milhares de textos do blog A Categoria Bancária - InFormação e História.

Desde que recebi a pequena edição que fiz, já tive a oportunidade de encontrar diversas pessoas queridas e importantes na história do movimento sindical, tanto do banco no qual trabalhei a maior parte de minha vida - o BB -, quanto das lutas organizadas da classe trabalhadora em geral. Cafés, almoços, bate-papos e até reuniões políticas que não participava há tempos fizeram parte de meu cotidiano nas últimas semanas.

Tenho lido e refletido muito nos últimos anos a respeito da vida e da sociedade humana. Olho para trás e tento dar um sentido no percurso e nas realizações de meu ser, fico avaliando o que fiz e o que não fiz, o que fui e o que não fui, às vezes me lamentando por algo feito ou não realizado, às vezes concluindo que fiz o que tinha que ser feito. 

Contudo, sob qualquer aspecto que avalio meu percurso existencial, concluo que fui um homem de sorte. Até o fato de estar vivo neste momento e ser uma pessoa correta, considero como uma questão do acaso. 

O ensinamento do professor Antonio Candido - que abre meu livro de memórias -, sobre lidar de forma serena com as etapas passadas da vida, me salvou mais que qualquer novena ou quantidade de pais-nossos e ave-marias que tenha rezado enquanto fui religioso.

Talvez meu sonho íntimo, o desejo mais profundo do ser que sou, fosse ter vivido envolvido com literatura e cultura. Como sou todo explosão à flor da pele, arrepio só de ouvir ou pensar literatura e meu corpo reage com emoções sensoriais. Poderia ter sido professor, escritor, algo ligado ao mundo intelectual. Não fui nada disso.

No entanto, se considerar que também fui um dos milhões de adolescentes brasileiros das classes subalternas, uma pessoa que viveu sob a exploração do trabalho insalubre e mal-remunerado desde a infância, que foi direcionado pelos donos do poder a ter medo e ódio de tudo e de todos, e ter chegado até aqui, posso concluir que encontrei o meu caminho. 

E hoje, o que mais queria como alguém que chegou até aqui, era ver as pessoas que amo e a juventude encontrando seus caminhos na vida e sendo felizes e realizadas, sem cobranças falsas da sociedade doente hegemonizada pelos fetiches do capitalismo. 

Há um grande sofrimento coletivo e individual e perceber esse sofrimento me causa uma amargura que não mata rápido, mas que dói no corpo todo.

Posso dizer que o melhor de mim foi extraído ao longo de minha jornada de lutas no movimento sindical brasileiro. 

Não foi uma escolha planejada ser sindicalista, nem sonhei em ser nada do que fui, um representante dos meus colegas da categoria bancária e da classe trabalhadora. 

Abracei a tarefa quando me vi nela e simplesmente fiz o que entendi que devia ser feito.

Foi o melhor de mim. Não me arrependo de ter vivido essa vida.

William Mendes


24.10.25

Diário e reflexões



PELO FIM DA ESCALA 6X1 - PELA VIDA ALÉM DO TRABALHO

24/10/25

Nossa representação do Partido dos Trabalhadores na Câmara Municipal de Osasco, o Coletivo JuntOz - Heber, Gabi e Matheus -, um mandato popular e atuante na defesa dos direitos do povo osasquense e da classe trabalhadora brasileira, promoveu hoje uma sessão solene importantíssima para a nossa região e para todas as pessoas que vivem da venda de sua força de trabalho: a luta pelo fim da escala 6X1.

Na sessão solene, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Osasco e Região, o SECOR, filiado à Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (CUT), foi homenageado e recebeu a placa comemorativa da Câmara Municipal de Osasco. Essa importante pauta legislativa foi uma iniciativa do mandato do Coletivo JuntOz, do Partido dos Trabalhadores.


Ouvimos durante o evento, falas de importantes lideranças políticas partidárias e sindicais, além de ouvirmos movimentos sociais e os próprios envolvidos na jornada 6X1, trabalhadoras e trabalhadores. A unidade de nossa classe nos permitiu somar forças dos partidos e centrais sindicais de esquerda e do movimento Vida Além do Trabalho (VAT).

Crédito: equipe JuntOz 

Foi uma noite de homenagens e lutas, de acumulação de forças para acabar de vez com essa jornada de trabalho 6X1, mazela oriunda dos séculos de escravidão no Brasil e das reformas feitas após o golpe de Estado de 2016. 

Temos que acabar com a exploração sem limites das pessoas que vivem da venda de suas forças de trabalho. Mais que isso, queremos uma sociedade sem a exploração humana e livre do capitalismo.

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O Coletivo JuntOz lotou o Plenário da Câmara 

MEMÓRIAS DE UM TRABALHADOR POLITIZADO PELOS BANCÁRIOS DA CUT

Ao final da sessão solene, presenteei nossos jovens políticos do Coletivo JuntOz com meu livro de memórias sindicais. Gabi, Heber e Matheus são nossas esperanças na renovação dos quadros políticos do Partido dos Trabalhadores em Osasco.

Crédito: equipe JuntOz 

Ver a juventude chegando com tanta inteligência, disposição de lutar e acolhimento às mais diversas pautas da cidadania e aos mais variados grupos sociais humanos nos enche de alegria e esperanças no presente e no futuro.

William Mendes

23.10.25

Diário e reflexões



A IMPORTÂNCIA DOS COMITÊS POPULARES NA LUTA POR UM BRASIL MAIS JUSTO

23/10/25

Hoje participei de um excelente bate-papo com a militância do Jardim Ivana, na Comunidade do Paredão, Rio Pequeno, Butantã.

A comunidade tem se organizado através do comitê popular e da Cozinha Dona Nega e todos os meses acontece uma roda de conversa para debater questões importantes para a população local e para a classe trabalhadora brasileira. São momentos de trocas de experiência, reflexões e formação política.

Neste mês o convidado foi o companheiro Simão Pedro, liderança histórica do Partido dos Trabalhadores, que já atuou como deputado estadual em diversas legislaturas (2003-2014 e 2023-2025) e trabalhou nas gestões da prefeita Luiza Erundina e do prefeito Fernando Haddad, além de uma extensa pauta popular tratada por ele ao longo da vida de dedicação ao povo trabalhador.


EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

No bate-papo Simão Pedro abordou temas como economia solidária, rodas de cultura e os comitês populares, centrais para se organizar as demandas da cidadania a partir das necessidades da comunidade.

A roda de conversa é muito rica, com pessoas de uma militância cativante e que enche de energia todos os participantes.

A sugestão está feita: organizem comitês populares em seus bairros e comunidades!


UM MILITANTE DE ESQUERDA NÃO PODE ESQUECER SUAS ORIGENS

O Rio Pequeno faz parte da minha vida. Ali nasci e dali saí aos dez anos de idade para voltar aos dezessete anos. Iniciei meus estudos e alfabetização no Adolfino Arruda Castanho e fiz o 3º ano no Daniel Verano Pontes.

Compartilhei com a militância presente minha lembrança agradecida de nossa ex-prefeita Luiza Erundina, meu primeiro voto. Ela mudou minha vida como trabalhador aos dezoito anos.

Eu me pendurava nos ônibus lotados que vinham na Av. Rio Pequeno quando saía para trabalhar. Era comum trabalhador morrer ao cair dos ônibus. Quando Erundina virou prefeita, minha vida mudou porque o transporte público melhorou. Nunca me esqueci disso! 

Votar no PT e na esquerda muda a nossa vida de povo trabalhador.


MEMÓRIAS DE UM TRABALHADOR POLITIZADO PELOS BANCÁRIOS DA CUT

É isso! Ao final da roda de conversa, presenteei meus amigos e companheiros Daniel Kenzo e Sérgio do MST com minhas memórias sindicais. E também presenteei o companheiro Simão Pedro, grande figura humana e militante das causas sociais e populares.

Sigamos nas lutas por uma vida melhor para o povo brasileiro. É possível mudar o mundo porque somos seres humanos, somos inteligentes e somos seres históricos.

William Mendes

22.10.25

Diário e reflexões


Ato do Sindicato no BB da Verbo Divino.


REVENDO AMIGOS E LUTAS SINDICAIS

22/10/25

Desde que recebi algumas unidades de meu livro de memórias sindicais, memórias escritas durante aqueles solitários dias da pandemia mundial de Covid-19, minha rotina foi alterada.

Aos poucos, vou enviando pelos Correios as Memórias para algumas pessoas que compartilharam comido todo aquele período de formação política, convivência que me transformou em outra pessoa. O movimento sindical bancário cutista foi decisivo para eu ser a pessoa que sou.

Também estou tomando um café com alguns amig@s e companheir@s que residem na grande São Paulo. Esses encontros têm sido muito legais, pois rever pessoas queridas é bom demais!

Enfim, nessas idas e vindas pelas ruas de São Paulo, acabei indo hoje a uma atividade importante do movimento sindical nos locais de trabalho do Banco do Brasil, os trabalhadores realizaram Dia Nacional de Lutas contra metas abusivas e pelas reestruturações no banco público. A participação dos bancários foi muito boa.

Revi companheiras e companheiros com quem partilhei muitos anos de luta sindical.

Aos poucos, as Memórias vão ganhando o mundo nas mãos de pessoas que contribuíram e contribuem para um mundo do trabalho melhor e por um outro mundo necessário, livre da destruição capitalista e organizado de uma forma mais sustentável e igualitária.

É isso!

William Mendes

17.10.25

Mudanças na direção da Previ




Comentário:

"(...) A justiça participativa se refere ao que só pode ser participado, ou seja, ao poder político, que pertence a todos os cidadãos igualmente. Uma política é injusta, neste caso, no sentido exatamente inverso ao da justiça distributiva, isto é, quando trata desigualmente os iguais, excluindo uma parte dos cidadãos do exercício do poder. A prática democrática pertence a essa justiça" (CHAUI. Leituras da Crise, p. 19)


Começo meu comentário com a citação da professora Marilena Chaui para deixar clara a minha opinião política sobre as costumeiras questões plantadas propositadamente por atores políticos para confundir as pessoas sobre o papel e as diferenças entre a "técnica" e a "política".

Hoje a nossa Caixa de Previdência anunciou mudanças na direção relativas à parte indicada pelo patrocinador Banco do Brasil: João Fukunaga saiu para assumir outros desafios. Daqui a alguns meses, teremos mais mudanças na direção por indicação dos associados da Previ, pois teremos eleições.

Durante seu trabalho como presidente da Previ, o associado e bancário Fukunaga, indicado pelo patrocinador Banco do Brasil após o cumprimento de todas as exigências normativas, estatutárias e da legislação vigente, sofreu ataques de grupos políticos por ser quem é, uma pessoa com origem no movimento de lutas dos trabalhadores.

Eleições fazem parte de processos políticos em contextos democráticos. E na democracia, como explica a filósofa Marilena Chaui, não se pode excluir ninguém do processo, caso contrário não se trata de democracia, mas de qualquer outra coisa. Falo isso mesmo sendo o caso em questão de uma pessoa indicada e não eleita porque tentaram desqualificar e impedir uma função de poder legítima baseando-se em supostas irregularidades nunca comprovadas.

João Fukunaga cumpriu com excelência sua missão na Previ. Baseio minha afirmação em dados da realidade: dados atestados pela governança da Previ e órgãos externos responsáveis pelo acompanhamento de entidades de previdência complementar. Ele fez sua gestão respeitando o estatuto e as normas internas do fundo de pensão. Também cumpriu todas as normas externas e legislações em vigor. 

Nossa Caixa de Previdência tem as regras de governança mais avançadas do Brasil e quiçá do mundo. Isso tem relação com a "técnica". E também tem relação com a "política". Nosso estatuto da Previ é fruto de longo processo de lutas dos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil e suas entidades sindicais e associativas. Nossa Previ tem 121 anos de existência.

Por que citei a filósofa Chaui e sua explicação sobre justiça participativa?

Porque os donos do poder, os capitalistas, os burocratas, atuam fortemente para excluir do espaço de poder os próprios trabalhadores que criam as instituições sociais e os patrimônios políticos, econômicos e culturais delas.

Não é correto - ou justo como explica Chaui - inventar regras para excluir cidadãos e associados do espaço de poder de suas próprias comunidades ou associações. As regras limitadoras são invenções burocráticas para excluir os verdadeiros interessados nos patrimônios sociais da classe trabalhadora.

Definir que só podem votar e ser votadas pessoas com determinadas características - quantidade de dinheiro e bens, certos comprovantes e certificados disso ou daquilo, gênero, origem e raça etc - é tornar injustos processos democráticos, pois democracia é o direito de todas as pessoas participarem do poder, como explica a filósofa Marilena Chaui.

A gestão de qualquer instituição da sociedade humana é um ato político. Da mesma forma que a técnica é fundamental para assessorar os atos políticos em qualquer gestão. Mas não me venham com essa de dizer que toda decisão é "decisão técnica"... Toda decisão é POLÍTICA!

Posso dar o exemplo mais conhecido de nosso país, o direito democrático de um metalúrgico votar e poder ser votado para presidente da república. Ou um ex-capitão do exército que teve que sair da vida militar jovem ainda por ter feito coisas fora das normas por lá. Eles não poderiam atuar na medicina fazendo intervenções cirúrgicas ou advogar sem as licenças da área, mas poderiam e podem gerir qualquer instituição da sociedade humana porque gestão é um ato político.

Enquanto princípio, não é democrático e justo criar zilhões de exigências para impedir que as pessoas possam votar e serem votadas para exercer poder político nas comunidades onde vivem ou em instituições nas quais são associadas. Não é! Se temos uma comunidade com 200 mil participantes e definem regras nas quais só umas mil pessoas possam participar do processo de eleição (ou indicação) para exercer o poder naquela comunidade, isso não é democracia plena, porque não há justiça participativa. Estão tratando de forma diferente os iguais.

Penso a respeito disso desde que fui aprendendo política no movimento sindical bancário, desde que entrei na comunidade Banco do Brasil décadas atrás. Em cada embate entre o capital, o patrão, e os trabalhadores, os burocratas vão inventando regras para limitar a participação dos trabalhadores nos espaços de poder, não só do banco público em seus principais cargos, mas também de nossas próprias entidades associativas, entidades criadas por nós mesmos, os trabalhadores daquela comunidade.

Na reforma estatutária da Cassi e da Previ, em meados dos anos noventa, os representantes do governo de plantão, do banco, do patrão, propunham mil regras para um trabalhador poder concorrer a um cargo de gestão de nossas entidades Cassi e Previ, de maneira que se não houvesse enfrentamento do lado do movimento sindical, só os preferidos do governo e do patrão fariam a gestão sozinhos.

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Concluo a reflexão

Enfim, meu comentário e reflexão é mais para o meu lado da classe, o lado dos trabalhadores, dos bancários da ativa e aposentados. 

Um/a associado/a da Cassi e da Previ não deveria precisar ter mil certificados ou ser mil coisas "técnicas" inventadas pelos burocratas para fazer a gestão de nossos patrimônios constituídos por nós mesmos ao longo de décadas. 

Os corpos técnicos de nossas entidades associativas de saúde e previdência existem para assessorar os indicados pelos interessados na gestão daquelas instituições, no caso de nossas caixas de assistência e previdência, ou seja, os patrocinadores banco e associados.

Nossos três indicados pelo corpo social na direção - Paula, Márcio e Wagner - e nossos conselheiros estão fazendo um excelente trabalho e seguindo tudo que as normas exigem. Os indicados na gestão pelo outro patrocinador interessado, o Banco do Brasil, também. É assim que deve ser.

Desejo sucesso ao companheiro João Fukunaga em seus novos desafios, e desejo sucesso aos novos gestores da nossa Previ, Márcio Chiumento e Adriana Chagastelles.

William Mendes
Ex-diretor eleito da Cassi

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João Fukunaga deixa a presidência da Previ

Executivo assume diretoria na EloPar, holding especializada em soluções de pagamento e fidelização


17/10/2025

O presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, foi convidado a assumir a diretoria de Relações Governamentais e ASG da EloPar, holding criada em 2015 com objetivo de viabilizar o crescimento das empresas do grupo, atuando como uma plataforma de integração e suporte estratégico para suas subsidiárias.

Fukunaga assume o desafio de fortalecer o relacionamento institucional do Grupo EloPar com órgãos governamentais, reguladores e entidades do mercado, além de impulsionar a agenda de sustentabilidade e ASG nas empresas do grupo.

Nesta sexta-feira, 17/10, Fukunaga apresentou sua carta de renúncia ao Conselho Deliberativo da Previ, que aprovou o pedido. Para liderar a Entidade, o Banco do Brasil, patrocinador da Previ, indicou Márcio Chiumento, atual diretor de Participações.

Durante sua gestão na Previ, João Fukunaga impulsionou a modernização da Entidade, fortaleceu a governança, valorizou a diversidade e aproximou ainda mais os associados. Seu maior legado, porém, está na gestão do Plano 1: a aceleração da estratégia de imunização do passivo. Entre 2023 e 2025, a alocação em Renda Variável caiu de 32% para 18%, com cerca de R$ 30 bilhões desinvestidos e realocados em Renda Fixa. Essa mudança reforçou a liquidez, garantiu aderência às obrigações do plano e superou uma meta de redução de alocação em Renda Variável prevista para 2030.

Sua atuação comprometida, inovadora e responsável, teve contribuições relevantes não apenas para a Entidade, mas também para o fortalecimento do sistema de previdência complementar fechada no Brasil. A Previ reconhece e agradece sua dedicação, e deseja pleno sucesso na nova etapa profissional.

Após receber a indicação do Banco do Brasil, o Conselho Deliberativo da Previ já iniciou os trâmites para a posse de Márcio Chiumento, reafirmando o compromisso da Entidade com uma gestão responsável e com a proteção dos direitos dos associados. A escolha do novo presidente segue os princípios de governança e os critérios técnicos que orientam a atuação da Previ.

Funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 2000, Chiumento tem perfil técnico. É graduado em Direito, mestre em Gestão e Inovação, e possui MBA em Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em sua sólida trajetória na instituição, acumulou experiência em posições estratégicas, como head de Clientes, Estratégia e Produtos do segmento Setor Público, Ouvidor-Geral do BB, gerente executivo na Diretoria de Atendimento e Canais, gerente de administração na Superintendência de Varejo, administrador de agências e consultor de investimentos nos segmentos Private e Alta Renda. Atualmente, integra o Conselho de Administração da Neoenergia e é vice-presidente do Conselho de Administração da Tupy.

BB indica a primeira mulher para a diretoria da Previ

Com a chegada de Márcio Chiumento à presidência, Adriana Chagastelles assume a Diretoria de Participações. Funcionária de carreira do Banco do Brasil e associada do Plano 1, Chagastelles atua na Previ há quase três décadas. Ela é a primeira mulher indicada pelo Banco para um cargo de direção na Entidade — e também a primeira colaboradora da Previ a alcançar essa posição por indicação do patrocinador.

Graduada em Administração e mestre pelo Ibmec, Chagastelles possui MBA em Finanças e Direito Societário pela FGV e participou de programas de formação de executivos do ISE. Antes da nova função, liderou áreas estratégicas como Administração Imobiliária e Secretaria Executiva de Governança. Em sua trajetória, passou pelas gerências de Participações Mobiliárias, Mercado de Capitais e Investimentos Estratégicos, além de atuar como conselheira em diversas empresas participadas da Previ.

A Previ reafirma seu compromisso com a boa governança, a solidez dos investimentos e a busca permanente por resultados sustentáveis, sempre em benefício de seus associados.

Fonte: Site da Previ

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11.10.25

Sistematização do blog (2)



11/10/25

Relendo as postagens de abril de 2012, revivo várias lutas empreendidas à época por nós trabalhadores da categoria bancária do campo cutista. 

A nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do BB estava em processo de renovação de parte de sua direção. Eu fazia parte da coordenação política de nossa corrente cutista em relação às questões do Banco do Brasil e apresentamos aos associados a Chapa 1 - Cuidando da Cassi, liderada pela companheira Mirian Fochi. Vencemos a eleição.

Nossa confederação, a Contraf-CUT, realizou seu 3º Congresso e renovou a direção. Eu fui eleito para mais um mandato à frente da secretaria de formação e nossa entidade sindical seguiu sob a liderança do companheiro Carlos Cordeiro.

Em relação às questões organizativas do Banco do Brasil, nosso coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários era o companheiro Eduardo Araújo, de Brasília. Eu era destacado pela Contraf-CUT para dar todo o suporte ao Araújo e fazíamos uma boa dupla de trabalho, unindo as bases de SP e DF. Eu iria em breve assumir a coordenação.

Achei interessante reler uma série de artigos de formação que fiz entre março e abril focados em compartilhar com as centenas de dirigentes de nossos sindicatos o quanto eu acreditava no poder de formação sindical ao fazermos trabalho de base, em conversar com os trabalhadores nos locais de trabalho, o que chamávamos de Organização por Local de Trabalho (OLT).

Ao reler os artigos é fácil perceber que eu debatia de tudo com os bancários que representava, tudo. Tributação, questões de saúde e previdência, os programas de metas do banco - à época era o tal Sinergia BB - e qualquer coisa que a categoria quisesse conversar conosco. O diálogo com a base foi uma formação política fundamental para mim.

Seguimos sistematizando essa história de uma época sindical registrada por um sujeito que a estava vivendo historicamente.

William

7.10.25

Sistematização do blog



07/10/25

Estou sistematizando as postagens que fiz no blog desde 05/10/06, quando criei a página para me comunicar com a categoria bancária e com as lideranças sindicais.

Até hoje, foram 2666 postagens. O blog completou 19 anos anteontem. Já consegui organizar boa parte dos textos, já fiz diversos cadernos do blog e agora preciso finalizar o trabalho: sistematizar ajuda a dar sentido às coisas.

Março de 2012

Revisei as 29 postagens (55 páginas de word) e as lembranças se apresentaram em minha memória como se fossem um filme de nossas vidas, pois aquelas escrevivências não são só minhas (né, Conceição Evaristo?). 

A luta de classes segue sendo a realidade cotidiana de cada bancária e bancário e de suas entidades sindicais e associativas. É muito interessante ver os temas vigentes em março de 2012 e saber por alto que boa parte deles segue sendo pauta em outubro de 2025. Luta de classes...

Os trabalhadores e seus sindicatos estão neste momento lidando com uma reestruturação no Banco do Brasil que trata justamente de jornada de trabalho de comissionados. Em 2012 era uma de nossas pautas a jornada de 6 horas sem redução de salário no BB. Luta de classes...

A luta continua, sempre!

William

2.10.25

Diário e reflexões



A UNIVERSIDADE PÚBLICA É DO POVO - ATO EM DEFESA DA FFLCH-USP

02/10/25

O evento de hoje em nossa querida Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo foi emocionante, com falas potentes e solidárias em defesa da educação pública, dos direitos dos povos e também denunciando o genocídio do povo palestino. 

Os motivos principais do ato de hoje no vão livre da História e Geografia da FFLCH e também das manifestações da comunidade acadêmica e do movimento estudantil, além de diversas entidades e lideranças da sociedade civil paulista são os ataques realizados pelos fascistas da extrema-direita nos últimos meses. 


Após ataques de grupos liderados até por parlamentares de extrema-direita da Câmara de Vereadores de São Paulo, a comunidade acadêmica da USP vem se organizando e enfrentando com firmeza essas turbas fascistas. 

Repito: foi um ato emocionante! Saí do ato de alma lavada e com a esperança renovada ao respirar o ar daquela juventude de luta!

Ouvimos falas potentes e experientes de professores como a querida Marilena Chauí, André Singer e demais acadêmicos. 

Vereadora Luna Zarattini (PT-SP)

Ouvimos lideranças de diversos movimentos populares, sindicais e de lutas históricas da juventude. 

Ouvimos parlamentares do campo popular como a querida companheira Luna Zarattini (PT), Luana Alves (Psol), Juliana Cardoso (PT), Sâmia Bomfim (Psol) e demais políticos que estão sempre do lado certo da história de lutas da classe trabalhadora brasileira. 

Deputada Federal Juliana Cardoso (PT-SP)

Tenho orgulho de ter sido aluno de Letras da FFLCH-USP e de ver o quanto a educação, a cultura e a ciência são importantes para a sociedade humana. 

Sem democracia e sem igualdade de oportunidades não se constrói uma sociedade justa, fraterna e igualitária. 

Fora, fascistas! Defender a educação pública é defender a esperança em um mundo melhor para todos os seres viventes. 

O ato também foi firme na defesa da causa palestina e pelo fim do genocídio em Gaza.

William 

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Post Scriptum: em relação à luta contra o genocídio do povo palestino, uma das reivindicações do ato, o rompimento das relações institucionais da FFLCH-USP e das faculdades da USP com o Estado de Israel, foi concretizada em 23/10/25. Em votação histórica, a Congregação da FFLCH votou e aprovou por 46 a 4 a renúncia do convênio com a Universidade de Haifa (Israel). Orgulho de nossa FFLCH-USP!!!

20.9.25

Para entender crises de derivativos como o caso do "subprime" em 2008



Segue abaixo uma forma humorada de entender um pouco da lógica dos papéis derivativos que criam capitais fictícios que em algum momento podem causar crises reais no sistema capitalista.


*Texto do "Seu Biu" pra entender a crise:

Veja como é fácil entender a crise mundial

(texto que circulou nas redes após a crise do subprime)

Tradução da crise do Subprime

É assim ó:

O seu biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu.

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9.9.25

Diário e reflexões



Osasco, 9 de setembro de 2025. Terça-feira. 


IDENTIDADE

Tenho 56 anos de idade. Sou brasileiro, nascido na cidade de São Paulo, onde vivi até os 10 anos. A passagem para a adolescência, fase intensa dos seres humanos, foi um Uberlândia, Minas Gerais. Ao voltar para São Paulo, aos 17 anos, acabei vivendo a maior parte da vida em Osasco. Por 4 anos, ainda tive a oportunidade de morar em Brasília, a capital do Brasil. 

A data de hoje, 9 de setembro, é uma data aniversário, um dia marcante no percurso da minha existência única. Há 33 anos, eu me apresentava pela manhã à agência Rua Clélia, do Banco do Brasil, para começar a trabalhar de escriturário no maior banco público do país. 

Para tomar posse do cargo, como dizíamos, precisei passar no concurso público duas vezes, porque após comemorar a primeira aprovação, o certame foi cancelado por fraudes. Tive que passar de novo para ser bancário do BB. 

A identidade de uma pessoa vai se moldando no percurso do viver, é como entendo a vida humana. Certos momentos ou acontecimentos ficam marcados em nossa existência, são divisores de água, determinam como seremos dali adiante. Entrar no BB há 33 anos, foi um acontecimento desses em minha vida.

Se no domingo passado (7/09) estive nas manifestações populares ao lado dos pobres, das pessoas que sobrevivem nas ruas e praças, sem terem sequer o que comer, ou água para se lavarem, se estive no 31° Grito dos excluídos e excluídas, na Praça da Sé, e depois na manifestação da Praça da República, somando com milhares de pessoas em defesa de nossa soberania e lutando pelos direitos da classe trabalhadora, é porque existiu em minha vida o dia 9 de setembro de 1992, dia no qual me tornei um membro da comunidade de funcionários do Banco do Brasil, comunidade com mais de dois séculos de história. 

Nossa identidade vai se moldando no viver de acordo com as veredas que percorremos e principalmente em função das oportunidades que a comunidade na qual vivemos nos dá. Se as pessoas - crianças, jovens e adultos - têm oportunidades para escolher um presente e um provável futuro - uma perspectiva de futuro -, nossa identidade pode conter algumas características - diria características positivas -; se não houver oportunidades no ambiente do viver, nossa identidade pode ser completamente diferente do que gostaríamos que ela fosse.

O 9 de setembro de 1992 foi uma oportunidade em minha vida. O garoto que lavava carro em Uberlândia; que era entregador de uma farmácia, cortando a cidade o dia todo de bicicleta; que trabalhou em construção civil, quebrando concreto com talhadeira e ponteiro, mexendo em esgoto; que juntava metais como cobre e alumínio pra vender no ferro velho; que foi chapa de caminhão e ajudante geral de um monte de serviços por uma década antes de trabalhar como bancário, teve sua vida transformada ao passar no concurso mais disputado à época no país, e virar trabalhador da categoria bancária.

Outras datas tiveram importância central na minha identidade também, a partir da condição de bancário. O dia 5 de agosto de 2002 foi um divisor de águas na vida deste trabalhador, naquele dia fui liberado do trabalho no caixa da agência Vila Yara, do Banco do Brasil, para aprender a ser dirigente sindical e representar meus colegas que continuavam cumprindo a jornada nos locais de trabalho, atendendo ao público e às vezes sofrendo assédio e enfrentando péssimas condições de trabalho. Pensar nos colegas, os meus pares, definiu minha identidade enquanto os representei por 16 anos. Ainda penso nos colegas da ativa e nos aposentados, é a minha identidade, é o que sou. 

Refletindo sobre o dia 9 de setembro de 1992, e outros dias definidores de minha identidade, o 5 de agosto de 2002, o 2 de junho de 2014, o 3 de abril de 2019... fico aliviado pelas veredas que escolhi trilhar (ou que se apresentaram no meu caminho) e me sinto grato à existência, pois posso me considerar uma pessoa de sorte. Posso sim. Tive a felicidade de participar de momentos importantes da vida coletiva de nossa categoria e de nossa classe, a classe trabalhadora. 

E tenho consciência política suficiente para pesar e separar as partes que compõem a minha identidade. O que sou é uma mescla de oportunidades, casualidades e muito esforço e disciplina. Como ensina o professor Antonio Candido, essa parte da minha identidade também contém a parte com as vivências ruins que enfrentei ou que fui partícipe, a vida é tudo isso que nos deu identidade, somado com a personalidade que cada um de nós tem.

O jovem que saiu de Uberlândia para São Paulo, aos 17 anos, cheio de ódio e raiva do mundo, que vivia indignado com as injustiças diárias enfrentadas pelo povo brasileiro, um país ainda hoje violento e miserável, que maltrata e humilha as pessoas como nós, a imensa maioria do povo, queria ser mau... para lidar melhor com o mundo-cão, e, por sorte, acabou sendo moldado como um cidadão do lado certo da história, que não esteve na manifestação da Paulista no 7 de setembro de 2025 (e sabemos o quanto de gente com origem humilde encorpa essas manifestações que manipulam os ignorantes que não sabem qual é a sua classe); por sorte aquele jovem dos anos oitenta hoje escolhe o Grito dos excluídos e excluídas. 

O jovem que entrou no BB em 9 de setembro de 1992 ouviu seu coração, sua filiação, e depois ouviu os colegas e o sindicato, e os educadores que passaram por sua vida... e sua identidade está aí, naquilo que faz e vive diariamente. 

Sigo com desejo de mudanças no mundo e com vontade de aprender coisas novas todos os dias. Não tenho ódio em meu coração, apesar de me sentir indignado com as coisas. Acredito na educação e na transformação das pessoas. Por isso estudo e compartilho o pouco que sei em meus blogs. 

O Brasil e o mundo estão doentes, as pessoas foram capturadas e parte delas precisaria de tratamento médico para sair da neurose e mundo paralelo no qual foram inseridas. O mundo está muito doente.

Sigamos firmes estudando e nos organizando para salvar a vida no mundo e os seres humanos, essa espécie fantástica nas suas possibilidades, mas capturada e feita de massa de manobra de uns poucos espertalhões que odeiam o mundo e a vida no Planeta.

William Mendes