Olá companheir@s,amig@s e colegas do Banco do Brasil,
Estamos fechando mais uma semana de trabalho em nossa gestão da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, a maior autogestão em saúde do país, e que assiste a mais de 700 mil vidas.
Eu não abro mão de escrever para vocês e registrar o nosso trabalho, nossa opinião, nossas preocupações e nossas propostas a respeito do setor em que atuamos, saúde suplementar, e para quem atuamos: os associados da Cassi.
Postar um texto numa sexta-feira à tarde, no 25º dia de greve nacional da categoria que representamos e com os banqueiros querendo derrotar os trabalhadores e ainda na véspera das eleições municipais é saber que não temos espaço na atenção de nossos colegas da comunidade BB, mas eu me sinto bem em prestar contas do que fizemos.
Esta foi a semana de reuniões da governança da Cassi. Hoje, sexta-feira 30, esteve reunido o Conselho Fiscal da entidade e nós Diretores Executivos tivemos um bom debate com os conselheir@s. Na quarta-feira 28 foi o dia de reunião do Conselho Deliberativo. E toda semana temos também as reuniões de Diretoria Executiva às terças-feiras.
A prática como critério da verdade
Eu passei boa parte de minha vida adulta envolvido na organização das lutas sociais, sejam elas estudantis ou do mundo do trabalho. Desde bem jovem, já me envolvia com movimentos dos estudantes e tive a felicidade de ser dirigente sindical bancário entre 2002 e 2015, em mandatos eleitos por bancários em São Paulo Osasco e região e na confederação dos bancários, a Contraf-CUT. (já fui síndico de condomínio também, onde pagamos todos os pecados que temos)
Nenhuma faculdade, extensão, pós, mestrado e "emebiei" me daria o conhecimento que adquiri ao lidar com gente, com povo, com trabalhadores que representamos e com o outro lado, o patrão, o capitalista. Procuro usar todos os dias de minha vida os ensinamentos e experiências que adquirimos em ouvir, propor, aceitar, negar, enfim, intermediar as relações entre pessoas e segmentos sociais.
Meu mandato eleito como Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi é feito exatamente com as mesmas concepções e práticas que aprendi na formação sindical da CUT, onde inclusive fui formador pela confederação por quase 6 anos. Ou seja, ao longo de nossa jornada de representação, são ações práticas em nossa vida:
- não abrir mão de ir às bases sociais que representamos;
- ouvir as demandas e necessidades dos trabalhadores;
- dar informações adequadas a eles até quando percebemos que eles têm opiniões diferentes ou equivocadas por desconhecimento do tema que estamos tratando;
- desenvolver propostas após essas discussões coletivas e após estudos para buscar soluções aos problemas que enfrentamos;
- pensar e encaminhar estratégias de organização e mobilização para criar correlação de forças e condições de negociar melhorias para a área que atua e para os trabalhadores que representa;
- fechar a melhor proposta possível, tendo sabedoria para definir qual é esse limite analisando contexto e conjuntura;
- e por fim, comunicar sempre, InFormando e prestando contas.
Foi exatamente o que determinei a mim mesmo fazer desde o primeiro dia de gestor da Cassi. E estamos fazendo isso e vou seguir fazendo até o fim de meu compromisso com os associados, com as entidades representativas que me convidaram para disponibilizar meu nome em eleição e com o patrocinador Banco do Brasil, pois mesmo estando do lado da mesa que representa os associados, sou um defensor deste banco público que escolhi para trabalhar ao longo de minha vida.
E lembro que, na nossa opinião, a Cassi estar cumprindo em sua plenitude o que foi pensado para ela, ou seja, reorganizar seu sistema de serviços de saúde a partir da Atenção Integral e Estratégia Saúde da Família, com foco na missão de promover saúde, prevenir doenças, reabilitar e recuperar seus participantes é algo "Bom Pra Todos" pra ficar em uma expressão da comunidade onde estou inserido.
Por que estou falando sobre isso?
Porque os contextos mudam ao longo de nosso mandato. Quando comecei minha representação eleita em junho de 2014, o patrocinador da entidade em que partilhamos a gestão paritária estava sob a gestão de um governo e hoje está sob outro.
A composição política eleita em que cheguei à gestão era uma, agora é outra. Dificuldades de entendimento sempre existem, mas as diferenças no relacionamento são muito grandes da gestão eleita anterior para a atual. Em poucos meses de nova gestão, pude perceber que agora sou minoria na Diretoria Executiva. E terei que atuar com consciência disso e sempre no foco do que defendemos para os associados e a Cassi. Agir com inteligência e muita prestação de contas, até quando formos tolhidos de realizar nosso programa e projetos.
O Diretor de Saúde agradece à Mirian Fochi por sua área poder hoje estar centrada nas melhorias do PCMSO e EPS
A relação que eu tive com a Diretora Mirian contribuiu para avançarmos nos objetivos de cumprir o programa que apresentamos ao Corpo Social.
Para vocês terem uma ideia dos frutos da relação de parceria prioritária entre os eleitos durante a nossa gestão conjunta 2014/2016, a companheira Mirian teve um gesto de grandeza pouco comum nas instâncias de poder.
Uma das propostas centrais do nosso programa eleito é criar um foco de atenção à saúde dos 100 mil bancários e associados na ativa e a melhor perspectiva para isso era atuar a partir do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Exame Periódico de Saúde (EPS) e esta área estava sob a alçada* da Diretoria em que a Mirian atuava.
(*Post Scriptum 03/10/16, às 16:52h): quando dizemos "alçada" estamos nos referindo à gestão do Contrato com o Banco, que era da outra Diretoria)
Não é comum nos espaços de poder alguém ceder áreas de controle, mas a companheira compreendeu minha proposta de trazer para a Diretoria de Saúde o programa conveniado com o patrocinador BB e propusemos a alteração à governança, que aprovou. Acredito que todos ganharam - Cassi, Banco do Brasil e bancários.
O programa é uma área de grande atenção nossa ao longo desse período de gestão, e em parcerias necessárias com o BB - em nível nacional (Dipes) e local nos Estados e DF -, para avançarmos na promoção de saúde e prevenção de doenças. E sempre teremos espaço de melhorias porque o tema é robusto e com o trabalho intenso no setor bancário, cada dia teremos mais desafios a superar.
Agradeço muito esse gesto que a Diretora Mirian fez para os associados e bancários do BB em geral, em nos permitir trabalhar fortemente em uma área que é da Saúde e pode promover a saúde de milhares de colegas da ativa. Isso sim eu chamo de um gesto para demonstrar que a Cassi é maior que todos os interesses individuais ou de segmentos diversos. E afirmo que os mandatos da companheira Mirian e dos conselheir@s que aqui estiveram em seu período foram de muita dedicação e com bons frutos. Eu vi o trabalho e não há nada que desabone o feito. E não quero dizer com isso que não tenha críticas a fazer a qualquer gestão, mas devemos reconhecer um trabalho realizado por nossos colegas.
Fim de semana de fortalecer a Política e a Democracia
Bom, semana de trabalho se encerrando. Tive derrotas internas na governança, mas cada vez que vejo o trabalho abnegado e competente de nossas equipes rendendo frutos, tanto na sede como nas 27 unidades administrativas e nas 65 de atendimento à saúde (CliniCassi), áreas que sou responsável, fico feliz e de energia renovada.
Também renovo as esperanças cada vez que vamos à base social da Cassi, que é o País todo, e levamos informações à comunidade e trazemos demandas e sugestões, de lideranças dos associados, dos funcionários da Cassi e do BB. Esse é o verdadeiro papel de um gestor eleito, se alimentar e beber na mesma fonte onde seu representado está.
As soluções para os desafios que temos como sociedade humana estão no fortalecimento da Política e na democracia e não fora delas. Sou representante de trabalhador eleito porque acredito nisso. Fora da democracia, é a barbárie.
Abraços a tod@s os meus pares da classe trabalhadora.
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento
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