Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,
Estivemos em Curitiba, onde participamos da 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde, com o tema "Promovendo saúde e equidade". Foi a primeira vez que este evento aconteceu no Brasil. Participamos de alguns simpósios e workshops e vimos palestras internacionais muito interessantes nestes dias.
Teço alguns comentários breves a respeito de impressões que tive sobre as apresentações e debates que pude acompanhar na Conferência.
Pesou no clima da Conferência o Golpe de Estado que sequestrou a democracia brasileira, perpetrado por um conluio de corporações e seus asseclas que ocuparam espaços públicos (asseclas marcados por suspeitas de corrupção). Esse consórcio de golpistas afastou a presidenta da República Dilma Rousseff, que não tem nenhum crime de responsabilidade. Neste momento, o Brasil já sabe de gravações que revelam bastidores dias antes do golpe, onde um dos ministros provisórios, Jucá, (que já caiu) denuncia todo mundo no acordão para tirar a presidenta.
O Golpe e as medidas de destruição já anunciadas pelo governo provisório nos últimos dias, feitas na canetada, afetam todas as conquistas sociais de décadas de lutas como, por exemplo, o Sistema Único de Saúde. Vi manifestações contra o golpe, contra os ataques ao SUS e aos direitos e políticas sociais, tanto por parte de palestrantes nacionais e internacionais, quanto pelos participantes ao longo dos dias.
Algumas das mesas e debates abordaram temas na área da saúde integral, da promoção de saúde, da necessidade de transversalidade do tema saúde em todos os espaços sociais, na questão da saúde pública como direito universal, da saúde como pauta para a formação desde as primeiras etapas da vida escolar até a formação de nível superior, dentre outras abordagens muito interessantes.
Participação na 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde. Curitiba - Paraná. |
SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS
Ao ver o debate da "Saúde em todas as políticas" (Health in all policies - HIAP), refleti o quanto estamos ameaçados pelos retrocessos que o golpe está gerando no Brasil, país que construiu avanços em benefício da saúde pública para o conjunto da população desde a Constituição Federal de 1988.
É fato que o tema abordou bastante a questão da saúde de forma integral, em todas as suas dimensões, e baseado no conceito da OMS (1946) de que Saúde é: "Estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidade". Porém, foi possível fazermos diversas relações com o trabalho que a Cassi desenvolve, principalmente após a mudança ocorrida em 1996 quando passou a ter a missão de promover saúde e prevenir doenças.
Sob a ótica de nosso foco e escopo de trabalho - a Cassi e a comunidade Banco do Brasil -, reforçou em mim a necessidade premente de continuar o trabalho que comecei nesta etapa de nosso mandato em 2016 de buscar parcerias em todos os Estados e Distrito Federal com os gestores do BB para levar para dentro do Banco e para o dia a dia dos 100 mil trabalhadores da ativa, as possibilidades de atuação da Cassi em relação ao Modelo de Atenção Integral à Saúde e Estratégia Saúde da Família (ESF).
A promoção de saúde é uma necessidade nacional e internacional e se mostra mais importante ainda dentro do BB, pois a categoria bancária tem uma natureza de trabalho estressante e o estresse catalisa as principais doenças crônicas da modernidade e mudanças nas condições de saúde - diabetes, hipertensão arterial, alteração nos níveis de colesterol e obesidade -, fatores que aumentam riscos cardiovasculares, AVC, problemas graves em órgãos vitais como rins, fígado, dentre outros.
HABILIDADES PARA A VIDA
Outra temática que me chamou muito a atenção foi abordada num simpósio hoje: "Habilidades para a vida: empoderamento pessoal e social para um desenvolvimento humano e sustentável"
Especialistas de diversos países apresentaram trabalhos em diversas áreas, focos em saúde e educação, trazendo a importância de um conjunto de habilidades a serem desenvolvidas para que as pessoas lidem melhor com as grandes questões do mundo atual.
Uma das conclusões após os debates me chamou a atenção: é necessário humanizar os profissionais das áreas de saúde e de educação. Experiências relatadas mostraram que com o trabalho para internalizar essas habilidades de forma pessoal por esses profissionais que lidam com pessoas, o nível de satisfação deles e das pessoas que eles atendem e com quem atuam, melhorou.
A CASSI ACERTOU AO DEFINIR O MODELO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE, BASTA ADEQUAR AS PREMISSAS ENTRE RECEITAS E DESPESAS E AMPLIAR A COBERTURA PARA O CONJUNTO DOS ASSOCIADOS
Enfim, foram temáticas muito interessantes aquelas em que estivemos. A participação na Conferência reforçou muito nossa convicção de como a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil acertou nas escolhas que fez sobre o Modelo de Atenção Integral à Saúde, que se desenvolve na Cassi através da Estratégia Saúde da Família (ESF), operando nos níveis de Atenção Primária e Secundária, além do acompanhamento de doentes crônicos em conjunto com a recuperação e reabilitação de nossos participantes para uma vida melhor. As premissas de nosso modelo assistencial é o que há de mais moderno e atual no mundo!
As dificuldades internas que enfrentamos na atualidade tem alguns fatores que influenciaram bastante como, por exemplo, receitas operacionais menores que despesas assistenciais no plano de saúde dos funcionários, mas muitos dos problemas que afetaram a sustentabilidade da Cassi são oriundos da grave crise no setor de saúde e que traz consequências para nossa Caixa de Assistência porque atuamos no setor e precisamos dos hospitais, clinicas, empresas de diagnose e medicamentos e, principalmente, dos profissionais que vendem seus serviços de saúde.
Como Diretor de Saúde eleito pelos associados da Cassi, espero que os dois patrocinadores - Banco do Brasil e Corpo Social - retomem as mesas de negociação e definam uma solução para o déficit do Plano de Associados para voltarmos ao equilíbrio entre as receitas e despesas, para podermos focar nossa energia e nossos trabalhos no avanço da cobertura do modelo assistencial para o conjunto dos participantes e poder investir nas melhorias necessárias.
Promover saúde integral é muito melhor tanto para as pessoas quanto para os recursos da Caixa de Assistência. Consequentemente é melhor também para o patrocinador Banco do Brasil.
Abraços,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (eleito)
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