Desenho de Débora Vaz, estudante do Ceará |
O comunicado de hoje afirma que o BB prossegue com a firme intenção de fechar o Acordo Coletivo 2011/2012. "As discussões ocorrem diariamente. Alternativas são colocadas em debate entre as representações dos bancários e a Fenaban, na busca da proposta final que seja fruto de acordo entre as partes e possa ser submetida às assembleias de todo o País", diz o informativo.
O banco simplesmente ignora que a última negociação aconteceu no dia 20 de setembro. Desde então não houve nenhuma mesa oficial entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e o BB. "Queremos que o banco pare de mentir. É muita irresponsabilidade uma empresa do porte do BB ter este tipo de comportamento. Não há nenhuma mesa oficial em andamento. A empresa joga com a desinformação e tenta enganar os trabalhadores. Uma atitude como essa tira o respeito e a credibilidade do banco. É um desrespeito ao trabalhador e à sociedade", afirma William Mendes, funcionário do BB e secretário de Formação da Contraf-CUT.
A Contraf-CUT vem se manifestando publicamente, seja por seu site ou pela imprensa, que quer retomar as negociações, mas a resposta dos bancos tem sido apenas o silêncio. "Queremos negociar sim. Os bancos podem nos chamar a qualquer momento. O Comando Nacional está à disposição para conversar. Queremos propostas que contemplem as principais reivindicações aprovadas pela Conferência Nacional dos Bancários", destaca William.
A Contraf-CUT, inclusive, enviou uma carta à Fenaban na terça-feira (4) cobrando a retomada das negociações. Mas o silêncio tem sido a resposta dos bancos. "A Fenaban ainda não enviou resposta. Nossa contraposição é a intensificação da greve em todo o país", ressalta o dirigente sindical.
A mesa de negociações da Fenaban é formada pelos seis maiores bancos - BB, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC -, que representam 90% dos bancários do país e o BB é o maior deles. "O BB é um dos principais responsáveis pelo não fechamento de um acordo, já que é um dos mais importantes dentro da Fenaban", avalia William.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.
"Esperamos também que o banco faça uma proposta para a pauta específica de reivindicações dos funcionários com avanços", salienta William.
Fonte: Contraf-CUT
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