Curso está sendo realizado na Escola Sul da CUT, em Florianópolis |
O curso teve como foco os fundamentos políticos da sociedade atual e do sistema financeiro e o papel do movimento sindical frente a essa realidade. O módulo foi realizado na Escola Sul da CUT, em Florianópolis.
"Foi uma semana de intensa produção e troca de conhecimento sobre a sociedade brasileira, sobre movimento sindical, além de questões mundiais. Com isso buscamos auxiliar dirigentes sindicais a se prepararem para os próximos desafios nas funções de liderança do movimento", avalia William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT.
"Apesar do intenso processo de greve, os dirigentes aceitaram o desafio de participar de um curso de uma semana fora de suas bases. A turma veio com muito fôlego e entusiasmo. Temos a agradecer as entidades que enviaram seus representantes", ressalta William.
Trabalhos
No primeiro dia de curso houve uma discussão sobre a sociedade contemporânea e seus atores e o papel dos movimentos populares. "Fizemos uma análise sobre questões como individualismo, consumismo, o poder da mídia e do capital. Também refletimos sobre o movimento social e popular, nele incluído o movimento sindical", relata William. Além disso, houve a exibição dos filmes "Ilha das Flores" e "De onde vêm as coisas".
No segundo dia, além de atividades que envolveram música, crônicas e debates sobre temas que remetem ao mundo do trabalho, houve discussão sobre o conceito de mais valia, em Marx, e a teoria dos rendimentos marginais decrescentes da escola econômica Neoclássica. "Vimos ainda questões da condição do trabalho nas sociedades antigas, na idade média e na modernidade. A questão do escravo, do servo e do assalariado", conta William. Houve ainda exibição do filme "Eles não usam black tie".
No terceiro dia de formação houve debate sobre estrutura sindical brasileira. "Falamos sobre concepção e prática dos sindicatos. Abordamos temas como correntes políticas, imposto sindical e justiça do trabalho", ressalta William. Houve exibição do filme "Nossos Bravos", sobre a greve de 1917 e os movimentos grevistas do início do século XX.
"Tivemos ainda debate com a participação de Roberto Von der Osten, o Betão, militante histórico da região sul do País e que fez um depoimento de como foram as lutas dos bancários nos anos de ditadura militar e de como se deu a construção da organização nacional da categoria na Central Única dos Trabalhadores", relata.
No quarto dia, os participantes estudaram as origens do sindicalismo no Brasil, as leis trabalhistas e os sindicatos na Era Vargas (1930-45), o sindicalismo no intervalo democrático de 1945 a 1964, depois o duro período do movimento sindical durante a Ditadura Civil-Militar no Brasil entre 1964-1985.
"Vimos ainda algumas greves históricas, a manipulação dos índices inflacionários pelo governo militar e o papel do Dieese em desmascarar os militares e empresários, ouvimos músicas sobre o período da ditadura e analisamos as conquistas da sociedade civil na nova constituição de 1988", relata o dirigente sindical.
No quinto e último dia, os dirigentes estudaram a história do sindicalismo e dos movimentos sociais no período que vai dos 1980 até a atualidade. Analisaram os planos econômicos que foram implementados dos 1980-90, passando pelos planos Verão, Bresser, Collor e Real. "Fizemos uma linha do tempo com eventos mundiais e nacionais dos anos noventa até hoje e que repercutiram no mundo sindical e dos trabalhadores", afirma William.
Calendário
O curso é formado por mais dois módulo. Confira as datas:
- Segundo módulo: 21 a 25 de novembro
- Terceiro módulo: 12 a 16 de novembro
A Contraf-CUT percorreu todas as regiões do país aplicando este curso de formação aos dirigentes bancários dos sindicatos. "Com todas as dificuldades de se montar um curso desse porte, com três módulos de cinco dias, conseguimos oferecer o curso para dirigentes de todas as regiões do país, como havíamos nos comprometido", ressalta William.
Fonte: Contraf-CUT