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16.2.21

Como está o controle social da Cassi?



Opinião:

Os participantes da comunidade BB têm mais de uma centena de entidades sindicais, dezenas de entidades associativas da ativa e aposentados e a Cassi tem 27 conselhos de usuários. 

Perguntas que deixo para as lideranças da comunidade BB e para os interessados e interessadas:

A comunidade Banco do Brasil, com dois séculos de existência, está atenta e acompanhando o que vem ocorrendo em suas instituições? Os fóruns coletivos estão acompanhando e debatendo as mudanças que vêm ocorrendo na Caixa de Assistência? Foram feitos debates sobre a terceirização na Cassi? A implantação da telemedicina foi discutida com os associados? Qual a extensão da telemedicina? Qual a última vez que se cobrou a ampliação e manutenção do modelo assistencial APS/ESF/CliniCassi? Será que desfigurar programas de saúde como o PAF é aceitável para o modelo assistencial?

A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Cassi, era até 2017 uma das experiências de sistemas de saúde mais exitosas no país e ouso dizer no mundo por causa da amplitude da população envolvida à época (695 mil participantes diretos) em relação ao seu modelo assistencial de Atenção Primária à Saúde (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF) com estrutura própria - 66 unidades de atendimento em saúde (CliniCassi) e 150 equipes de família à disposição dos participantes nas 27 capitais e diversas regiões nos interiores do país. 

O sistema de Atenção Integral à Saúde da Cassi - baseado em prevenção de doenças, promoção de saúde e acompanhamento de crônicos - já havia se desenvolvido por duas décadas (1996-2017) e durante nossa gestão à frente da diretoria de saúde conseguimos aferir por mecanismos técnicos a eficiência do modelo em relação ao mercado e em relação aos participantes não vinculados ao modelo assistencial. Os avanços na área da saúde foram em função da competência e dedicação do quadro de funcionários da Cassi.

MODELOS DE SAÚDE - O mercado privado de saúde brasileiro tem um modelo descentralizado e de livre acesso por ofertas de serviços e com custos praticamente impagáveis ao longo do tempo, inverso ao modelo idealizado pela Cassi, planejado para monitorar e acompanhar sua população assistida em todo o território nacional, uma população estável e com longa permanência no tempo (décadas). 

Esse modelo mais centralizado possibilita um sistema mais eficiente no tempo, com monitoramento periódico dos participantes de acordo com os diversos graus de complexidade e com resultados melhores em saúde e no custo da compra de serviços nos prestadores do mercado: a rede credenciada e seus diversos níveis de ofertas de serviços.

Os estudos técnicos que fizemos sobre a eficiência do modelo APS/ESF/CliniCassi foram surpreendentes e foram possíveis justamente por termos uma população longeva no sistema e parte dela já estar fidelizada no modelo assistencial em funcionamento há anos nas 66 CliniCassi e 150 equipes de família (ESF). 

O que foi possível fazer com as informações que tínhamos à época? (e baseado nos direitos dos associados à época, que foram drasticamente reduzidos após 2018)

Nós conseguimos comparar o comportamento das despesas per capita entre um grupo de participantes vinculados por pelo menos 3 anos ao modelo ESF (51.821 pessoas) com um grupo não cadastrado ao modelo ESF (401.693 pessoas) por níveis de complexidade (ano base do estudo: 2015). 

Os estudos comprovaram que mesmo as faixas etárias mais idosas tinham uma despesa assistencial na rede prestadora muito menor do que as mesmas faixas etárias que não estavam inseridas ainda no modelo assistencial (de 10 a 40% menor). E as despesas assistenciais dos mais idosos eras menores que as das faixas etárias mais jovens sem vínculo ao modelo!

AMPLIAÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL MESMO EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - A Estratégia Saúde da Família (ESF) da Caixa de Assistência saltou de pouco mais de 157 mil cadastrados no início de nossa gestão na saúde (jun/2014) para 182 mil cadastrados ao final do mandato (mai/2018). Só em nossa gestão, incluímos quase 25 mil vidas ao modelo, mesmo a Cassi enfrentando uma grave crise de custeio, outra base importante de um sistema de saúde, debate que, na Cassi, excedia em muito a responsabilidade da diretoria de saúde e rede de atendimento.

Por que fiz este breve histórico da Cassi dos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil?

Porque tenho a impressão que o modelo assistencial da nossa autogestão - baseado em prevenção de doenças, promoção de saúde, recuperação e acompanhamento dos participantes - foi severamente afetado pelas mudanças ocorridas após 2018. Vejamos algumas mudanças preocupantes no período:

- a reforma estatutária de novembro de 2019 que encareceu a mensalidade dos participantes;

- a direção atual que aumentou abusivamente as coparticipações em consultas e exames, afetando a essência do modelo: prevenção e acompanhamento dos doentes crônicos através de APS/ESF (o modelo faz mais consultas e exames e economiza exponencialmente em MAT/MED e em internações hospitalares);

- a redução drástica do programa de apoio medicamentoso aos crônicos, o PAF, que foi todo desfigurado com a redução de centenas de medicamentos e com o fim da distribuição em casa, que visava isonomia de acesso à população crônica, principalmente nos interiores e locais com pouca rede de venda de medicamentos. Segundo matéria na Contraf-CUT (10/9/20) a LIMACA reduziu de 365 para 92 os princípios ativos, de 2985 para 1167 medicamentos e de 143 para 31 materiais abonáveis;

- a pandemia de Covid-19 que afetou profundamente a relação dos participantes com as CliniCassi e com a rede prestadora, inclusive os vinculados à ESF, em boa parte pessoas dos grupos de risco, com algumas comorbidades e acompanhamento das equipes multidisciplinares;

- e, por fim, a implantação de um modelo de telemedicina que o mercado vem adotando em substituição ao atendimento presencial e que precisaria ser avaliado criticamente pelas representações dos associados da Cassi porque me parece que essa ferramenta tende a ser usada na Caixa de Assistência para substituir o modelo presencial na relação dos profissionais de saúde das equipes ESF com os participantes da autogestão. Uma coisa é a ferramenta ser utilizada durante a crise da pandemia e outra é ser adotada como modelo para tudo.

Por causa da pandemia de Covid-19, e também por causa de outros fatores anteriores à pandemia como, por exemplo, maior custo para os participantes após 2018, avalio que o sistema que funcionava relativamente bem de APS/ESF/CliniCassi deve ter sofrido prejuízos e ou retrocessos importantes nesse período. Mas reafirmo que isso é uma impressão pelo que conheço do sistema Cassi. Não tenho dados sobre isso e entendo que as entidades dos participantes deveriam ter esses dados formalmente, já que representam os associados.

Para piorar, a direção da Cassi pretende terceirizar a essência do modelo assistencial (piloto "Bem Cassi" no Paraná) e isso pode ferir mortalmente o modelo porque se a direção desfizer a estrutura própria construída há décadas dificilmente haverá retorno. Essa terceirização para o mercado da atividade fim da Cassi é extremamente arriscada porque mercado é mercado. Já vimos grupos empresariais fecharem leitos de maternidade para abrirem leitos para tratamento de câncer porque dão mais lucro para os donos e profissionais das empresas de saúde. (escrevi 3 artigos a respeito do "Bem Cassi": ler aqui um deles com link para os outros)

Além do que descrevi em relação às mudanças na Cassi, temos uma tragédia em andamento no mundo do trabalho relacionado à Cassi - o Banco do Brasil - que passa por um desmonte violento desde o golpe de Estado de 2016. Só neste mês saíram 5.533 trabalhadores do banco, sendo que mais de mil pessoas saíram da comunidade BB. 

As entidades sindicais relatam diariamente o caos que está trabalhar no BB por causa da pandemia, do desmonte, do assédio moral, descomissionamentos e reduções salariais, metas impossíveis e péssimas condições de trabalho. Já saíram mais de 17 mil pessoas no período Temer e Bolsonaro. 

Enfim, os fatos e os acontecimentos indicam que provavelmente temos uma multidão de pessoas adoecidas ou em vias de adoecer na comunidade Banco do Brasil. Isso é muito preocupante.

Deixo minha solidariedade aos colegas que estão na ativa enfrentando essa situação difícil nos locais de trabalho e minha solidariedade às lutas em defesa dos direitos da comunidade BB, sejam direitos em saúde, previdência e direitos sociais como os do trabalho.

Abraços a tod@s,

William Mendes


11.2.21

Defender o BB: organização de base é fundamental



Opinião

"Organizei uma série de reuniões entre líderes do CNA e dos CIAS, tanto banidos como ainda não banidos, para discutir os parâmetros do plano. Trabalhei nele por vários meses e criei um sistema que era amplo o suficiente para adaptar-se às condições locais e ao mesmo tempo não restringisse a iniciativa individual, mas detalhado o suficiente para facilitar a ordem. A menor unidade era a célula, que em assentamentos urbanos consistia em cerca de dez casas em uma rua. Um administrador de célula seria responsável por cada uma dessas unidades. Se uma rua contivesse mais de dez casas, um administrador de rua se encarregaria dela, e os administradores de células se reportariam a ele..." (MANDELA, Longa caminhada até a liberdade, 3ª edição, 2012, p. 179)


O momento descrito acima é do início da década de 1950 na África do Sul. Nelson Mandela e os demais líderes do Congresso Nacional Africano (CNA) suspeitam que o regime de minoria branca vai colocar o CNA na clandestinidade. Para se antecipar a isso, Mandela planeja uma forma de Organização de Base para que o movimento de resistência e defesa dos direitos dos negros não perca a capacidade de luta. A história da luta dos sul-africanos negros contra o apartheid é linda e uma referência para nós da classe trabalhadora oprimida no mundo organizado atualmente através do modo de produção e exploração capitalista.

Eu entrei no Banco do Brasil em setembro de 1992, após quase um ano como estagiário do banco e após passar duas vezes no concurso público para escriturário do maior banco público do país (em 1991 o concurso foi cancelado por fraude e os aprovados tiveram que passar de novo).

Já no final de 1993 eu havia feito o curso de caixa executivo e iniciava o atendimento aos clientes na bateria de caixa da agência Rua Clélia, na região da Lapa, em São Paulo. Foi uma oportunidade ímpar porque a fila para ir para a função de caixa era demorada, em geral se esperava muitos anos pela promoção. Como os colegas veteranos estavam negociando suas férias de fim de ano com a gerência, eu me coloquei à disposição para trabalhar no caixa nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Valeu a pena o esforço, pois virei caixa do Banco do Brasil com praticamente um ano de banco. 

Atuei no atendimento aos clientes do BB como caixa por praticamente uma década, até o dia 5 de agosto de 2002, dia que fui liberado do local de trabalho, a agência Vila Iara, em Osasco, para cumprir o mandato de diretor eleito do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Tanto durante a década no atendimento aos clientes e nas lutas ao lado dos colegas do caixa, quanto no período em que fui dirigente, sempre lutei pela valorização dos caixas executivos do BB e tenho muitas histórias para contar. Durante toda a minha vida de militância sindical, sempre tive um carinho enorme e muita consideração pelos colegas que atuam na linha de frente no atendimento aos clientes, seja atuando nos caixas, nas mesas de atendimento e pelas formas telefônicas e virtuais. 

O regime neofascista que assumiu o poder após o golpe de Estado de 2016 está atuando com rapidez para enfraquecer e privatizar as empresas públicas brasileiras. O Banco do Brasil é um dos alvos do desmonte. Uma reestruturação em andamento vai fechar agências e unidades, reduzir postos de trabalho e piorar o atendimento ao povo brasileiro (5533 colegas vão sair) e reduz salários e direitos de todo mundo. É O CAOS! O governo vai reduzir salários e oportunidades, e uma das sacanagens é acabar com a efetivação da comissão de caixa executivo. Só a luta com participação dos trabalhadores, movimento de dentro para fora, pode criar dificuldades a essa destruição de nosso banco público e da vida das pessoas.

Por que citei aquela passagem da luta dos negros sul-africanos contra o apartheid e por direitos plenos em seu próprio país? Porque a organização de base, ou Organização por Local de Trabalho (OLT) foi uma das primeiras coisas que aprendi como trabalhador da categoria bancária, uma categoria com forte organização sindical. O mundo pode ter mudado, a tecnologia e as novas formas de trabalho podem ter mudado, quase tudo pode ter mudado, mas a exploração do trabalhador não mudou porque continuamos caminhando para a destruição do mundo e da vida das pessoas pelo modo de produção capitalista.

O ano é 2021. O governo é um regime lesa-pátria, composto pelo pior tipo de gente da face da terra, e o momento é de ataques e destruição do patrimônio público e dos direitos sociais da classe trabalhadora. E a única forma de enfrentar os ataques e resistir é através de organização de base. Se posso sugerir alguma coisa para os colegas do Banco do Brasil e as entidades sindicais é que reorganizem o trabalho de base. Me parece que as pessoas colocam dificuldades em tudo e as desculpas são as mais diferentes, todas elas têm suas razões. Mas isso não impede que os trabalhadores organizem a base de luta contra todo o desmonte que está acontecendo no Banco do Brasil e demais empresas públicas.

Se uma base sindical tem 100 unidades do banco e 1200 trabalhadores e o sindicato local tem 25 diretores e mais alguns funcionários é só sentar e definir a organização de base como o Mandela explica acima. Não importa se o contato é presencial ou virtual, se estamos ou não em pandemia, se o ataque aos trabalhadores segue implacável. Uma pessoa pode ser a responsável por organizar uma pequena rede de contatos com 10 pessoas e 10 unidades. Pode conhecer essas pessoas, pode levar informações e trazer informações relevantes para a organização de luta e defesa do banco, do emprego, da vida e dos direitos das pessoas. 

É possível organizar a base, fizemos isso a vida toda. Quando eu era responsável por algumas dezenas de locais de trabalho no sindicato, eu tinha um contato por local, conhecia o nome das pessoas, tinha alguma forma de contato de emergência etc. Até em mandato nacional, na Cassi, fiz trabalho de base e contribuí para fortalecer redes de lutas e defesa da Cassi. Amig@s, afirmo que ainda é possível organizar as bases de trabalhadores.

Eu poderia ficar horas escrevendo sobre isso, mas não é o caso. Sei que os sindicatos e os trabalhadores estão na luta da maneira que o momento de pandemia e crise permitem. Como farão plenárias nas bases sindicais hoje, quinta-feira 11, deixo a sugestão de pensarem formas de organização por células locais. Isso é mais antigo que andar para a frente, como dizem por aí, mas é necessário definir essa questão de organização em redes e fazer.

Organização de Base! Solidariedade de classe. Cooperativismo. Associativismo. Socialismo.

É o que acredito, realmente!

William


9.2.21

Artigo: BB, Caixa e BNDES sob ataque


Apresentação do blog:

Segue abaixo artigo de opinião escrito por João Fukunaga e José Ricardo Sasseron sobre os ataques que vêm sofrendo os maiores bancos públicos do país.

(reprodução do site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região)

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Governo quer destruir BB, Caixa e BNDES e acabar com financiamento à economia

João Fukunaga, diretor do Sindicato dos Bancários de SP, e José Ricardo Sasseron, ex-diretor de Seguridade da Previ e do Sindicato dos Bancários SP, analisam os ataques aos bancos públicos

Publicado em 08/02/2021


O atual governo, atendendo aos apelos do mercado financeiro, leva adiante seu plano de esvaziar os bancos públicos, vender suas subsidiárias e preparar a sua privatização. Ataca diariamente as instituições e seus funcionários, demitindo e desmotivando aqueles que dedicam toda a sua vida de trabalho para atender à população e fornecer crédito para a produção e geração de emprego e renda. O Governo age como verdadeiro inimigo de quem produz alimentos, produtos e serviços.

Os bancos públicos são eficientes, geram lucro e pagam dividendos ao governo, seu maior acionista. No ano de 2019, os três maiores bancos públicos (BB, Caixa e BNDES) lucraram R$ 57 bilhões e pagaram, ao governo, R$ 18,2 bilhões em dividendos. Dinheiro suficiente para cobrir o valor gasto com o programa Bolsa Família para 8,3 milhões de famílias, abrangendo cerca de 25 milhões de pessoas.

O Banco do Brasil é responsável por quase 60% de todo o crédito agrícola. Financia os pequenos agricultores da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% de todos os alimentos consumidos pelos brasileiros. Financia também o agronegócio, responsável por 43% das exportações brasileiras em 2019. O Brasil se tornou um dos dois maiores produtores de alimentos do mundo, graças ao apoio que o BB dá a este segmento desde a sua fundação.

Caixa e BB respondem por quase 80% de todo o crédito imobiliário às famílias brasileiras, para realizarem o sonho da casa própria. Juntos, os dois bancos públicos concedem quase 100% de todo o financiamento imobiliário nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Os bancos privados concentram-se no Sudeste, principalmente em São Paulo. Sem BB e Caixa, haveria uma explosão de favelas nas grandes cidades brasileiras.

BNDES, BB e Caixa emprestam a longo prazo e foram os grandes responsáveis por financiar obras de infraestrutura, como hidrelétricas, geração de energia eólica, metrôs, corredores de ônibus, aeroportos, portos, modernização de estradas. Sem estes bancos, apagões como o de 2001 e o do Amapá em 2020 seriam uma constante. Os bancos privados emprestam a juros altíssimos e no curto prazo, em busca de lucro imediato.

Os bancos públicos são responsáveis por mais de 80% de todo o crédito concedido nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Os bancos privados concentram suas atividades principalmente em São Paulo, aprofundando desigualdades regionais.

Governo ataca funcionários para destruir os bancos

O último ataque perpetrado pelo governo, pela mídia dominante e por jornalistas de aluguel é contra os funcionários, espalhando informações falsas e deturpadas. O salário inicial do BB e da Caixa, na faixa dos R$ 3.000, é equivalente ao salário pago aos bancários de bancos privados. O salário médio nos bancos públicos é 20% maior que o de bancos privados. Se os bancários de bancos privados ganham menos é devido principalmente à alta rotatividade de mão-de-obra, pois os banqueiros demitem quem ganha mais para contratar outros com salários mais baixos.

Os bancários dos bancos públicos seguem o padrão de remuneração do mercado, mas BB e Caixa prestam serviços muito mais relevantes à população brasileira que seus concorrentes.

Destruir bancos públicos compromete futuro do Brasil

Se acabar com os bancos públicos, o Estado perderá um instrumento poderoso de incentivo à economia. Para vencer a crise mundial de 2008, o Governo de então orientou o BB, a Caixa e o BNDES a financiar a retomada da produção e a economia brasileira entrou numa fase de crescimento que levou ao mais baixo índice de desemprego de toda a história brasileira. Os bancos privados, ao contrário, secaram suas operações de crédito, aprofundando a crise.

Ao tentar destruir os bancos públicos, o atual governo pode comprometer a capacidade de recuperação da economia pós-pandemia, dificultar a geração de empregos e, por consequência, condenar milhões de brasileiros à miséria.


¹João Fukunaga é diretor do Sindicato dos Bancários de SP

²José Ricardo Sasseron foi diretor de Seguridade da Previ e do Sindicato dos Bancários SP

Fonte: Seeb SP.