Páginas

11.1.21

Ataque ao BB - Governo fecha agências e desliga 5 mil trabalhadores



Opinião

Há menos de uma semana escrevi um artigo a respeito das ameaças e riscos aos quais o Banco do Brasil e sua comunidade de trabalhadores da ativa e aposentados estão expostos sob esse regime fascista e de destruição de tudo no país. (leia artigo aqui)

"Essa comunidade e segmento de trabalhadores bancários precisa ser fortalecida por cada um de nós. As nossas entidades representativas e associativas - incluindo nossos sindicatos, Cassi e Previ - estão todas sob risco e sob ameaça de desfazimento, de intervenções externas, de enfraquecimento e consequentemente de dificuldades para cumprir com seus objetivos em face do momento atual de crise política, social e econômica do Brasil."

Apesar de parecer, não foi uma premonição o que escrevi: foi mais ou menos uma leitura de cenário esses ataques ao banco e aos trabalhadores neste início de ano. 

Nesta segunda, 11 de janeiro, foi anunciado pelo regime no poder - o "governo" lesa-pátria - uma reestruturação no BB que pretende esvaziar ainda mais o papel do banco público e a sua capacidade de financiar a reconstrução do Brasil, que vive a maior crise de sua história após o golpe de Estado em 2016.

Ao mesmo tempo, o anúncio de redução do papel do BB é mais um ataque violento aos trabalhadores que já estão em seus limites físicos e psicológicos devido ao trabalho sob condições absurdamente adversas como tem sido trabalhar durante a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19).

A depender desses celerados no poder, o Brasil, um dos maiores países do mundo, vai se tornar um pasto continental e uma lavoura de commodities para vender grãos, carnes e minérios aos povos de outros países do mundo. Não teremos empresas públicas que financiam agricultura familiar e nossas empresas, não teremos funcionalismo público com direitos, não teremos valor agregado em nossas produções internas (hoje a Ford anunciou fechamento de todas as fábricas aqui) e não teremos consumo interno, só miséria, fome, uberização de tudo e de todos.

Vamos acompanhar nos próximos dias as notícias que o movimento sindical vai nos trazer e divulgar para tod@s as pessoas da Comunidade BB da ativa e aposentados as informações sobre esse processo de esvaziamento do banco e risco cada dia maior para todos nós. Lembro a vocês que os riscos são os mesmos para ativos e aposentados, para BB, Cassi e Previ. Reflitam e compartilhem com seus pares e contatos.

Abraços,

William Mendes

(Reprodução de matéria do Sindicato dos Bancários de Brasília)

Governo Bolsonaro ataca sociedade e funcionalismo com nova reestruturação do BB

11 de janeiro de 2021

O pacote prevê desativação de 361 unidades e estima desligamento de 5 mil trabalhadores

O Sindicato tomou conhecimento, na manhã desta segunda-feira (11), de comunicado ao mercado feito pelo Banco do Brasil, que anuncia uma profunda reestruturação com impactos em todas as unidades da instituição, como fechamento de várias agências, certamente gerando ainda mais transtornos ao atendimento a clientes e usuários, impactando a prestação de serviços nos municípios e, por consequência, a retomada econômica de que o Brasil tanto precisa.

“O funcionalismo do BB, já atônito e aflito no meio de uma pandemia, após uma atuação aguerrida lidando com tantas superações, porque determinado a vencer esse estado de coisas, não aguardaria – por óbvio – como resposta um ataque direcionado na forma de demissões, política de descenso, diminuição de dotação, extinção de cargos e funções, fechamento de unidades, rebaixamentos, 'redistribuição' de cargos”, afirma Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

O dirigente ainda pontua que essa postura da direção do banco, alinhavada com os preceitos do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia, é “inaceitável”.

Sindicato reforça que as funcionárias e os funcionários do BB merecem RESPEITO!

O Sindicato tem acompanhado a situação dramática e em muitos casos caótica nas agências do BB (na matéria original há um vídeo de superlotação em uma agência do Guará). As diligências realizadas e as tentativas junto ao banco para emergencialmente solucionar esses problemas não resultam sustentáveis, porque a necessidade de novas contratações é fato, por isso vê e percebe que é ineficaz a política isolada de “otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco”, conforme expressa o comunicado do BB.

O Fato Relevante informa que a implementação plena das medidas deverá ocorrer durante o primeiro semestre de 2021 e entre outras questões impactará 870 pontos de atendimento do país. O pacote prevê desativação de 361 unidades e estima o desligamento de 5 mil trabalhadores.

“A estimativa do BB pelo desligamento de 5 mil funcionários, a partir da adesão (será voluntária de fato?) aos dois programas de PDV, sem a previsão imediata de realização de concurso público, contratações e sem uma lógica expressa de retenção dos conhecimentos estratégicos acumulados por esses trabalhadores ao longo de décadas, é questão que precisa ser considerada e trazida pelo banco e que preocupa o Sindicato”, explica Kleytton.

Para o presidente do Sindicato, “é imperiosa a transparência da gestão, assegurado o respeito à participação ativa dos funcionários e funcionárias para opinar e influir nas soluções e redesenho da atuação que impactem na organização do trabalho e na persecução da continuidade e do fortalecimento da atuação do Banco do Brasil enquanto instituição pública e para o povo”.

“O desmantelamento do Banco do Brasil tem um objetivo claro, que é o de atender aos interesses do mercado, em particular dos bancos privados, que visam somente o lucro. Isso é uma tragédia em diversos níveis, porque, além de contribuir com o aumento do já grave quadro de desemprego que assola o país em plena pandemia, na prática significa retirar do povo um importante instrumento de crédito para a agricultura, a indústria, o comércio e as pessoas físicas”, avalia Marianna Coelho, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato.

O Sindicato destaca que esta é uma nota informativa preliminar. Ao longo dos dias, a entidade buscará reunir mais informações, inclusive junto ao banco, a fim de orientar a categoria e mobilizá-la à luta e a resistir contra ameaças, ataques e tentativas de supressão de direitos.

Fonte: Da Redação do Sindicato

Nenhum comentário: