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22.1.21

Ataques ao BB e aos direitos de sua comunidade



Opinião

O Banco do Brasil está sob ataque mais uma vez. Os privatistas no poder atuam para desmontar e acabar com o nosso maior banco público. Ao longo de sua história bicentenária o BB já foi quebrado por alguns governantes e seus administradores de plantão. Já correu o risco de ser privatizado diversas vezes. 

Em todos os períodos de ameaças o banco público foi salvo pela capacidade de organização e luta de seus funcionários e entidades representativas e pela parcela do povo brasileiro que sabe reconhecer a importância da instituição no financiamento dos setores produtivos da sociedade.

O cenário desta vez é bastante complexo, talvez o mais difícil de sua história. Provavelmente os cenários anteriores também fossem julgados em suas épocas como os mais difíceis da história do BB. A novidade neste momento de ameaças e ataques ao maior banco público do país é estarmos sob o governo do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros de Estado, sobretudo de um deles, Paulo Guedes. 

Não vou tecer comentários depreciativos a respeito dessa gente responsável pelo desfazimento do Brasil e de suas instituições centenárias. O Brasil está o caos! O caos!

Nos anos noventa, o BB foi preparado para a privatização com a eliminação de 50 mil postos de trabalho entre 1995 e 1998. O banco não acabou durante a gestão tucana porque não deu tempo, saíram em 2002 deixando o país sem a maior parte de suas empresas e patrimônios públicos.

O BB cresceu em todos os sentidos com a eleição de Lula, do Partido dos Trabalhadores. Durante os mandatos petistas (2003/2015), o Banco do Brasil empregou bancários concursados com direitos coletivos, chegou a 120 mil funcionários e salvou o país na crise mundial do subprime (iniciada em 2008 e agravada nos anos seguintes). Contou com o apoio dos demais bancos públicos e com a Petrobras. 

Sob governos petistas, o BB, a Caixa, o BNDES e demais bancos públicos deram os maiores resultados de suas histórias. Expandiram o crédito, a bancarização, contribuíram com os programas sociais do governo federal e dos governos locais. Foram agentes de apoio a todos os setores produtivos do país. Contrataram trabalhadores concursados com direitos coletivos. Ajudaram o país, o povo brasileiro e ainda beneficiaram o governo e os acionistas.

Então veio o golpe de Estado em 2016 e a destruição de tudo nunca foi tão acelerada no país: destruição do emprego formal e das cadeias produtivas, destruição dos direitos civis, sociais e políticos. Estamos sob governos de destruição. E com a destruição de tudo, veio a morte do povo. Mortes severinas, morte morrida, morte matada, morte por falta de direitos básicos de cidadania. Estamos sob governos de morte. Governos de exceção desde o golpe de Estado.

SEM PERTENCIMENTO E PARTICIPAÇÃO, ADEUS DIREITOS, BB, PREVI, CASSI, ENTIDADES REPRESENTATIVAS...

O BB está sendo desmontado desde o golpe de 2016. Eliminação de 17 mil postos de trabalho; fechamento generalizado de agências e terceirizações absurdas; redução de salários através de mudanças nos planos de cargos e salários e na remuneração por funções; esvaziamento do papel do banco no apoio à sociedade brasileira. O nosso banco é chamado de "porra" pelo ministro de Estado do governo atual.

PREVI - Nossa Caixa de Previdência secular tem um dos maiores patrimônios acumulados da América Latina, é responsável pelo presente e futuro de quase 200 mil associados. Ainda é administrada de forma paritária pelos trabalhadores associados e pelo governo - apesar do voto de minerva no CD. Há anos as forças políticas do capital (mercado e órgãos do governo) tentam mudar as regras para tirarem dos funcionários o direito de gerirem seu próprio fundo de pensão, suas poupanças previdenciárias. Nosso poder e nosso patrimônio podem ser retirados de nós a qualquer momento, isso é uma questão de correlação de forças, de unidade dos 200 mil associados.

CASSI - Nossa Caixa de Assistência é um patrimônio inestimável da comunidade Banco do Brasil porque não se avalia a importância da Cassi em cifras de moedas e números frios de balanços patrimoniais episódicos. Se olharmos seus resultados econômico-financeiros nas dezenas de anos de assistência aos funcionários da ativa e aposentados e seus familiares (e eu estudei isso), veremos que a Caixa sempre teve dificuldades de recursos por algumas questões óbvias: 

- as despesas assistenciais dos sistemas de saúde, públicos e privados, tendem a ser maiores que os valores arrecadados; 

- os modelos de sistema de saúde escolhidos são centrais na definição do uso dos recursos disponíveis; 

- os perfis dos beneficiários que se quer incluir no sistema de saúde também são definidores da relação receitas/despesas; 

- e o principal: não existe sistema de saúde que se sustente sem solidariedade na arrecadação e no uso dos recursos.

Na minha opinião, a Cassi segue sob forte ameaça de existência e de manutenção naquilo que é sua essência: ser a Caixa de Assistência do todos os trabalhadores da ativa, aposentados e dependentes, de ontem, de hoje e de amanhã do banco público BB. Estou falando do Plano de Associados, a razão de ser da Cassi. Estou falando do modelo de Atenção Integral à Saúde, através da Estratégia Saúde da Família (ESF), da Atenção Primária à Saúde (APS) e através de estrutura própria (CliniCassi) e equipes de família e programas de saúde próprios. Estou falando dos programas de saúde dos trabalhadores através do (PCMSO) com o Banco do Brasil.

Muito me preocupam diversas questões do momento em relação ao presente e ao futuro da Cassi:

- a telemedicina na forma como o mercado está lidando com ela; 

- a terceirização da ESF/APS como a direção atual está experimentando (piloto no Paraná); 

- a ideia de criar diversos planos locais de Cassi Família (é modelo de mercado, que visa lucro e pode dar prejuízo); 

- a redução da solidariedade no custeio no sistema Cassi (Plano de Associados); 

- o alto custo para mais da metade dos funcionários da ativa e aposentados se manterem no Plano de Associados por causa das mensalidades com cobrança por dependentes e coparticipações muito altas; 

- a redução drástica de direitos relacionados a programas de saúde;

- o enfraquecimento da participação social tanto na gestão da Cassi quanto nos espaços regionais de controle social.

- a redução de salários e do quadro de funcionários do banco etc. 

Entendo que as entidades representativas, principalmente as sindicais, deveriam se envolver nestes temas que citei acima fazendo amplos debates porque há uma tendência de se naturalizar decisões administrativas do atual momento como se fossem "técnicas" ou "modernas" ou ainda "inexoráveis" sem a devida discussão política que se deve ter nas questões de saúde de interesse da classe trabalhadora. Um exemplo claro disso é o silêncio das entidades representativas em relação à terceirização da atividade fim da Cassi no piloto que a direção está fazendo ("Bem Cassi").

Enfim, sem espírito de pertencimento em relação às nossas entidades de saúde e previdência privada e ao nosso banco público por parte de dezenas de milhares de aposentados do Banco do Brasil e de seus quase 90 mil trabalhadores da ativa, fica bem reduzida a capacidade de organização da luta unitária em defesa dos direitos dessa comunidade bicentenária, inclusive na manutenção de sua existência enquanto um coletivo de trabalhadores brasileiros.

DIA NACIONAL DE LUTAS - As atividades sindicais feitas nesta quinta 21 em todo o país foram muito importantes para envolver os funcionários e a sociedade sobre o desmonte do Banco do Brasil por parte do governo federal. Centenas de agências e dependências serão fechadas e milhares de funcionários estão sendo pressionados para saírem em planos de adequação e desligamento por perderem suas funções e seus salários.

Sem o envolvimento e participação dos 200 mil cidadãos da ativa e aposentados, dificilmente manteremos o BB público, nosso patrimônio da Previ e nosso Plano de Associados da Cassi. De nada valeria comemorar hoje o reajuste dos benefícios da Previ e amanhã sofrermos intervenções e/ou ataques ao patrimônio da Previ. De nada valeria comemorar eventual equilíbrio nas contas da Cassi se milhares de associados estiverem saindo por não conseguirem pagar as mensalidades e coparticipações.

Abraços!

William Mendes


12.1.21

Ataque ao BB (II) - Redução de agências e trabalhadores


Opinião

Como informamos aqui no blog, o Banco do Brasil publicou ontem, 11 de janeiro, Fato Relevante anunciando mais uma de suas reestruturações. Na nossa opinião, e pelo que as lideranças dos trabalhadores argumentam nas matérias nos sites das entidades sindicais, se trata de um forte ataque ao banco e aos funcionários, reduzindo mais ainda a capacidade de operação do maior e mais antigo banco público do país, eliminando milhares de postos de trabalho, deixando os colegas do banco numa situação pior do que a que vivem no momento trabalhando em meio à pandemia mundial de Covid-19 e com sobrecarga de trabalho absurda porque a direção do BB já eliminou cerca de 15 mil posto de trabalho depois do golpe de Estado em 2016.

A reestruturação parece ter o clara intenção de piorar a imagem do banco público perante a sociedade ao reduzir sua capacidade de atuação e piorar o atendimento porque fechar agências e reduzir mais ainda o quadro de funcionários fará com que fique mais difícil que o Banco do Brasil desempenhe seu papel de agente financeiro do país, com capacidade para contribuir para reerguer a economia do Brasil em todos os setores da sociedade. Os lesas-pátrias que assumiram o controle do país não escondem o desejo de privatizar todas as empresas de patrimônio do povo brasileiro em favor dos interesses estrangeiros e do mercado.

Os colegas devem ficar atentos às questões relativas à saúde e previdência complementar como nos casos dos associados da Cassi e da Previ quando forem tomar suas decisões a respeito de aderir ou não a eventuais planos de desligamento apresentados pela direção do banco. No caso da Previ, os colegas têm dúvidas em relação aos cálculos de seus complementos de aposentadoria. No site da Previ é possível tirar várias dúvidas sobre os cálculos dos planos. No caso da Cassi, é importante ficarem atentos para não perderem o direito ao Plano de Associados porque ao sair do banco é preciso ser beneficiário dos planos da Previ para terem direito a permanecer na Cassi.

A Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), órgão organizativo da Contraf-CUT, já se reuniu virtualmente com a direção do banco nesta segunda 11 e os sindicatos e federações são importantes para os trabalhadores neste momento de ataque ao Banco do Brasil por parte desse governo que tem como objetivo destruir tudo que a classe trabalhadora construiu no país ao longo de séculos de lutas sociais.

Não deixem de acompanhar as informações publicadas pelas entidades sindicais dos bancários.

160 ANOS DE CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Aproveito a data de hoje para parabenizar a Caixa Econômica Federal que completa 160 anos de serviços prestados à sociedade brasileira e devemos apoiar os empregados e empregadas em suas lutas pelo fortalecimento do banco. O povo brasileiro viu mais uma vez a importância da Caixa neste momento de crise mundial pela pandemia de Covid-19. Viva a Caixa! Não podemos deixar que os lesas-pátrias no poder destruam ou enfraqueçam esse patrimônio do povo! 

Abraços,

William

(reprodução de matéria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região)


BB surpreende funcionários com restruturação e com ameaça de 5 mil dispensas

Além do PDV, plano prevê fechamento de agências, perdas de gratificação e redução do papel do banco público

Publicado em 11/01/21 - 18h34

A direção do Banco do Brasil fez uma "surpresa" para os funcionários e as entidades sindicais ao anunciar, nesta segunda-feira (11) pela manhã, um plano de restruturação que prevê o fechamento de agências e outras unidades, além de um Plano de Demissões Voluntários (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco, entre outras medidas consideradas muito ruins.

O plano prevê mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios e a conversão de 243 agências em postos. Também estão previstas a transformação de oito postos de atendimento em agências, de 145 unidades de negócios em Lojas BB, além da relocalização e 85 unidades de negócios e a criação de 28 unidades de negócios. O PDV prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos.

O banco também quer fazer mudanças no atual modelo e remuneração dos caixas executivos, que deixariam de ter a gratificação permanente a passariam a ter uma gratificação proporcional apenas aos dias de atuação, se houver.

“Fomos informados pelos funcionários, que receberam o comunicado do banco às 9h. Foi um desrespeito com os funcionários e com as entidades sindicais. Somos contrários a esse plano, que retira do BB o papel de banco público. Também prejudica os caixas executivos, que terão perdas. Na reunião de hoje, as informações foram poucas”, afirmou João Fukunaga, coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Na reunião com a CEBB, os representantes do BB admitiram que não tinham todas as informações por ser o dia do anúncio do plano de restruturação. “Estudamos medidas judiciais e orientamos os bancários que procurem seus sindicatos para mais informações. O anúncio do plano provocou muita preocupação entre os funcionários. Agora, quem está em home office vai querer voltar a trabalhar presencialmente porque está preocupado de não deixar de ser notado em um momento de redução de pessoal. Tudo isso acontece em meio à pandemia”, criticou Fukunaga.

Participaram da reunião desta segunda-feira vários representantes de federações de bancários de todo o Brasil. O plano de restruturação foi considerado um ataque à categoria e pode causar, na prática, a redução do papel do Banco do Brasil como banco público, com o fechamento de agências em diversas cidades do país. 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a CEBB orientam os sindicatos a fazerem reunião para saber o impacto do plano nas suas bases e a repassarem essas informações para as federações. A CEBB vai realizar nova reunião na quarta-feira (13) para discutir um calendário de lutas e de mobilização dos funcionários.

Fonte: Redação do Seeb SP

11.1.21

Ataque ao BB - Governo fecha agências e desliga 5 mil trabalhadores



Opinião

Há menos de uma semana escrevi um artigo a respeito das ameaças e riscos aos quais o Banco do Brasil e sua comunidade de trabalhadores da ativa e aposentados estão expostos sob esse regime fascista e de destruição de tudo no país. (leia artigo aqui)

"Essa comunidade e segmento de trabalhadores bancários precisa ser fortalecida por cada um de nós. As nossas entidades representativas e associativas - incluindo nossos sindicatos, Cassi e Previ - estão todas sob risco e sob ameaça de desfazimento, de intervenções externas, de enfraquecimento e consequentemente de dificuldades para cumprir com seus objetivos em face do momento atual de crise política, social e econômica do Brasil."

Apesar de parecer, não foi uma premonição o que escrevi: foi mais ou menos uma leitura de cenário esses ataques ao banco e aos trabalhadores neste início de ano. 

Nesta segunda, 11 de janeiro, foi anunciado pelo regime no poder - o "governo" lesa-pátria - uma reestruturação no BB que pretende esvaziar ainda mais o papel do banco público e a sua capacidade de financiar a reconstrução do Brasil, que vive a maior crise de sua história após o golpe de Estado em 2016.

Ao mesmo tempo, o anúncio de redução do papel do BB é mais um ataque violento aos trabalhadores que já estão em seus limites físicos e psicológicos devido ao trabalho sob condições absurdamente adversas como tem sido trabalhar durante a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19).

A depender desses celerados no poder, o Brasil, um dos maiores países do mundo, vai se tornar um pasto continental e uma lavoura de commodities para vender grãos, carnes e minérios aos povos de outros países do mundo. Não teremos empresas públicas que financiam agricultura familiar e nossas empresas, não teremos funcionalismo público com direitos, não teremos valor agregado em nossas produções internas (hoje a Ford anunciou fechamento de todas as fábricas aqui) e não teremos consumo interno, só miséria, fome, uberização de tudo e de todos.

Vamos acompanhar nos próximos dias as notícias que o movimento sindical vai nos trazer e divulgar para tod@s as pessoas da Comunidade BB da ativa e aposentados as informações sobre esse processo de esvaziamento do banco e risco cada dia maior para todos nós. Lembro a vocês que os riscos são os mesmos para ativos e aposentados, para BB, Cassi e Previ. Reflitam e compartilhem com seus pares e contatos.

Abraços,

William Mendes

(Reprodução de matéria do Sindicato dos Bancários de Brasília)

Governo Bolsonaro ataca sociedade e funcionalismo com nova reestruturação do BB

11 de janeiro de 2021

O pacote prevê desativação de 361 unidades e estima desligamento de 5 mil trabalhadores

O Sindicato tomou conhecimento, na manhã desta segunda-feira (11), de comunicado ao mercado feito pelo Banco do Brasil, que anuncia uma profunda reestruturação com impactos em todas as unidades da instituição, como fechamento de várias agências, certamente gerando ainda mais transtornos ao atendimento a clientes e usuários, impactando a prestação de serviços nos municípios e, por consequência, a retomada econômica de que o Brasil tanto precisa.

“O funcionalismo do BB, já atônito e aflito no meio de uma pandemia, após uma atuação aguerrida lidando com tantas superações, porque determinado a vencer esse estado de coisas, não aguardaria – por óbvio – como resposta um ataque direcionado na forma de demissões, política de descenso, diminuição de dotação, extinção de cargos e funções, fechamento de unidades, rebaixamentos, 'redistribuição' de cargos”, afirma Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

O dirigente ainda pontua que essa postura da direção do banco, alinhavada com os preceitos do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia, é “inaceitável”.

Sindicato reforça que as funcionárias e os funcionários do BB merecem RESPEITO!

O Sindicato tem acompanhado a situação dramática e em muitos casos caótica nas agências do BB (na matéria original há um vídeo de superlotação em uma agência do Guará). As diligências realizadas e as tentativas junto ao banco para emergencialmente solucionar esses problemas não resultam sustentáveis, porque a necessidade de novas contratações é fato, por isso vê e percebe que é ineficaz a política isolada de “otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco”, conforme expressa o comunicado do BB.

O Fato Relevante informa que a implementação plena das medidas deverá ocorrer durante o primeiro semestre de 2021 e entre outras questões impactará 870 pontos de atendimento do país. O pacote prevê desativação de 361 unidades e estima o desligamento de 5 mil trabalhadores.

“A estimativa do BB pelo desligamento de 5 mil funcionários, a partir da adesão (será voluntária de fato?) aos dois programas de PDV, sem a previsão imediata de realização de concurso público, contratações e sem uma lógica expressa de retenção dos conhecimentos estratégicos acumulados por esses trabalhadores ao longo de décadas, é questão que precisa ser considerada e trazida pelo banco e que preocupa o Sindicato”, explica Kleytton.

Para o presidente do Sindicato, “é imperiosa a transparência da gestão, assegurado o respeito à participação ativa dos funcionários e funcionárias para opinar e influir nas soluções e redesenho da atuação que impactem na organização do trabalho e na persecução da continuidade e do fortalecimento da atuação do Banco do Brasil enquanto instituição pública e para o povo”.

“O desmantelamento do Banco do Brasil tem um objetivo claro, que é o de atender aos interesses do mercado, em particular dos bancos privados, que visam somente o lucro. Isso é uma tragédia em diversos níveis, porque, além de contribuir com o aumento do já grave quadro de desemprego que assola o país em plena pandemia, na prática significa retirar do povo um importante instrumento de crédito para a agricultura, a indústria, o comércio e as pessoas físicas”, avalia Marianna Coelho, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato.

O Sindicato destaca que esta é uma nota informativa preliminar. Ao longo dos dias, a entidade buscará reunir mais informações, inclusive junto ao banco, a fim de orientar a categoria e mobilizá-la à luta e a resistir contra ameaças, ataques e tentativas de supressão de direitos.

Fonte: Da Redação do Sindicato

5.1.21

Bancários unidos podem superar desafios de 2021



Opinião

A comunidade dos trabalhadores do maior e mais antigo banco público do país, o Banco do Brasil, está dispersa, desunida, e até dividida em minigrupos de interesse, microgrupos. Não é só ela, é verdade! O golpe de Estado, as reformas e retiradas de direitos sociais feitas pelos golpistas e a pandemia mundial de Covid-19 isolaram a todos nós.

Comunidades históricas de trabalhadores estão desarticuladas por diversos motivos, e estão frágeis, e fragilizadas estão sob risco de desaparecer e sob ameaça permanente de perder os direitos que ainda não lhes foram retirados - direitos do mundo do trabalho, da dimensão saúde e do período posterior ao trabalho bancário. Estou falando de mim e de você que lê este artigo.

A comunidade Banco do Brasil pertence à comunidade dos trabalhadores da categoria bancária e somados bancos públicos e privados somos quase 400 mil trabalhadores da ativa e talvez um milhão com os aposentados e pensionistas.

Bancários da ativa e aposentados pertencem a um dos segmentos profissionais que mais se organizaram no Brasil e conquistaram direitos ao longo de dezenas de anos de lutas. Não à toa, os bancários são uma das categorias de trabalhadores que mais resistiu aos ataques dos patrões década após década ao longo do século passado e deste início de século 21.

PERTENCIMENTO

Pertencer à comunidade dos trabalhadores bancários, primeiro do antigo Unibanco e depois do Banco do Brasil, me permitiu ser um cidadão mais consciente de meus direitos e deveres. Me encontrei como ser humano ao lutar junto aos colegas por direitos trabalhistas, de saúde e previdenciários, e aprendi política e história diariamente com meus pares e nos locais de trabalho que visitava.

Foi graças à organização da categoria bancária em sindicatos, associações políticas e recreativas, cooperativas e grupos de afinidades que eu tive a oportunidade de ser uma pessoa com consciência política e isso não é pouca coisa, pelo contrário, isso definiu a minha vida e a vida das pessoas de meu convívio. 

Podem acreditar: os patrões não gostam disso, de nos unirmos e nos organizarmos! E é por isso que eles se organizam para nos enfraquecer e nos derrotar, destruir nossas entidades e nossos direitos coletivos.

Foi a partir do local de trabalho que eu passei a compreender que o mundo não estava organizado para me servir, que eu não era o centro do universo. Meu egocentrismo e meu egoísmo foram amenizados no convívio coletivo.

Foi nos locais de trabalho, nos sindicatos e nas associações coletivas que aprendi as questões mais essenciais da convivência com os outros, e da necessidade de sermos solidários, prestativos, e desse convívio diário surge em nós o espírito de pertencimento a algo, a um grupo, a algum lugar.

Ao mesmo tempo, graças ao mundo do trabalho, dos locais de trabalho, e de nossas entidades, a gente aprende que deve buscar sempre aprender coisas novas, estudar nossa história, pensar em nossos futuros, os riscos e oportunidades que existem e as melhores formas de alcançar as melhorias pessoais e coletivas.

Eu sou muito grato à vida por ter tido a oportunidade de conhecer as lideranças do movimento sindical e as lideranças nos locais de trabalho e nas associações e clubes dos bancários, do Banco do Brasil e das organizações sindicais.

BANCO DO BRASIL

Em 2018, aos 50 anos de idade, eu migrei da condição de bancário da ativa do Banco do Brasil para a condição de beneficiário das nossas Caixas de Previdência e Assistência (Previ e Cassi). Essa condição e esse direito só são possíveis a mim e aos meus colegas por causa da história coletiva de milhares e milhares de trabalhadores ao longo de dois séculos de existência do banco público BB.

É por isso que eu sinto que pertenço a algum lugar, a alguma coisa. Eu não sou só o pai, o filho, o companheiro e familiar das pessoas de meu convívio. Não sou só torcedor de um time de futebol, estudante de tal universidade e cidadão paulista e brasileiro. Eu sou um trabalhador da comunidade Banco do Brasil. Somos do Banco do Brasil!

Essa comunidade e segmento de trabalhadores bancários precisa ser fortalecida por cada um de nós. As nossas entidades representativas e associativas - incluindo nossos sindicatos, Cassi e Previ - estão todas sob risco e sob ameaça de desfazimento, de intervenções externas, de enfraquecimento e consequentemente de dificuldades para cumprir com seus objetivos em face do momento atual de crise política, social e econômica do Brasil.

Nós temos que nos organizar como sempre fizemos. Nós que estamos distantes do dia a dia, temos que nos aproximar. Temos que nos unir. Temos que definir objetivos comuns que nos congreguem para defendermos a manutenção das conquistas históricas da comunidade bancária, da comunidade BB, incluindo a defesa dos bancos públicos e demais empresas estratégicas do Estado brasileiro. 

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Eu sei que deveria falar de cara em "classe trabalhadora", mas se não começarmos de baixo pra cima, das bases, ninguém terá pertencimento a nada. Como bancário, fui virando liderança e representante no banco onde atuava, na agência, na região (OLT). Como liderança no banco ao qual pertencia, ajudei a organizar federações, confederações, central sindical. Depois atuei em comunicação, formação, saúde coletiva. Mas se não começarmos de baixo, da base, não vamos a lugar algum.

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A pandemia é uma realidade que nos impede de circular. Mas podemos nos organizar para o momento que pudermos nos abraçar e conversar presencialmente. Devemos nos unir pelo que nos unifica e caminharmos juntos. A convivência nos movimentos sociais me deu tolerância, paciência e conhecimento, me deu amor e amizades. Me ensinou solidariedade. Nosso projeto é amor, não ódio!

Meu desejo é viajar o país assim que a condição de circulação permitir. Fiz isso durante muitos anos de lutas e de representação. Estou com saudades das pessoas, das nossas entidades associativas, da comunidade à qual pertenço. Sei que não verei alguns amig@s e companheir@s porque infelizmente el@s nos deixaram, mas sei que poderei abraçar e rever muita gente que a gente gosta e quer construir juntos um mundo melhor.

Querid@s amig@s e companheir@s, por favor, se vocês puderem seguir as recomendações de isolamento social, façam isso. Estamos sob risco sério de adoecimento e morte por causa do vírus (além das doenças crônicas que nos afetam até por causa dessa crise toda). Vamos vencer essa etapa dura da história e nos organizarmos para mantermos nossos direitos coletivos e individuais.

Abraços fraternos e sigamos juntos! Assim que pudermos, nosso desejo é rever os amig@s!

William Mendes