Diretor de Saúde em reunião com o Conselho de Usuários da Cassi SP. Sem participação social não há direitos em saúde. |
Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas,
Estamos terminando mais um dia de trabalho em nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Temos vivido nas últimas semanas longas jornadas internas na gestão. Nesta segunda e terça, foram quase trinta horas.
Tinha definido pela manhã, alguns temas para abordar nesta postagem de prestação de contas do mandato, mas a agenda não me permitiu escrever durante o dia.
Nesta quarta-feira, vamos publicar o 32º Prestando Contas Cassi, boletim de nosso mandato na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi. Trazemos nele informações sobre Saúde dos Trabalhadores e sobre os Exames Periódicos de Saúde (EPS), que são excelente oportunidade para identificar riscos à saúde e contribuir na prevenção de doenças, além de poder atuar na promoção de saúde, recuperação e reabilitação de nossos participantes.
Eu peço atenção de cada bancário e bancária e dos associados da Cassi para a importância do envolvimento de vocês nas questões e lutas pelos direitos sociais, e em especial pelos direitos em saúde. Há riscos gigantescos de perdas de direitos nos tempos que estamos vivendo.
No caso da Cassi, que é uma autogestão em saúde dos bancários do Banco do Brasil, é fundamental que tod@s da comunidade de assistidos e suas entidades representativas fortaleçam os Conselhos de Usuários e ampliem a consciência dos trabalhadores para a participação social. Temos esse objetivo como estratégica desde que começamos o mandato.
PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO DO DÉFICIT DA CASSI TROUXE RECURSOS DO PATROCINADOR E DOS ASSOCIADOS POR CAUSA DO ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Imaginem vocês qual seria o resultado mais provável do debate sobre o déficit no Plano de Associados que encontrei na Cassi quando cheguei eleito em 2014, se nós não tivéssemos levado para fora da governança de nossa autogestão a questão do déficit e pedíssemos apoio dos sindicados e entidades do funcionalismo para construir movimento e unidade sobre a discussão "técnica" a respeito do que fazer para equilibrar receitas e despesas do plano de saúde dos trabalhadores, revertendo a lógica que encontrei de que a conta era dos participantes e o Banco do Brasil (Patrocinador) não poderia colocar nenhum centavo na solução?
Foram dois anos de lutas, negociações, construção de unidade e, principalmente, dois anos levando informação técnica e política para milhares de associados e lideranças em Conferências de Saúde em todos os Estados e DF (e fizemos quando me cortaram os recursos), em dezenas de visitas que fizemos aos Conselhos de Usuários, a sindicados e entidades de aposentados, às dependências do Banco, enfim, na visita às bases sociais. Conseguimos equilibrar o debate com o patrão sobre motivos do déficit, sobre a justiça do déficit ser compartilhado entre patrão e trabalhadores e vencemos essa etapa com o Acordo aprovado em novembro/2016 para novas receitas extraordinárias para os anos de 2017, 2018 e 2019, com o Banco contribuindo também.
NOVA ETAPA DE LUTAS PELOS DIREITOS DOS ASSOCIADOS EXIGE INFORMAÇÃO QUALIFICADA, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E UNIDADE
Essa nova etapa é muito mais arriscada para nós, associados, porque o cenário político, econômico e social piorou se compararmos o cenário 2014/2016 ao cenário 2017/2019. Mas estamos nas lutas e podemos avançar na Cassi e na Saúde, através da ampliação do Modelo de Atenção Integral, da Atenção Primária (APS) e da Estratégia Saúde da Família (ESF) e CliniCassi. Temos que seguir mobilizados e bem informados, para não cairmos no conto das "soluções técnicas" apresentadas pelo mercado da saúde (que visa lucro com a doença).
O que vem como "padrão" e modelo no mercado da saúde suplementar e no mercado prestador de serviços de saúde não é promissor para os trabalhadores que necessitam de planos privados de saúde (o cenário é de destruição do SUS). Ao ler entrevista hoje da CEO da Beneficência Portuguesa, ela nos lembra que o Brasil perdeu 20 mil leitos e teve 50 hospitais fechados em cinco anos. Temos uma média de 2,5 leitos por mil habitantes e a média no mundo é entre 3 a 5. E ela fala abertamente o que os liberais e donos do capital e dos negócios de saúde defendem: que os pacientes devem pagar os custos da saúde. As soluções básicas são aumento de mensalidades, coparticipações, franquias.
Essa foi a proposta do patrocinador BB em 2014 quando cheguei eleito à Cassi, representando os mais de 180 mil associados e dissemos 'NÃO' a esse tipo de solução que só onerava a parte frágil da relação: trabalhadores e familiares usuários do Plano.
Mas com o recrudescimento dos tempos, essas propostas de quebrar solidariedade no sistema mutualista de custeio, cobrar mais coparticipação, reduzir ou eliminar direitos conquistados como programas de saúde e direitos sociais (como temos na Cassi) podem voltar ao cenário ainda neste ano.
Lembrem que teremos Consultoria na Cassi e as referências do mercado de saúde suplementar não são favoráveis aos usuários, aos idosos, aos que estão adoecidos e precisam do plano; o que tem de referência no mercado é pior em relação ao que temos na Cassi, porque temos um modelo baseado na promoção e prevenção, na Atenção Primária e na Saúde da Família. Mas o mercado corta custos administrativos em tempos de crises, e isso seria uma tragédia para a Cassi, que precisa é de mais investimento na estrutura própria (fico preocupado quando lideranças do meu lado da luta ficam comparando eficiência operacional da Cassi em relação a outras operadoras. Essa comparação não é ideal para o que é a Cassi).
Enfim, acompanhem os debates. Divulguem nossos boletins e nossa opinião entre seus pares, pois estamos na gestão defendendo os interesses dos associados e muitas vezes a desinformação pode fazer os próprios interessados/participantes defenderem teses que irão prejudicá-los.
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)
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