Blog de William Mendes, ex-dirigente sindical bancário e ex-diretor eleito de saúde da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil
13.2.17
Cassi - Agenda e opinião do Diretor de Saúde (de 13 a 17/02)
Olá prezad@s associados da Cassi e companheir@s de lutas,
Estamos nesta segunda-feira 13, desde bem cedo, nas leituras complexas e estressantes que temos pela frente ao longo da semana.
Eu conclamo aos associados que representamos e, principalmente, às lideranças e entidades representativas, que nos acompanhem com atenção neste semestre de gestão da nossa Caixa de Assistência, porque o ano é definidor do futuro da Cassi, do futuro do Plano de Associados e do futuro dos direitos dos associados, quer sejam estes em relação aos direitos em saúde ou em relação ao equilíbrio no poder de gestão entre os dois patrocinadores - Banco do Brasil e Corpo Social -, haja vista que não existe discussão alguma no mundo do poder que tenha cunho apenas "técnico".
As áreas de responsabilidade dos representantes eleitos pelos associados da Cassi estão relacionadas às áreas fim da operadora de saúde. Estamos falando das portas de entrada para o acesso aos direitos em saúde como as unidades de atendimento CliniCassi, as unidades administrativas (que têm importância central em Estados de porte menor), a Central Cassi 0800, a Rede Credenciada e toda a problemática crise estrutural do setor e a regulação dos planos de saúde. Cortes nas áreas fim e ou não permissão para investimentos equivalem na maioria das vezes a corte de direitos em saúde. Às vezes, as melhorias nestas áreas não ocorrem por falta de aprovação interna para os investimentos. A gestão é "compartilhada".
É muito importante que os associados da Cassi analisem com cuidado alguns temas que aparecem nos debates em redes sociais, pois pode ser que pessoas bem intencionadas na defesa da Caixa de Assistência e dos associados se peguem defendendo teses que irão prejudicar tanto os direitos em saúde como a própria organização dos serviços de saúde da nossa autogestão, quando vistos sob a ótica dos direitos dos trabalhadores-associados.
Em um ano definidor do futuro da Cassi e do Plano de Associados e seus direitos em saúde e na gestão da operadora, é muito importante uma atenção diferenciada das dezenas de entidades representativas e dos Conselhos de Usuários porque, via de regra, os debates/embates sobre o que fazer e como fazer são eivados de justificativas "técnicas" para se decidir, por exemplo, se se investe nisso ou corta aquilo; compara-se ao mercado o que foi feito na operadora x ou y alegando que houve maior "eficiência" gerando mais lucro ou resultado operacional positivo (foi bom para os participantes?) etc.
Às vezes, se faz propaganda do aumento do resultado operacional e não se destaca que o número de participantes da operadora caiu em dezenas de milhares. Será que valeu a pena a estratégia "técnica" adotada para aumentar os resultados da operadora, enquanto pessoas perderam o acesso aos planos de saúde?
Enfim, prezad@s leitores, fiquem atentos ao dia a dia da nossa Caixa de Assistência neste ano de 2017. Como representante eleito pelos associados na área de saúde, onde está definido o modelo assistencial contra-hegemônico da Cassi, nossa tarefa é um eterno recomeço, sempre, da defesa dos princípios que garantem direitos aos associados:
- recomeço das explicações sobre a importância da Cassi ser solidária no custeio mutualista intergeracional;
- explicações sobre a importância dos programas de saúde da Cassi como, por exemplo, o Programa de Assistência Farmacêutica (PAF) que contribui para a estabilização de condições crônicas de nossos participantes situados tanto nas capitais com mais recursos de saúde como nos interiores de milhares de municípios do País;
- explicações sobre a importância das estruturas próprias de Atenção Primária (CliniCassi) e que sem Estratégia Saúde da Família (ESF), a Cassi teria a mesma lógica de qualquer outra operadora, perdendo a sua essência em promoção de saúde e prevenção de doenças, com olhar na Atenção Integral. E lembro aos participantes que a Cassi tem a menor despesa administrativa do setor de saúde suplementar comparada à média e comparada às estruturas semelhantes (autogestões e medicinas de grupo).
Nesta semana e nestes primeiros meses, estamos tendo grandes debates internos pautados para as reuniões de Diretoria Executiva e Conselhos Deliberativo e Fiscal e que decidem questões importantes como a forma como se utilizarão os recursos da Caixa de Assistência (orçamento 2017 e Planejamento Estratégico 2017-21), temos a questão da consultoria que será contratada pelo patrocinador Banco do Brasil e que apontará sugestões que podem (ou não) ser de interesse do conjunto da governança em relação aos princípios e diretrizes basilares da entidade de saúde dos trabalhadores, que está em processo de busca de maior eficiência e sustentabilidade, SEM PERDA DE DIREITOS DOS ASSOCIADOS.
Ao mesmo tempo em que grandes e complexos debates internos ocorrem em nossa autogestão, a Diretoria de Saúde e toda a Cassi estão preparando um grande ano de atuação com foco na saúde dos trabalhadores e para essa agenda positiva estamos contando com os apoios estratégicos dos parceiros como o próprio Banco do Brasil, pois realizamos trabalhos conjuntos através do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e vamos juntos dedicar muito trabalho para a promoção de saúde e prevenção de doenças, além de atuar para a recuperação e reabilitação de nossos participantes.
Nesta semana, além das questões na burocracia da Cassi, também teremos a oportunidade de prestar contas, levar informações e debater com mais um Conselho de Usuários da Cassi.
Abraços a tod@s os meus pares da classe trabalhadora,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014-18)
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