Blog de William Mendes, ex-dirigente sindical bancário e ex-diretor eleito de saúde da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil
18.7.16
Opinião sobre negociações Cassi e agenda do Diretor de Saúde (DF, AM, RR)
Olá companheir@s, amig@s e colegas do Banco do Brasil,
Após dez dias de férias, retomamos hoje nossa agenda de trabalho e gestão de nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. A semana será muito importante para nós associados e gestores da Cassi, pois teremos a retomada das mesas entre o BB e as entidades sindicais e representativas nesta segunda à tarde em Brasília para buscar soluções para o déficit do Plano de Associados.
Eu começo uma série de viagens aos Estados, cumprindo o planejamento de trabalho da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento. Vamos visitar o Amazonas e Roraima nesta semana. Pretendo ampliar as parcerias em defesa da promoção de saúde com o Banco do Brasil e as entidades representativas, e também reforçar minha prestação de contas do mandato e opinar aqui no blog o que penso a respeito da Cassi.
Negociações sobre o déficit da Cassi e o que penso a respeito na atual conjuntura
- Histórico
Hoje recomeçam as negociações entre o patrocinador Banco do Brasil e as entidades sindicais Contraf-CUT e Contec e associativas ANABB, AAFBB, FAABB.
Expresso aqui, de forma sucinta, a minha opinião a respeito do que entendo ser a melhor alternativa na atual conjuntura para solucionar o déficit no Plano de Associados e, consequentemente, buscar equilíbrio e melhores perspectivas de sustentabilidade para as finanças da Caixa de Assistência nos próximos anos, preservando a essência do que é a Cassi do modelo de custeio solidário intergeracional e os direitos históricos dos associados.
Estou há dois anos como gestor da Cassi e há dois anos estudo a gestão de nossa entidade, seu modelo assistencial, os gargalos a serem superados para a completa implantação da Atenção Integral à Saúde e a Estratégia Saúde da Família (ESF) para o conjunto da população assistida pela Cassi em seus planos de saúde. Atualmente, a cobertura do modelo atende somente parte da população.
Desde que cheguei ao mandato em junho de 2014, tive que enfrentar a questão do déficit do Plano de Associados de forma mais dura que outras gestões anteriores, eleitas e indicadas, pelos patrocinadores Corpo Social e Banco do Brasil.
Mostrei ao longo deste período em 28 Conferências de Saúde que a Cassi teve receitas novas e/ou extraordinárias da ordem de mais de 1 (um) bilhão de reais entre 2007 e 2013, fato que permitiu aos gestores da época lidarem melhor com um déficit recorrente e histórico no plano de saúde dos funcionários, enquanto em todos os exercícios se consumiam para arcar com as despesas assistenciais ora as receitas extraordinárias, ora as receitas financeiras, ora as reservas livres do Plano.
Entre novembro de 2014 e o final do ano de 2015, defendi que o patrocinador Banco do Brasil deveria fazer aportes extraordinários enquanto um conjunto de propostas de iniciativas estratégicas fossem aprovadas e implantadas na Cassi (propostas dos eleitos protocoladas no Escritório de Projetos em dezembro de 2014), porque os estudos mostravam que em alguns anos poderíamos ter melhor gestão dos recursos da Caixa de Assistência com melhorias na gestão da rede de prestadores de serviços de saúde (rede credenciada), na gestão da regulação, com a possibilidade de novos planos de saúde, na gestão e extensão do modelo de Atenção Integral e ESF para a população assistida e com iniciativas estratégicas de apoio a esses eixos. Por diversos fatores, isso não ocorreu nos últimos 18 meses e as reservas livres foram consumidas para o funcionamento normal da Cassi.
Me reuni com lideranças nacionais do Banco do Brasil na Contraf-CUT no último dia 4 de julho para debatermos a respeito das negociações e futuro da Cassi. É do conhecimento de todos na comunidade Banco do Brasil que sou oriundo do movimento sindical cutista e além de manter uma prestação de contas permanente ao conjunto dos associados, também tenho muito respeito pelas entidades sindicais, tanto do segmento cutista como também das demais centrais e sindicatos afiliados a elas. Trato exatamente da mesma forma todas as entidades sindicais e associativas, da ativa e dos aposentados.
Na reunião do último dia 4 de julho, na Contraf-CUT, expressei a minha opinião (logo abaixo) sobre as negociações da Cassi para o momento grave que vivemos agora, passados 18 meses sem solução e após consumirmos as reservas livres do Plano de Associados.
Eu conheço profundamente o tempo e os ritos que as entidades sindicais necessitam para se posicionarem sobre qualquer proposta. Respeito isso. Quando Contraf-CUT e Contec se posicionam, precisam ouvir antes o conjunto de seus sindicatos, que também têm suas formas de consulta aos seus associados e representados.
No entanto, tenho também responsabilidades de gestor eleito pelos associados, e neste momento, preciso me posicionar com a maior fidelidade intelectual que tenho, a respeito do que entendo ser a melhor solução para a manutenção da nossa Caixa de Assistência, preservando conquistas históricas dos funcionários.
- Opinião sobre o custeio, sobre o déficit atual e o fim das reservas livres no Plano de Associados
Entendo que para podermos investir no modelo assistencial de Atenção Integral à Saúde e na ESF e manter os direitos dos associados, é necessário consultar o Corpo Social para aumentar as receitas do Plano de Associados, dos atuais 7,5% sobre a remuneração dos associados (desde 1996) para 10%, mantendo-se a proporcionalidade estatutária entre a parte do Banco e a dos associados (1 x 1,5 vez). Os associados aumentariam sua contribuição para 4% e o patrocinador BB aumentaria a sua para 6%, mantendo-se a proporcionalidade contributiva atual.
Para sairmos da impossibilidade de ampliação do modelo assistencial por falta de investimento, fator prioritário para sustentabilidade da Cassi e melhor uso dos recursos do Plano nos próximos anos, sugiro contribuição extraordinária de mais 0,5% exclusivamente rubricado para a gestão e ampliação da ESF e Atenção Integral, a cargo da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, responsável pelas unidades administrativas da Cassi nos Estados e pelas unidades de atendimento aos associados, as CliniCassi (hoje 65 unidades no país). O recurso de 0,5% (meio por cento da folha) extraordinário seria por 5 anos, por parte dos dois patrocinadores, com prestação de contas no Relatório Anual Cassi e avaliação ao final do período.
Como a situação de liquidez necessita de tempestividade na solução para os próximos meses, e sou absolutamente contrário a qualquer proposta que interrompa o pagamento dentro da normalidade aos prestadores de serviços de saúde (rede credenciada) porque isso afetaria tanto aos associados quanto às relações comerciais da Cassi, sugiro também consultar o Corpo Social para que haja rateio mensal do déficit do Plano de Associados, também proporcional 1 x 1,5 em relação aos dois patrocinadores, Corpo Social e Banco do Brasil, até que a nova proposta de receita de custeio seja aprovada.
Nos próximos dias e semanas escreverei mais, aqui neste espaço, a respeito de minhas opiniões e estou à inteira disposição das entidades e suas lideranças e dos gestores do Banco do Brasil para conversarmos a respeito do tema.
Também produzimos estudos na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento desde o início de 2015 que nos dão muita convicção em defender a ampliação do modelo de Atenção Integral e ESF. Os estudos indicam que o grupo de participantes já cuidados por nós na Estratégia Saúde da Família tem um comportamento de despesas assistenciais no uso da rede credenciada melhor do que o grupo de participantes que ainda não se vinculou ao nosso modelo assistencial.
Enfim, é isso o que apontamos inicialmente para contribuir nos debates entre os patrocinadores, o Banco do Brasil e o Corpo Social.
Abraços,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento
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