Artigo de José Ricardo Sasseron*
Relatórios anuais da Previ mostram: em 2008 o Plano 1 tinha
35.668 associados ativos, 67.494 aposentados e 14.597 pensionistas (ou famílias
que recebiam pensão). No terceiro trimestre de 2013 eram 27.203 ativos, 70.891
aposentados e cerca de 16.400 pensionistas. Neste período, a reserva matemática
passou de R$ 66,2 bilhões para quase R$ 112 bilhões.
A reserva quase dobrou, e não foi só pelo aumento do número
de aposentados.
Neste período a Previ baixou a taxa de juros atuarial do
Plano 1 de 6% para 5% ao ano. Isto porque a Previ projeta, com base em análises
e projeções econômicas, que a rentabilidade dos investimentos cairá no futuro –
vai render 5% acima da inflação, não os 6% anteriores. Se a taxa de juros cai,
parcela menor dos compromissos com os benefícios contratados vai ser coberta
pelo retorno das aplicações, e é preciso contabilizar uma reserva matemática
maior. A cada 1% de queda na taxa de juros, a reserva sobe cerca de 10%.
A reserva matemática também cresceu por conta dos aumentos
reais de salário conquistados ano a ano pela luta sindical e pela progressão
dos associados do Plano 1 na carreira. Salários crescem, os benefícios
calculados pela média dos últimos 36 salários crescem, os compromissos da Previ
crescem e aumenta a reserva. O pessoal da ativa chega perto da aposentadoria,
deixará de contribuir, passará a receber e provoca aumento na reserva.
A reserva matemática também cresceu pelo aumento da
longevidade, fenômeno mundial. Os associados da Previ estão vivendo mais, foi
preciso aumentar a expectativa de vida e contabilizar um compromisso maior,
pois as pessoas receberão benefícios por mais tempo.
Outro fator que provocou aumento na reserva matemática neste
período foi a incorporação definitiva de benefícios como o aumento do teto de
75% para 90% do salário da ativa e os aumentos decorrentes da revisão da
proporcionalidade da Parcela Previ. Estes benefícios, negociados em 2007 e
pagos de maneira provisória através de fundos previdenciários específicos,
foram incorporados definitivamente no regulamento do Plano 1 em 2010.
A redução das contribuições também provoca aumento da
reserva matemática, mas isto tinha sido feito em 2006, quando as contribuições
caíram 40%.
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Vários fatores levaram ao aumento da reserva. Ao contrário
de alguns que se consideram entendidos do assunto e acusam gratuitamente a
Previ de errar os cálculos de maneira proposital, eu prefiro avaliar dados e
fatos concretos. É sempre importante questionar, perguntar, duvidar. Mas com
base em fatos concretos e não de maneira leviana.
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Por último, não custa repetir: todo o aumento do compromisso da Previ com os
associados foi coberto com recursos do superávit. Na grande maioria dos planos
de previdência complementar estas mudanças geram déficit, coberto pelo aumento
das contribuições dos participantes e patrocinadores. Em nosso Plano 1, tudo
foi coberto com recursos do superávit, sem onerar ninguém. Graças à boa gestão
da Previ, mas esta é outra história que vou contar depois.
*José Ricardo Sasseron, ex-diretor de Seguridade da Previ, eleito pelos associados.
*José Ricardo Sasseron, ex-diretor de Seguridade da Previ, eleito pelos associados.
2 comentários:
Concordo com todos os argumentos apresentados quanto a reserva matemática e aos compromissos assumidos pela Previ. Mas permita-me discordar da última frase: "Graças à boa gestão da Previ, mas esta é outra história que vou contar depois". Sou associado do Plano Futuro e os números da rentabilidade divulgados pela própria Previ demonstram o oposto. A rentabilidade nos últimos 12 meses (atualizada até 20/01/2014) é: Perfil Previ: -0,97%, Perfil Moderado: 1,94%, Perfil Conservador: 5,06% e Perfil Agressivo: -1,23%. Como pode ser visto nenhum dos perfis atingiu sequer a inflação no período (a inflação do ano 2013 foi 5,91%). Diante dos fatos, como exposto pelo senhor ao tratar dos compromissos do Plano I, não há argumentos.
Olá colega Hélder, como vai? Espero que esteja bem.
Há argumentos sim para cada fato, dado e contexto.
O plano Previ Futuro é jovem e está na fase de acumulação. Não é uma boa referência olhar somente o resultado de um exercício (é um parâmetro, mas não o veja isoladamente), porque os participantes ainda estarão por um longo tempo acumulando suas reservas matemáticas. Os resultados ao longo do tempo no plano (por exemplo, a última década) têm atendido as metas atuariais.
O mesmo ocorre no Plano 1 da Previ, onde a maioria dos participantes está na fase de gozo do direito (assistidos).
Porém os planos são completamente diferentes...
Abraços colega,
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