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30.11.25

Diário e reflexões - Encontros



ENCONTROS

30/11/25

Esta semana que fechou o mês de novembro foi repleta de atividades. 

Na quarta-feira, 26, participei do evento festivo de posse da nova direção da Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo (Abaesp).

Encontrei grandes amigas e amigos do movimento sindical, militância que fez parte de minha formação política e cidadã. 

O evento foi realizado no Espaço Lélia Abramo, da Regional Paulista do Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região. 

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Na quinta-feira, 27, participei da sessão de exibição do documentário "Somos Vanguarda - Além da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários", tendo como equipe técnica Felipe Kfouri, Karla da Costa, Gabriela Mendes, Renata Castanhari e Antonio Carlos S. Carvalho.

O documentário é um resgate da história de nossa organização nacional e assinatura da primeira e única convenção coletiva de trabalho, em 1992, que abrange várias empresas e bases diferentes. 

As entrevistas com os dirigentes que participaram dessa conquista são registros importantes. Vaccari, por exemplo, explica porque éramos contra a CLT naquele contexto. Vale a pena ver!

A sessão de cinema foi realizada na sede do Sindicato, no Edifício Martinelli, pelo CINEB, projeto criado em 2007 para levar cinema e cultura às periferias, sindicatos, escolas e comunidades diversas. O coordenador do projeto é o companheiro Cidálio.

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E no fim de semana encontrei grandes amig@s e companheir@s para um almoço de confraternização. 

Na oportunidade, presenteei meus amig@s com o livro de memórias sindicais, textos escritos durante a pandemia e que resgatam o ciclo formativo que vivenciei durante a convivência com os bancários da CUT. 

É isso, sigamos existindo. 

William 

24.11.25

Sistematização do blog (3)


Atividade sindical na Verbo Divino (BB). 2012.

24/11/25

Após uma boa sequência de trabalho na sistematização das postagens deste blog, relendo e encadernando vários anos de registros sindicais, entrei numa fase improdutiva, de procrastinação para me sentar e trabalhar os textos.

Um dos motivos da interrupção do trabalho de revisão e encadernação foi a chegada em casa de meu livro de memórias sindicais, textos também oriundos deste blog. A entrega de unidades do livro para lideranças políticas com as quais convivi e que estão na representação diária da classe trabalhadora mudou completamente minha rotina.

A sistematização dos milhares de textos de minha vida sindical e o contato esporádico com lideranças do movimento nessas semanas me fez refletir sobre algumas questões que penso faz um bom tempo. Coisa minha.

Eu preciso terminar essa tarefa da revisão e sistematização de meus mais de 6 mil textos dos blogs. Se eu conseguir finalizar isso, vou pensar em algo para fazer de minha vida dali adiante. Algo como virar a página de uma fase importante de minha existência.

Estou lendo as postagens do ano de 2012, o ano em que virei coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). Aquele personagem do movimento sindical bancário foi um militante dedicado, disciplinado e deu o melhor de si naquelas funções políticas que desempenhou por decisões coletivas.

Rever todo aquele período, encadernar e guardar essa história de um dos milhares de militantes de esquerda de nossas lutas de classe é algo que preciso fazer e encerrar. E falta tanta coisa...

Sigamos, sigamos. Que eu encontre ainda um pouquinho da disciplina que tive por décadas de militância política.

William

15.11.25

Diário e reflexões - O melhor de mim



O MELHOR DE MIM

15/11/25

Faz algumas semanas que meu livro de memórias sindicais ganhou o mundo. 

O fato de editar e confeccionar para presente algumas unidades do livro que foi publicado neste blog durante a pandemia mundial fez com que minha rotina fosse alterada. Foram semanas diferentes das semanas dos últimos anos retirado do movimento sindical.

Já presenteei cerca de 50 pessoas com a edição do livro Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT. O livro traz capítulos independentes de momentos de minha vida de dirigente sindical cutista, memórias que foram surgindo à medida que lia e sistematizava os milhares de textos do blog A Categoria Bancária - InFormação e História.

Desde que recebi a pequena edição que fiz, já tive a oportunidade de encontrar diversas pessoas queridas e importantes na história do movimento sindical, tanto do banco no qual trabalhei a maior parte de minha vida - o BB -, quanto das lutas organizadas da classe trabalhadora em geral. Cafés, almoços, bate-papos e até reuniões políticas que não participava há tempos fizeram parte de meu cotidiano nas últimas semanas.

Tenho lido e refletido muito nos últimos anos a respeito da vida e da sociedade humana. Olho para trás e tento dar um sentido no percurso e nas realizações de meu ser, fico avaliando o que fiz e o que não fiz, o que fui e o que não fui, às vezes me lamentando por algo feito ou não realizado, às vezes concluindo que fiz o que tinha que ser feito. 

Contudo, sob qualquer aspecto que avalio meu percurso existencial, concluo que fui um homem de sorte. Até o fato de estar vivo neste momento e ser uma pessoa correta, considero como uma questão do acaso. 

O ensinamento do professor Antonio Candido - que abre meu livro de memórias -, sobre lidar de forma serena com as etapas passadas da vida, me salvou mais que qualquer novena ou quantidade de pais-nossos e ave-marias que tenha rezado enquanto fui religioso.

Talvez meu sonho íntimo, o desejo mais profundo do ser que sou, fosse ter vivido envolvido com literatura e cultura. Como sou todo explosão à flor da pele, arrepio só de ouvir ou pensar literatura e meu corpo reage com emoções sensoriais. Poderia ter sido professor, escritor, algo ligado ao mundo intelectual. Não fui nada disso.

No entanto, se considerar que também fui um dos milhões de adolescentes brasileiros das classes subalternas, uma pessoa que viveu sob a exploração do trabalho insalubre e mal remunerado desde a infância, que foi direcionado pelos donos do poder a ter medo e ódio de tudo e de todos, e ter chegado até aqui, posso concluir que encontrei o meu caminho. 

E hoje, o que mais queria como alguém que chegou até aqui, era ver as pessoas que amo e a juventude encontrando seus caminhos na vida e sendo felizes e realizadas, sem cobranças falsas da sociedade doente hegemonizada pelos fetiches do capitalismo. 

Há um grande sofrimento coletivo e individual e perceber esse sofrimento me causa uma amargura que não mata rápido, mas que dói no corpo todo.

Posso dizer que o melhor de mim foi extraído ao longo de minha jornada de lutas no movimento sindical brasileiro. 

Não foi uma escolha planejada ser sindicalista, nem sonhei em ser nada do que fui, um representante dos meus colegas da categoria bancária e da classe trabalhadora. 

Abracei a tarefa quando me vi nela e simplesmente fiz o que entendi que devia ser feito.

Foi o melhor de mim. Não me arrependo de ter vivido essa vida.

William Mendes