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31.8.13

Agenda de luta... Fechando a semana em Alagoas


Pois é companheirada, estamos fechando a semana de luta neste sábado, após participação em encontro de delegad@s sindicais e diretoria do Sindicato dos Bancários de Alagoas.

Agradeço o convite do companheiro Jairo e a oportunidade de conversar e trocar experiências e informações com a militância desta importante base sindical. 

O Sindicato está completando 80 anos de luta e os trabalhador@s alagoan@s são muito aguerrid@s e com forte histórico de embates contra os banqueiros, usineiros, latifundiários e capitalistas em geral. 

Valeu companheirada! Espero ter contribuído para a organização da luta.

Voltando pra Sampa...

SEMPRE NA LUTA!

29.8.13

Bancários cobram piso e avanços no plano de funções e na carreira do BB


Crédito: Augusto Coelho - Contraf-CUT
Augusto Coelho  - Contraf-CUTTerceira rodada de negociações específicas termina sem avanços

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, se reuniu com o Banco do Brasil nesta quinta-feira (29), em Brasília, na terceira rodada de negociações específicas e concomitantes à mesa geral da Fenaban para discutir as reivindicações de remuneração, carreira e ascensão profissional.

Na abertura, os dirigentes sindicais cobraram do BB explicações em relação às mudanças na empresa Cobra que estaria se preparando para receber grande volume de processamento de serviços de diversos departamentos do banco, como a CSI e CENOP, em flagrante aumento da terceirização. Recentemente, na reestruturação da DIRAO, o principal banco público do país deu o péssimo exemplo de ampliar a terceirização de importante setor de recuperação de ativos financeiros.

Também foi questionada a postura de um diretor do banco, que esteve dias atrás fazendo palestra no interior de São Paulo e teria ameaçado os bancários dizendo que faltas de eventual greve seriam descontadas. 

"A ameaça já seria absurda por se tratar de prática antissindical e por não haver previsão alguma de desconto no acordo coletivo nem na convenção coletiva em vigor. Entretanto, se um diretor do banco já está dizendo isso durante processo negocial com os bancários, ele estaria revelando aos trabalhadores que o banco não está tratando com seriedade a pauta de reivindicações e que o BB estaria apostando no conflito e na greve e não o contrário, como a empresa vive anunciando em seus boletins internos. Esperamos outro comportamento da empresa nos próximos dias e que ela traga propostas efetivas para a solução dos problemas apresentados pelo funcionalismo porque nós negociamos com seriedade", afirma William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa.

Além de questionar a postura indevida, foi cobrado mais uma vez que o banco mude o código de falta não abonada não justificada dos dias de luta realizados em 2013 contra o Plano de Funções e contra o PL 4330 da terceirização total.

Carreira e remuneração

As propostas de remuneração do funcionalismo do BB foram apresentadas e o resultado do banco neste primeiro semestre (R$ 10 bilhões) e nos anteriores mostra ser plenamente possível o seu atendimento, inclusive porque o banco está cobrindo com sobras sua folha de pagamento somente com receitas de tarifas:

- piso de R$ 2.860; interstício de 6% entre os 12 níveis da tabela de antiguidade; 25 letras de mérito de R$ 217 possibilitando que o funcionalismo tenha uma boa perspectiva de incorporação de verbas salariais de caráter pessoal ao longo de uma vida dedicada ao banco.

- inclusão de todos os escriturários e caixas na primeira faixa da Carreira de Mérito, pontuando 1,5 ponto por dia, para que a cada dois anos uma letra de mérito seja incorporada ao salário pessoal.

- foram feitas diversas propostas para correção das mudanças no Plano de Funções implantado unilateralmente em janeiro de 2013. É necessário aumentar os Valores de Referência das funções (VRs), tanto as gratificadas de 6h quanto aquelas que o banco considera como de "confiança" e com jornada maior. 

- as gratificações de funções devem ter seus valores aumentados para que equivalham aos valores anteriores, pois independente da jornada que o banco determinou, as gratificações remuneravam as responsabilidades das funções e elas não mudaram. Os adicionais de função (AFG 256 e AFC 257) devem equivaler ao somatório anterior à implantação unilateral, ou seja, (ABF + ATFC + 25% de Grat. Sem).

- pagamento de anuênio para o conjunto do funcionalismo, pois o BB retirou unilateralmente o direito em 1999, diferentemente do ocorrido no restante da categoria, que foi perguntada em plebiscito e para aqueles que aceitaram o fim do direito foi paga uma indenização.

Ascensão profissional e comissionamento

Outras reivindicações importantes foram apontadas e estão relacionadas ao tema Ascensão Profissional:

- fim da trava de dois anos para a concorrência às funções comissionadas;

- pagamento das substituições nas funções, tanto pelo caráter formativo e pelo fim do desvio de função quanto para a solução de diversos problemas em setores do banco como PSO e gerência média. Também é uma proposta dos bancários para o fim da perda de função e de vínculo com as unidades no caso de afastamentos por questões de saúde após 90 dias;

- instituição de processo de seleção interna para o preenchimento das funções comissionadas, acabando com o subjetivismo e compadrio nas nomeações e estabelecendo regras claras e objetivas para todos. Também é necessário que todos tenham acesso aos certificados e cursos internos, e não somente os chamados "públicos alvo" definidos pelo banco porque a discriminação já começa nisso.

"A extensão do respeito aos 20 melhores pontuados no TAO para todas as áreas do banco - DG, táticas, negociais e estratégicas -, anunciado na semana passada, foi fruto do debate feito nas três mesas de ascensão entre o BB e a Contraf-CUT. É um avanço importante para onde não havia regra alguma, mas não resolve o problema. Queremos processo com provas e títulos e oportunidades iguais para todos no preenchimento de vagas comissionadas", cobra William.

- melhoria na cláusula de proteção contra descomissionamentos imotivados. Além de estabelecer um conceito mais claro para as avaliações satisfatórias e insatisfatórias, é necessária a inclusão dos primeiros gestores das unidades na cláusula, porque de 2012 adiante pioraram absurdamente o assédio e as ameaças aos gestores com a implantação do Novo Sinergia BB e a falta de gestão coerente das metas, onde metas individuais e diárias ameaçam a vida profissional de milhares de comissionados que percorreram longo caminho até a posição que ocupam na carreira e estão sendo "convidados" ou forçados a sofrer reduções salariais.

"A questão de moralizar a ascensão profissional e dar maior segurança ao trabalhador no BB foi reafirmada, assim como as entidades sindicais já haviam feito nas três mesas sobre o tema no primeiro semestre. Tudo que o funcionário quer é ser respeitado, saber como se programar para crescer na carreira, ser bem remunerado e trabalhar mais feliz no atendimento à população brasileira. Será que é pedir muito ao banco e ao governo?", questiona William.

Condições de trabalho

Também foram reforçadas as demandas apresentadas nas mesas anteriores e que têm relação direta com os eixos debatidos com o banco sobre remuneração, saúde e previdência, fim do assédio moral e das metas abusivas, fim das reestruturações e terceirizações, mudanças nas PSO, SAC, CABB e demais departamentos do banco e que se somam às principais reivindicações do funcionalismo no BB:

- a contratação de mais cinco mil bancários dos concursos em aberto, com a revisão urgente das dotações insuficientes das unidades de trabalho;

- fim da exploração dos estagiários como interposição fraudulenta de mão de obra e revisão dos valores das bolsas recebidas por eles. A reivindicação é que o BB cumpra a Convenção Coletiva de Trabalho que prevê valores baseados no piso da categoria, adequadas às jornadas do estágio;

- fim das metas diárias, proibição do envio de torpedos, emails e demais formas de assédio e ameaças na cobrança de metas, e fim das metas individuais inclusive na nova GDP;

- aumento na dotação das PSO e nomeação dos milhares de caixas substitutos, pagamento das substituições dos gerentes de serviços, solução para os delegados sindicais eleitos que atuam nos caixas e estão vinculados aos prefixos das plataformas, criação de gratificação de caixa líder ou de supervisor de caixa. Além de avançar na pontuação do mérito dos caixas e retroagir ao histórico de cada um;

- solução imediata, com definição de prazo, para a inclusão de todos os funcionários de bancos incorporados nos direitos da Cassi e da Previ. Também foram citadas várias discriminações no dia a dia e nos locais de trabalho no uso de direitos coletivos do ACT pelo fato de alguns funcionários terem origem em bancos incorporados;

- fim da perda de função e vínculo com a unidade de trabalho para as pessoas que se afastarem por motivo de doenças, sejam elas ocupacionais, acidente de trabalho ou por outras origens;

- melhoria no plano odontológico e extensão para os aposentados;

- criação de direito novo de complemento de aposentadoria na Previ relacionado à pagamentos de PLR e auxílio alimentação.

Bancários devem intensificar mobilização

A Fenaban se comprometeu a apresentar proposta global na próxima quinta-feira, dia 5 de setembro. Foi cobrado que o BB faça o mesmo com relação à pauta de reivindicações específicas.

"Está na mão do banco resolver os problemas apresentados pelos bancários e justificar seu discurso de responsabilidade sócio ambiental e de grande referência no setor bancário brasileiro", destaca William.

O diretor da Contraf-CUT alerta que a falta de propostas que atendam às expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às reivindicações específicas quanto às demandas gerais na mesa da Fenaban, deve ser respondida com mobilização. 

"Chamamos cada bancário e bancária a participar ativamente das atividades dos sindicatos não só por aumento real e PLR digna, mas também por melhores condições de trabalho e pelo atendimento da pauta específica dos trabalhadores do BB", salienta William. "Vem pra luta", conclui.

Calendário de luta

Agosto

30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 - Quarta rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara
5 - Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban


Fonte: Contraf-CUT

28.8.13

Parabéns aos bancári@s e à nossa querida CUT



Parabenizo por seus 30 anos a Central Única dos Trabalhadores nesta data. Parabenizo também a categoria bancária, com longa história de luta.

Entrei na categoria bancária em 1988 e fiquei no Unibanco por dois anos. Depois entrei no Banco do Brasil em 1992 e já são quase 21 anos.

Entrei para o movimento sindical em 2002 e desde lá já são onze anos contribuindo e construindo a CUT.


Todos que me conhecem sabem que visto a CUT o ano todo. 

Todos que me conhecem sabem que defendo os princípios e as concepções da CUT.

EU SOU A CUT! A CUT SOMOS NÓS!

Eu desejo sinceramente que a Central Única dos Trabalhadores siga sendo estratégica para a classe trabalhadora.

Sigo fazendo a minha parte nesta luta de classes.



SOMOS FORTES, SOMOS CUT!

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES!!! E DAS TRABALHADORAS!!!

Comando realiza terceira rodada de negociação com o BB nesta quinta


O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, realiza a terceira rodada de negociação específica da Campanha 2013 com o Banco do Brasil nesta quinta-feira 29, em Brasília. Entre os temas em discussão estão as questões econômicas, o PCR e o novo plano de funções. 

"Enquanto a vida dos funcionários se transforma num verdadeiro inferno por causa do autoritarismo e dos desmandos da empresa e de seus administradores, o BB bate o recorde de lucro de todo o sistema financeiro nacional no primeiro semestre. O banco tem, portanto, plenas condições de atender às reivindicações dos bancários", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa.

Veja aqui como foram a primeira rodada de negociação com o BB, no dia 14 de agosto, e a segunda rodada , realizada no dia 23. 

Como vem ocorrendo nos últimos anos dentro da estratégia de campanhas nacionais unificadas, as negociações das reivindicações específicas do Banco do Brasil ocorrem simultaneamente às discussões das demandas gerais dos bancários com a Fenaban, onde o BB também está representado. Na mesa da Fenaban já houve três rodadas de negociação. Na próxima rodada, na quinta-feira 5, os bancos prometeram apresentar uma proposta global envolvendo todos os temas em discussão.

"Como todos sabemos, os bancos só vão apresentar proposta decente com muita pressão. Por isso é importante que nossas entidades sindicais intensifiquem a mobilização, não só para a Campanha Nacional dos Bancários mas também para as lutas gerais convocadas pelas centrais sindicais", diz William Mendes. 

Calendário de luta

Agosto

29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara
5 - Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban


Fonte: Contraf-CUT

27.8.13

Bancos seguem intransigentes e dizem que farão 'proposta global' dia 5


Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT
Jailton Garcia/Contraf-CUTNo segundo dia de negociação sobre remuneração, nenhuma proposta dos bancos

Os bancos mais uma vez se abstiveram de apresentar qualquer proposta ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira 27, em São Paulo, no encerramento da terceira rodada de negociações da Campanha 2013, dedicada ao tema remuneração. Mas anunciaram que apresentarão uma "proposta global" para a pauta geral de reivindicações dos bancários na próxima rodada de negociações, na dia 5 de setembro, às 14h. 

"Queremos que na próxima negociação os bancos tragam propostas sobre os três blocos de negociação, com soluções para as questões de saúde, condições de trabalho, segurança, emprego, igualdade de oportunidades e remuneração", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

"Mas como acontece todos os anos, sabemos que os banqueiros só se movem sob pressão. Por isso é imprescindível que as entidades sindicais intensifiquem a discussão nos locais de trabalho e a mobilização da categoria, não apenas para a Campanha Nacional, mas também para as manifestações convocadas pelas centrais no dia 30 e para a votação do PL 4330 na CCJC da Câmara dos Deputados nos dias 3 e 4 de setembro em Brasília", alerta Cordeiro.

No segundo dia de negociação sobre remuneração, o Comando e a Fenaban discutiram nesta terça-feira PLR e os auxílios refeição, creche, cesta-alimentação e educacional, dentre outras demandas.

Veja aqui como foi o primeiro dia de discussão da rodada sobre remuneração.

PLR


A reivindicação dos bancários é de PLR equivalente a três salários mais valor fixo de R$ 5.553,12 e que não pode ser 
compensado nos planos próprios de remuneração variável.

O Comando argumentou que a cada ano diminui a massa salarial dos bancários e, como há falta de transparência nos balanços dos bancos, a categoria quer mudar a regra de forma a torná-la mais simples e fácil de compreensão. 

Os dirigentes sindicais frisaram que os bancários querem maior percentual de distribuição da PLR, mais próximo do tamanho do lucro das empresas, e elevação dos tetos que limitam os valores a serem distribuídos. E cobraram dos bancos uma discussão séria sobre os PDDs, as provisões para devedores duvidosos, cujos montantes os bancos vêm aumentando sem justificativa técnica, o que diminui a PLR. Com essas provisões, só os trabalhadores perdem.

Os representantes dos bancos descartaram a possibilidade de mudança de regra da PLR durante esta campanha nacional. 

Auxílios-refeição, cesta-alimentação e creche/babá 


A reivindicação dos bancários é aumentar os auxílios-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá para R$ 678,00, equivalente ao salário mínimo nacional.

Os representantes da Fenaban afirmaram que nos últimos anos reajustaram os auxílios acima da inflação e descartaram a elevação dos valores como querem os trabalhadores. 

"Cobramos também a manutenção da cesta-alimentação para os afastados por doença ou acidente de trabalho até a alta do INSS e do médico do trabalho", destaca Cordeiro. Hoje, o pagamento ocorre até 180 dias de afastamento. "É inaceitável que os bancos economizem sobre bancários que adoeceram no trabalho", salienta.

Os negociadores da Fenaban ficaram de discutir o tema com os bancos.

Gratificação semestral 


Os bancários reivindicam o pagamento de uma gratificação semestral de 1,5 salário para todos os trabalhadores nos meses de janeiro e julho. Alguns estados (RS, BA, PB e SE) e bancos em outros estados já pagam essa verba salarial há muitos anos, no valor de um salário.

A Fenaban, porém, negou a reivindicação, afirmando não haver sentido existir simultaneamente PLR e gratificação semestral, deixando claro que quer acabar com essa verba. Os dirigentes sindicais rebateram, dizendo que se trata de uma forma de valorização do trabalho dos bancários. 

Auxílio educacional


O Comando reivindicou o pagamento de um auxílio educacional por todos os bancos, para empregados que estejam cursando ensino médio, graduação e pós-graduação. Várias instituições já concedem bolsas de estudo.

Os representantes da Fenaban negaram, alegando que o assunto deve ser discutido banco a banco. Os dirigentes sindicais insistiram na concessão do auxílio, pois significa qualificação da mão de obra, favorecendo bancários e bancos.

Parcelamento de adiantamento de férias


O que os bancários reivindicam é que, por ocasião das férias, a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sucessivas, a partir do mês subsequente ao do crédito, sem acréscimo de juros ou correção de qualquer espécie. Vários bancos já efetuam parcelamentos.

Os negociadores da Fenaban vão levar a demanda aos bancos.

Previdência complementar


Os bancários reivindicam que todos os bancos instituam e patrocinem planos de previdência complementar fechados para todos os trabalhadores, com o objetivo de garantir a complementação de aposentadoria e pensão por morte e invalidez. Vários bancos já são patrocinadores de fundos para os seus funcionários.

Os representantes dos banqueiros, no entanto, disseram que esse é um tema para discussão banco a banco, como acontece com os planos de saúde, não sendo pauta da Convenção Coletiva. 

Calendário de luta


Agosto

28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara
- Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban


Fonte: Contraf-CUT

26.8.13

Apesar dos lucros bilionários, bancos nada propõem sobre remuneração


Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT
Jailton Garcia/Contraf-CUTTerceira rodada de negociação prossegue nesta terça-feira 27 em São Paulo

A exemplo das rodadas anteriores, os bancos não apresentaram nesta segunda-feira 26 nenhuma proposta para as reivindicações sobre remuneração apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, entre elas aumento real de salário, valorização do piso, Plano de Cargos e Salários (PCS), adiantamento do 13º, salário do substituto e vale-cultura. A discussão sobre remuneração prossegue nesta terça 27, às 9h30, incluindo a PLR e os auxílios refeição, creche, cesta alimentação e educacional. 

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, abriu a terceira rodada de negociações, relatando os casos da morte de um bancário e uma vigilante durante assalto ao posto do Santander em Angra dos Reis (RJ) e o ataque a agência do Bradesco em Campo Grande. E reivindicou que os problemas com falta de segurança sejam solucionados ainda nessa campanha.

Em seguida o Comando Nacional cobrou resposta para as reivindicações feitas nas rodadas anteriores sobre saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Mas os negociadores da Fenaban ficaram em silêncio.

Ao entrar no tema de remuneração, o Comando Nacional primeiro fez uma rápida análise de conjuntura do sistema financeiro, apresentando dados e fazendo avaliação sobre os lucros crescentes do sistema financeiro, a rentabilidade, a evolução do emprego e dos salários e a concentração de renda no setor, que é ainda maior que no resto da sociedade. 

"Os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre. Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas fecham postos de trabalho e reduzem a média salarial da categoria com o mecanismo perverso da rotatividade, apesar do aumento da produtividade dos bancários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Por isso os trabalhadores exigem remuneração decente, que passa por aumento real de salário, valorização do piso e melhoria da PLR".

Produtividade cresce e salário médio cai
O Comando Nacional apresentou estudo do Dieese feito a partir dos balanços dos bancos mostrando que, enquanto o número de bancários por agência diminuiu 5% (de 24,15 para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013, em razão do enxugamento de postos de trabalho, no mesmo período o lucro líquido por bancário aumentou 19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).

Veja aqui o quadro comparativo preparado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo com base no estudo do Dieese-Linha Bancários.

Mas apesar do aumento da produtividade e dos ganhos reais da categoria com mobilizações e greves, que entre 2004 e 2011 foi de 13,94% no salário e 31,70% no piso, a remuneração média (salário mais verbas fixas) dos bancários diminuiu nesse período. Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, a remuneração média da categoria em 2004, deflacionado pelo INPC, era de R$ 4.817,12 . Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 - uma redução de 1,5% no poder de compra dos salários.

"Esse é o principal efeito nocivo da rotatividade nos bancos", acusa Carlos Cordeiro.

A luta é para desconcentrar renda
Para o presidente da Contraf-CUT, lutar por aumento de salário é combater a concentração de renda no país. "Apesar de ser a sexta maior economia do planeta, o Brasil ocupa ainda o vergonhoso 12º lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo. E no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior", ressalta o presidente da Contraf-CUT.

O Comando Nacional também apresentou aos representantes dos banqueiros estudo do Dieese com base no Relatório Social da Febraban mostrando que a distribuição do valor adicionado nos bancos entre acionistas, governo e trabalhadores vem se alterando desde 1999, aumentando a fatia do capital e reduzindo a participação do trabalho. Veja aqui o estudo comparativo.

A concentração de renda pode ainda ser medida por outro ângulo. Segundo trabalho do Dieese com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico. 

No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.

Os bancos questionaram os dados apresentados pelo Comando Nacional. Disseram, por exemplo, que a produtividade cresce por causa das novas tecnologias e não em razão do aumento do trabalho bancário. Os dirigentes sindicais retrucaram que os dados são fornecidos pelos próprios bancos ao Caged do Ministério do Trabalho e Emprego, reclamando da falta de transparência das instituições financeiras. Foi definido fazer uma reunião com técnicos do Dieese e dos bancos para discutir os dados até a próxima semana.

Reajuste de 11,93% e piso do Dieese
Os representantes dos bancários defenderam o reajuste de 11,93%, que inclui a inflação do período mais 5% de aumento real, argumentando sobre a importância de recompor o poder de compra do salário e valorizar o piso salarial, conforme o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), diante dos lucros crescentes dos bancos e do aumento da produtividade. "Dissemos que essa é a prioridade das prioridades", destaca Carlos Cordeiro.

Os negociadores da Fenaban primeiro disseram que o reajuste sobre o piso esse ano será o mesmo que sobre as demais verbas, mas diante da argumentação do Comando afirmaram que levarão a demanda para os bancos. 

PCS
A reivindicação dos bancários é que as empresas tenham critérios objetivos e transparentes para a ascensão profissional, o que inclui reajuste anual de 1% todas as verbas de natureza salarial e a partir do quinto ano completo de serviço o reajuste será de 2%.

Os bancários também reivindicam dos bancos a movimentação horizontal e/ou vertical de pelo menos um nível na tabela salarial a cada cinco anos na mesma função. E para os cargos das carreiras administrativas, operacional e técnica querem que o preenchimento seja feito por meio de seleção interna.

Os representantes da Fenaban disseram que a reivindicação é uma maneira disfarçada de pedir anuênio e não querem discutir PCS, afirmando que isso é "interferência insuportável" para os bancos. Entretanto, as instituições públicas têm planos de cargos de salários. 

Em relação ao adiantamento do 13º salário, os negociadores dos bancos assumiram o compromisso de consultar os patrões.

Salário do substituto
A reivindicação é que nas substituições, mesmo em caráter provisório, seja garantido ao substituto o mesmo salário do substituído. Os representantes patronais rejeitaram a demanda, afirmando ser justo que o bancário trabalhe substituindo chefias porque assim está sendo avaliado para futuras promoções.

Vale-cultura
O objetivo é incentivar a diversidade cultural, conforme prevê a Lei 12.761/2012, exigindo que os bancos concedam todo mês aos trabalhadores um vale-cultura de R$ 100,00 para compra de ingressos para peças teatrais, cinema, shows, musicais, bem como para outros espetáculos artísticos.

Eles disseram não ter posição ainda sobre o tema, que é preciso aguardar a regulamentação da lei, mas que levarão a proposta aos banqueiros e depois voltarão a discutir a proposta. 

PLR e auxílios
A terceira rodada de negociações prossegue nesta terça-feira, discutindo as demais reivindicações sobre remuneração, incluindo PLR, auxílio-refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá e auxílio educacional.

Veja os salários e as reivindicações de 2013

Como é hoje
Como fica
Salário
-
11,93% (inflação + 5% de aumento real)
Piso portaria
966,74 (1.058,96 pós 90 dias)
2.860,21 (mínimo Dieese)
Piso escriturário
1.385,55 (1.519,00 pós 90 dias)
2.860,21
Piso Caixa
1.385,55 (2.056,89 pós 90 dias, incluído gratificação de caixa)
3.861,28 (mínimo Dieese + gratificação de caixa)
1º Comissionado
-
4.862,36
1º Gerente
-
6.435,47
PLR
Regra básica
90% do salário + 1.540,00
3 salários-base + 5.553,15
Auxílio-refeição
493,58 (mês)
21,46 (dia)
678,00 (mês)
29,48 (dia)
Cesta-alimentação
367,92
678,00
Auxílio-creche/babá
306,21
678,00


Calendário de luta
Agosto

27 - Continuidade da terceira rodada de negociações entre Comando e Fenaban
28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 - Previsão de votação do PL 4330 da terceirização na CCJC da Câmara


Fonte: Contraf-CUT