O dia de luta da Cassi começou com distribuição da Folha Bancária no Complexo São João e reuniões nas dependências. Participei de duas: na Nucac e na Ag. Boulevard
À tarde, trabalho na Contraf-CUT.
Trabalhei 11 horas.
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Post Scriptum: segue abaixo o boletim que fizemos sobre as negociações da Cassi.
O Espelho Fax
DTX0 - Informativo da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil – nº 281/janeiro/07
Proposta do BB só agrava
os problemas da Cassi
Depois de dois anos de negociações, o Banco do Brasil apresentou nesta terça, dia 30, uma proposta para a Cassi, que soou como provocação e é uma verdadeira demonstração de como a diretoria trata de assuntos
importantes para seus funcionários, como a Caixa de Assistência.
“A proposta do BB é insuficiente. Além de não resolver o problema do custeio da Cassi, o banco ainda tenta tomar a gestão da entidade para si, quando sugere o voto de minerva. Depois de tanto tempo negociando,
é uma vergonha o BB nos apresentar uma proposta ridícula como essa”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.
Segundo a proposta, o BB admite investir R$ 300 milhões em serviços próprios da Cassi. Esse dinheiro, no entanto, seria pago durante os próximos quatro anos, dividido em uma parcela de R$ 150 milhões e mais três
de R$ 50 milhões, sem qualquer tipo juros ou correção.
“A Cassi precisa de investimento em serviços próprios, mas isso não resolve o problema do déficit no Plano de Associados. Além disso, sem a devida correção do investimento, nem os serviços próprios terão o benefício
imaginado, já que a inflação médica no país é muito maior que a inflação medida pelos indicadores tradicionais. O investimento vai se desvalorizar. E também exigimos o aporte financeiro para recompor as reservas do Plano de Associados”, explicou Milton Rezende,
vice-presidente da Contraf-CUT.
Contribuição -
O banco concorda em restabelecer a contribuição patronal em 4,5% para os admitidos após 1998. Mas altera o artigo 21, que prevê o pagamento de uma vez e meia o valor desembolsado pelo associado e que garante a relação
3% e 4,5%. “Essa é uma questão que precisa ser melhor debatida”, ressaltou Marcel.
Outro problema foi o valor da co-participação, estabelecida em 10% sobre todos os eventos, limitados a 1/24 avos do salário bruto. “Como fica a situação dos bancários que estão passando por tratamentos importantes
como quimioterapia, radioterapia? E as doenças ocupacionais, que são na verdade acidentes de trabalho? O bancário vai ter que arcar com esta co-participação para se recuperar de uma doença causada pelas péssimas condições de trabalho? Essa proposta do banco
se choca com todas as nossas teses. É inaceitável”, comenta Miltinho.
Durante as negociações, o BB também discutiu o Plano Odontológico, que os bancários reivindicam há anos. Mas o banco tergiversou em sua resposta e tentou enrolar os funcionários ao dizer que aceita o Plano, desde
que o déficit esteja solucionado.
“Parece piada, mas se o BB está nos apresentado uma proposta que não resolve o problema financeiro da Cassi, como a direção diz que vai implantar o Plano Odontológico assim que o déficit for solucionado? Quer
dizer que nunca vamos ter o Plano Odontológico?”, questiona Olivan Faustino, representante da Bahia e do Sergipe na Comissão de Empresa.
Além dessas questões pontuais, o Banco do Brasil apresentou outras propostas que, se implantadas como a empresa quer, significariam menos democracia para a Cassi. Entre elas estão a eleição de quatro em quatro
anos, que traria problemas de continuidade da gestão já que toda a direção é trocada de uma única vez. Outro problema é a instituição do voto de minerva, que a Contraf-CUT não aceita de jeito nenhum.
“Em compensação, o banco se omitiu em discutir problemas graves, como o congelamento salarial que os bancários sofreram por quase uma década e que é uma das principais causas do déficit da Cassi. A proposta apresentada
hoje pelo BB é ridícula, insuficiente e uma vergonha. São medidas paliativas que só agravam a situação da nossa Caixa de Assistência. Pelo visto, o banco está esperando a nossa greve para atender a demanda”, finalizou William Mendes, secretário de Imprensa
da Contraf-CUT e membro da Comissão de Empresa.