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27.10.17

Congresso Unidas Autogestões - Saúde hoje e amanhã


Experiência em APS/ESF - A trajetória da Cassi

Autogestão Cassi - compartilhando as experiências e resultados
em Atenção Primária (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF).

Olá prezad@s associad@s e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pela saúde dos trabalhadores.

Estamos fechando a nossa semana de gestão e lutas em defesa de nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a maior e mais antiga autogestão em atividade no país, criada em 1944. 

Somos uma das experiências mais exitosas que se tem notícias em se tratando de um sistema de saúde solidário e organizado para atuar na promoção e prevenção, acompanhando os participantes em todas as fases de suas vidas e nos diversos níveis de atenção de cuidados necessários. Desde que chegamos eleitos à gestão da área de saúde em 2014 temos explicado isso para a comunidade BB e hoje temos estudos que balizam nossas convicções.

Nesta semana atuamos em Brasília entre segunda e quarta-feira e estamos participando do 20º Congresso Internacional Unidas, com o tema "Saúde hoje e amanhã", onde fomos convidados para sermos um dos palestrantes. O evento está sendo realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, e vai até este sábado 28.




Em nossa palestra, compartilhamos a experiência dos trabalhadores do Banco do Brasil na criação e evolução da Caixa de Assistência ao longo de mais de sete décadas, chegando ao momento atual pós reforma estatutária de 1996, quando ousamos sair da lógica de meros pagadores de serviços de saúde para a rede credenciada no mercado e passamos a fazer a gestão da saúde da comunidade BB.

Demos alguns exemplos de resultados bastante exitosos que temos conseguido obter por meio da Atenção Primária (APS), através da Estratégia Saúde da Família (ESF). O que precisamos hoje é de investimento na ampliação do modelo para cobrir o conjunto dos assistidos no Brasil.

Quando observamos a famosa "Curva ABC", que existe em todos os planos de saúde e que equivale ao segmento de assistidos que é mais agravado e utiliza a maior parte dos recursos do sistema, vemos o quanto é melhor o resultado no uso dos recursos comparando o segmento de participantes vinculados à APS/ESF da Cassi em relação aos não cadastrados ainda.

Em nosso sistema de saúde Cassi, 9% (Curva A) dos participantes consomem 70% dos recursos. No entanto, quando olhamos o comportamento das despesas dentro da Curva A, vemos que o grau 3 de agravamento (ou nível de complexidade), o maior em nosso conceito, apresenta o grupo de vinculados com uma despesa per capita 13,9% menor em relação aos não cadastrados e não cuidados ainda por nós na ESF. É um resultado muito expressivo em se tratando de pacientes agravados.


Resultados de estudos do modelo assistencial APS/ESF,
desenvolvidos pela Diretoria de Saúde da Cassi, apontam
que o caminho para a sustentabilidade está em investir mais
na Atenção Integral à Saúde e nas unidades CliniCassi.

Quando comparamos a curva de crescimento das despesas assistenciais do segmento de participantes com o grau mais agravado (grau 3), vemos que os resultados obtidos com os assistidos cuidados pelo modelo assistencial Cassi (APS/ESF) evidenciam a necessidade de se investir mais no modelo para que TODOS os associados estejam cobertos no próximo período. O que nós precisamos, nós Cassi/Associados/Banco do Brasil, é seguir firmes com o investimento necessário para ampliar a cobertura e alcançar a tão esperada sustentabilidade.

É isso, eu faço sempre questão de agradecer ao conjunto de funcionários da Cassi que trabalham conosco - seja na sede em Brasília, seja nas Unidades Cassi e CliniCassi -, porque eles têm atendido plenamente os resultados da missão Cassi quando se trata do modelo assistencial e não medem esforços em fazer o melhor na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos participantes, mesmo com todas as dificuldades do setor.

Abraços a tod@s os meus pares da classe trabalhadora.

Wiliam Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)

23.10.17

Cassi - Participação social no Ceará, PAF SP e novo Presidente


Conferência de Saúde da Cassi e Conselho de Usuários do Ceará.

Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pela saúde.

Seguem algumas notícias publicadas no site de nossa Caixa de Assistência, tanto matérias locais como as matérias de São Paulo (novo operador logístico para o PAF) e Ceará (Conferência de Saúde), como a matéria sobre a posse do novo Presidente de nossa entidade, indicado pelo patrocinador Banco do Brasil. 

SP está com novo operador logístico para a distribuição de materiais e medicamentos e algumas não conformidades vêm sendo resolvidas nesta fase inicial. A Cassi está atuando para regularizar eventuais pendências apontadas pelos participantes.

Ao longo de nosso mandato de representação em nome dos trabalhadores associados da Cassi, em nosso constante contato com as bases sociais em todos os Estados e DF, ouvimos sugestões dos participantes para que a Cassi melhorasse sua comunicação institucional. Nós buscamos contribuir para que isso ocorresse. E temos visto uma evolução constante na produção de informações aos associados.

A nossa autogestão tem mantido boa regularidade de publicações para estreitar a relação com os seus públicos intervenientes. Peço que todos ampliem o hábito de acessar diretamente o site da entidade para encontrar soluções às questões de saúde e se empoderar mais sobre direitos e deveres.

Deixo também à disposição este nosso Blog onde presto contas de nosso mandato e abordamos as mais diversas questões afetas ao sistema de saúde Cassi, principalmente sobre as áreas às quais somos responsáveis relativas ao modelo assistencial. No Blog expressamos também nossa opinião como gestor e como representante dos trabalhadores.

Aproveitamos para dar as boas-vindas ao novo Presidente Luisinho e nos colocamos à disposição para que a governança da Cassi construa os consensos necessários para fortalecer o sistema e alcançar a sustentabilidade desta que é a maior autogestão em saúde de trabalhadores do país.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/2018)

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Conferência no Ceará teve boa participação de
associados e debate democrático fortaleceu a Cassi.

Cassi Ceará e Conselho de Usuários realizam a IX Conferência de Saúde

Publicado em: 20/10/2017


A Cassi Ceará realizou, no dia 18 de outubro, a IX Conferência de Saúde do Conselho de Usuários. O evento contou com a presença de 137 participantes, entre funcionários da ativa, aposentados, representantes da Super, Gepes e entidades representativas do funcionalismo.

O Presidente em exercício, Dênis Côrrea, fez sua apresentação sobre o Panorama Cassi com dados atuais sobre a Instituição e ressaltou a importância dos participantes conhecerem e participarem da gestão do Plano.

O tema central “Cassi: O Desafio do Modelo de Atenção Integral à Saúde”, foi apresentado pelo Diretor de Saúde e Rede de Atendimento, William Mendes, que ressaltou o Sistema Integrado de Atenção à Saúde para garantir o cuidado especializado e aumentar a qualidade de vida do participante.

O Diretor em exercício de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Cláudio Said, apresentou informações sobre o mercado de saúde e a judicialização. “Nossa população é a mesma e não muda, o que nos permite trabalhar a longo prazo”.

Para o Gerente de Unidade Cassi Ceará, Flávio Vinhaes, o encontro é fundamental para a participação dos associados em um rico debate com a presença da Diretoria Executiva.

"Temos que falar e conhecer mais sobre a Instituição no nosso dia a dia”, considerou o Superintendente Estadual do Banco do Brasil, Fabio Alexandre Pereira.

Ao final do evento, os novos representantes do Conselho de Usuários, para o biênio 2017-2019, foram empossados.


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Vida Link inicia a operação logística do PAF em São Paulo

Publicado em: 23/10/2017


A empresa Vida Link iniciou, no último dia 10 de outubro, a operação logística do Programa de Assistência Farmacêutica (PAF) para o estado de São Paulo.

A empresa fará o fornecimento dos itens de uso contínuo, autorizados pela Cassi, no domicílio dos participantes, inclusive de termolábeis (que necessitam de refrigeração).

Inicialmente, os contatos telefônicos serão voltados à identificação do volume de estoque de medicamentos de cada participante e orientações quanto às remessas. Além disso, o operador logístico conta com uma central de atendimento gratuita para orientar sobre envio de medicamentos e esclarecer dúvidas, pelo 0800 – 799 2000, de segunda a sábado, das 8h às 20h.


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Cassi tem novo Presidente


Luis Aniceto Silva Cavicchioli assumiu a Presidência da Cassi nesta sexta-feira, 20 de outubro. Funcionário de carreira do Banco do Brasil há 31 anos, ele já foi titular do Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência entre junho de 2014 e novembro de 2015.

Atualmente, Luisinho atuava como Presidente da BB Tecnologia e Serviços (BBTS). Também foi Diretor de Estratégia da Marca do Banco, entre 2013 e 2016, respondendo pela formulação estratégica, governança do conglomerado do BB, gestão de processos corporativos, arquitetura organizacional e pela comunicação institucional e mercadológica. Ocupou ainda cargos de Conselheiro Fiscal, Deliberativo e de Administração de empresas públicas e privadas, como indicado pelo Banco do Brasil.

Formado em Administração de Empresas, é coautor do Livro "Organizações Inovadoras do Setor Financeiro - Teoria e Casos de Sucesso", publicado pela Editora Saraiva.


Fonte: Cassi (com adaptações do Blog)

20.10.17

Comunicação é estratégica para construir pertencimento e unidade em defesa da Cassi


Comunicando-me com associados na
50ª participação deste Diretor de Saúde
em Conferências da Cassi e dos
Conselhos de Usuários.

"É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato

(Constituição Federal de 1988, Título II, Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I, Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Artigo 5º, Inciso IV)

Opinião

Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas em defesa da saúde e dos direitos dos trabalhadores.

Estamos vivendo um momento bastante desafiador em nossas vidas por causa dos acontecimentos políticos com consequências econômicas e sociais em nosso mundo da classe trabalhadora.

Quando me comunico com as pessoas, me comunico de forma integral e plena. Exerço o nosso direito constitucional coletivo e individual de livre manifestação do pensamento. E nunca o faço de forma anônima, quem me lê, quem me ouve, sabe quem sou e o que represento.

A comunicação é estratégica e central nas relações humanas e sociais. A comunicação é vital numa organização também.

Falta de informação e conhecimento a respeito da Cassi foi um dos diagnósticos que fizemos no Planejamento Estratégico para nosso mandato de 4 anos na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil.

Percebi logo de início que a nossa Cassi era uma entidade de autogestão em saúde dos trabalhadores absolutamente fantástica pelo que significa na vida de quase um milhão de pessoas, e absolutamente desconhecida dessa mesma comunidade assistida.

Como gestor eleito responsável por uma das atividades-fim da nossa associação, decidi que lutar por avanços na comunicação e compartilhamento de informações com os associados e demais intervenientes do sistema de saúde Cassi seria eixo estratégico de nossa atuação.

E assim fizemos nesses mais de 3 anos de trabalho. 

Área de Comunicação da Cassi tem avançado positivamente

Comunicação da Cassi vem avançando graças ao trabalho diligente
da Direção, liderada pela Presidência e pelo Marketing e Comunicação.

A área de comunicação da Cassi, enquanto organização interna, é de responsabilidade da Presidência, uma das 4 diretorias da nossa autogestão e de indicação do patrão patrocinador, o Banco do Brasil. Mesmo não sendo área de nossa responsabilidade, nos colocamos à disposição, juntamente com toda a equipe da Saúde, para que houvesse avanços na área. 

Eu dou parabéns ao Marketing e Comunicação da Cassi e tenho elogiado com frequência a melhoria na comunicação. Todos ganham com isso. Se pegarmos os números do site entre 2014 e 2017 e compararmos, fica evidente a melhoria nas informações aos participantes e demais intervenientes do sistema de saúde Cassi. Foram 103 matérias em 2014, 79 matérias em 2015, 51 matérias em 2016 e 136 matérias até o momento em 2017.

Fica aqui a minha crítica em relação aos anos de 2015 e 2016 (não aos funcionários da área porque existe hierarquia e amplitude de comando). A nossa autogestão passou por dois anos de orçamento contingenciado e naquele momento era extremamente estratégico comunicar e informar à comunidade sobre como contribuir para a solução e como resolver as demandas de saúde. Parecia haver uma ordem para não comunicar. Mas hoje estamos melhor.

Prestação de contas do mandato e construção de informações sobre a Cassi e a área de saúde são centrais para o pertencimento e a defesa dos direitos dos associados que representamos

Os boletins Prestando Contas Cassi têm contribuído para dar
subsídios sobre modelos de saúde, ESF, Atenção Primária,
desafios do sistema de autogestão, programas de saúde e
resultados positivos da saúde que valorizam a nossa Cassi.

Ao mesmo tempo em que nós eleitos fomos solidários no apoio da comunicação institucional da Cassi, defini estratégias para cumprir os nossos objetivos de representante eleito pelo corpo social na gestão da área de saúde da Caixa de Assistência.

As lideranças da comunidade BB e Cassi sabem do esforço militante que fizemos para dar informações e subsídios para a defesa da Cassi, do modelo assistencial da nossa autogestão, da solidariedade e dos direitos em saúde de nossos trabalhadores associados.

Entre 2014 e 2017, passei a dar informações e opiniões através de meu Blog Categoria Bancária, onde eu prestava contas de meus mandatos sindicais desde 2006 e passei a prestar contas como Diretor de Saúde da Cassi.

Foram 88 matérias em 2014, 208 matérias em 2015, 161 matérias em 2016 e 104 matérias até o momento em 2017. Percebam que justamente nos dois anos em que os associados menos tiveram informações institucionais da nossa autogestão em crise, procurei dar informações na medida de minha capacidade e responsabilidade como um dos representantes dos donos da Cassi, os associados.

Além das matérias feitas para as lideranças e entidades representativas, 561 postagens, fizemos 38 boletins, estive em 50 Conferências de Saúde, em dezenas de vezes me reuni com os conselheiros e entidades dos 26 Estados e do DF, já visitei e conheci 42 CliniCassi e nunca deixei de atuar nas minhas responsabilidades na sede da Cassi. Haja vista que nós produzimos estudos e dados concretos que mostram a eficiência do modelo assistencial da Cassi como nunca houve na entidade.

Os boletins têm demonstrado resultados impactantes do modelo assistencial da Cassi no cuidado de participantes crônicos e agravados e isso é essencial para a saúde dos assistidos, para a tomada de decisão da gestão e para o uso dos recursos do sistema Cassi. Temos que corrigir erros, melhorar a gestão e focar na ampliação urgente da cobertura do modelo ESF/CliniCassi/Programas de saúde.

Ler boletins AQUI no Blog ou no site da Confederação (AQUI)

O patrão e patrocinador Banco do Brasil e seus representantes vêm exercendo livremente seus direitos de opinião

O Banco do Brasil e seus representantes exercem livremente
suas opiniões. Democracia é assim. Também tenho as minhas
opiniões e elas devem ser respeitadas pelo lado do patrocinador BB.
Acima, uma página do site "Cassi em Debate", criado pelo Banco.

É interessante observar que no período entre o final de 2014 e 2016 e durante os debates sobre o futuro da Cassi, o déficit e como se resolveria a questão da sustentabilidade do plano de saúde dos trabalhadores, envolvendo direitos e custeio, o patrão patrocinador Banco do Brasil criou um site para ele dar a "opinião" dele sobre a Cassi e as responsabilidades de cada um dos intervenientes.

Além do site "Cassi em Debate", o patrão, que também indica representantes na gestão paritária e atua na disputa de opiniões dos associados, publicou dezenas de boletins aos mais de 100 mil trabalhadores da ativa com opiniões a respeito da Cassi que nós eleitos nunca concordamos, mas eu entendia que ele Banco tinha o direito de expressar sua opinião também.

No exemplo que coloco acima, do site "Cassi em Debate" o Banco afirma que as CliniCassi não vinham atingindo os resultados esperados e que ele, Banco, achava que o modelo de atuação deveria ser mudado. Sabemos que o Banco em textos oficiais e institucionais questionou direitos históricos dos trabalhadores associados como a solidariedade, o próprio modelo ESF/CliniCassi, as porcentagens de custeio de cada lado etc. Questionei com dados e informações várias teses do patrão e acho que isso é democracia.

Eu não tenho notícias de nenhum membro da direção do Banco ou representantes dele na gestão da Cassi que teriam sido questionados ou que sofreram apuração por emitirem a opinião do patrão patrocinador ou deles mesmos em relação à Cassi ou em relação aos associados que representamos. Quero entender que a recíproca deve ser verdadeira. Espero não ver nenhum representante dos associados da Cassi sofrerem questionamentos do tipo por emitirem suas opiniões.

Devemos ter unidade em defesa da Cassi junto aos agentes externos e deve-se respeitar os direitos de opinião e a democracia na comunidade BB

Prezad@s, eu reafirmo aqui a necessidade de unidade entre nós todos, incluindo o patrocinador BB, para defender a Cassi em relação às dificuldades externas à nós, como crises e problemas da rede prestadora de serviços de saúde; legislação que pode prejudicar a autogestão Cassi e seus associados; lutar juntos contra a judicialização e uso inadequado dos recursos etc. Com isso, podemos fortalecer muito os cuidados em saúde de nossos mais de 700 mil participantes dos planos e usar os recursos de forma mais racional, sem a perda de nenhum direito.

Reforço também a necessidade de MUITA UNIDADE do lado dos trabalhadores associados da Cassi, em seus mais diversos segmentos, através de suas lideranças e entidades representativas, todas as vezes que houver embates e diferenças de opinião e visões no embate entre os dois lados, o do patrão patrocinador e o dos trabalhadores associados da ativa e aposentados. Um voto a menos no lado dos eleitos pode por tudo a perder na Cassi.

Abraços a tod@s e vamos juntos fortalecer o sistema de saúde Cassi, o maior patrimônio da comunidade de trabalhadores do Banco do Brasil.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)

16.10.17

Cassi SC realiza a IX Conferência de Saúde


Apresentação do Blog

Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pela saúde.

Segue abaixo a matéria sobre a excelente Conferência de Saúde que tivemos em Santa Catarina dias atrás, com a presença de mais de uma centena de pessoas. Fortalecemos a Caixa de Assistência e a participação social. Nesta semana que se inicia teremos a Conferência de Saúde do Conselho de Usuários e da Cassi Ceará.

Logo após a matéria da Conferência, deixo para os leitores e amigos que tiverem interesse um artigo que fiz no final de semana abordando a temática de autoconsciência e liberdade, como formas de se conseguir mais pertencimento na defesa do patrimônio dos trabalhadores.

Abraços e boa semana a tod@s.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)


Membros do Conselho de Usuários empossados,
gerente da Unidade Emília Figueiredo, Diretor
William Mendes e Diretor Humberto S. Almeida.

Plenário da Conferência de Saúde da Cassi
e Conselho de Usuários de SC.

A Cassi Santa Catarina promoveu, no dia 5 de outubro, a IX Conferência Estadual de Saúde com o tema “Cassi: O Desafio do Modelo de Atenção Integral à Saúde”. Participaram 112 pessoas entre aposentados, funcionários da ativa, representantes da Gepes e de entidades ligadas ao funcionalismo do BB.

O Diretor de Saúde e Rede de Atendimento, William Mendes, apresentou a necessidade de ampliação do Modelo Assistencial adotado pela Instituição e a importância de investimento em ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, além de incentivar associados a utilizarem os serviços próprios.

Em sua palestra, o Diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Humberto Santos Almeida, falou sobre os desafios da Cassi e a importância da racionalização dos gastos assistenciais. Destacou, ainda, as perspectivas positivas através de estratégias de negociação, com grandes prestadores e planos de mercado.

A ocasião marcou a posse da nova gestora da Unidade Santa Catarina, Emília Figueiredo Bezerra, e a dos novos representantes do Conselho de Usuários para o biênio 2017-2019. Para a Emília Figueiredo, a Conferência é um momento de partilha e troca de informações entre participantes e a Caixa de Assistência.

Para a coordenadora do Conselho de Usuários de Santa Catariana, Maria Helena Possas Feitosa, a participação de todos é fundamental para a construção de uma Cassi melhor.


Fonte: Cassi

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(Artigo do Diretor de Saúde da Cassi, publicado no Blog Refeitório Cultural)

Liberdade e consciência de classe são bases das lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores


Domingo de descanso em Osasco. Manhã fria, a temperatura mudou de mais de 31° para 16° de um dia para o outro. São Paulo é assim.

O dia deveria ser de descanso de uma jornada intensa de trabalho e lutas pela causa que defendo há pouco mais de três anos: ser gestor eleito de uma autogestão em saúde, cujos associados são os próprios trabalhadores da empresa pública à qual pertencemos, o Banco do Brasil.

Quanto mais avançam minha idade e experiência nesta breve existência, mais sinto necessidade de autoconhecimento. Meu desejo e necessidade de estudar e de preencher todas as lacunas culturais que tenho em todas as áreas do conhecimento humano me pressionam a não querer sequer deixar o corpo físico descansar. Porque a vida é um instante e somos muito ignorantes sobre quase tudo.

Tenho maltratado meu corpo na jornada que estou empreendendo na defesa da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil e na defesa dos direitos em saúde dos trabalhadores que represento. A tarefa que percebemos que teríamos pela frente era a mais desafiadora de nossa vida de representação, quando realizamos no início do mandato o diagnóstico da situação que encontramos e planejamos os objetivos centrais a empreender em quatro anos. A Cassi era uma total desconhecida dos intervenientes do sistema em relação à sua essência.

Como disse no início, meu corpo fica me pedindo que eu durma quase que o dia todo nos finais de semana, porque estou cansado. Mas eu brigo com ele e fico acordado e tento estudar, encontrar novas ideias, explicações e experiências de nossos antepassados nas lutas sociais que possam balizar minhas estratégias em defesa das causas que defendo.

Nunca li e estudei tanto quanto nestes últimos três anos. Por mais que não tenha tempo livre porque desde o primeiro dia de mandato na Cassi trabalho ininterruptamente quase que as 24 horas do dia, porque mesmo em finais de semana, à noite, nas madrugadas, estamos usando nossa inteligência para criar estratégias de lutar contra gigantes, contra o sistema, contra a ignorância. Estudei para lutar contra o desconhecimento e a falta de consciência que podem favorecer o aniquilamento das conquistas sociais e de classe pelas quais lutamos.

Peguei para ler neste sábado um livrinho sobre Rosa Luxemburgo. Li umas cinquenta páginas, entre o sono e a atenção à esposa e filho. E também entre as tristezas que sentimos por sermos humanos e termos problemas pessoais como qualquer cidadão. Um militante de esquerda e dirigente eleito de trabalhadores não é uma máquina, é uma pessoa. 

Nesse parco tempo que li umas cinquenta páginas sobre Rosa Luxemburgo também dediquei um tempão ao meu trabalho de gestor da Cassi, pois fiz um esforço para responder participantes em diversos grupos em redes sociais (sei que não deveria fazer isso nas "folgas").


Sobre ideias de Rosa Luxemburgo

"Na questão parlamentar, Rosa Luxemburg sentia-se próxima de Friedrich Elgels, que considerava o Parlamento uma tribuna para a propaganda revolucionária, e nada mais. Para ela a sociedade só podia se emancipar se o proletariado se emancipasse. Emancipação pela prática, por uma modificação progressiva na correlação de forças, era segundo ela o único caminho que fazia sentido para a emancipação. No que Rosa Luxemburg desejava era central não o permanente crescimento numérico dos membros das organizações proletárias e dos eleitores, e sim o crescimento da autoconsciência e da capacidade de ação política. O partido devia fazer propostas à classe trabalhadora e deixar que ela decidisse, mesmo correndo o risco da rejeição, e isso tinha de ser aceito em cada caso específico."


Interessante essa visão que Rosa Luxemburgo nos dá sobre construir a autoconsciência nas pessoas participantes de um sistema social. 

Um dos objetivos centrais que empreendemos neste mandato de gestor da Caixa de Assistência foi percorrer as bases sociais da autogestão - a comunidade Banco do Brasil - e levar ao conjunto de participantes e lideranças do sistema informações básicas sobre direitos e deveres no uso da Cassi e para a tomada de decisões enquanto associados da autogestão em saúde. Eu trabalhei esse objetivo com o nome de "pertencimento".

Já que não teria condições de estar e falar com centenas de milhares de participantes do sistema Cassi ao longo do mandato, minha estratégia foi trabalhar com uma rede de conhecimento, que poderia levar o autoconhecimento aos demais usuários em sistema de teia. Foquei os Conselhos de Usuários, entidades sindicais e associativas e as lideranças do Banco do Brasil nos Estados e na Direção da empresa, o que inclui seus representantes na gestão da operadora de saúde.

A tarefa era muito desafiadora. Não havia uma cultura de informação na comunidade BB para esclarecer o que era, como funcionava, quais os problemas centrais, como resolvê-los, quais os objetivos que a Cassi tinha como missão, os deveres e obrigações de todos os intervenientes, além dos direitos. Não havia. 

Se havia cultura de informação, era algo esparso e não sistêmico. Era um trabalho voluntarioso e local de pessoas abnegadas com consciência e conhecimento a respeito da Cassi, principalmente dos funcionários das áreas de atividade-fim na sede em Brasília e nas unidades administrativas e de saúde nos Estados/DF.

Ao estar no 4° e último ano de mandato, é natural que façamos um pouco de balanço sobre os objetivos que alcançamos e os que não alcançamos, inclusive por causa de todas as dificuldades e crises que permearam todo o período.

Eu tenho um sentimento e uma leitura de que VALEU A PENA o esforço de lutar por levar mais informações de qualidade sobre o sistema de saúde Cassi e os problemas todos que o envolvem, agregando consciência e espírito de pertencimento senão ao conjunto dos participantes ao menos para as lideranças dos associados e suas entidades representativas. 

Nós vencemos uma batalha na questão do déficit entre 2014 e 2016, ao fazer o patrocinador BB colocar recursos também no sistema de saúde Cassi, junto com os associados, por não ser justo que só o lado dos trabalhadores fosse onerado. E nenhum direito social foi perdido naquela crise do déficit.


Com mais pertencimento e autoconhecimento dos trabalhadores do Sistema Cassi teremos melhores perspectivas de sustentabilidade e manutenção dos direitos em saúde

As batalhas seguem neste exato instante porque a defesa dos direitos em saúde dos trabalhadores brasileiros em suas mais diversas frentes e etapas é uma guerra, uma guerra de extermínio, onde nós somos o alvo. 

Só para situar os leitores, há riscos na existência de operadoras de saúde no modelo de autogestão por diversos fatores inviabilizantes como, por exemplo, tratamento não adequado de autogestões por parte da ANS; abusos nos valores cobrados pelo sistema privado na venda de serviços de saúde - hospitais, profissionais de saúde, materiais e medicamentos -; o sistema está sendo destruído por judicialização abusiva e irracional; risco de privatização e desmantelamento de empresas públicas que mantêm os planos de saúde em modelo autogestão. Etc, infelizmente!

Nosso papel neste pequeno espaço de luta por direitos em saúde de trabalhadores (a autogestão Cassi dentro do todo) tem sido o de informar e organizar os participantes de um magnífico sistema de autogestão baseado em Atenção Integral, com Atenção Primária (APS), medicina de família (ESF) e monitoramento de participantes acometidos de doenças crônicas e outros riscos através de programas de saúde. Já fazemos isso em mais de 180 mil pessoas do sistema Cassi. 

A partir de diversos estudos internos na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento, construímos neste mandato para todos da Caixa de Assistência conhecimentos que facilitam o olhar técnico dos resultados em saúde, que mostram que a Cassi é muito eficiente em relação ao seu modelo de promoção e prevenção. 

Um estudo sobre os vinculados ao nosso modelo assistencial demonstrou que esse grupo tem mais qualidade de vida e usa melhor os recursos do sistema quando precisa da rede prestadora comparado a grupo nas mesmas condições de grau de complexidade e que ainda não está na Estratégia Saúde da Família (ESF), ou seja, o grupo não vinculado usa a rede prestadora sem orientação racional da ESF. Mas preciso de recursos de investimento para ampliar a cobertura do modelo para a conjunto dos assistidos. 

Atuamos com respeito às diferenças, com muita dedicação em intercalar as milhares de horas de estudos e debates na sede da entidade, onde deliberamos semanalmente sobre a gestão, com a visita presencial à base dos trabalhadores que representamos, que na Cassi é o Brasil. Todos os meses estive prestando contas, esclarecendo, mobilizando e chamando para a luta milhares de participantes, contribuindo para a consciência de classe e valorizando a liberdade que todos devem ter.

A luta tem que seguir sempre, não esmoreçam!

Abraços,

William


Fonte: Blog Refeitório Cultural

13.10.17

Cassi - Agenda do Diretor de Saúde (BA, DF e SP)


Diretor eleito William Mendes (de preto ao fundo)
fala com funcionários do BB sobre Cassi.
Foto: Seeb-SP

Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas pela saúde dos trabalhadores.

Esta semana foi de muito contato com a base social da Cassi, intercalando o fortalecimento da participação social em nossa autogestão com a reunião semanal de Diretoria Executiva (terça-feira), quando apreciamos e deliberamos uma pauta densa e complexa com temas importantes na defesa dos direitos dos associados. A denúncia que fiz sobre ataques do patrocinador BB aos direitos de governança dos eleitos na gestão compartilhada da Cassi (ler AQUI) ficou para ser deliberada na semana que vem, porque meu companheiro de gestão eleita, Diretor Humberto, pediu vistas do documento.

Estivemos cumprindo agenda de trabalho da Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento na Unidade Cassi BA na segunda-feira. A reunião com as lideranças dos associados no Conselho de Usuários foi muito importante.

Fechamos esta semana de gestão com atividades de prestação de contas do mandato em SP. Agradeço desde já ao convite do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e região que nos proporcionou a oportunidade de falar a respeito das questões da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil.

Na quarta-feira à noite nos reunimos com os dirigentes do Banco do Brasil do Sindicato. Além de prestarmos contas do mandato e esclarecermos diversas questões abordadas, pedimos apoio às lutas em defesa da Cassi e dos direitos dos participantes.

Nesta sexta-feira, estivemos com representantes do Sindicato visitando locais de trabalho do BB para fortalecer a participação social na Cassi e abordar os mais diversos temas sobre o sistema de saúde Cassi. Segue abaixo a reprodução de matéria do Sindicato.

Visitei também o ambulatório médico da Cassi na Verbo Divino.

Quero agradecer de coração a recepção que tivemos em todas as dependências por onde passamos. Revi amigos e companheiros de lutas da base de onde nos formamos politicamente em mais de 12 anos de representação sindical.

Expliquei os desafios do sistema Cassi em suas mais diversas vertentes. Falei das dificuldades relativas ao atingimento de equilíbrio entre receitas operacionais e despesas assistenciais e nossas propostas sobre o modelo de saúde para o tema.

REDE CREDENCIADA - Expliquei que a Diretoria da Cassi como um todo tem atuado para resolver os problemas de carência de rede prestadora de serviços de saúde porque em muitos casos as decisões de descredenciamento são unilaterais por parte dos empresários do setor. Eles muitas vezes suspendem ou cancelam atendimentos por questões comerciais, deixando planos/usuários na mão.

Seguimos à disposição dos participantes e das entidades representativas dos trabalhadores associados da comunidade BB.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)

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(reprodução de matéria)

Transparência

Cassi é pauta de reunião com funcionários do BB

William Mendes, diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento, circulou por locais de trabalho em São Paulo ao lado de dirigentes do Sindicato


Redação Spbancarios

Publicado em 13/10/2017 15:42 / Atualizado em 13/10/2017 15:59


São Paulo - O diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, William Mendes, circulou por locais de trabalho para conversar com funcionários do Banco do Brasil sobre o modelo de saúde da Caixa de Assistência e também a responsabilidade do Banco sobre ela. As reuniões foram realizadas na sexta-feira 13, a convite dos dirigentes do Sindicato.

Foram visitados os prédios da agência Santo Amaro Paulista, onde também há o departamento de escritórios digitais, além da Central de Atendimento, na Verbo Divino, e da Ditec (Diretoria de Tecnologia).

"Garantir transparência da gestão e vir às bases para esclarecer e debater questões que envolvem nossa Caixa de Assistência é marca do mandato do William Mendes e deve ser a marca de todos os eleitos pelos trabalhadores", afirma Silvia Muto, dirigente sindical e representante dos trabalhadores no Conselho de Usuários de São Paulo.

João Fukunaga, secretário jurídico do Sindicato, completa: "um representante dos trabalhadores tem como responsabilidade percorrer a base de seus eleitores, principalmente para ampliar o debate sobre a Estratégia Saúde de Família. Embora não fosse de sua diretoria na Cassi, o diretor eleito acabou dialogando com os bancários a respeito dos problemas de credenciamento que há dois anos só vem piorando. Essa marca de gestão aberta e de responsabilidade com os trabalhadores é o que precisamos nesse momento de ataques à Cassi, Previ e ao próprio Banco do Brasil".

Além de William, Silvia e João, o diretor do Sindicato Antonio Netto também percorreu os locais de trabalho.

Fonte: Seeb SP

12.10.17

Cassi - BB é responsável por atraso na ampliação da Estratégia Saúde da Família


Reunião com o Conselho de Usuários da Cassi BA.
Fortalecer a participação social é central na
existência da Caixa de Assistência.

Opinião

A estratégia mais promissora para a defesa da autogestão Cassi é fortalecer o espírito de pertencimento dos associados através de informações de qualidade, maior participação da base e formação política. Mas a gestão não pode seguir engessada por causa do patrocinador BB.


Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas em defesa da classe trabalhadora.

Quero partilhar com vocês algumas reflexões a respeito de perspectivas e cenários em relação aos nossos direitos em saúde. Meu ponto de vista é marcado pela minha realidade objetiva. Sou um representante eleito pelos trabalhadores associados à maior autogestão em saúde do país, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Estou no quarto ano de mandato atuando na Diretoria de Saúde e Rede (própria) de Atendimento de nossa entidade.

Antes de falar de cenários e perspectivas, compartilho com vocês que tive o privilégio nesta semana de conversar mais uma vez com as lideranças e participantes do Conselho de Usuários da Cassi BA e comunidade local. Por quase cinco horas trocamos muita informação, prestamos contas do mandato e ouvimos as críticas construtivas e sugestões e fortalecemos o pertencimento à nossa Caixa de Assistência. O fórum de conselheir@s é fundamental na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores associados e na defesa da própria Cassi. Agradeço a oportunidade e seguimos à disposição.


Investimento em formação é um dos pilares para a eficiência e sustentabilidade de uma instituição

Da mesma forma que estimular a participação social, a formação e capacitação também são centrais para criar o espírito de pertencimento à nossa Caixa de Assistência e comunidade BB. Ao longo de nosso mandato, sempre estivemos ao lado dos trabalhadores da Cassi nas Unidades em todos os Estados e DF, levando informações e orientações e apoiando a luta diária das CliniCassi e unidades para atender da melhor forma possível nossos participantes. 

Muitas vezes o trabalho de nossas equipes é dificultado por condições adversas devido a fatores que fogem ao controle da unidade de atendimento, e mesmo assim, temos abnegados funcionários que lidam com o Banco, com a rede prestadora, com os participantes e entidades representativas e demais atores locais com um desejo ímpar de atender às expectativas dos participantes do sistema de saúde Cassi.


Encontro de capacitação dos gerentes das unidades Cassi.

Como diretor eleito e responsável por importantes áreas de atividade-fim, passei praticamente meu mandato inteiro sem recursos básicos para investimento em treinamento e capacitação (déficit e orçamento contingenciado nas áreas administrativas). Só em maio deste ano tivemos alguma verba orçada para formação. Neste ano de 2017 temos feito um esforço grande para dar oportunidades de conhecimento em encontros presenciais para os funcionários da Cassi porque essa é uma estratégia de grande retorno com pequeno investimento administrativo e amplia a qualidade da gestão em saúde suplementar. Agradeço aos funcionários que têm participado desta jornada formativa.


Cenário do setor de saúde

O cenário em que a Cassi vem atuando nos últimos anos é um dos mais adversos da história de nosso país. O setor de saúde é hegemonizado por grandes empresas e corporações, cujos objetivos são vender serviços de saúde para a obtenção de lucro através da doença das pessoas ou da criação constante de "necessidades nos consumidores" para aquecer seus negócios. E mesmo quando as necessidades em saúde são reais, há uma indústria de exagero na área de exames, medicamentos e protocolos que encarecem de forma impagável os procedimentos.

São imensos os desafios colocados para operadoras de autogestão sobreviverem neste mercado de serviços cada vez mais concentrado na mão de poucos empresários, grupos de profissionais "cooperados", e com facilidades inerentes ao setor - um saber técnico na área da saúde, onde a palavra final seria do profissional de saúde que atende o cidadão. As características deste setor - desregulado e com foco no lucro - têm acarretado desperdícios de recursos dos planos de saúde e seus participantes e dificuldades de rede de atendimento.

Os usuários do sistema de saúde Cassi se perguntam Brasil afora, capitais e interiores, por que tal hospital ou profissional de determinada especialidade se descredenciou e não atende mais aos planos de saúde de nossa autogestão. Na amplíssima maioria das vezes são por questões comerciais, de estratégias agressivas de aumento de valores dos serviços prestados para o plano e seus "clientes", que no caso da Cassi são os donos. Às vezes, os empresários da saúde falam horrores da Cassi que não se justificam. O mau uso dos recursos e a guerra entre prestadores e planos/usuários está matando o sistema de saúde. É uma autofagia do sistema. Às vezes, as liminares da judicialização são absurdas e prejudicam até o paciente, além do plano coletivo dele.

Atualmente, com a crise no setor, hospitais importantes nas capitais estão pressionando, via descredenciamento, por aumentos exagerados nos serviços, e as vítimas dessa guerra comercial são os participantes dos planos. E o próprio plano de saúde é vítima porque se pagar tudo que os empresários da saúde impõem, o plano não terá existência longa por uma questão de sustentabilidade.





Perspectivas para a autogestão Cassi

Pergunta básica: existem alternativas para sistemas de saúde como o nosso lidarem melhor com esse setor tão complicado e complexo, porque é inevitável que tenhamos que comprar serviços de saúde neste setor, em seus mais diversos níveis de fornecimento de serviços e materiais? Existem sim.

Apesar do cenário complexo, nós da comunidade Banco do Brasil temos as melhores perspectivas para encontrar soluções para a sustentabilidade do sistema de serviços de saúde Cassi. Como gestor eleito responsável pelas políticas e programas de saúde do modelo assistencial da Cassi, baseado na Atenção Integral à Saúde, através de Atenção Primária (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), com unidades de atendimento CliniCassi e acompanhamento individual de pacientes crônicos ou sob riscos, percorremos um longo percurso neste país continental levando InFormação a todos da comunidade Banco do Brasil.

TEMPO PERDIDO NA SAÚDE CUSTA CARO - Na nossa opinião, a Cassi perdeu um tempo precioso na última década, em não ter ampliado a cobertura do modelo assistencial - ESF/CliniCassi. Explico isso através de dados, números e estudos para as lideranças e entidades representativas do funcionalismo, inclusive ao patrocinador BB e seus representantes. Desde o primeiro semestre de nosso mandato, em 2014, apresentamos propostas de ampliação do modelo e Iniciativas Estratégicas para a Cassi avançar e lidar melhor com o principal problema causador dos recorrentes déficits - a conta de despesa assistencial cobrada pela rede prestadora. Praticamente todo o orçamento de nossa autogestão é usado para pagar serviços na rede, de forma não ideal, não racional, por causa da forma como o mercado opera.


Boletim nº 5 em nov/2014 já apontava o
caminho para fortalecer a sustentabilidade,
mas representantes do BB são responsáveis
pelo modelo não avançar na governança.
Ler Boletim AQUI.

A mesa de entidades representativas do funcionalismo sabe dessas questões porque procuramos as entidades sindicais em dezembro de 2014 (ler AQUI) para pedir apoio nos debates com o Banco do Brasil sobre o déficit do Plano de Associados. Não achamos justo o lado do patrão querer passar a conta do déficit para o nosso lado dos trabalhadores associados, porque o BB e seus representantes têm muita responsabilidade nos resultados alcançados pela Cassi em sua missão de cuidar dos seus associados, bancários da ativa e aposentados, que atuam num dos setores que mais adoecem categorias profissionais do país, os dados são de fontes oficiais como o Ministério da Saúde.

Durante as negociações sobre déficit e sustentabilidade foi cobrado do patrocinador BB que validasse e implementasse os projetos de Iniciativas Estratégicas apresentadas por nós desde o fim daquele ano de 2014 porque as áreas técnicas das diretorias eleitas (áreas de atividades-fim) conhecem diagnósticos de problemas e têm propostas de solução. Dois anos se passaram e NENHUM projeto das diretorias eleitas foi adiante na gestão compartilhada, onde o patrocinador BB é gestor também e nada anda sem o aval do Banco. Enquanto se perdia tempo em avançar nas medidas estruturantes, o patrocinador BB insistia em não fazer proposta e se responsabilizar com recursos também para solucionar o déficit da Cassi. Insistia, ao contrário, em retirar direitos históricos dos trabalhadores. Enquanto isso, as reservas livres iam se esvaindo, bem como o Patrimônio Líquido da operadora diminuindo...

O impressionante é que mesmo após a luta unitária em 2015/16 do conjunto do funcionalismo conseguir arrancar uma proposta financeira emergencial que daria um fôlego para o déficit do Plano de Associados, enquanto estudos e medidas estruturantes fossem realizadas, já se passou mais de um ano e as áreas de atividades-fim não conseguem aprovação para encaminhar projetos e Iniciativas Estratégicas que podem efetivamente colocar a Cassi em melhores condições de enfrentar o problema maior de compra de serviços de saúde na rede prestadora.

MINHA OPINIÃO: O tempo passa há anos e os representantes do Banco do Brasil não aprovam nada que fortaleça a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o modelo de uso racional dos recursos do sistema Cassi. Acho isso lamentável!

Como disse em postagem recente (ler AQUI), a nossa área responsável por iniciativas que fortaleçam o modelo assistencial não conseguiu ampliar uma equipe de saúde sequer neste período do Acordo e Memorando de Entendimentos

Mesmo após a nossa Diretoria ter desenvolvido estudos nunca feitos na Cassi que indicam a eficiência do modelo assistencial e o quanto os participantes cadastrados e vinculados à ESF e CliniCassi têm melhores resultados em condições de saúde e no uso de recursos na compra de serviços da rede prestadora, que consome a quase totalidade da receita de nossa autogestão, estou perto de completar o mandato de 4 anos na área da saúde vendo retornarem os déficits na relação receitas operacionais x despesas assistenciais por absoluto atraso na ampliação do modelo assistencial da Cassi, que tem como missão a prevenção e a promoção de saúde através de atenção primária e cuidado contínuo dos participantes.

A Cassi, os associados e o próprio patrocinador BB poderiam ter melhores condições de enfrentar os déficits por causa dos abusos do setor de prestação de serviços de saúde, mas sem o gestor paritário BB dar essa chance, talvez não cheguemos ao futuro que poderíamos de sustentabilidade do sistema Cassi sem a perda de direito algum dos associados.

É o que penso após esse período de trabalho em conjunto com os associados e com os intervenientes de nossa Caixa de Assistência.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)


9.10.17

Opinião - Querem engessar e calar mandato de eleitos na Cassi





Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados.

É com tristeza que denuncio aos associados e às entidades sindicais e representativas dos associados da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil a tentativa de representantes do patrocinador Banco do Brasil de engessar e calar a atuação de eleitos, sobretudo da Diretoria Executiva, cujas áreas eleitas são consideradas atividades-fim da nossa autogestão em saúde, presente e atuante em todo o território nacional onde estão os nossos participantes.

A Cassi é a maior autogestão em saúde do País, é a entidade de saúde dos trabalhadores do Banco do Brasil, com 73 anos de existência. Possui cerca de 175 mil associados e é responsável pela saúde de mais de 700 mil participantes, distribuídos em dois modelos de planos de saúde: o Plano de Associados, dos trabalhadores e com conquistas históricas em direitos; e os planos Cassi Família, planos de saúde com coberturas amplas para familiares e com regras definidas por contratos regulados pela legislação.

Segundo o Estatuto Social aprovado em 1996 e revisado em 2007, a gestão é paritária, ao menos na teoria. O Banco patrocinador indica dois representantes da Diretoria Executiva e os associados elegem mais dois representantes. O Banco indica no Conselho Deliberativo 4 titulares e suplentes e os associados elegem mais 4 titulares e suplentes. O mesmo se dá com o Conselho Fiscal, 3 titulares e suplentes indicados e o mesmo número de eleitos pelos associados. Em relação ao custeio do Plano, o Banco é obrigado a contribuir com 4,5% para cada associado da ativa, aposentado e pensionista e cada associado contribui com 3%. A base do custeio do Plano são os proventos gerais, aposentadoria ou pensão (Artigos 16 e 17 do Estatuto).

Quando começamos em junho de 2014 o mandato de representação dos associados, na Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, responsável pelo Modelo Assistencial e pelas unidades próprias da Cassi nos Estados e DF, levamos toda a experiência que adquirimos em mais de uma década de representação eleita no movimento sindical bancário, onde contribuímos em organizar, mobilizar, definir pautas estratégicas, negociar e conquistar direitos para os trabalhadores em negociações sempre tensas entre os patrões banqueiros e os trabalhadores bancários. Tivemos conquistas importantes no período e cada trabalhador e liderança deixou sua contribuição.

Chegamos à Cassi num dos momentos mais difíceis de sua história, com déficit recorrente no plano de saúde dos trabalhadores, o Plano de Associados. Encontramos um modelo assistencial de extrema vanguarda, mas estagnado em sua ampliação e reorganização dos serviços, e desacreditado pelo patrocinador BB e por parte do corpo social e representantes dele. Nosso modelo é o de Atenção Integral à Saúde, definido na Cassi para ter como base a Atenção Primária à Saúde (APS) e depois pela Estratégia Saúde da Família (ESF) lançada em 2003, através de unidades de atendimento CliniCassi. 

Definimos como uma de nossas estratégias centrais no mandato atuar junto às bases sociais da comunidade Banco do Brasil/Cassi, levando aos associados donos da Caixa de Assistência o conhecimento e as informações sobre essa riqueza que eles têm e não conhecem: eu tinha que fortalecer a comunicação direta e a participação social. Estão no escopo de minhas tarefas de Diretor o Modelo Assistencial, as Unidades Administrativas e as CliniCassi (gestão da rede própria) e a relação com os Conselhos de Usuários. Fiz isso efetivamente! Somente em Conferências de Saúde levei informações qualificadas a milhares de participantes. Foram 49 Conferências até este momento. Visitei todas as Unidades ao longo da gestão e me relacionei com as lideranças locais fortalecendo o pertencimento à Cassi. Já conheço 42 CliniCassi das 65 existentes.


DIREITOS DOS ASSOCIADOS DA CASSI CONTINUAM SOB RISCO

Eu defino os direitos dos associados da Cassi em quatro eixos principais: direitos em cobertura de saúde, direitos em custeio mutualista solidário intergeracional, direitos em participação social e direitos paritários na gestão da autogestão. O direito em cobertura é essencial porque nele estão contidos, além do rol mínimo definido pela ANS, o modelo assistencial e os programas de saúde, além do PAS (Programa de Assistência Social), executado pela Cassi. A cobertura da saúde ocupacional também é executada pela Cassi, o que traz vantagens para todas as partes - o BB, os trabalhadores e a Cassi. 

Porém, sem o direito de igualdade no poder de governança, todos os direitos dos associados podem se perder, todos!

A história desses últimos 3 anos de lutas, eu não vou repetir de forma exaustiva neste artigo em que denuncio ataque aos direitos de governança dos eleitos, mas o resumo é que o Banco tentou impor no final de 2014 todo o ônus do déficit do Plano de Associados aos trabalhadores e nós dissemos NÃO! Saímos dos portões da Cassi e fomos às entidades sindicais e representativas e ao corpo social levar a nossa opinião e pedir apoio para organizar e mobilizar os associados para enfrentar as propostas do patrão, o Banco. Em maio de 2015, já com mesa constituída, ele fez outra proposta para resolver o déficit que prejudicava os associados e não onerava nada a ele, o patrão. Ao contrário, tirava do patrão a responsabilidade estatutária com o "pós-laboral', os nossos colegas aposentados. 

Mesmo tendo cortados os recursos administrativos para atuar na área em que somos responsáveis, percorremos o Brasil fazendo Conferências de Saúde com o tema "Sustentabilidade da Cassi" e mostramos que o patrão BB também era responsável pelo déficit do Plano de Associados. Fizemos mais de 550 postagens sobre o tema Cassi, modelo assistencial, mandato e direitos dos associados, para informar e mobilizar a comunidade Banco do Brasil e entidades. Fizemos até agora 38 boletins com o mesmo objetivo. 

Conseguimos em setembro de 2016 uma 3ª proposta na qual o patrão também assumiu arcar com entrada de recursos temporários e extraordinários em 3 anos (o Memorando de Entendimentos). Era nossa tese desde 2014 que o Banco também tinha responsabilidades com a Cassi e deveria participar em eventual entrada de novos recursos. A luta valeu a pena!

Tudo que fizemos em nosso mandato de resistência neste duro período que a Cassi viveu (e ainda vive) foi baseado em nossa história de enfrentamento às dificuldades comuns à luta dos trabalhadores quando o assunto é luta de classes. A direção do Banco não gostou nem um pouco quando nos colocamos contrários à proposta do Fundo de 6 bilhões que livrava o patrocinador BB da contribuição dos aposentados (4,5%). Antes da proposta do Fundo, o patrão ficou bastante incomodado conosco quando não aceitamos a proposta interna de solução para o déficit no final de 2014. Não aprovar o orçamento proposto pelos indicados do patrocinador BB onerando associados com cortes de direitos em saúde e aumento de contribuições e coparticipações também nos fez sentir a insatisfação da direção do Banco à época. Nunca haviam feito um contingenciamento operacional tão duro às áreas fim como fizeram em 2015 e 2016.

Com a 3ª proposta do Banco (set/2016), aceita pelos associados - o Memorando de Entendimentos -, foi vencida uma etapa da luta pela sustentabilidade da Cassi e começou outra de mesma importância histórica porque se não mantivermos os direitos em custeio, cobertura, participação social e governança, a Caixa de Assistência será desfigurada e não será mais a mesma autogestão solidária e focada na promoção de saúde e prevenção de doenças que conquistamos ao longo da história e com contextos diversos de correlação de forças entre trabalhadores e patrão/governo.


MUDANÇAS "TÉCNICAS" EM DOCUMENTOS DE GOVERNANÇA QUE NADA MAIS SÃO QUE FORMAS DE ENGESSAR E CALAR ELEITOS

Depois da assinatura do Memorando de Entendimentos, da Consulta ao Corpo Social e da assinatura do Convênio de Apoio Técnico Cassi e Banco do Brasil (Ressarcimento) temos buscado na governança da Cassi, entre eleitos e indicados, a construção de consensos com o intuito de avançar com ações estruturantes necessárias à operação da nossa autogestão. Mas, às vezes, percebemos proposições por parte dos indicados que nos parecem resquícios dos embates de opiniões diferentes durante a construção de propostas para o déficit e a sustentabilidade, debatidas em mesa por quase dois anos.

Fazendo nosso papel de representantes eleitos pelos associados da Cassi, questionamos muito tudo que veio pronto do patrocinador BB. Fizemos voto à parte em relação ao Memorando no dia 24/10/16, resgatando princípios centrais debatidos em 18 meses de mesa negocial para registrar o que era consenso em defesa dos direitos dos associados e que não constou no documento. Propusemos avançar na ampliação e cobertura do Modelo Assistencial imediatamente e não num suposto futuro pós "consultoria". Discordamos da Consulta ter sido feita sem tempo de campanha de esclarecimento aos associados. E discordamos de quase todos os itens originais da minuta do Convênio enviado pelo Banco para Deliberação da Cassi num prazo de menos de três dias. Felizmente, eu e o Diretor Humberto e nossas equipes chegamos a bom termo com os indicados na redação do Convênio. Mas nossa firmeza sempre foi em defesa dos associados e da Cassi e na mais adequada civilidade e dentro da ética institucional.

Se já não bastassem as tentativas internas de mudanças em Código de Ética e Normas de Conduta Profissional, onde apontei diversos riscos aos direitos do corpo social por dificultar a atuação de um representante eleito, foi pautado novamente neste mês de outubro mais um ataque frontal à nossa atuação. Sob a desculpa de revisar normas de viagens a serviço, é proposto pela Presidência da Cassi um conjunto de regras que se estivessem valendo em nossa autogestão eu jamais poderia ter ido ao Corpo Social informar e mobilizar com o nosso ponto de vista de eleito como fizemos na luta por uma proposta melhor do patrocinador BB em relação às duas primeiras feitas em 2014 e 2015. Eu pedi vistas do documento e nesta terça-feira 10 vamos apreciá-lo na reunião da Diretoria Executiva.


AO PATROCINADOR BANCO DO BRASIL E SEUS REPRESENTANTES FAÇO UM APELO PARA QUE TODOS TENHAMOS FOCO NA DEFESA DA CASSI. O MOMENTO NÃO É DE CISÃO AO ATACAR DIREITOS DOS ASSOCIADOS

A Cassi e as autogestões em saúde enfrentam um dos cenários mais adversos da história do sistema de saúde pública (SUS) e suplementar (planos de saúde). Os fatores que estão pondo em risco a existência de sistemas de autogestão como o da Cassi são, em sua maioria, externos à gestão. Exemplo: judicialização; regulações da ANS que não respeitam a diferença entre autogestões e operadoras que visam lucro; má prestação de serviços da rede prestadora conveniada ou não; fraudes e desperdícios diversos dos operadores do setor que geram inflação médica muito acima da capacidade de correção atuarial na curva de receita dos planos e de seus usuários; dentre outros fatores. 

Eu faço um apelo aos representantes do patrocinador Banco do Brasil para que tenhamos unidade na ação em defesa do sistema de saúde Cassi nas discussões com os órgãos estatais - Governo Federal, ministérios, agências e órgãos reguladores. Peço que busquemos sinergia no encaminhamento das ações estruturantes, que podem contribuir para a melhoria do uso dos recursos do sistema Cassi. E peço para que não percamos tempo com proposições que prejudicam direitos dos associados na governança como esta de engessar e calar eleitos através de mudanças burocráticas em normas internas. 

Quando falo da burocracia e da administração de empresas e instituições, não falo no sentido pejorativo, pois sou defensor de ritos e normas. E não estou me dirigindo às áreas técnicas da Cassi neste apelo, porque sei que as gerências cumprem as determinações da governança, por respeito à hierarquia e modelo de gestão operacional.

Eu não tenho dúvidas a respeito do apoio solidário que teremos de todos os eleitos nos colegiados da Cassi em rejeitar essa afronta (mudança de normas de viagens a serviço) e esse ataque aos direitos de governança dos representantes dos associados. Peço apoio às entidades sindicais e representativas dos trabalhadores e associados e aos Conselhos de Usuários. O Banco quer nos impedir de atuar prestando contas aos nossos associados, que estão nas mais diversas regiões do país onde a Cassi atua, enquanto os representantes do patrão patrocinador atravessam algumas quadras no Plano Piloto em Brasília, onde está a sede do BB, para prestarem contas a quem os indica.

Se o Banco já sinaliza com ataques em direitos de governança para nos calar e engessar através das normas internas da Cassi, já amplamente favorável ao patrocinador patrão porque sem o apoio e aval de suas áreas não avançam as propostas das diretorias com atividades-fim, o que podemos esperar do patrocinador BB quando se encerrarem os trabalhos da consultoria contratada e paga por ele?

Eu não vou me calar, não vou ficar sentado na burocracia quando tiver que ir buscar apoio social para as lutas contra propostas que possam prejudicar os associados que representamos e não vou deixar de defender e fortalecer a Cassi do modelo de Atenção Integral à Saúde e da participação social, porque o sistema de saúde Cassi e os direitos dos associados são os maiores patrimônios desta comunidade Banco do Brasil.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)