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4.10.14

BB melhora proposta específica e Comando orienta pela aprovação


COMENTÁRIO BREVE


A proposta que a categoria vai avaliar na segunda-feira traz avanços importantes conforme avaliação do Comando e das lideranças. Não tenho dúvida de que os 16 itens da proposta específica são fruto da forte mobilização dos funcionários do BB nesta campanha e do contexto político em que ela se dá.

Saúde e Cassi - Avaliando como Diretor Eleito de Saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, eu lamento não haver nenhum item sobre esse eixo de reivindicação. Mas fazer o que? Aprendi com uma grande liderança, o amigo Carlão, que não dá para ficar chorando e terceirizando a responsabilidade daquilo que é nossa tarefa na luta. No fundo, se não tem nenhuma proposta para as questões de saúde e para a Cassi é porque outras demandas tiveram maior prioridade. (eu lidei com isso nos anos em que fui da área da formação na Contraf-CUT. Na teoria e no discurso, todo mundo defende "formação" mas na hora de fazê-la, era um desespero para obter recursos. E mesmo assim, com energia, amor e gana de muita gente e de muitas entidades sindicais, formamos mais de 350 dirigentes)

Não muda nada no trabalho que estamos tentando fazer para fortalecer a nossa Caixa de Assistência. Prometo mais empenho ainda em resolver os problemas que lá identificamos e lutar muito mais para implantar nosso programa eleito de melhorias na Cassi. Trabalho duro e intenso até o limite físico e psicológico, já estamos fazendo mesmo. 

Mas é lógico que não podemos fazer mágica nem milagre. A questão da Saúde do Trabalhador também envolve CONTRATAR DIREITOS E RECURSOS. Vamos precisar de muita luta e unidade do corpo funcional do BB - da ativa, aposentados e colegas de bancos incorporados - para avançar na Saúde e na Cassi.

Condições de trabalho - outra questão que vai continuar afetando a saúde de nossos funcionários é o problema da falta de trabalhadores. Mas essa luta tem sido muito difícil mesmo. Ano passado, conseguimos acordar em contratar 3 mil concursados. Mesmo assim, o número de claros (dotação não preenchida nas unidades) aumentou para mais de 5 mil. Estão péssimas as condições de trabalho. Se o banco vai contratar só mais 2 mil até o final de 2015, é sinal que as coisas vão piorar nos locais de trabalho, porque as saídas têm sido maiores que as contratações e o quadro seguirá diminuindo. O problema tem afetado inclusiva um direito que conquistamos nas campanhas anteriores - a remoção automática como escriturário (SACR) impedindo discriminação. Com o número absurdo de claros nas unidades, o sistema praticamente não funciona mais porque há trava no sistema que impede o funcionamento da remoção quando há ausência de funcis. Muito ruim isso.

Dúvida sobre proposta que havia para os delegados sindicais:

Na primeira proposta do BB feita em 24/9 havia uma proposta que corrigia o absurdo de tirar a pontuação de mérito dos delegados sindicais no dia em que eles estavam liberados para atividades sindicais. Eu não a vi na proposta final. Pergunto: ela está mantida ou foi retirada? (veja abaixo a proposta anterior no site de negociação coletiva do BB)

As ausências dos delegados sindicais para o exercício de atividade sindical - código 476 - não vão interromper a contagem da pontuação por mérito.

Bom, parabéns aos bancários pela forte e rápida mobilização desta campanha, pois em quatro dias de greve a categoria paralisou 10.355 unidades de trabalho (em outros anos, foram necessários mais dias para alcançar esse número expressivo). E boa avaliação das propostas nesta segunda-feira. 

Assim como o Comando Nacional avaliou, também acho que a proposta traz avanços muito bons e eu a defenderia nas assembleias se estivesse à frente das negociações como estive nos últimos anos. É a minha modesta opinião.

Só lembrando aos funcionários do BB que a regra dos dias parados segue o que está na proposta geral da Fenaban. Vejam abaixo.

Dias parados

A Fenaban propõe a compensação dos dias parados durante a greve, na forma de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.


Abraços,

William Mendes
Diretor Eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi


(Atualizada às 14:59h, após ter visto proposta original entregue pelo BB às entidades sindicais)



Banco do Brasil apresentou proposta no quarto dia
da greve nacional. Crédito: Jailton/Contraf-CUT

Após a nona rodada de negociação com a Fenaban, o Banco do Brasil apresentou ao Comando Nacional dos Bancários nesta sexta-feira 3 à noite, em São Paulo, sua proposta para as reivindicações específicas do funcionalismo, que inclui reajuste maior no piso refletindo na tabela de antiguidade do PCR e também na carreira de mérito, e avanços nas substituições. O Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, considerou as propostas positivas e indica a sua aprovação nas assembleias da segunda-feira 6.

"Queremos parabenizar a forte greve do funcionalismo do BB em todo o país, que arrancou a nova proposta do banco, com destaque para o aumento real no piso e o fim do banco de horas", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"O conjunto de propostas do Banco do Brasil, juntamente com a proposta global da mesa da Fenaban, traz avanços significativos em relação às nossas reivindicações, depois de um longo período de negociações. O reajuste maior no piso dialoga com todos os segmentos do funcionalismo e terá impacto imediato para mais de 40 mil funcionários. Poderemos levar para nossas assembleias, defendendo a sua aprovação", afirma Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do BB. 

"Consideramos também um grande avanço a volta da substituição dos gerentes de módulo nas PSO e nas agências que têm somente uma gerência média. É uma forma de acabar com desvio de função dos caixas e, ainda, melhorar a pontuação e a qualificação para processos seletivos dos funcionários", acrescenta Wagner.

Para o grupamento de comissionados, algumas propostas contemplam reivindicações antigas, como o bloqueio das estações de trabalho dentro da jornada e, ainda, em relação à gerência média, uma cláusula que trata da forma de cobrança nas unidades, vinculada ao protocolo de resolução de conflitos, que trata principalmente das metas abusivas e suas consequências nas condições de trabalho dos funcionários.

Os cursos sobre assédio moral e sexual, clima organizacional e mediação são também avanços, que futuramente avaliaremos os seus resultados, mas a mesa temática sobre Gestão de Disciplina e Penas (Gedip) será muito importante para discutirmos e alterarmos a responsabilidade pecuniária dos funcionários em várias situações de risco de negócio que estejam sendo feitas indevidamente.


As propostas específicas apresentadas pelo BB são as seguintes:


1 - Ratificação do índice de 8,5% (2,02% de aumento real) nos salários e benefícios apresentado pela Fenaban.

1a - Reajuste de 9% (2,49% acima da inflação) do piso em toda a carreira do PCR.

2 - Substituição de Gerente de Módulo nas PSO - Módulo Suporte Operacional (SOP) por caixas, conforme instruções internas.

3 - Substituição de funções gerenciais nas Unidades de Negócios com somente uma Gerência Média, conforme instruções internas.

4 - O BB contratará dois mil funcionários, sendo mil até 31 de dezembro de 2014 e mil até 31/12/2015.

5 - O banco retroagirá a 1º de setembro de 2005 a pontuação de mérito dos caixas. Os efeitos financeiros e o pagamento serão retroativos a 1º de setembro deste ano. 

6 - Elevação do valor da Unidade de Saúde de R$0,36 para R$0,55 (52%).

7 - O BB pagará Vantagem em Caráter Pessoal (VCP) por 120 dias para 
descomissionamentos de funcionários que tenham mais de 5 anos na comissão; excluídos os descomissionamentos por sanção disciplinar e por desempenho (3 ciclos avaliatórios).

8 - Instalação de mesa temática sobre Gestão de Disciplina e Perdas (Gedip).

9 - Pagamento em dinheiro de todas as horas extras prestadas (fim do banco de horas).

10 - O banco se compromete a bloquear, até dezembro de 2014, o acesso às estações de trabalho para todos os funcionários que estiverem com a jornada de trabalho encerrada no ponto eletrônico. 

11 - O BB disponibilizará aos funcionários o pagamento do vale-transporte em dinheiro, observadas as regras do programa.

12 - O novo curso "Conciliação: Mediação para Gestores" passará a ser pontuado nas oportunidades do sistema TAO para concorrências às funções de Gerente Geral em Unidades de Negócios.

13 - O banco desenvolverá curso sobre Assédio Moral e Sexual, incentivando a participação de todos os funcionários, com pontuação para as concorrências a funções gerenciais.

14 - O BB disponibilizará no mínimo 30 turmas da Oficina Gestão do Clima Organizacional, a fim de capacitar gestores a aprimorar o clima de suas unidades.

15 - O banco permitirá, de outubro a dezembro de 2014, a realização de jornada extraordinária, vinculada ao Plano de Funções, na forma das instruções normativas que tratam do assunto. 


16 - Na questão da igualdade de oportunidades, assim como apresentou uma correção em relação à pontuação de mérito dos delegados sindicais, o banco também apresentou a proposta de corrigir a PLR dos dirigentes sindicais que recebem menos que seus pares com o mesmo cargo. São contemplados os dirigentes cedidos para as entidades que detinham cargo comissionado à época da cessão e a fórmula segue a regra do acordo dos demais funcionários. O BB era o único banco que pagava PLR menor para os dirigentes sindicais.


Fonte: Contraf-CUT

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