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2.10.23

História dos bancários: um olhar (VII)



Somos parte da história porque somos seres humanos

Posso não ser escritor substantivo, mas posso ser verbo: leio, penso e escrevo sobre algumas coisas


Vou voltar a escrever esta categoria de textos aqui no blog, textos de memórias e lembranças das lutas da categoria bancária brasileira, categoria na qual passei três décadas de minha vida como trabalhador e dirigente sindical entre o final dos anos oitenta, nos governos de Sarney e Collor, e o início do governo de destruição de Jair Bolsonaro, em 2019, quando saí do BB em abril daquele ano.

A história dos bancários é muito rica, tem muita luta e é uma referência para as demais categorias e ramos da classe trabalhadora brasileira. O primeiro banco instalado no Brasil foi justamente o banco público ao qual dediquei a minha vida, o Banco do Brasil. Sua história se iniciou em 1808, com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil.

Entrei na categoria bancária em abril de 1988, trabalhando no antigo Unibanco, depois saí do banco em maio de 1990. Pouco depois, já seria estagiário no Banco do Brasil em 1992 e funcionário de carreira ao passar no concurso e tomar posse do cargo em setembro de 1992. Saí do BB em abril de 2019. Foram três décadas trabalhando como bancário. Fui representante dos colegas eleito em diversas funções entre o ano 1999 e 2018, quase 20 anos de representação. 

Ou seja, nessa rica história de lutas e conquistas da categoria bancária, deixei o melhor de mim também, deixei minhas contribuições para a coletividade do mundo do trabalho.

Pelos papéis que desempenhei como dirigente eleito, tive a oportunidade de influir em algumas questões importantes na vida de milhares de pessoas. Um privilégio poder representar e participar de construções coletivas que beneficiaram a classe trabalhadora.

Posso citar alguns exemplos de momentos importantes aos quais participei com opinião firme pela função que exercia: 

1. A distribuição de participação nos lucros e resultados dos colegas do Banco do Brasil, a PLR, teve ao longo do tempo decisões que repartiram mais recursos para os trabalhadores da base da pirâmide salarial da empresa. Tive participação direta nisso. 

2. Incluir o patrão no rateio de despesas de saúde em nossa Caixa de Assistência, a Cassi, porque queriam livrar o BB do ônus quando cheguei eleito na direção da autogestão. Minha participação na construção de uma luta nacional por mesa de negociação a partir de 2014 foi fundamental, não é exagero dizer isso.

3. Contribuir para que o nosso Sindicato não cometesse o equívoco de começar uma campanha salarial nacional sem assembleia de base no ano de 2005. O contexto trazia algumas motivações para o receio de meus companheiros e companheiras para que isso ocorresse, mas minha discordância interna fez com que pensássemos mais a respeito e no final correu tudo bem, fizemos assembleia e tivemos uma campanha salarial vitoriosa.

Enfim, vou retomar a leitura, as reflexões e a partir desses estudos e consultas a mídias que tenho, vou escrever semanalmente sobre a história dos bancários com o meu olhar, o meu ponto de vista.

Se uma pessoa ler, já terei cumprido o meu papel de alguém que escreve para as pessoas. Felizmente, tenho tido centenas de acessos aos textos que produzo de contribuições às reflexões das pessoas.

Abraços,

William


Post Scriptum: o texto anterior sobre essa categoria de texto pode ser lido aqui. O texto seguinte pode ser lido aqui.


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