Janeiro de 2007 também foi de lutas
Apesar de janeiro ser um mês com poucas mobilizações dos movimentos de lutas da classe trabalhadora, nós tivemos agendas de questões relativas ao funcionalismo do Banco do Brasil. Eu estava em férias até dia 24, mas tivemos negociação sobre a Caixa de Assistência (Cassi) e reuniões sobre a nossa Caixa de Previdência (Previ).
CAIXA DE ASSISTÊNCIA - DÉFICIT E MODELO ASSISTENCIAL EM DEBATE
Pelo que me lembro, nós tínhamos um compromisso firmado por parte do Banco do Brasil de abrir negociações para resolver o déficit do Plano de Associados e as demais questões centrais relativas à nossa Caixa de Assistência, como a lentidão do avanço no modelo de Atenção Integral à Saúde, que na Cassi se daria através da Estratégia de Saúde da Família (ESF), lançada em 2003.
O BB teria que negociar conosco não por ser bonzinho, mas porque a mesa de negociação havia sido conquista da campanha nacional e do Acordo Coletivo de Trabalho 2005 (ACT com a CNB/CUT). A direção do banco negociar conosco Cassi e Previ e qualquer outra coisa como Plano de Cargos e Salários (PCS), melhoria de condições de trabalho, contratação de mais bancários etc é fruto de lutas e mobilizações.
O déficit do Plano era oriundo de um conjunto de fatores, alguns de responsabilidade do patrocinador BB e outros relativos ao próprio sistema de saúde onde a Cassi operava.
PATROCINADOR DEVEDOR DA CASSI - O banco congelou salários durante os governos tucanos e isso arrebentou as receitas da Cassi. Pior que isso: a direção decidiu não cumprir o Estatuto Social de 1996 e passou uma década contribuindo somente com 3% sobre a folha dos pós-1998 e não os 4,5% estatutários. E o Grupo dos Dependentes Indiretos (GDI) gerava déficits recorrentes, de responsabilidade do banco.
Além disso, a Cassi seguia sendo basicamente uma pagadora de serviços de saúde comprados no mercado privado, o que é inviável para qualquer sistema de saúde (fee for service, inflação médica etc).
SISTEMA PRÓPRIO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA: ESF E CLINICASSI - O compromisso após 1996 era a Cassi criar um sistema próprio de Atenção Primária através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) a partir de unidades de saúde nas regiões - as CliniCassi -, cadastrando e acompanhando por esse modelo pelo menos a população assistida do Plano de Associados, cerca de 400 mil vidas. E os crônicos do Cassi Família.
Esse histórico é sempre importante trazer para as pessoas para que se entenda por que nossa Caixa de Assistência tem problemas como os déficits e alguns desafios do modelo assistencial não encaminhados até hoje pelas direções que já estiveram na associação desde 1996.
Só para constar também, o Banco do Brasil tinha um compromisso de mesa de incluir como benefício de saúde dos associados da Cassi o Plano Odontológico. Foram anos de espera de solução para essa questão. E ao final, a solução foi diferente do que esperávamos. O banco implantou o direito somente para o pessoal da ativa e não como um benefício na Cassi, excluindo o direito aos aposentados e pensionistas.
Enfim, janeiro de 2007 teve mesa com o BB no dia 17 (ler matéria aqui) e dia nacional de luta no dia 30 de janeiro (ler postagem aqui).
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CAIXA DE PREVIDÊNCIA (PREVI)
Nós estávamos também com agenda de mobilização e lutas por melhorias dos benefícios na Previ porque havia superávit em nosso Plano e nós havíamos definido um conjunto de propostas para serem negociadas com o banco/governo e a direção da Previ.
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Esse foi mais um momento de nossas memórias de lutas, são minhas memórias, mas são nossas memórias porque são lutas coletivas e pertencem ao processo histórico da classe trabalhadora.
William
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