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29.9.17

Cassi realiza 3ª prestação de contas do Memorando de Entendimentos (opinião do Diretor de Saúde)


(reprodução de matéria da Cassi e comentário a seguir)

A Cassi realizou, dia 27 de setembro, na Sede em Brasília, a terceira prestação de contas das ações previstas no Memorando de Entendimentos. O encontro abordou as ações realizadas no período de junho a agosto de 2017, e reuniu a Diretoria da Caixa de Assistência, representantes do Banco do Brasil (BB) e de entidades ligadas aos funcionários ativos e aposentados, signatárias do documento: Aafbb, Anabb, Contec, Contraf e Faabb.

O Memorando de Entendimentos, celebrado no dia 21 de outubro de 2016, estabelece direcionamentos visando a sustentabilidade e a manutenção dos serviços prestados pela Cassi. No documento estão previstas contribuições extraordinárias dos associados e ressarcimento pelo Banco do Brasil, ambos de caráter temporário e previstos até dezembro de 2019.

Além de fazer a prestação de contas referente aos números do trimestre, o presidente em exercício da Cassi, Dênis Corrêa, conduziu o encontro e abordou, entre outros temas, a melhoria no índice de satisfação do trabalhador da Caixa de Assistência na pesquisa "Melhores Empresas para Você Trabalhar", que passou de 63.6 pontos em 2015, para 79.1 neste ano.

A contratação de empresas especializadas para validação de modelos inovadores de gestão das internações hospitalares também foi apresentada. Tal iniciativa envolve a contratação de três empresas, além dos auditores da Caixa de Assistência, que atuarão em 75 hospitais, com a realização de auditorias concorrente/operacional, retrospectiva e análise técnica para fechamento de contas hospitalares in loco.

Dênis destacou ainda a aprovação do Acordo de Trabalho 2017. A medida possibilitará o acompanhamento e a avaliação do desempenho operacional de todas as áreas da Cassi, para que os Objetivos Estratégicos da Instituição sejam alcançados.

Além disso, enfatizou o trabalho realizado nas últimas sete semanas pela consultoria Accenture. “O trabalho inicial da empresa indicou pontos que demandam ajustes. Este diagnóstico inicial evidencia a importância de alinharmos despesas e receitas da Caixa de Assistência.”

O coordenador da Mesa de Negociação, Wagner Nascimento, avaliou como positiva a reunião. “O objetivo foi cumprido e trouxe dados consistentes sobre a Cassi. A partir de dados preliminares da consultoria, que teremos no próximo encontro, avançaremos nas análises e faremos um trabalho ainda mais completo”, ressaltou.

“Noto que atingimos maturidade nas discussões e progredimos muito no nível das informações”, destacou a representante da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (Faabb), Loreni Senger Correa.

“Considerando a situação complexa do mercado, é importante o envolvimento de todos na busca de soluções”, avaliou Emerson Luis Zanin, gerente executivo da Diretoria de Governança do Banco do Brasil.

Fonte: site da Cassi

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Comentários do Blog


Olá prezad@s associados e participantes da Cassi e companheir@s de lutas!

A reunião de prestação de contas foi positiva, na minha opinião, na medida que pudemos exercer nela aquilo que eu previa ser necessário ocorrer ao longo de um processo negocial com repercussão ao longo de 3 anos envolvendo as partes interessadas no destino de nossa Caixa de Assistência.

Nós diretores eleitos pelos associados na gestão da entidade fizemos um debate franco com as lideranças das entidades representativas signatárias do Memorando e com o patrocinador Banco do Brasil.

Durante todo o processo negocial, entre maio de 2015 e setembro de 2016, quando foi apresentada a proposta do patrocinador Banco do Brasil, defendi de nosso lado que a prestação de contas trimestral e a mesa permanente seriam fundamentais para que nós eleitos pudéssemos levar numa instância oficial nossas opiniões a respeito do andamento do processo e de outras questões inerentes à Caixa de Assistência.

Expliquei a gravidade do momento em relação a riscos e ameaças à existência das autogestões em saúde como a nossa Cassi, citando alguns dos exemplos e temáticas abaixo:

- as minutas da CGPAR que, se levadas adiante pelo governo de plantão, inviabilizariam nosso custeio do Plano de Associados e nossos direitos em saúde e sociais como temos conquistado em nossa história;

- a judicialização absurda na saúde suplementar, com liminares que nos chegam a todo momento com procedimentos de milhões de reais para cada participante que se utiliza deste recurso, muitas vezes sem tentar a solução recursal e administrativa na própria Cassi;

- o abuso no valor das contas apresentadas pelos prestadores de serviços da rede credenciada, pois o mercado do lucro a partir das doenças não tem regulação nem imposição para atender convênios e pessoas, e uma operadora como a nossa chega a pagar a maior parte de seus recursos para umas 40 empresas do setor;

- e normas e resoluções da ANS e legislação que ameaçam e até colocam em risco de continuidade autogestões sérias como a nossa, a exemplo de uma resolução que exige margens de solvência cujo patrimônio da Cassi deve triplicar de valor nos próximos 6 anos - de uns 400 milhões para mais de 1,2 bilhão.

Enfim, o cenário é adverso para operadoras de autogestão em saúde e eu pedi às duas partes, ao nosso banco público patrocinador e às entidades representativas dos participantes de nosso Sistema de Saúde Cassi, que envidem esforços no sentido de obter uma unidade de ação na defesa da autogestão Cassi.

O Banco do Brasil, por exemplo, pela sua importância e capacidade, pode interceder junto aos órgãos do governo e reguladores no sentido de fortalecer a luta para que as autogestões sejam tratadas de forma diferenciada em relação a algumas exigências "legais" porque as autogestões são mesmo diferentes, pois não visam lucro, têm em suas carteiras os próprios trabalhadores, são geridas em alguns casos por patrão e trabalhadores, visam promoção de saúde e prevenção de doenças, atendem carteiras de idosos e operam em todas as regiões geográficas do país, dentre outras características que não vemos nas empresas de saúde suplementar que visam lucro.

O momento é de foco na Cassi e espero não ver por parte do patrocinador Banco do Brasil, que é o patrão na relação compartilhada da gestão com os trabalhadores, nenhum retrocesso em relação a propostas de qualquer tipo que signifiquem ataques aos direitos dos associados, porque a Cassi é importante demais na vida de 700 mil pessoas para não termos unidade na defesa dessa autogestão da comunidade BB como objetivo estratégico de ambas as partes. E falo isso a vocês porque a vida em bastidores é bastante complexa na relação entre capital e trabalho.

A semana que vem e as próximas serão intensas e virei até vocês, prezados associados e leitores do Blog, com as informações de tudo o que está acontecendo em nossa Cassi.

Abraços e bom final de semana!

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (mandato 2014/18)

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