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4.7.17

É papel do Diretor de Saúde politizar as questões da Caixa de Assistência



(redação atualizada às 9h39)


Reunião com funcionários da Cassi e
Conselheir@s de Usuários (RJ).


"Achar
a porta que esqueceram de fechar.
O beco com saída.
A porta sem chave.
A vida."


"Ainda vão me matar numa rua.
Quando descobrirem,
principalmente,
que faço parte dessa gente
que pensa que a rua
é a parte principal da cidade."

(Paulo Leminski)

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OPINIÃO

Olá prezad@s associad@s e participantes da Cassi e companheir@s de lutas!

Iniciamos mais uma semana de gestão e luta pela Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a maior autogestão em saúde do País.

Como estive neste final de semana no fórum político mais importante do funcionalismo do Banco do Brasil, o Congresso Nacional dos Funcionários (28ª edição), vamos emendar duas semanas de lutas.

Estou escrevendo na madrugada porque só agora pude sentar para essa tarefa de prestar contas do mandato e opinar sobre as coisas inerentes ao que faço e represento.

Eu refleti muito a respeito de nosso mandato de representação na Cassi (2014/2018), na Diretoria de Saúde e Rede (própria) de Atendimento, durante os dois dias de Congresso do Funcionalismo em São Paulo.

Eu sou oriundo dos movimentos sociais - estudantil e sindical -, estou nas frentes de defesa dos trabalhadores há quase 20 anos. Fui dirigente sindical por 14 anos, e participei da coordenação do movimento dos bancários do Banco do Brasil por praticamente todo o período dos anos 2000. Posso dizer que cheguei à Cassi com uma boa experiência de política de defesa dos bancários.

Foi a minha 4ª participação do CNFBB como Diretor de Saúde da Cassi, eleito pelos trabalhadores associados (fui em 2014, 2015, 2016 e 2017). A principal conclusão que tirei de meus dois dias no 28º Congresso foi da absoluta certeza que o meu principal papel como gestor de saúde da Cassi é de informar e politizar a base social de nossa autogestão, mesmo que para isso eu tenha que ir a todos os cantos do Brasil, até utilizando meu salário.





FALAR COM TODA A NOSSA CAPACIDADE SOBRE A CASSI E OS DIREITOS DOS ASSOCIADOS INDEPENDENTE DO NÚMERO DE OUVINTES E LUGAR QUE ESTIVERMOS

Desde o 1º dia de nosso mandato, em junho de 2014, temos ido a todos os Estados e locais onde estão os diversos segmentos de associados e participantes da Cassi. 

É por isso que nesta semana vou pela 3ª vez ao Amapá, lá na divisa com a Guiana Francesa, onde passa a linha imaginária do Equador, participar da 2ª Conferência de Saúde da Cassi e Conselho de Usuários. Em 2015, conversamos com 44 participantes sobre a Sustentabilidade da Cassi. Nós temos 1.391 assistidos no Estado. 

É por isso que na outra semana iremos pela 3ª vez ao Rio Branco, Acre, que faz fronteira com a Bolívia e o Peru, para participar da VI Conferência de Saúde da Cassi e Conselho de Usuários. Temos lá 1.758 participantes da Caixa de Assistência. Na última Conferência em 2015 conversamos com 79 pessoas da comunidade BB. 

Aliás, é por isso que completarei com estas duas Conferências 44 participações nas Conferências de Saúde nos 26 Estados e DF.

É por isso que na semana que passou, na quarta-feira 28, estive na CliniCassi Copacabana, no RJ, para participar de um seminário e capacitação dos funcionários da Cassi e conversar com o Conselho de Usuários da Cassi RJ sobre o Programa de Assistência Farmacêutica (PAF). Eu não tinha agenda livre, mas me virei para acertar uma forma de ir ao evento porque ali está a base social que necessita do melhor tipo de (in)formação possível.

Chegamos à Cassi e fizemos nosso planejamento estratégico para os 4 anos de mandato, com leitura e diagnóstico do cenário que encontramos: a Cassi é extremamente desconhecida de sua comunidade. Uma das prioridades teria que ser e continua sendo levar o conhecimento do que é a Cassi aos seus associados e participantes, às lideranças e suas entidades representativas, ao próprio Banco patrocinador e até aos seus mais de 2.600 trabalhadores (da Cassi). E estamos fazendo isso com informação escrita e presencial.


A CASSI ESTÁ SOB RISCO E PRECISAMOS QUE O BANCO DO BRASIL E OS ASSOCIADOS E SUAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS E LIDERANÇAS TOMEM PARA SI A DEFESA DA ENTIDADE E DO PLANO DE ASSOCIADOS

A Cassi é um patrimônio do funcionalismo do Banco do Brasil, completou 73 anos em 2017, esteve sob sério risco nos últimos anos por causa de déficit no Plano de Associados e estagnação até 2013 da ampliação do modelo assistencial de Atenção Primária (APS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), organizado através das unidades de atendimento CliniCassi. 

Após uma luta de 2 (dois) anos que empreendemos para que o Banco patrocinador também colocasse recursos na Caixa de Assistência juntamente com os associados (Memorando de Entendimentos), a Cassi pôde entrar o ano de 2017 com um orçamento operacional aprovado, mas como há fatores externos que influenciam sobremaneira a operacionalização da Cassi como autogestão em saúde, que compra serviços de saúde no mercado desregulamentado, ela está novamente sob novo risco existencial: a suspensão por parte do órgão regulador (ANS) dos seus planos de saúde, inclusive o Plano de Associados, que não é comercializado, é um direito dos bancários.

Eu escrevi sobre isso na sexta-feira 30 (ler AQUI) e tenho limites no que posso fazer a respeito como Diretor de Saúde (apesar da comunidade e lideranças não entenderem direito os papéis de cada gestor na Cassi, sejam eles eleitos pelos associados ou indicados pelo Banco).

Eu faço um apelo para que os sindicatos de bancários não descuidem da Cassi, porque sei que a agenda de lutas é a mais pesada da história por causa do desmonte dos direitos brasileiros e dos bancos e empresas públicas. A Cassi cuida de mais de 700 mil bancários e familiares no modelo de autogestão, num setor de saúde suplementar e de saúde em grave crise. 

Entendo que a ANS está exorbitando de seu papel ao suspender a entrada de novos trabalhadores no Plano de Associados, que é um plano coletivo empresarial fechado do Banco do Brasil e seus funcionários. Independente da quantidade de reclamações recebidas sobre a Cassi, que fazem parte do dia a dia do setor de saúde, os direitos em saúde de um trabalhador do BB são in-fi-ni-ta-men-te maiores que qualquer tipo de plano de saúde que exista no "mercado" e alijar esse direito não é "proteger" um usuário de plano de saúde suplementar, mas prejudicar o trabalhador.


Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos
é lançada nos Congressos do BB e Caixa. Foto: Jaílton Garcia.

Confesso o meu sentimento em relação aos dois dias do 28º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, que contou com a participação de 309 delegad@s: saí muito frustrado. Em dois dias, falei 10 minutos sobre a Cassi para um grupo com cerca de 70 pessoas e depois falei mais uns 5 minutos em uma corrente política para umas 20 pessoas. Os dois Diretores eleitos da Cassi, Humberto e eu, estivemos em uma das duas mesas de abertura política e, ao final dos arranjos políticos sobre quem falaria ou não falaria, a única entidade ou representação que não falou ao plenário foi a Cassi. Depois, no Grupo 1, onde se incluiu o tema saúde e Cassi, só falamos porque um delegado sugeriu que os diretores fizessem uma fala de 5 minutos, e explicamos que era muito pouco para falar das questões da Cassi. Nos permitiram falar 10 minutos. Agradeço a gentileza.

Por fim, acredito estar correto em me esforçar até a última energia que tenho para ir às bases sociais falar com as pessoas sobre a nossa Cassi, além dos 34 boletins que já fizemos e as 521 postagens prestando contas do mandato neste Blog e falando sobre as questões da autogestão Cassi. Nunca deixei de cumprir com as minhas obrigações de ofício na governança da Cassi. Não posso falar de outras diretorias que passaram pela entidade nessas duas décadas posteriores ao Estatuto de 1996, mas sei que já estudei muita coisa da Cassi e sua história de serviços de saúde prestados aos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil e ao País.

Abraços a tod@s,

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento (2014/18)

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