Comentário do Blog:
Reproduzo aqui a matéria da Anabb esclarecendo equívocos cometidos por aquele jornal, eu diria inclusive que houve exageros por parte daquele veículo de comunicação. Também falei com o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, e ele me relatou que há equívocos nas citações no referido jornal entre o que foi dito e o que está escrito lá.
É isso. A matéria está boa e reflete o que nós temos apresentado e debatido com as entidades representativas do funcionalismo e com o corpo social.
Boa leitura,
William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi
Correio Braziliense aborda a situação da Cassi
O Jornal Correio Braziliense abordou em sua edição desta terça, 24.03, a questão do déficit da Cassi, tendo ouvido o vice-presidente de Relações Institucionais da ANABB Fernando Amaral, entre outros.
Apesar da disposição do vice-presidente para melhor informar a jornalista Vera Batista, por se tratar de assunto complexo e que não é do cotidiano daquela profissional, diversas afirmações da matéria não foram precisas e necessitam ser mais bem esclarecidas aos associados da ANABB e funcionários do BB.
Como é do conhecimento de todos, todos os planos de saúde, privados e de autogestão, e cooperativas apresentaram déficits em 2014. A Cassi apresentou déficit de R$ 127 milhões em 2014 (o balanço está sendo concluído). Para 2015, novo déficit está projetado em patamares superiores ao atual, caso não se encontrem soluções para seu desequilíbrio estrutural.
Apesar da disposição do vice-presidente para melhor informar a jornalista Vera Batista, por se tratar de assunto complexo e que não é do cotidiano daquela profissional, diversas afirmações da matéria não foram precisas e necessitam ser mais bem esclarecidas aos associados da ANABB e funcionários do BB.
Como é do conhecimento de todos, todos os planos de saúde, privados e de autogestão, e cooperativas apresentaram déficits em 2014. A Cassi apresentou déficit de R$ 127 milhões em 2014 (o balanço está sendo concluído). Para 2015, novo déficit está projetado em patamares superiores ao atual, caso não se encontrem soluções para seu desequilíbrio estrutural.
O desafio da Cassi é contribuir para que os funcionários do Banco do Brasil – ativos e aposentados – vivam mais e com mais saúde. E, para isso, a Caixa de Assistência precisa de alternativas para o seu equilíbrio que sejam sustentáveis por períodos longos.
O Plano Cassi Família encontra-se equilibrado, e atualmente, as suas mensalidades são reajustadas de acordo com o índice técnico necessário ao seu equilíbrio. Já o Plano de Associados vem registrando déficits desde 2012.
Comparando-se as despesas totais (assistenciais + administrativas) com as receitas ordinárias (contribuições pessoais e patronais), verificamos que a situação deficitária vem desde 2005. Porém, esses déficits foram superados porque as receitas foram acrescidas de recursos extraordinários desde 2007, como o aporte feito pelo BB na ocasião do acordo do Estatuto de 2007 para cobrir a contribuição patronal a menor de 1998 a 2007, renegociações tributárias e as contribuições sobre o Benefício Especial Temporário da Previ.
A proposta apresentada pelos dirigentes indicados pelo BB foi de que os associados aceitassem aumentar a sua contribuição de 3% para 4,5% como medida permanente e propôs diversos aumentos de coparticipações. Esta proposta foi rejeitada pelos dirigentes eleitos da Cassi que não concordam que o déficit da Cassi deva ser coberto com o esforço apenas dos trabalhadores. Se a gestão é compartilhada, torna-se necessário o debate sobre os esforços a serem empreendidos pelos participantes e pela patrocinadora.
Todos os planos de saúde, os seguros de saúde e as cooperativas de saúde que atuam com o sistema aberto apresentaram, nos últimos anos, resultados próximos a zero ou negativos, consumindo reservas.
No Brasil, diversas dessas instituições já estão migrando para sistema de atenção integral à saúde, com base em “portas de entrada” (local de primeiro atendimento) obrigatórias. A Cassi aprovou o sistema de Atenção Integral à Saúde logo após a reforma do Estatuto de 1996, baseado na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e tem hoje cerca de 720 mil associados em seus planos de saúde. No entanto, apenas 160 mil pessoas têm o direito ao modelo de Atenção Integral. O desafio, segundo os dirigentes eleitos, é a extensão desse modelo para 100% da nossa população, buscando adaptar a questão da “porta de entrada” à realidade de cada local.
O déficit da Cassi tem 3 causas que se destacam:
1) O aumento da longevidade – as pessoas estão com melhor qualidade de vida e vivem mais, aumentando o tempo em que necessitam de alguns cuidados médicos.
2) O aumento do custo médico – a inflação da saúde é maior do que a inflação geral. A inflação médica corrige os custos de tratamentos e a inflação geral corrige os salários que são a fonte de recursos da Cassi.
3) O achatamento salarial – quando em 1996 foi alterado o estatuto da Cassi e pactuado que as contribuições dos associados e do BB seriam de 3% e 4,5% respectivamente, esses percentuais foram definidos a partir de estudo atuarial que previa a manutenção do poder de compra dos salários do BB – correção pela inflação – ao longo de muitos anos. Entretanto, o Banco do Brasil, contratante desse acordo que gerou o estatuto da Cassi daquele ano, congelou os salários de seus funcionários dando reajuste praticamente ZERO entre os anos de 1997 a 2002 (8,9%) ante uma inflação de 42,38% (INPC), alterando sensivelmente a previsão de receitas da Cassi. Em seguida, alterou o Plano de Cargos e Salários (PCS), reduzindo unilateralmente os valores dos salários base dos funcionários do BB, novamente reduzindo sensivelmente a previsão de receitas da Cassi. Além disso, a partir de 01.01.1998, o BB descumpriu o Estatuto da Cassi e, apesar dos novos funcionários contribuírem com os 3% estatutários, o BB decidiu contribuir com apenas 3%, ao invés dos 4,5% pactuados no Estatuto, mais uma vez reduzindo sensivelmente as receitas da Cassi. Essa última distorção só foi corrigida em 2007.
Quanto às reservas, a Cassi tinha, em 2014, R$ 1,6 bilhão em reservas, sendo R$ 800 milhões no Plano de Associados e R$ 800 milhões do Plano Cassi Família. Da reserva do Plano de Associados, R$ 400 milhões são reservas livres para utilização onde a direção da Cassi determinar. Os outros R$ 400 milhões são de reservas obrigatórias controladas pela ANS, como a PEONA – Provisão de Eventos Ocorridos e Não Avisados. O déficit da CASSI em 2014 foi de R$ 127 milhões, que foram cobertos por parte das reservas livres.
Caso os debates, entre o BB e os funcionários, sobre o custeio futuro da Cassi, não venha a se concluir, o que é pouco provável, o déficit da Cassi poderá aumentar e consumir as reservas livres.
Caso as reservas livres se esgotem, a Cassi precisará utilizar-se das reservas obrigatórias para cumprir seus compromissos. E, caso a Caixa de Assistência comece a utilizar-se das reservas obrigatórias, a ANS poderá exigir da Cassi um plano de recuperação de reservas. E, somente se o possível plano de recuperação de reservas não for bem sucedido no prazo previsto, é que a ANS poderá fazer uma intervenção na Caixa de Assistência.
Fonte: Anabb
Nenhum comentário:
Postar um comentário