Comentário do blog:
O que eu previa ao postar na sexta-feira 20 a frase da música de Alphaville, Forever Young, aconteceu no Congresso da Contraf-CUT: "Desejando o melhor, mas esperando pelo pior".
Além de todas as divergências de princípios, concepções e práticas sindicais que permearam o Congresso entre os dois segmentos que apresentaram chapas por não se conseguir o consenso, o que mais marcou a minha despedida do movimento sindical, no qual dediquei parte importante da minha vida, foi a tristeza profunda de ver o ódio no ar, parecido com aquele que a direita está construindo e ou libertando no povo brasileiro. Vi a intolerância no ar.
Foi deprimente e melancólico ver as palavras de ordem e ofensas entre pessoas que sempre estiveram do mesmo lado na luta contra os banqueiros e contra as mazelas do mundo do trabalho.
Para fechar da pior forma possível minha participação no movimento sindical, vi no sábado e confirmei agora ao ler a matéria da nova direção (abaixo), uma leitura pra lá de tendenciosa na interpretação dos estatutos da Contraf e da CUT ao aplicar a regra da proporcionalidade. (minha indignação foi tão grande que me retirei neste domingo pela manhã do evento)
Na minha opinião, é um absurdo excluir de todas as secretarias da gestão da Confederação o segmento que conseguiu 1/4 dos votos do Congresso. Isso não é democrático! Faltou magnanimidade para se construir a unidade. Essa atitude, somada a TUDO que vi no último ano dentro do movimento sindical, não sinaliza boas perspectivas para a unidade da classe trabalhadora para os duros desafios que aí estão.
A partir deste congresso da Contraf-CUT, não tenho mais nenhum mandato em nome da Central Única dos Trabalhadores. Acho lamentável o que aconteceu neste 4º Congresso da Confederação. Fiquei pensando se expressava ou não a minha opinião sobre tudo isso.
Mas apesar de tudo, DECLARO aqui que não mudei minhas concepções e práticas sindicais, e enquanto eu tiver um mandato de trabalhadores, seguirei defendendo uma representação voltada para as bases, plural, transparente, ética e independente de patrões, governos e partidos. Eu me considero um cidadão de esquerda e meus valores são os da esquerda como, por exemplo, a solidariedade, a unidade de classe, a liberdade e o humanismo.
Enfim, seguirei com muita firmeza e empenho em meu mandato eletivo na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Meu mandato teve o apoio fundamental das entidades sindicais e dou minha palavra que vou manter a minha prestação de contas sobre o mandato para os associados da Cassi e suas entidades associativas e para estas mesmas entidades sindicais.
Digo mais, tenho a humildade para reforçar aqui o pedido de ajuda e apoio das entidades sindicais para conseguirmos negociar saídas para o déficit atual da Cassi, que herdamos ao chegar à gestão porque o desequilíbrio existe há mais de uma década e estamos construindo propostas para dar mais perenidade à entidade aprofundando o modelo de gestão e o sistema de serviços de saúde, ampliando a prevenção de doenças, a promoção de saúde e o cuidado dos associados e familiares ao longo da vida num sistema mais racional e integrado.
Continuarei fazendo um mandato republicano, transparente e focado em defender a Cassi. A vida segue com muita energia em prol de nossa Cassi nesta segunda-feira 23.
William Mendes
Diretor de Saúde da Cassi
Post Scriptum: desejo a toda a diretoria da Contraf um bom mandato de luta e resistência em prol dos trabalhadores do ramo financeiro e da classe trabalhadora brasileira e mundial.
Congresso da Contraf-CUT termina com apresentação da diretoria eleita
Atual secretário de Finanças, Roberto Von Der Osten é o presidente eleito. Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT |
O 4º Congresso da Contraf-CUT terminou neste domingo 22, em São Paulo, com a apresentação da diretoria que comandará a Confederação no período 2015-18, presidida por Roberto Von Der Osten, a convocação de um seminário nacional para definir a estratégia de luta dos bancários nos próximos anos e um chamado para a intensificação da mobilização para enfrentar a difícil conjuntura econômico e política, com o objetivo de defender os direitos dos trabalhadores, a democracia, a reforma política e a democratização dos meios de comunicação.
Participaram do Congresso, que começou na sexta-feira 20 e foi realizado no Hotel Mercure, 353 delegados de todo o país, dos quais 237 homens e 116 mulheres.
"Tivemos um Congresso com suas dificuldades, em uma conjuntura muito difícil, que debateu e elegeu uma direção no momento em que a CUT e os movimentos sociais saíram às ruas e que outros grupos também se manifestaram, estes últimos questionando o governo e algumas instituições. Vamos continuar a organizar e articular a categoria bancária para defender a democracia e os direitos dos trabalhadores", afirmou no encerramento do Congresso o presidente eleito. "Também vamos organizar a atuação dos bancários no Congresso Nacional contra o PL 4330 da terceirização, que deve retornar à pauta", disse Roberto Von Der Osten.
Processo eleitoral
A diretoria da Contraf-CUT foi eleita na tarde do sábado 21, em votação secreta, por força de liminar. Concorreram duas chapas.
A Chapa 2 (Articulação Sindical, CSD, Unidade Sindical, Fórum do RJ, Articulação de Esquerda e Intersindical), encabeçada por Roberto Von Der Osten, atual secretário de Finanças da Contraf-CUT, ganhou 265 votos, ou 75,7% do total. E a Chapa 1 (Articulação Sindical), liderada por Miguel Pereira, atual secretário de Organização da Contraf-CUT, alcançou 85 sufrágios, 24,3%. Houve dois votos em branco e um nulo.
Os delegados e as delegadas aprovaram também a criação de mais duas pastas na diretoria executiva da Contraf-CUT: as secretarias de Juventude e a de Combate ao Racismo, totalizando agora 17. Foi mantida a atual composição de 26 integrantes do Conselho Diretivo.
Os cargos da direção foram distribuídos proporcionalmente pela porcentagem dos votos obtidos por cada chapa, conforme os estatutos Contraf e da CUT. A Chapa 1 protocolou carta de protesto junto à Comissão Organizadora do Congresso e anunciou que vai entrar com um recurso junto à CUT por discordar da forma de aplicação utilizada do critério de proporcionalidade.
Na composição dos cargos da diretoria executiva por cada chapa não foram considerados separadamente os 17 que respondem por secretarias e os 8 que são apenas diretorias executivas. "A Chapa 1, mesmo tendo obtido quase 25% dos votos, ficou sem nenhuma secretaria, ficando todas as pastas da executiva com a Chapa 2, o que estamos questionando porque avaliamos que isso fere profundamente a democracia e não valoriza a nossa representação e a construção da unidade", disse Miguel Pereira.
A diretoria eleita assume no dia 15 de abril para um mandato de três anos.
Conjuntura política e econômica
Antes do encerramento do Congresso, os delegados e as delegadas fizeram uma discussão sobre a conjuntura política e econômica, internacional e nacional, da qual participaram como expositores o chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, e o ex-deputado estadual (PT-SP) Luís Cláudio Marcolino.
Monzane criticou os ajustes que estão sendo implementados pelo governo Dilma Rousseff. "Enquanto a Europa faz uma autocrítica da política de austeridade, que não deu certo para conter a crise, o Brasil quer fazer, neste momento, o que não funcionou lá fora. Mas os trabalhadores precisam se posicionar, alertar a sociedade que estas medidas de austeridade não geram riqueza, nem inclusão social. A Espanha, por exemplo, ainda aposta na austeridade e tem um índice de 30% de desemprego, chegando a 60% entre os jovens. Não gostaríamos de ver este cenário aqui no Brasil", afirmou o dirigente da UNI Finanças.
Marcolino também criticou o ajuste fiscal, mas fez um balanço positivo dos avanços econômicos e sociais dos governos Lula e Dilma, que segundo ele precisam ser preservados e aprofundados. Para isso, propôs, "é preciso mobilizar os trabalhadores e os movimentos sociais para impedir retrocessos, manter os direitos trabalhistas e defender a democracia, a reforma política e a democratização dos meios de comunicação".
Moção de apoio aos trabalhadores da Guatemala
Durante os debates, foi aprovada moção de apoio aos trabalhadores da Guatemala, depois que a dirigente sindical guatemalteca Lesbia Amezquita, do Movimento Sindical Indigena e Campesino (MSICG), denunciou a violência contra sindicalistas em seu país, onde 68 foram assassinados e nenhum caso esclarecido pela polícia.
Conheça a direção eleita
Diretoria executiva
Presidente - Roberto Antonio Von Der Osten
Vice-presidenta - Juvandia Moreira Leite
Secretaria-geral - Carlos de Souza
Secretaria Finanças - Sérgio Hiroshi Takemoto
Secretaria Imprensa - Gerson Carlos Pereira
Secretaria Relações Internacionais - Mario Luis Raia
Secretaria Saúde - Walcyr Previtale
Secretaria Formação - Ernesto Izumi
Secretaria Organização do Ramo Financeiro - Carlindo Dias de Oliveira
Secretaria Assuntos Jurídicos - Mauri Sergio Marins de Souza
Secretaria Assuntos Sócioeconômicos - Rosalina Amorim
Secretaria Políticas Sindicais - Gustavo Machado Tabatinga Junior
Secretaria da Mulher - Elaine Cutis
Secretaria de Relações do Trabalho - Mauro Salles Machado
Secretaria de Políticas Sociais - Fabiano Paulo da Silva Junior
Secretaria da Juventude - Fabiana Uehara Proscht
Secretaria de Combate ao Racismo - Almir Costa de Aguiar
Diretores Executivos
Barbara Peixoto de Oliveira
Adilson Claudio Martins Barros
Andrea Vasconcelos
Carlos Alberto Cordeiro da Silva
Deise Recoaro
Enilson Cardoso da Silva
Lúcio Paz
Miguel Pereira
Suplentes da Diretoria Executiva
Maria da Conceição Bezerra
Sérgio Siqueira
Maria Rita Serrano
Marcelo Azevedo
Alan Patrício Mendes Silva
Manoel Elídio Rosa
Rafael Marinho Duarte
Ademir Wiederkehr
Sonia Rocha
Conselho Fiscal
Clarice Torquato Neto
Gilmar Carneiro dos Santos
Paulo Roberto Stekel
Suplentes do Conselho Fiscal
Gilmar Aguirre
José Ricardo Jacques
Maria Arivoneide Cerqueira
Conselho Diretivo
André Luis Rodrigues
Sebastião Eugenio de Castro Filho
Célio Dias Cunha
Cícero Ferreira Mateus
Antonio Carlos Pirotti
Eliomar Carvalho Silva
José Carlos Garcia
Nelson Luis da Silva Nascimento
Paulo Ranieri Medeiros da Silva
Carolina Costa
Valdevir Fernandes Filho
Marcos Vandai Tavares Rolim
Graziela Rezende Ferreira
Luis Claudio Marcolino
Livia Gomes Terra
Fernanda Lopes de Oliveira
Carolina Benedetti Pedroso
Milton dos Santos Rezende
Raquel Araujo Lima
Paulo Robson dos Santos Manhães
José Pinheiro
Carlos Eduardo de Oliveira
Italina Facchini
José de Castro Souza
Keli Cristina Vieira
Wanderley Antonio Crivellari
Fonte: Contraf-CUT
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